Últimas Notícias

[5]

Três pacientes paraplégicos recuperaram o movimento das pernas com nova terapia


Em um estudo publicado ontem na Nature, pesquisadores descreveram três pacientes com paralisia nos membros inferiores - resultado de danos na medula espinhal - que recuperaram o controle dos músculos das pernas ao se submeterem a um novo procedimento de estimulação elétrica. Entre os voluntários, um deles que antes não conseguia andar passou a andar novamente com a ajuda de um suporte. No entanto, os pesquisadores também alertam que a nova terapia ainda está em fase de maturação e que ela apenas visa pacientes que não tiveram total comprometimento da medula espinha no ponto de dano.

- Continua após o anúncio -



No estudo, a médica e pesquisadora Megan Gill da Mayo Clinic em Rochester, Minenesota, junto com colaboradores, descreveram como uma pessoa que antes tinha sido completamente paralisada abaixo do ponto de dano na coluna espinhal conseguiu recuperar sua habilidade de andar após 43 semanas sendo submetida a um novo tratamento de estimulação elétrica chamado de 'estimulação elétrica epidural', o qual opera via neuromodulação das redes espinhais lumbosacrais a partir do implante de eletrodos específicos. Além disso, descreveram também outras duas pessoas que tinham paralisias parciais - e extrema fraqueza nas pernas - que recuperaram a capacidade de andar após 15 e 85 semanas de treinamentos acompanhados do procedimento de estimulação elétrica, nesse caso sem a necessidade de assistência.

Danos na medula espinhal interrompem parte ou completamente as conexões entre o cérebro e os neurônios associados à coluna espinhal, criando deficiências motoras e sensoriais nas áreas do corpo abaixo do ponto de dano, geralmente causando paralisias. Muitas vezes, após o dano, ainda sobram algumas conexões entre o cérebro e os neurônios motores na medula espinhal ao longo da região danificada, mas frequentemente não em quantidades suficientes para permitir a movimentação dos membros afetados.

Nesse sentido, os pesquisadores utilizaram estímulos elétricos para reforçar os sinais elétricos sendo transmitidos através do ponto - ou pontos - de dano em três pacientes dependentes de cadeiras de roda, visando restaurar a robustez, coordenação e atividade motora dos membros paralisados. Para isso, eles primeiro mapearam as áreas da medula espinhal que estavam envolvidas em cada movimento requerido para a ação de andar, como a flexão do quadril ou a extensão do joelho. Em seguida, foram implantados estimuladores elétricos nos pacientes (via cirurgia, na medula espinhal). Por fim, eles programaram sequências de pulsos elétricos que estimulariam a medula espinham nos momentos e localizações exatos para facilitar os movimentos das pernas.

- Continua após o anúncio -



Com a ajuda dos estimuladores, os pacientes conseguiram reforçar os sinais cerebrais sendo transmitidos para as pernas, permitindo uma extraordinária recuperação biomecânica. Além disso, os estimuladores só funcionavam a partir da intenção de movimentação dos pacientes, ou seja, estes dispositivos não estavam controlando os movimentos, apenas acompanhando-os e reforçando-os. Em apenas 2 dias os pacientes se acostumaram-se completamente com os estimuladores. Com uma semana os pacientes já eram capazes de andar auxiliados por um sistema mecânico que diminuía a carga imposta pela massa corporal de cada um. Várias semanas depois todos eles já eram capazes de andar novamente.

O paciente David andando com assistência após a terapia de estimulação elétrica. 

Um dos pacientes possuía a perna esquerda completamente paralisada. Outro paciente tinha um certo controle das suas pernas, mas era incapaz de levantá-las. Já o terceiro estava com as pernas completamente paralisadas. Os níveis de paralisia eram diretamente proporcionais aos níveis de danos na medula espinhal.

Além disso, mesmo após a retirada dos estimuladores - 5 meses depois do tratamento e treinamentos intensivos - todos os três pacientes retiveram uma expressiva capacidade de movimentação nas pernas. Dois deles foram capazes de andar com a ajuda de apoios, sendo que um conseguiu dar alguns passos sem nenhuma assistência. Já o terceiro, o qual carregava maiores danos na medula espinhal e estava completamente paralisado, conseguiu movimentar as pernas quando deitado. Segundo os pesquisadores, isso fortemente sugere que a constante estimulação elétrica estava também fortalecendo a conexão natural entre o cérebro e os músculos do membro inferior nos pontos de dano.


Para a utilização dos estimuladores elétricos fora do ambiente clínico de estudos, os pesquisadores também desenvolveram um aplicativo de smartphone - controlado por comando de voz - que possibilita o paciente a ativar o exato tipo de estimulação requerida.

Em breve esses estimuladores poderão já estar no mercado, garantindo uma maior independência e uma enorme melhora na qualidade de vida para milhões de pessoas. Infelizmente, contudo, para aqueles com extremos danos na medula espinhal, tecnologias satisfatórias desse tipo ainda não despontaram, apesar de apostas esperançosas no desenvolvimento de robustos exoesqueletos e de terapias regenerativas via células-tronco.


Publicação do estudo: Nature

Referência adicional: Nature (Blog)

Três pacientes paraplégicos recuperaram o movimento das pernas com nova terapia Três pacientes paraplégicos recuperaram o movimento das pernas com nova terapia Reviewed by Saber Atualizado on novembro 01, 2018 Rating: 5

Sora Templates

Image Link [https://2.bp.blogspot.com/-XZnet68NDWE/VzpxIDzPwtI/AAAAAAAAXH0/SpZV7JIXvM8planS-seiOY55OwQO_tyJQCLcB/s320/globo2preto%2Bfundo%2Bbranco%2Balmost%2B4.png] Author Name [Saber Atualizado] Author Description [Porque o mundo só segue em frente se estiver atualizado!] Twitter Username [JeanRealizes] Facebook Username [saberatualizado] GPlus Username [+jeanjuan] Pinterest Username [You username Here] Instagram Username [jeanoliveirafit]