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Pela primeira vez, pesquisadores flagram a ação da micróglia



Um estudo publicado esta semana na Nature Communications descreveu, pela primeira vez, a observação real da micróglia fagocitando ('comendo') sinapses no cérebro. Além disso, o novo estudo trouxe evidências diretas de que essas células gliais especiais ajudam as sinapses a crescerem e a se rearranjarem, marcando um papel essencial no desenvolvimento cerebral.

Cerca de 1 em cada 10 células no nosso cérebro são representadas pela micróglia. Similares aos macrófagos, as células da micróglia agem como o primeiro e principal contato na defesa imune do sistema nervoso central e possuem alta mobilidade. No geral, são responsáveis por guiar o desenvolvimento saudável do cérebro, por mecanismos até o momento apenas hipotéticos, onde as micróglias arrancariam e comeriam sinapses - as conexões entre os neurônios - como um passo crucial de 'poda' dessas conexões durante o refinamento inicial das redes nervosas. Porém, até pouco tempo atrás ninguém tinha conseguido ver essas células realizando esse trabalho de fagocitose neural.

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Para conseguir flagrar essa ação, os pesquisadores usaram as técnicas de microscopia correlativa (CLEM - correlative light and electronic microscopy) e uma microscopia de fluorescência modificada para analisar o cérebro de ratos. Os resultados trouxeram evidências diretas da eliminação de material sináptico pela micróglia no tecido cerebral vivo. Porém, ao contrário de suposições acadêmicas prévias, os pesquisadores não encontraram evidências da fagocitose de sinapses inteiras e, sim, apenas de eliminações seletivas das estruturas sinápticas (trogocitose). Além disso, cerca de metade do tempo que uma micróglia contactava uma sinapse, a cabeça dessa última enviava finas projeções - ou 'filopodias' - para 'saudá-la'. Em uma particular e dramática observação (imagem abaixo), 15 cabeças sinápticas estenderam filopodias em direção a uma única micróglia quando esta se agarrou em uma sinapse.



Essas últimas ações deixaram claro para os pesquisadores que as micróglia não apenas eliminam sinapses de forma seletiva, mas também ajudam a induzir o crescimento delas na maior parte do tempo. Nesse sentido, é provável que as células da micróglia sejam muito importantes na formação, por exemplo, das 'sinapses duplas', onde a porção terminal de um neurônio libera neurotransmissores em dois parceiros vizinhos ao invés de um. Isso também implica que as micróglias estão amplamente envolvidas na plasticidade estrutural do cérebro e que podem induzir o rearranjo de sinapses, um mecanismo que está associado com o aprendizado e a memória.

Em conjunto, a trogocitose e o rearranjo de locais pós-sinápticos realizados pela micróglia parecem ser fundamentais para a maturação apropriada dos circuitos nervosos, quebrando a comum visão acadêmica que limitava o papel dessas células no cérebro como simples comedoras de sinapses.

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Publicação do estudo: Nature

Pela primeira vez, pesquisadores flagram a ação da micróglia Pela primeira vez, pesquisadores flagram a ação da micróglia Reviewed by Saber Atualizado on março 31, 2018 Rating: 5

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