Últimas Notícias

[5]

Mesmo doses muito pequenas de maconha podem alterar o cérebro de adolescentes


A maconha continua sendo a droga ilegal mais consumida no mundo, e, infelizmente, seu uso regular e indiscriminado frequentemente é iniciado na adolescência. Nessa fase, o cérebro está em um crucial processo de amadurecimento via reorganização das sinapses neuronais. Estudos prévios já vinham associando prejuízos no cérebro adolescente ao consumo dessa droga, incluindo efeitos neurocognitivos de longo prazo (1). Agora, mais dois estudos recentemente publicados, um no periódico Neuropharmacology (2) e o outro no Journal of Neuroscience (3), trouxeram fortes evidências que reforçam essa preocupação.

(1) Para saber mais, acesse: Fumo da maconha: Lobo sob pele de cordeiro

No primeiro estudo, realizado por pesquisadores da Univerisade de Vermont, EUA,  46 adolescentes de 14 anos de idade da Irlanda, Inglaterra, França e Alemanha, os quais reportaram terem usado maconha apenas uma ou duas vezes, tiveram seus cérebros analisados via morfometria voxel-baseada. Os resultados das análises mostraram que estruturas cerebrais em uma região rica em receptores de canabinoides possuíam anormalidades em todos os voluntários, mesmo com o consumo extremamente leve da droga, em comparação com adolescentes não-usuários (controle). Perfil sócio-econômico, consumo de bebidas alcoólicas, nicotina, sexo, entre outras co-variáveis foram também levadas em conta, deixando uma clara associação entre o uso de maconha e um aumento anormal na quantidade de matéria cinzenta (corpos celulares, glias, neurófilos, sinapses e capilares constituintes ou associados aos neurônios) no sistema endocanabinoide do cérebro, especialmente na amígdala, a qual está envolvida no processamento de medo e de outras processos emocionais, e no hipocampo, envolvido no desenvolvimento da memória e das habilidades espaciais. 




Dado a importância do sistema endocanabinoide no cérebro em desenvolvimento na adolescência, adolescentes podem estar particularmente vulneráveis aos efeitos do THC (Δ-9-tetrahydrocannabinol), o principal componente psicoativo da maconha. A preocupação aumenta ainda mais para usuários regulares dessa droga nessa faixa de idade.

- Continua após o anúncio -



Já o segundo estudo, realizado no Laboratório NeuroPhar da Universiade de Pompeu Fabra, Espanha, mostrou que a exposição de maconha à ratos adolescentes durante momentos de estresse pode levar a transtornos de ansiedade a longo prazo caracterizados pela presença de medo patológico.

Ocasionalmente, um estímulo que deveria ser neutro - por exemplo, quando você vê um dentista em um jaleco branco - acaba sendo associado com um de ameaça, o qual, no caso, seria a dor que nós sentimos em consultas prévias ao dentista, levando a uma resposta de medo. Normalmente, reações de medo diminuem ao longo do tempo à medida que o estímulo condicionado para de ser associado com a experiência negativa. Isso é conhecido como 'extinção de medo'. Porém, quando esse processo de extinção não ocorre apropriadamente, transtornos de ansiedade como síndrome do estresse pós-traumático, fobias ou ataques de pânico ocorrem.

Nesse sentido, os pesquisadores mostraram que quando ratos adolescentes eram expostos ao THC e expostos concomitantemente a situações de estresse, isso levava a falhas no processo de extinção de medo na fase adulta. O efeito não era observado quando as duas exposições ocorriam em momentos distintos. Essa resistência à extinção de medo também estava associada com uma diminuição na atividade neuronal na amígdala basolateral e no córtex pré-frontal infra-límbico, sugerindo uma desregulação a longo prazo nos circuitos que regulam o medo.

O resultado desse último estudo também corrobora as mudanças estruturais na amígdala observadas no primeiro estudo.

- Continua após o anúncio -



Nos últimos aos, o uso de maconha pela população adolescente entre os 12 e 17 anos aumentou muito, principalmente pela falsa imagem de segurança no uso dessa droga. Com a onda de legalização/descriminalização da maconha ao redor do mundo, as autoridades de saúde pública precisam reforçar campanhas de conscientização parar alertar a população sobre os efeitos adversos associados ao uso indiscriminado e recreativo da droga. Em adolescentes, parece bastar apenas um baseado para a emergência de mudanças estruturais no cérebro.

IMPORTANTE: Não se deve dirigir sob o efeito da maconha, e grávidas e crianças NÃO devem ser expostos a essa droga. Esses dois alertas estão sendo amplamente ignorados.

(2) Publicação do primeiro estudo: Neuropharmacology

(3) Segundo estudo: Journal of Neuroscience

Mesmo doses muito pequenas de maconha podem alterar o cérebro de adolescentes Mesmo doses muito pequenas de maconha podem alterar o cérebro de adolescentes Reviewed by Saber Atualizado on janeiro 15, 2019 Rating: 5

Sora Templates

Image Link [https://2.bp.blogspot.com/-XZnet68NDWE/VzpxIDzPwtI/AAAAAAAAXH0/SpZV7JIXvM8planS-seiOY55OwQO_tyJQCLcB/s320/globo2preto%2Bfundo%2Bbranco%2Balmost%2B4.png] Author Name [Saber Atualizado] Author Description [Porque o mundo só segue em frente se estiver atualizado!] Twitter Username [JeanRealizes] Facebook Username [saberatualizado] GPlus Username [+jeanjuan] Pinterest Username [You username Here] Instagram Username [jeanoliveirafit]