Armados com resistentes chips computacionais, cientistas estão prontos para retornar ao inferno de Vênus
Vênus é o planeta mais próximo da Terra (261000000 km afastado) e possui quase o mesmo tamanho - 12,1 km (Vênus) e 12,7 km (Terra) de diâmetro. Porém, enquanto aqui temos um clima ameno e um efeito estufa moderado, nosso vizinho é praticamente um inferno vivo, onde lá as temperaturas podem alcançar os 464°C e as pressões atmosféricas tão altas quanto 1 km de profundidade no mar. Aliás, é o dióxido de carbono o grande responsável pelo excesso de efeito estufa e gigantesco aquecimento em Vênus, compondo cerca de 96,5% da sua atmosfera. Sem os seus gases estufa (incluindo gases de enxofre), o planeta seria mais frio do que a Terra (hoje ele é mais quente do que Mercúrio!).
Porém, pouco se sabe sobre a superfície do planeta e seu interior. Mesmo estando próximo de nós, sua infernal e grossa atmosfera impossibilita que equipamentos tradicionais resistam por razoáveis períodos de tempo e mantenham bem suas funções. Mas, agora, pesquisadores estão, finalmente, munidos com chips computacionais mais resistentes que podem ser enviados para lá sem a necessidade de comprometedoras armaduras "megazordianas".
- Continua após o anúncio -
Ao invés de ficarem preocupados em protegerem o máximo possível chips convencionais dos danos trazidos pelas altas pressões e temperaturas, colocando-os em sinistras e indesejáveis armaduras, em breve esses chips poderão ficar mais expostos, a bordo de robôs de diferentes formas e melhor adaptados para a exploração da superfície rochosa do planeta, fornecendo dados com precisão antes impossível, incluindo intensidade e padrão dos ventos, temperatura, química geral, pressão e ondas sísmicas.
Os super novos chips de processamento sendo produzidos estão sendo testados em uma máquina de simulação chamada de GEER (Glenn Extreme Environments Rig), a qual simula a atmosfera de Vênus, introduzindo misturas de gases à temperaturas de 460°C, onde o dióxido de carbono flui em estado supercrítico. Os chips são feitos de eletrônicos resistentes ao calor e um novo tipo de semicondutor .
Estudar Vênus é muito importante, especialmente se tratando de um planeta rochoso bem parecido com o nosso em termos de dimensão e distância do Sol, mas que possui condições atmosféricas e geológicas tão diferentes. Como está em uma zona habitável, informações cruciais de lá podem ajudar na caça de outros planetas dentro e fora da nossa galáxia que podem suportar vida, evitando falsos-positivos. Quando vemos um planeta parecido com a Terra, através de observações astronômicas, isso nem sempre pode ser um bom sinal, e, sim, um irmão gêmeo do "mal" estilo Vênus.
Uma das grandes questões a serem respondidas sobre Vênus é se o planeta está 'morto' ou 'vivo', em termos de atividades geológicas. Muitos especialistas acreditam que há cerca de 500 milhões de anos um evento catastrófico cobriu a superfície do planeta de magma vulcânico, tornando-o inativo desde então. Porém, observações mais recentes mostram que emissões de dióxido de enxofre e certos picos de temperatura possivelmente associados a vulcões podem ser sinais de que o planeta ainda está ativo. Existe a possibilidade também de que em um passado muito remoto Vênus possa ter abrigado vida.
Missões espaciais para Vênus não serão feitas em breve, mas não vão demorar para acontecer com os novos avanços tecnológicos.
Referências:
1. http://www.sciencemag.org/news/2017/11/armed-tough-computer-chips-scientists-are-ready-return-hell-venus
2. https://solarsystem.nasa.gov/planets/venus
3. https://www.nasa.gov/venus
Armados com resistentes chips computacionais, cientistas estão prontos para retornar ao inferno de Vênus
Reviewed by Saber Atualizado
on
dezembro 11, 2017
Rating: