Independentemente da dieta, as atividades físicas alteram a composição da flora intestinal
Pesquisadores da Universidade de Illinois, EUA, trouxeram a primeira evidência definitiva de que as atividades físicas, isoladamente, são capazes de mudar substancialmente a flora intestinal e parece que para melhor. A conclusão veio de dois estudos, um em ratos e outro em humanos.
No primeiro estudo, os cientistas transplantaream material fecal de ratos ativos e sedentários para o cólon de ratos sedentários esterilizados (sem possuírem um microbioma na região intestinal). Já no segundo estudo, houve uma análise da composição da flora intestinal de participantes huamnos durante transições de uma vida sedentária para uma mais ativa.
No estudo com ratos, realizado na Mayo Clinic em Rochester, Minnesota, ratos mantidos livres de microrganismos, e sob a mesma condição de cuidado e alimentação, receberam amostras fecais de ratos doadores ou que estavam sedentários ou que estavam fazendo amplas atividades físicas. Os receptores esterilizados que receberam a microbiota de ratos ativos apresentaram uma maior proporção de micróbios que produzem butirato, um ácido graxo de cadeia curta que promove células intestinais saudáveis, reduz inflamação e servem como importante fonte de alimento para as células do cólon de mamíferos (colonócitos).. Esses ratos também pareceram se tornar mais resistentes à colite ulcerativa, uma doença intestinal inflamatória. Nada disso foi reportado dos ratos esterilizados que receberam amostras fecais de ratos sedentários.
Já no estudo humano, os pesquisadores recrutaram 18 adultos magros e 14 obesos, ambos sedentários, e, de início, analisaram a flora bacteriana de ambos os grupos através de amostras fecais. Então, foi iniciado um programa de exercícios no qua eles foram supervisionados em atividades cardiovasculares por 30 a 60 minutos três vezes por semana durante seis vezes. Após isso, amostras fecais foram novamente analisadas. Então, estipulou-se um período de sedentarismo a ser seguindo durante seis semanas. Novamente, amostras fecais foram analisadas no final.
O resultado das análises mostrou que as concentrações de ácidos graxos de cadeia curta, em particular o butirato, subiram significativamente quando as atividades físicas mantiveram-se contínuas. Porém, com o sedentarismo, esses níveis declinaram. Análises genéticas confirmaram que essas diferenças de concentração em relação aos ácidos graxos eram devido às diferenças populacionais de bactérias que os produzem. As variações mais dramáticas foram vistas nos participantes magros, algo que os cientistas não souberam explicar o porquê e que talvez seja respondido em trabalhos futuros.
Concluindo, temos mais um forte motivo para você se exercitar mais. E lembrando que a dieta é o fator mais importante para manter uma flora intestinal saudável.
Publicação do estudo: Medicine & Science in Sports & Exercise
Independentemente da dieta, as atividades físicas alteram a composição da flora intestinal
Reviewed by Saber Atualizado
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dezembro 20, 2017
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