Cientistas desenvolvem uma vacina contra a alergia ao amendoim que funcionou em ratos

Usando imunoterapia paa modificar a resposta do sistema imune, pesquisadores do Centro de Alergia a Alimentos Mary H. Weiser da Universidade de Michigan, EUA, conseguiram criar uma vacina contra a alergia alimentar. Até o momento, ratos que receberam a vacina específica para a alergia ao amendoim ganharam uma supressão de longo prazo contra sintomas alérgicos engatilhados pela ingestão dessa semente. E, até o momento, permanecem suprimidos. Os resultados mais do que promissores foram publicados esta semana na  Journal of Allergy and Clinical Immunology.

Estudos anteriores conduzidos pelos pesquisadores já haviam mostrado que a imunização intranasal com a nanoemulsão adjuvante induzia uma robusta imunidade com anticorpos nas mucosas e TH17-polarizado, assim como uma imunidade sistêmica celular TH1-induzida com a supressão de uma pré-existente imunidade TH2-induzida (ou seja, diminuindo as fortes respostas imunes prévias ao alergênico exposto, com a ajuda de agentes supressores do próprio corpo - TH1 E TH17, no caso).

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Os modelos de ratos estudados foram sensibilizados com hidróxido de alumínio ou com a toxina da cólera para responderem à alergia ao amendoim de forma similar aos humanos, incluindo sintomas que englobam coceira na pele e problema para respirar. Apenas três doses mensais de uma vacina nasal contendo a nanoemulsão adjuvante impregnada com amendoim foram suficientes para protegerem os ratos das reações alérgicas, mesmo após duas semanas subsequentes à última dose da vacina (data de reporte para o estudo publicado). Já ratos em um grupo de controle que receberam doses nasais de uma solução salina (placebo) não apresentaram mudanças no sistema inume.

A efetiva imunização resultou em uma drástica redução nos níveis de citocinas TH2, e das IgG1 e IgE (responsáveis pela inflamação alérgica). Já as respostas imunes TH1 e TH17 aumentaram (respostas imunológicas alternativas). Após a exposição ao amendoim, os ratos mostraram uma dramática redução da hipersensibilidade alérgica, protegendo contra a anafilaxia.

O acompanhamento continua, mas os pesquisadores estão bem confiantes que a nova estratégia terapêutica terá um efeito supressor de substancial longa duração.

Até o momento, a única medida adotada pelas agências de saúde e alimentos ao redor do mundo, como o FDA, é alertar as pessoas alérgicas a evitar os alimentos que causam alergias em seus corpos ou suprimir as reações alérgicas após iniciadas com um tratamento de emergência.

Agora, os pesquisadores querem entender melhor os mecanismos de plasticidade imunológica que permitem à vacina suprimir a longo prazo as reações alérgicas e, também, verificar se a nova metodologia funciona bem para outras alergias alimentares.

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Publicação do estudo: JACI

Referência adicional: U-M