Estrelas-do-mar parecem ter evoluído desde 2013 na luta contra uma devastadora doença

Após o surto de uma doença letal entre estrelas-do-mar - SSWD (sea star wasting desease) - na costa oeste do território Norte-Americano em 2013, cerca de 81% da população daquelas pertencentes à espécie Pisaster ochraceus na Califórnia, EUA, morreram até 2015. Agora, 5 anos após o surto, pesquisadores encontraram que a doença pode ter alterado o conteúdo genético (gene pool) desses animais em favorecimento de uma maior taxa de sobrevivência, ou seja, o catastrófico evento forçou a população dessas estrelas-do-mar a evoluir.

Para investigar o processo evolutivo (microevolução), os pesquisadores sequenciaram o DNA das estrelas-do-mar da espécie P. ochraceus vivendo antes do surto e aquele da nova geração nascidas dos sobreviventes. Quando eles compararam ambos, o resultado - publicado nesta semana na Proceedings of the National Academy of Sciences - fortemente sugere que as estrelas do mar sobreviventes evoluíram genes que as protegem do SSWD. O deslocamento da frequência de alelos foi significativa em três loci da população adulta, em um padrão único bem amplo e consistente entre adultos sobreviventes e jovens indivíduos da nova geração, seguindo uma maior taxa de sobrevivência e recuperação.

Porém, apesar de ter ocorrido uma clara mudança genética a nível populacional entre as estrelas-do-mar pré- e pós-surto, os cientistas ainda não conseguiram identificar quais genes são de fato responsáveis pela proteção (maior ou menor importância, se um ou mais genes) e como eles contribuíram para uma maior sobrevivência da nova população.

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Hoje a doença ainda afeta essa espécie em considerável extensão, mas considerando a grande recuperação populacional, extensivo fluxo genético e alto estoque genético onde a seleção natural pode ainda agir nessa espécie, os pesquisadores esperam que ela ainda persista bastante no meio ambiente.

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Publicação do estudo: PNAS