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NASA consegue provas diretas de que o buraco na Camada de Ozônio diminuiu e de que isso foi devido ao banimento dos CFCs



Um estudo da NASA, publicado no periódico Geophysical Reaserch Letters (Ref.1), pela primeira vez mostrou que os níveis de degradação do gás ozônio na estratosfera - relativo ao buraco na Camada de Ozônio - causadas principalmente pelos CFCs (trifluorcabonos) estão diminuindo, e isso devido à diminuição na quantidade dessas substâncias sendo jogadas na atmosfera.

É bem comum pessoas ligadas à teorias conspiratórias dizerem que o banimento dos CFCs foi algo puramente político e econômico, para alavancar a venda de novos produtos tecnológicos de refrigeração com outros gases de compressão por nações desenvolvidas - algo em paralelo ao que acontece hoje com a questão do Aquecimento Global, ou seja, achar que a Ciência está sendo usada apenas como desculpa.

Bem, no caso do ozônio, existe uma camada na estratosfera que possui grandes quantidades desse gás, e a qual é responsável por proteger a vida na Terra de perigosas faixas da radiação ultravioleta (o ozônio e o oxigênio molecular absorvem essa radiação em comprimentos de onda pertencentes às faixas bem energéticas) que podem causar sérios danos no corpo, gerando cânceres de pele, catarata, supressão do sistema imune e danos generalizados nas plantas.


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Nesse sentido, os CFCs foram gases muito utilizados no passado como gás de compressão em refrigeradores. Porém, sua liberação na atmosfera por vazamentos ou descarte (industrial ou doméstico) é extremamente prejudicial para a camada de ozônio, já que essas moléculas cloradas catalizam a destruição das moléculas de ozônio sob a ação dos raios UV, via reações radicalares.


Por causa disso, depois da descoberta do "buraco" na Camada de Ozônio - região rarefeita em gás ozônio - sobre a Antártica, em 1985, nações do mundo inteiro se reuniram e assinaram o Protocolo de Montreal, o qual regula compostos que destroem a camada de ozônio. Emendas posteriores ao acordo baniram completamente os CFCs.



Para medir a eficácia do acordo e proibição total de uso dos CFCs, pesquisas anteriores analisavam estatisticamente as mudanças no buraco de ozônio para argumentar que a depleção do gás estava diminuindo devido à diminuição dos CFCs. Porém, ver um claro sinal dessa redução é difícil, porque a formação desse buraco é controlada principalmente pela temperatura após o meio do mês de Setembro, a qual varia bastante de ano para ano. Agora, os pesquisadores resolveram focar em algo mais confiável: a composição química dentro do buraco de ozônio para confirmar não somente que a depleção de ozônio está diminuindo, mas que a diminuição está sendo causa pelo declínio de CFCs na atmosfera.

Os resultados dessa nova estratégia mostraram que o declínio nas emissões e presença de CFCs na estratosfera foi responsável por cerca de 20% menos degradação no buraco de ozônio em 2016 quando comparado com o ano de 2005.


COMO FOI FEITO O ESTUDO?

O buraco na camada de ozônio sobre a Antártica se forma durante o mês de setembro no inverno do Hemisfério Sul à medida que os raios solares retornam para catalizar os ciclos destrutivos envolvendo radicais de cloro e bromo que vêm, principalmente, dos gases CFCs. Para determinar como o ozônio e outras substâncias têm mudado ano após ano, os cientistas usaram dados da MLS (Microwave Limb Sounder) a bordo do satélite Aura, o qual vem fazendo contínuas medições ao redor do globo desde o meio de 2004.



Enquanto vários instrumentos de satélite requerem luz solar para medir traços atmosféricos de gases, o MLS mede as emissões específicas de microondas e, como resultado, pode medir os traços de gases sobre a Antártica durante um período chave do ano: o inverno escuro do sul, quando as condições atmosféricas da estratosfera estão estabilizadas, incluindo as baixas temperaturas.

A mudança nos níveis de ozônio acima da Antártica do começo ao fim do inverno do sul - início de julho até o meio de setembro - foi computada diariamente pelos instrumentos da MLS todo ano de 2005 até 2016. Durante esse período, as temperaturas da região eram sempre muito baixas, culminando que a taxa de destruição do ozônio passa a depender principalmente sobre quanto cloro existe no buraco.



Quando a destruição do ozônio está ocorrendo, o cloro é encontrado sob várias formas moleculares, e a maioria delas não podem ser medidas. Mas depois que o radical cloro destrói quase todo o ozônio disponível, ele passa a reagir com metano para formar o cloreto de hidrogênio (HCl) - o qual, em contato com água forma o famoso ácido clorídrico -, e o qual, por sua vez, pode ser medido pelo MLS. O conveniente é que ao redor de Outubro, todos os compostos clorados acabam sendo convertidos nesse composto inorgânico de cloro, e medindo os níveis desse último dá aos cientistas uma boa estimativa da quantidade do total de CFCs na região atmosférica de interesse.

O óxido nitroso (N2O) é um gás de longa vida que se comporta exatamente como os CFCs em grande parte da estratosfera, e esse está aumentando de concentração ao longo dos anos no buraco de ozônio - devido às atividades humanas de agricultura (fertilizantes). Comparando os níveis quantitativos de ambos, os pesquisadores conseguiram determinar que os níveis totais de CFCs estão caindo em uma média de 0,8% anualmente, um valor que concorda com os modelos de simulação global.


QUAIS AS PREVISÕES FUTURAS?

Nesse ritmo, o buraco na camada de ozônio deve continuar se recuperando gradualmente à medida que os CFCs vão deixando a atmosfera, mas uma completa recuperação levará décadas. O tempo de permanência desses compostos na atmosfera é de 50 a 100 anos, e, portanto, boa parte dos CFCs lançados no passado irão persistir por um longo tempo ainda. Os cientistas esperam que o buraco na camada de ozônio desapareça entre 2060 e 2080. Mas, mesmo assim, ainda poderá restar um pequeno buraco.


Referências:
1. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/2017GL074830/abstract
2. https://www.nasa.gov/feature/goddard/2018/nasa-study-first-direct-proof-of-ozone-hole-recovery-due-to-chemicals-ban
3. https://www.esrl.noaa.gov/csd/assessments/ozone/2010/twentyquestions/Q9.pdf
4. https://www.nas.nasa.gov/About/Education/Ozone/chemistry.html

NASA consegue provas diretas de que o buraco na Camada de Ozônio diminuiu e de que isso foi devido ao banimento dos CFCs NASA consegue provas diretas de que o buraco na Camada de Ozônio diminuiu e de que isso foi devido ao banimento dos CFCs Reviewed by Saber Atualizado on janeiro 06, 2018 Rating: 5

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