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Mais três estudos reforçam que os e-cigarros podem ser muito prejudiciais à saúde


Três estudos recentemente publicados em três distintos periódicos trouxeram mais evidências mostrando que os cigarros eletrônicos estão longe de serem os produtos "inofensivos" que o pesado marketing da indústria do e-cigarro - grande parte da qual é dominada pela indústria do tabaco - tenta vender. Nos últimos 3 anos, um gigantesco acumulado de evidências científicas, entre estudos clínicos e observacionais, vêm quebrando a ideia de segurança à saúde associada aos e-cigarros e até mesmo vem questionando se eles são a melhor opção para quem está tentando abandonar o fumo do cigarro tradicional. E esses achados são ainda mais importantes no contexto em que o uso desses dispositivos está crescendo absurdamente entre os adolescentes e jovens adultos. Nos EUA, o FDA (Agência de Drogas e Alimentos dos EUA) já declarou situação de epidemia de e-cigarros entre os estudantes adolescentes (1).


(1) Para mais informações sobre o e-cigarro e os estudos associados lançados nos últimos anos, acesse: Os cigarros eletrônicos são realmente seguros?


O primeiro estudo, publicado no JAMA Facial Plastic Surgery (2), mostrou que o uso de e-cigarro afeta negativamente a capacidade de cura da pele, causando danos similares àqueles vistos nos fumantes de cigarro tradicional. O pesquisadores - liderados por um time de especialistas do Boston Medical Center (BMC) - encontrou que a exposição de modelos experimentais (ratos) tanto ao vapor do e-cigarro quanto à fumaça do cigarro aumentava significativamente a taxa de morte tecidual. Além do efeito de substâncias tóxicas produzidas em ambos os produtos, a nicotina é provavelmente o principal agente de interferência na reparação das feridas, ao restringir os vasos sanguíneos e tornar o sangue mais grosso (ao interferir na produção de plaquetas). Isso possui implicações de alerta em vários campos da medicina, especialmente no caso de cirurgias. Médicos cirurgiões - plásticos ou não - recomendam que os pacientes parem de fumar o máximo possível de tempo antes do procedimento cirúrgico, para otimizar a cura da pele pós-operada. Com os novos achados, o mesmo alerta também precisa ser dado a quem utiliza e-cigarros. Aliás, essa associação também já havia sido feito em outros estudos (3) investigando o impacto dos e-cigarros em prognóstico cirúrgicos.

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O segundo estudo, publicado no American Journal of Physiology - Lung Cellular and Molecular Physiology (4), mostrou que os flavorizantes e ingredientes aditivos - incluindo propileno glicol, solvente orgânico responsável pela geração de um líquido de baixo ponto de ebulição - colocados no e-cigarro podem aumentar as inflamações e danificar as funções pulmonares de forma similar àquela vista nos usuários de cigarros tradicionais, mesmo a curto prazo. Ratos expostos a vapores contendo flavorizantes, nicotina e propileno glicol - típica mistura aspirada por usuários de e-cigarro - expressavam um estresse oxidativo a nível celular igual ou maior em comparação com ratos aspirando fumaça de cigarro, e produziam elevadas quantidades de duas proteínas promotoras de inflamação.

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Já o terceiro estudo, publicado no Tobacco Control (5), mostrou que as pessoas que usam e-cigarro são quase duas vezes (~1,7 vezes) mais prováveis de experienciarem dificuldade respiratória na forma de sibilo do que as pessoas que não usam esses produtos. Sibilo ocorre quando as vias aéreas se tornam estreitas ou quando possuem uma estrutura anormal. É uma condição percursora de outros sérios problemas de saúde, como enfisema, doença do refluxo gastro-esofagal, falha cardíaca, câncer de pulmão e apneia. O sibilo observado no novo estudo está associado aos aerossóis e flavorizantes dos e-cigarros, os quais danificam as células pulmonares ao gerar perigosos radicais livres e processos inflamatórios no tecido pulmonar. O estudo em questão é observacional, e analisou os dados de 28 mil adultos nos EUA. Nesse sentido, o achado não comprova que os e-cigarros são necessariamente a causa dos sibilos, mas revela uma forte correlação após a eliminação de possíveis co-fatores de risco. De qualquer forma, o achado corrobora e reforça diversos outros estudos prévios, incluindo o último citado nesta matéria.

Não sabemos ainda o real potencial de danos dos e-cigarros a longo prazo e a nível populacional - já que esses produtos se tornaram populares apenas nos últimos anos -, mas, considerando as evidências acumuladas até o momento, estamos subestimando esses produtos como fizemos com os cigarros décadas atrás. E o bom senso grita que aspirar vapores de solventes orgânicos cheios de aerossóis, flavorizantes e compostos tóxicos não é uma boa opção de estilo de vida saudável.


(2) JAMA

(3) The Surgical Impact of E-cigarettes: A Case Reporte and Review of the Current Literature

(4) AJP

(5) Tobbaco Control

Mais três estudos reforçam que os e-cigarros podem ser muito prejudiciais à saúde Mais três estudos reforçam que os e-cigarros podem ser muito prejudiciais à saúde Reviewed by Saber Atualizado on março 19, 2019 Rating: 5

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