Descobertos 20 novos satélites naturais em Saturno

Um time de pesquisa com cientistas da Instituição Carnegie para a Ciência e da Universidade do Hawaii revelou 20 novos satélites naturais orbitando Saturno. Isso totaliza agora 82 satélites naturais, o que ultrapassa o recorde prévio no Sistema Solar: Júpiter, com 79 satélites naturais. A descoberta - realizada via uso do telescópio Subaru, em Mauna Kea, Hawaii - foi anunciada no começo desta semana pelo Minor Planet Center da União Internacional Astronômica.

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Cada uma dos novos satélites naturais descobertos é cerca de 5 quilômetros de diâmetro. Dezessete deles orbitam o planeta de forma retrógrada, ou seja, o movimento orbital é oposto ao sentido de rotação do planeta em torno do seu próprio eixo. Os outros três satélites naturais orbitam de forma prógrada, ou seja, no mesmo sentido de rotação de Saturno. Dois dos prógrados estão mais próximos do planeta, e completam uma volta completa em torno de Saturno em cerca de 2 anos. Os retrógrados mais distantes e um dos prógrados levam mais de três anos para completar uma órbita.

Os satélites naturais externos de Saturno parecem estar agrupados em três diferentes conjuntos em termos das inclinações dos ângulos nos quais eles estão orbitando ao redor do planeta. Dois dos novos prógrados descobertos se encaixam em um grupo de satélites naturais externos com inclinações de cerca de 46° chamado de grupo Inuit, nomeado em homenagem à mitologia Inuit. Esses satélites naturais podem ter, em um passado distante, constituído um satélite natural maior que acabou sendo despedaçado. Da mesma forma, os novos retrógrados possuem inclinações similares a outros satélites naturais Saturnianos retrógrados, indicando que eles são provavelmente também fragmentos de um corpo maior que antes orbitava o planeta. Esses satélites naturais retrógrados estão no grupo Nórdico, nomeado em homenagem à mitologia Nórdica. Entre os novos retrógrados, temos o satélite natural com órbita mais distante de Saturno.

Esses dois agrupamentos também são vistos ao redor de Júpiter, indicando que violentas colisões ocorreram entre os satélites naturais do sistema Saturniano ou mesmo choques com corpos fora do sistema, como asteroides ou cometas passando por perto.

Já o outro prógrado descoberto possui uma inclinação próxima de 36°, o que é similar a outro grupo de prógrados interiores orbitando Saturno chamado de grupo Gálico. Porém, o novo satélite natural orbita muito mais distante de Saturno do que qualquer dos outros prógrados, sugerindo uma progressiva expulsão ao longo do tempo ou que talvez não estivesse associado com o grupo mais interno de prógrados.

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Se uma significativa quantidade de gás ou poeira estava presente em Saturno quando um satélite natural de maiores dimensões foi despedaçado, criando esses agrupamentos de menores corpos fragmentados, isso significa que fortes interações friccionais entre os satélites naturais menores e o gás e a poeira estavam presentes, levando-os a espiralar em direção à superfície do planeta. No Sistema Solar recém formado, o Sol estava cercado por um disco rotacional  de gás e de poeira a partir do qual os planetas emergiram. Acredita-se que um disco similar cercava Saturno durante sua formação. O fato desses novos satélites naturais identificados ainda serem capazes de continuar orbitando Saturno após seus satélites naturais ancestrais de maiores dimensões terem se fragmentado indica que essas colisões ocorreram após o processo de formação planetária estar quase completo e os discos não mais serem um fator de influência.

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Os pesquisadores da Instituição Carnegie também haviam descoberto, em 2018, 12 novos satélites naturais em Júpiter. O objetivo é completar em breve o inventário desses corpos em órbita dos grandes planetas gasosos. E repetindo o que foi feito na descoberta dos novos satélites em Júpiter, os pesquisadores lançaram um concurso de voto popular para nomear os 20 novos satélites em Saturno (1).

> (1) Referência: Carnegie