Mulheres com um ciclo menstrual mais longo e irregular: maior risco de morte prematura, sugere estudo
Em um estudo observacional publicado no periódico BMJ, pesquisadores encontraram que ciclos menstruais irregulares e longos em adolescentes e na fase adulta estão associados com um maior risco de morte prematura (antes dos 70 anos de idade). A associação foi mais forte para mortes relacionadas a doenças cardiovasculares e um pouco maior para mulheres que também fumavam.
Essa associação foi estabelecida após a análise dos dados de 79505 mulheres na pré-menopausa (média de idade de 38 anos) sem histórico de doença cardiovascular, câncer ou diabetes. Essas mulheres reportaram o tempo e a regularidade comuns dos seus ciclos menstruais nos intervalos de idade de 14-17 anos, 18-22 anos e 29-46 anos. Durante 24 anos de acompanhamento, 1975 mortes prematuras foram documentadas, incluindo 894 de câncer e 172 de doença cardiovascular.
Após controle para co-fatores de risco, como idade, peso e histórico médico familiar, os pesquisadores encontraram que as taxas de mortalidade (para cada 1000 anos de vida acumulados) nas mulheres com ciclos menstruais sempre irregulares nas faixas de idade 14-17, 18-22 e 29-46 anos, respectivamente, eram 17%, 37% e 68% maiores em relação às mulheres com ciclos muito regulares. De forma similar, mulheres reportando ciclos menstruais de 40 dias ou mais eram mais prováveis de morrer prematuramente.
Segundo concluíram os pesquisadores, os resultados reforçam a necessidade de se considerar o ciclo menstrual como um sinal vital da saúde geral de uma mulher ao longo da sua vida reprodutiva. Mulheres com ciclos longos e irregulares deveriam ficar mais atentas à saúde.
É válido também lembrar que o estudo é observacional, e, portanto, não estabelece causa e efeito. Por exemplo, o reporte das mulheres sobre seus ciclos menstruais ao longo da vida podem não ser sempre acurados, e outros co-fatores de risco podem ter sido ignorados. Por outro lado, é um estudo de grande porte, envolvendo quase 80 mil participantes, um longo tempo de acompanhamento e um grande acumulado de dados.
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(1) Publicação do estudo: https://www.bmj.com/content/371/bmj.m3464
Reviewed by Saber Atualizado
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novembro 25, 2020
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