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Fortes evidências de um novo mecanismo de resistência bacteriana!



Entender todos os processos pelos quais a resistência bacteriana surge é de fundamental importância para combater a atual crise que vivemos devido à disseminação cada vez maior das superbactérias, estas as quais mostram-se imunes aos antibióticos comumente utilizados. Agora, entre os mecanismos evolucionários que levam à resistência, pesquisadores parecem ter confirmado mais um: transferência horizontal de genes por ´carry-back´.

Em 1973 foi proposta a hipótese de que genes de resistência encontrados em algumas superbactérias gram-negativas poderiam estar vindo de uma classe de bactérias - Actinobactérias, especialmente do gênero Streptomyces - que produzem mais de três quartos dos antibióticos que hoje utilizamos. Esses genes de resistência específicos, responsáveis por enzimas que anulam os efeitos dos antibióticos, são utilizados pelas actinobactérias como auto proteção contra seus antibióticos, estes os quais são usados para impedir outras de crescerem em seu ambiente e, assim, aumentar a oferta de recursos por diminuir a competição.

Agora, um novo estudo publicado na Nature, encontrou fortes evidências favorecendo essa hipótese. Os pesquisadores, analisando bactérias resistentes, encontraram genes de resistência muito parecidos com aqueles das Actinobactérias, sendo que em um caso específico eles eram 100% idênticos! E para explicar como esses genes são passados entre bactérias tão diferentes uma das outras, eles usaram o mecanismo de transferência horizontal de genes (THG) como base, em um novo esquema nomeado de ´carry-back´, o qual envolve uma espécie de "sexo" entre essas bactérias.

Resumidamente, o processo pode ser explicado em três passos:

1°. A bactéria Gram-negativa injeta seu DNA na Actinobactéria, através de um mecanismo naturalmente encontrado na primeira, chamado de conjugação, no qual a célula bacteriana consegue introduzir seu material genético em outras células bacterianas - é considerado pelos cientistas como um equivalente de ´sexo´ entre esses microrganismos, já que ocorre uma troca de informações genéticas. Mesmo em bactérias Gram-positivas, como as Actinobactérias, bem diferentes das Gram-negativas, o processo é conhecido de ocorrer.

2°. Dentro da Actinobactéria, o DNA injetado é mesclado com o DNA ali presente, o qual contém os genes de resistência. Depois que a Actinobactéria morre, o DNA recombinante é liberado no ambiente.

3°. Por último, o DNA injetado - e combinado com o DNA da Actinobactéria - consegue agir como uma ´cola´ e mediador, reconhecendo e mesclando-se com o DNA de bactérias gram-negativas patógenas no ambiente, através de um fenômeno chamado de ´transformação natural´, e acaba levando consigo os genes de resistência nele incorporados. Com isso, surge uma bactéria resistente a um tipo de antibiótico, esta a qual poderá ser selecionada e se espalhar.

Conhecer de onde os genes de resistência se originam são muito importantes na criação de novos antibióticos mais eficientes. Nesse caso do ´carry-back´, é possível testar vulnerabilidades das Actinobactérias e explorá-las nos antibióticos sintéticos.

Publicação do estudo: Nature

Para entender mais sobre as superbactérias: O que são as superbactérias e a resistência bacteriana?


Fortes evidências de um novo mecanismo de resistência bacteriana! Fortes evidências de um novo mecanismo de resistência bacteriana! Reviewed by Saber Atualizado on junho 18, 2017 Rating: 5

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