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Rápida evolução induzida pelo ser humano deixou uma borboleta em maus lençóis



Há algumas décadas, criadores de gado introduziram uma planta não nativa em uma região de campina localizada no estado de Nevada, EUA, da espécie Plantago lanceolata. Já em 1993, biólogos começaram a reportar que uma população da borboleta Euphydryas editha (subespécie E.e. taylori) habitando essa região (Schneider´s Meadow) começou a evoluir uma preferência em depositar ovos na exótica planta. Agora, um estudo publicado esta semana na Nature mostrou que esse inseto ficou completamente dependente dessa planta, criando, literalmente, uma mortal armadilha evolutiva que levou à sua extinção local.

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Bem, no início, a E. editha depositava seus ovos em uma planta nativa de Nevada, a Collinsia parviflora. Porém, a nova planta exótica trazida pelos criadores de gado possuía uma maior longevidade, permitindo que as larvas da borboleta tivessem uma maior chance de sobrevivência devido à oferta prolongada de alimento, mesmo experimentando um crescimento 18% mais lento. Isso levou a uma crescente preferência dessa planta pelas fêmeas da borboleta. Na década de 1980, a preferência era de 7% pela Plantago, algo que aumentou para 50% em 1990 - já indicando que a seleção natural estava agindo em favor das variações de espécie que escolhiam a Plantago para depositar seus ovos. O processo evolutivo foi confirmado quando os pesquisadores mostraram que a preferência pela Plantago era hereditariamente adquirida, onde espécimes fora de Schneider não expressavam tal comportamento. Em 2005, a E. editha passou a mostrar uma preferência majoritária pela nova planta em Schneider. E, em 2007, não se conseguia mais achar larvas dessa borboleta em outras plantas que não a Plantago.


Porém, a partir de 2005, a criação de gado na região de Schneider´s Meadow foi cessada, levando a um progressivo e rápido acúmulo de vegetação gramínea, consequentemente levando a um declínio na dominância da Plantago. Devido a menor quantidade dessa planta e provavelmente por causa do bloqueio solar feito pelas gramíneas sobre as larvas - 96% das Plantago existentes estavam sufocadas pelas gramíneas em março de 2007 e as larvas eram adaptadas a viverem junto a um aquecimento extra -, a espécie entrou em extinção na região entre 2007 e 2008. Mesmo com o declínio populacional das gramíneas anos mais tarde, a espécie continuou extinta ali até o ano de 2013-2014. Só então, a E. editha voltou a colonizar a campina, com as imigrantes que não tinham evoluído recomeçando o ciclo reprodutivo na Collinsia.

O estudo, no geral, traz mais um importante alerta sobre os impactos humanos no meio ambiente, os quais trazem efeitos adversos que tendem a agir rápido e de forma desastrosa. O caso da borboleta vem para nos lembrar que rápidos gatilhos evolutivos podem criar verdadeiras armadilhas evolutivas, não dando tempo para as adaptações que costumam surgir após um longo período de tempo contornarem o problema. Na natureza, gatilhos como esses existem, mas as atividades humanas estão os tornando muito mais frequentes do que deveriam, especialmente o desflorestamento, mudanças climáticas e transporte global de organismos.



Publicação do estudo: Nature

Referência adicional: Nature (Blog) 

Rápida evolução induzida pelo ser humano deixou uma borboleta em maus lençóis Rápida evolução induzida pelo ser humano deixou uma borboleta em maus lençóis Reviewed by Saber Atualizado on maio 12, 2018 Rating: 5

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