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Evidência concreta de robusto maior nível dos mares com temperaturas mais altas no passado


Reconstruir a evolução no nível dos mares durante períodos mais quentes da história da Terra, como o Plioceno, fornece conhecimentos únicos sobre a resposta do nível marítimo e das geleiras ao prolongado aquecimento. Apesar de existirem bons modelos hoje de previsão para a nossa atual época (século XXI), eles variam bastante em várias dezenas de metros, dificultando a determinação da estabilidade das camadas de gelo do passado e do futuro.

Nesse sentido, um estudo publicado na Nature (1) trouxe evidências preservadas em espeleotemas presentes em uma caverna costeira mostrando que há mais de 3 milhões de anos - em uma época em que a superfície terrestre estava 2-3°C mais quente, na média, do que o período pré-industrial - o nível do mares estava, na média, ~16 metros acima do nível médio hoje. Os achados representam significativas implicações para entender e prever o ritmo do atual crescimento dos níveis marítimos em meio ao rápido processo de Aquecimento Global.

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OBS.: O maior aquecimento da superfície terrestre observado durante o Plioceno (5 a 18 milhões de anos atrás) não ocorreu da mesma forma em todo o globo, com estudos mostrando bastante variação em diferentes partes do mundo. Nas altas altitudes do Hemisfério Norte houve aumentos de 10°C, enquanto nas baixas latitudes houve um resfriamento. Hoje o aquecimento é global consistente com o papel determinante do aumento de concentração dos gases estufas por todo o globo.
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Os pesquisadores responsáveis pelo novo estudo - um time internacional de cientistas - focaram as análises em depósitos de uma caverna conhecidos como crescimentos excessivos sobre espeleotemas (generalização das formações rochosas que ocorrem tipicamente no interior de cavernas como resultado da sedimentação e cristalização de minerais dissolvidos na água). Os depósitos se formam em cavernas costeiras na interface entre água salgada e ar dentro da caverna a cada vez que essas regiões são inundadas pelo aumento nos níveis dos mares. Na Caverna Artà, a qual está localizada dentro de 100 metros da costa, o patamar da água é, - e foi no passado - coincidente com o nível do mar na região.

Os pesquisadores revelaram, analisaram e interpretaram seis das formações geológicas encontradas em elevações de 22,5 a 32 metros acima do presente nível do mar. Via datação radioativa de urânio-chumbo (2) em 70 amostras preparadas a partir das formações, foi encontrado que essas últimas possuíam idades variando de 4,4 milhões a 33 milhões de anos atrás, no período Plioceno. O próximo passo foi analisar um intervalo particular durante o Plioceno, o Piacenziano Médio do Período Quente - cerca de 3,264 até 3,025 milhões de anos atrás, quando as temperaturas eram 2-3°C maiores do que os níveis pré-industriais (antes de 1850). Esse intervalo também marca a última vez que a concentração atmosférica de dióxido de carbono (CO2) estava tão alta quanto hoje, o que cria um cenário ainda mais valioso em termos do atual processo antropogênico de aquecimento global.

As maiores temperaturas vistas nesse período (Piacenziano Médio) provavelmente são explicadas por contribuições dos gases estufas na atmosfera junto com um maior transporte de calor pelos oceanos e mudanças orbitais, os dois últimos fatores não presentes hoje. Além disso, foi um aumento de temperatura ao longo de milhares de anos, não em um intervalo de décadas como observado hoje.

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(2) Para saber mais como esse método de datação funciona, acesse: Como calcular a idade dos fósseis e da Terra?

O estudo encontrou que durante o Piacenziano Médio o nível médio dos mares alcançou os 16,2 metros (provavelmente entre 5,6 a 19,2 metros, incerteza de 68%) acima do atual nível médio. Isso significa que mesmo que as concentrações atmosféricas hoje de CO2 se estabilizem - emissões antropogênicas de gases estufas caiam dramaticamente - os níveis dos mares ainda poderiam subir tão alto quanto naquele período ou mesmo mais alto.

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Os pesquisadores também mediram o nível dos mares quando estava 23,5 metros mais alto do que o atual (entre 9,0-26,7 m, incerteza de 68%), há cerca de 4 milhões de anos, durante o Ótimo Climático do Plioceno, quando as temperaturas globais estavam ~4°C acima do que os níveis pré-industriais. Esse seria um possível cenário no atual Antropoceno, caso reduções agressivas nos gases estufas ejetados na atmosfera não entrem em efetivo.


(1) Publicação do estudo: Nature

Evidência concreta de robusto maior nível dos mares com temperaturas mais altas no passado Evidência concreta de robusto maior nível dos mares com temperaturas mais altas no passado Reviewed by Saber Atualizado on setembro 09, 2019 Rating: 5

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