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Nasce o primeiro bebê do mundo de um útero transplantado após morte da doadora


Um estudo recentemente publicado no periódico The Lancet descreveu pela primeira vez uma mulher que recebeu um útero de uma doadora já falecida, conseguiu engravidar e deu a luz com sucesso - um enorme passo para o jovem campo de pesquisa de transplante de útero ao redor do mundo.

Os responsáveis pela façanha foram pesquisadores brasileiros, da Universidade de São Paulo (USP), os quais transplantaram o útero de uma mulher de 45 anos de idade que tinha morrido de uma hemorragia cerebral para o corpo de uma mulher de 32 anos. A receptora do órgão doado possuía uma condição que a prevenia de desenvolver um útero - absência congenital uterina (síndrome Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser).

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O procedimento clínico de transplante ocorreu no Hospital das Clínicas, em São Paulo. A paciente mostrou uma recuperação pós-operatória satisfatória e recebeu alta após 8 dias de observação no hospital. Imunossupressão para ajudar a evitar a rejeição do novo útero foi induzida via tacrolimo e micofenolato de mofetila (MMF) durante 5 meses, após o qual o MMF foi substituído com azatioprina.

A primeira menstruação da mulher receptora ocorreu 37 dias após o transplante, e regularmente desde então (a cada 26-32 dias).

Uma vez que ficou claro que a receptora não mais rejeitaria o órgão - 7 meses após o transplante -, um embrião foi implantado no útero transplantado (a partir de um entre oito blastócitos crio-preservados da paciente). A gravidez prosseguiu de forma normal, e após 36 semanas, ela deu a luz, através de uma cesárea, a um bebê do sexo feminino pesando 2,5 kg e saudável, no dia 15 de Dezembro de 2017.

Durante o parto, o útero transplantado foi também removido, e a terapia de imunossupressão suspendida.

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Antes desse feito, apenas casos de nascimento através de um útero transplantado de uma doadora viva tinham sido alcançados, a partir de 2013, o que colocava profundas limitações em termos de oferta do órgão. Agora, com a real possibilidade do útero ser transplantado de doadoras falecidas, a disponibilidade do transplante aumenta enormemente para mulheres com graves problemas de infertilidade ligados ao útero.

Infertilidade afeta cerca de 10-15% dos casais em idade reprodutiva ao redor do mundo. Nessa população, 1 em cada 500 mulheres possuem infertilidade uterina absoluta, causada por condições diversas como a síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser, esta a qual afeta 1 em cada 4500 mulheres. As duas únicas opções para essas mulheres terem um filho a partir dos seus óvulos é através de barriga de aluguel (prática proibida em diversos países e bastante polêmica) ou através de transplante de útero.


Publicação do estudo: The Lancet

Nasce o primeiro bebê do mundo de um útero transplantado após morte da doadora Nasce o primeiro bebê do mundo de um útero transplantado após morte da doadora Reviewed by Saber Atualizado on dezembro 27, 2018 Rating: 5

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