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Alerta: Danos nas córneas sendo causados por lâmpadas de UV contra a COVID-19

 
Em um estudo de alerta publicado no periódico Ocular Immunology and Inflammation (1), médicos do Instituto Ocular Bascom Palmer da Escola de Medicina da Universidade de Miami, EUA, reportaram que vários pacientes usando lâmpadas de UV germicidas para limpar o ambiente interno (doméstico e escritório) do novo coronavírus (SARS-CoV-2) estão desenvolvendo dolorosas inflamações na córnea, uma condição chamada de fotoqueratite. Os autores do estudo reforçaram que as pessoas precisam seguir com atenção as orientações dos fabricantes para o uso seguro dessas lâmpadas.


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Ao redor do mundo, a doença causada pelo SARS-CoV-2 (COVID-19) já é responsável por quase 1,5 milhão de mortes confirmadas, além de um elevado número de hospitalizações e significativa morbidade. Em ordem de prevenir a disseminação da doença, indivíduos e empresários estão buscando novas estratégias de sanitização contra o vírus. Um desses métodos inclui o uso de lâmpadas UV. Luz germicida é uma energia radiante usada para inativar micróbios como bactérias, fungos e vírus. Comprimentos de onda mais curtos na porção mais energética do espectro do ultravioleta (UV) são bem estabelecidos de serem efetivos para a desinfecção, especificamente UV-C (100-280 nm), enquanto comprimentos de onda mais longos requerem mais energia e duração de exposição. 


Exposição acidental a níveis acima do seguro de luz UV pode causar sérios danos à pele e à superfície ocular. No olho normal, a córnea absorve virtualmente toda a radiação UV-C incidente, a qual é a mais curta e mais danosa do espectro do ultravioleta, portanto protegendo estruturas oculares mais profundas e mais sensíveis, como as lentes e a retina. Enquanto isso, uma maior proporção de UV-A e de UV-B - faixas menos energéticas do espectro UV - são transmitidas através da córnea.


Nesse sentido, exposição excessiva ao UV pode causar extensivos danos ao tecido epitelial da córnea devido aos efeitos citotóxicos dos energéticos fótons UV-associados, resultando em uma condição chamada de fotoqueratite. A faixa UV-C é a mais citotóxica, causando apoptose celular através da ativação de canais de potássio. Além disso, a luz UV a partir de um certo nível de exposição causa a liberação de radicais livres dentro da superfície da córnea que potencializa o dano epitelial.


Sintomas incluem variáveis níveis de dor e de fotossensibilidade, ligados a um variável quadro da fotoqueratite: desde queratite superficial leve pontuada até severa descamação epitelial total. A dor experienciada pelos pacientes é devido à descamação das células epiteliais e exposição do nervo plexo subepitelial. Longa duração de exposição, alta proximidade à fonte de luz e comprimentos mais curtos de onda emitidos são fatores de risco associados.


A fotoqueratite é uma condição mais comumente observada em alpinistas, frequentadores de praias e esquiadores. Em altas altitudes, menos raios UV são absorvidos pela atmosfera, e, próximo da água, da neve ou de outras superfícies reflexivas, mais radiação UV no ambiente acaba sendo refletida de volta e incidindo sobre os olhos. Apesar da exposição natural (solar) excessiva à radiação UV ser a principal causa da maior parte dos casos de fotoqueratite, exposição a fontes artificiais de radiação UV também respondem por parte dos casos.

 

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No novo estudo, os pesquisadores reportaram e descreveram sete casos nos quais o uso inapropriado de lâmpadas germicidas compradas durante a pandemia da COVID-19 levou à fotoqueratite em pacientes que se apresentaram ao Instituto Ocular Bascom Palmer. Três dos pacientes foram expostos às lâmpadas UV em suas casas e três foram expostos no ambiente de trabalho. Todos os seis pacientes reportaram não terem seguido as instruções do fabricante e ficaram em contato direto com as lâmpadas sem proteção para a pele ou para os olhos. Um dos pacientes havia sido exposto à lâmpada no consultório do seu dentista, este o qual também usava lâmpada UV para ajudar a desinfetar o local de atendimento clínico dos clientes. A duração da exposição - quando conhecida - variou de 10 minutos até 4 horas. Sintomas apareceram várias horas depois da exposição ao UV


Todos os pacientes reclamaram de sintomas em ambos os olhos, desde sensação de um corpo estranho na região ocular até severa fotossensibilidade e visão embaçada. Exames clínicos encontraram evidência de danos ao epitélio córneo e ausência de inflamação intraocular. Com exceção de um paciente, todos os outros negaram prévio histórico de problemas oculares, incluindo olho seco, blefarite, ou uso de medição tópica ocular. Outros problemas de saúde que poderiam estar associados ao quadro de fotoqueratite também foram descartados.


Todos os pacientes (71% homens) foram recomendados a usarem frequentes gotejamentos de lubrificante ocular (lágrimas artificiais) e a evitarem exposição direta à radiação UV. Cinco dos sete pacientes receberam também tratamentos específicos dependendo do grau de severidade da fotoqueratite, incluindo uso de eritromicina tópica e acetato de prednisolona. Resolução da fotoqueratite ocorreu dentro de 24-72 horas.


Duas das lâmpadas de UV usadas pelos pacientes foram reportadas (fabricantes AURA e Uvlizer), ambas com potência de 38 W e emissoras de UV-C (faixa mais citotóxica do UV). Para ambos os dispositivos, os fabricantes orientavam nas instruções evitar a exposição direta enquanto a lâmpada estiver ligada. Segundo os autores do novo estudo, o ideal é sair do cômodo/local onde a lâmpada está quando esta estiver ligada. Existem óculos especiais de proteção visando atenuar a exposição ao UV-C, porém, óculos escuros convencionais não são efetivos o suficiente nesse sentido.



Os autores realçaram que os achados corroboram um número de outros casos descritos na literatura acadêmica relacionando o uso inapropriado de lâmpadas UV para prevenir a COVID-19 e o desenvolvimento de fotoqueratite. Além disso, os autores alertaram que a eficiência das lâmpadas UV contra o SARS-CoV-2 (partículas virais em superfícies e em aerossóis no ar) - e prevenção contra a COVID-19 - ainda não foi bem esclarecida e mais estudos clínicos são necessários para melhores conclusões.


IMPORTANTE: Pessoas com sintomas de desconfortos oculares nos olhos após exposição às lâmpadas de UV precisam procurar atenção médica (oftalmologista) urgente, para evitarem maiores danos na córnea e outras estruturas oculares.


(1) Publicação do estudo: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/09273948.2020.1834587

Alerta: Danos nas córneas sendo causados por lâmpadas de UV contra a COVID-19 Alerta: Danos nas córneas sendo causados por lâmpadas de UV contra a COVID-19 Reviewed by Saber Atualizado on novembro 27, 2020 Rating: 5

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