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Mais um efeito da Teoria da Relatividade Geral confirmado no Sol


A Teoria da Relatividade Geral prevê que o comprimento de uma radiação eletromagnética (constituída de fótons) irá aumentar à medida que escapa de um poço gravitacional. Nessa fuga, os fótons gastam energia, e como precisam manter a velocidade máxima no meio em questão (vácuo espacial no caso), a energia gasta acaba diminuindo a frequência do fótons (menor frequência, maior comprimento de onda, menor energia). Esse efeito - chamado de desvio para o vermelho (ou redshift) gravitacional - foi confirmado em experimentos laboratoriais na década de 1960. O contrário, blueshift, também ocorre quando o fóton cai no poço gravitacional, diminuindo seu comprimento de onda. Para notáveis efeitos de redshift e de blueshift gravitacionais, é necessário corpos muito massivos.


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Em 1920, Albert Einstein escreveu: "Para o Sol, o redshift teórico predito é aproximadamente dois milionésimos do comprimento de onda [dos fótons emitidos em diferentes faixas do espectro eletromagnético]. Se esse efeito realmente existe é uma questão aberta, e astrônomos estão atualmente trabalhando duro para resolvê-la. Para o Sol, sua existência [do redshift gravitacional] é difícil de julgar porque o efeito é muito pequeno."


Agora, em um estudo publicado no periódico Astronomy and Astrophysics (1), cientistas conseguiram finalmente medir o redshift gravitacional do Sol, através de observações do espectro refletido pela Lua feitas com o instrumento HARPS (High Accuracy Radial-velocity Planet Searcher) e com uma nova tecnologia laser-baseada (LFC, laser frequency comb). As análises foram realizadas na faixa do espectro das linhas de emissão do elemento ferro (Fe) de 476-585 nm.


Ao invés de medir o comprimento de onda deslocado, os pesquisadores medem o redshift em termos da velocidade radial aparente da estrela (efeito Doppler equivalente). Na fórmula para o cálculo do redshift do Sol (na imagem de capa), G é a constante gravitacional, M é a massa do Sol, c é a velocidade da luz, AU é a distância da Terra ao Sol, e R é o raio do Sol, e (GRS,1AU) é a diferença de velocidade radial teórica que observaríamos aqui da Terra devido ao redshift causado pelo campo gravitacional do Sol. Descontando o blueshift gerado pelo campo gravitacional da Terra, temos que o valor teórico do redshift observado no nosso planeta seria, de acordo com a Relatividade Geral, de ~633,10 m/s (!).


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A partir dos dados espectrais coletados do Fe presente no Sol, os pesquisadores mediram um redshift de 638 ± 6 m/s, o que entra de acordo com a Teoria da Relatividade Geral. Ou seja, mais uma vez, Einstein acertou.


> Para quem quiser entender o que é a Teoria da Relatividade Geral, e a diferença para a Teoria da Relatividade Especial, acesse: https://bit.ly/3lyVnuW


(1) Publicação do estudo: https://arxiv.org/pdf/2009.10558.pdf


(!) Esse valor teórico, aliás, é até bem maior que o estimado por Einstein na época, devido aos dados astronômicos limitados no início do século XX usados nos cálculos relativísticos.

Mais um efeito da Teoria da Relatividade Geral confirmado no Sol Mais um efeito da Teoria da Relatividade Geral confirmado no Sol Reviewed by Saber Atualizado on outubro 13, 2020 Rating: 5

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