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Terapia genética reverte surdez congênita em ratos



Em um estudo publicado ontem na PNAS, pesquisadores da Universidade de Sorbonne e da Universidade de Clermont, França, em colaboração com pesquisadores das Universidade de Miami, Columbia e San Francisco, conseguiram restaurar a audição em ratos adultos que eram modelos de surdez congênita causada por uma mutação genética específica, e que representa uma das causas mais comuns para a surdez em humanos. O feito foi alcançado com a injeção de dois tipos de vetores virais (vírus adeno-associados, AAVs) combinados. (1).

 (1) Leitura complementar: A revolucionária Terapia Genética

Mais da metade dos casos de surdez congênitas profundas não-sindrômicas possuem uma causa genética, e a maioria desses casos (~80%) são devido às formas autossômicas recessivas de surdez (DFNB). Entre essas formas, temos uma conhecida como DFNB9, a qual representa de 2% a 8% de todos os casos de surdez congênita genética. A DFNB9 é causada por mutações no gene que codifica a otoferlina, uma proteína que atua na transmissão de informações sonoras através de sinapses no interior das células ciliadas do ouvido interno. Ratos mutantes deficientes em otoferlina são profundamente surdos já que as sinapses passam a falhar na função de liberar neurotransmissores em resposta a estímulos sonoros, apesar da ausência de defeitos sensoriais epiteliais detectáveis. Implantes cocleares são hoje a única opção para a recuperação da audição nesses pacientes.

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Nesse sentido, os pesquisadores resolveram utilizar a terapia genética - a qual vem revolucionando a medicina, e conseguindo tratar várias doenças genéticas antes pensadas incuráveis - para restabelecer o gene normal no material genético presente nas células do ouvido interno. Porém, os vetores virais tradicionais (AVVs) usados para transportar os genes visados possuem uma capacidade de carga limitada de DNA de aproximadamente 4,7 quilobase (kb), tornando difícil usar essa via terapêutica para genes codificantes (cDNA) maiores do que 5 kb de extensão. No caso do gene associado à otoferlina, este possui 6 kb.

Para contornar esse problema, os pesquisadores usaram uma adaptação conhecida como 'estratégia dual AVV', na qual dois diferentes vetores combinados, um contendo a terminação 5' e o outro contendo a terminação 3' do cDNA da otoferlina, são usados para a entrega completa do gene visado.

Uma única injeção dos vetores combinados na cóclea esquerda de ratos adultos geneticamente modificados foi usada para reconstruir a região genômica codificante da otoferlina, levando a uma restauração de longo prazo na expressão dessa proteína nas células ciliadas do ouvido interno, e, consequentemente, restaurando a audição. Além disso, a injeção também conferiu uma ação preventiva ao ser aplicada no estágio embrionário de desenvolvimento, ou seja, antes do desenvolvimento completo do ouvido interno no útero (obviamente, essa não é uma opção para humanos).


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Agora, o próximo passo é garantir a segurança e efetividade do tratamento em humanos em futuros testes clínicos. Segundo os pesquisadores responsáveis pelo grande avanço, a nova estratégia terapêutica pode também funcionar para outras formas de DFNB, o que significa trazer esperança de audição natural para inúmeras pessoas que nascem surdas.


Publicação do estudo: PNAS

Terapia genética reverte surdez congênita em ratos Terapia genética reverte surdez congênita em ratos Reviewed by Saber Atualizado on fevereiro 19, 2019 Rating: 5

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