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Micróbios encontrados em um dos lugares mais hostis da Terra dá esperança de vida em Marte



No Deserto de Atacama, no Chile - um dos mais secos e inóspitos lugares na Terra -, pesquisadores encontraram uma comunidade de bactérias super-resistentes que podem sobreviver uma década inteira sem água. Isso coloca fim no debate entre cientistas sobre se micróbios encontrados ali no passado viviam nesse ambiente ou apenas foram carregados temporariamente para a região (sem condições de sobreviverem ao terrível deserto). Além disso, como os solos desse deserto são similares àqueles encontrados em Marte, isso dá esperança de que vida possa ser encontrada na superfície do Planeta Vermelho.

O Deserto do Atacama compreende um território com 1000 quilômetros de extensão ao longo da costa do Pacífico, no Chile, e a precipitação (chuva) ali pode ser tão baixa quanto 8 milímetros anualmente, onde alguns pontos permanecem sem chuva por uma década inteira. Essa extrema escassez de água faz com que os eventos climáticos ali sejam mínimos, com consequente pouca variação na paisagem, o que permite que ao longo do tempo a superfície da região ganhe uma crosta de sais cristalizados. Tudo isso deixa a vida ali quase impossível de persistir e sempre foi sugerido que todos os organismos que dessem o azar de cair ali apenas durariam tempo suficiente para morrer, impossibilitando reprodução e colonização, e deixando apenas vestígios sem vida.

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Em 2015, um time de pesquisadores resolveu explorar os sinais de vida nessa hiperárida região, coletando amostras de oito locais no Atacama - da costa até as áreas mais secas - ao logo de três anos (2015-2017). As amostras coletadas foram analisadas com ferramentas de sequenciamento genético e com métodos para se avaliar o nível de atividade celular (via verificação de ATP - adenosina trifosfato, nossa moeda energética celular). Os resultados - publicados essa semana na Proceedings of the National Acadmy of Sciences - mostraram que as amostras da costa continham o maior número e diversidade de microrganismos, mas que em 2015 haviam sinais de vida até mesmo nos pontos mais secos. Esses organismos de fato dominavam esse ambiente, seguindo duros ciclos de vida fomentados pelas raras precipitações. A análise genética também mostrou que algumas bactérias estavam se reproduzindo na região costeira e talvez em outros lugares.


Porém, em 2016 e 2017, a região permaneceu em sua maior parte seca, e a vida declinou bastante em todos os pontos, especialmente nos locais mais secos. Em 2017, os sinais de vida virtualmente desapareceram na maior parte da área, com DNA intacto mais do que 100 mil vezes menos comum nos pontos mais secos. Mesmo assim algumas bactérias continuaram a persistir 25 centímetros abaixo da superfície (sobrevivendo provavelmente como esporos ou células com baixíssimo metabolismo).

O achado mostra que a vida na Terra é ainda mais versátil e adaptativa do que antes era imaginado e também oferece grande esperança de que as condições extremas em Marte ainda guardem suporte para a persistência da vida que pode ter florescido em grande quantidade no passado do planeta.

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Publicação do estudo: PNAS

Micróbios encontrados em um dos lugares mais hostis da Terra dá esperança de vida em Marte Micróbios encontrados em um dos lugares mais hostis da Terra dá esperança de vida em Marte Reviewed by Saber Atualizado on março 03, 2018 Rating: 5

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