A NASA encontrou um planeta do tamanho aproximado da Terra em uma zona habitável
O Satélite de Exploração da Transição de Exoplanetas (TESS) da NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) descobriu seu primeiro planeta do tamanho da Terra na zona habitável de uma estrela, ou seja, em um intervalo de distância onde as condições físico-químicas podem permitir a presença de água líquida na sua superfície. Cientistas confirmaram o achado, chamado TOI 700 d, usando o Telescópio Espacial Spitzer da NASA e modelaram os potenciais ambientes do planeta para ajudar a informar observações futuras.
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O TOI 700 d é um dos poucos planetas do tamanho da Terra já descobertos na zona habitável de uma estrela até o momento. Outros incluem vários planetas no sistema TRAPPIST-1 (1) e outros mundos descobertos pelo Telescópio Espacial Kepler, também da NASA. O novo satélite (TESS) foi projetado e lançado especificamente para encontrar planetas do tamanho da Terra orbitando estrelas próximas do Sistema Solar.
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(1) Para mais informações, acesse: Sete planetas parecidos com a Terra... mas e a vida?
O TESS monitora grandes faixas do céu, chamadas 'setores', por 27 dias contínuos. Essa longa observação permite que o satélite rastreie mudanças no brilho estelar causadas por um planeta em órbita passando na frente da estrela em relação à nossa perspectiva, um evento chamado de 'transição'.
A TOI 700 - estrela na qual o TOI 700 d está orbitando - é uma pequena e fria anã-M localizada a apenas ~100 anos-luz da Terra, uma distância pequena em termos astronômicos, na constelação Dorado. A estrela possui cerca de 40% da massa e tamanho do Sol e cerca de metade da sua temperatura superficial, em torno de 2800°C. A estrela aparece em 11 dos 13 setores observados pelo TESS durante o primeiro ano de missão do satélite, e os cientistas identificaram múltiplas transições realizadas por três planetas.
O planeta mais interno dos três identificados, chamado TOI 700 b, é quase do tamanho exato da Terra, é provavelmente rochoso e completa uma órbita a cada 10 dias. O planeta no meio - em termos de distância do Sol -, TOI 700 c, é 2,6 vezes maior do que a Terra - entre os tamanhos da Terra e de Netuno -, termina sua órbita a cada 16 dias, e é provavelmente dominado por gases. O TOI 700 d, o mais externo dos três, e o único na zona habitável, é cerca de 20% maior do que a Terra, termina sua órbita a cada 37 dias e recebe da sua estrela 86% da energia que o Sol fornece ao nosso planeta. Todos os três planetas são pensados estar gravitacionalmente 'travados' (tidally locked) em relação à estrela, o que significa que eles rotacionam uma vez para cada órbita, fazendo com que apenas um lado seja continuamente banhado pela luz estelar (sempre noite de um lado e sempre dia no outro lado) (2).
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(2) Para mais informações, acesse: Erros mais comuns sobre a Lua
Simulações até o momento sugerem que a formação de nuvens e os padrões de vento no TOI 700 d são drasticamente diferentes da Terra, por causa do "travamento" gravitacional, o qual faz com que apenas um lado do planeta recebe diretamente energia estelar. Uma simulação incluiu um TOI 700 d coberto por um oceano e com uma atmosfera densa e dominada por dióxido de carbono, similar àquela proposta para Marte há bilhões de anos. O modelo atmosférico contém uma profunda camada de nuvens no lado voltado para a estrela. Outro modelo atmosférico retrata TOI 700 d como não possuindo nuvens, e onde os ventos vêm do lado escuro do planeta e convergem no ponto diretamente encarando a estrela.
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As informações sobre a composição atmosférica de um exoplaneta são derivadas de dados gerados por linhas espectrais formadas quando a luz da estrela passa pela atmosfera do planeta e interage com as suas moléculas, como dióxido de carbono e nitrogênio. Por enquanto, existem 20 versões de espectros modeladas para o TOI 700 d. Futuramente, quando os cientistas conseguirem a real assinatura espectral da atmosfera, será possível realizar uma melhor simulação da superfície do planeta.
> Referência: NASA
A NASA encontrou um planeta do tamanho aproximado da Terra em uma zona habitável
Reviewed by Saber Atualizado
on
janeiro 07, 2020
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