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Alta de partos prematuros causada pela COVID-19 foi revertida com a ajuda da vacinação, aponta estudo


Durante a pandemia, grávidas se mostraram suscetíveis ao desenvolvimento de COVID-19 severa. A pandemia da COVID-19 elevou a mortalidade materna e as taxas de natimortos, estresse materno, parto prematuro, hospitalizações em UTIs neonatais e de gravidezes ectópicas com ruptura, e infecção com o vírus mostrou-se associada com danos fetais e na placenta e também com casos de transmissão vertical intrauterina. 


Um novo estudo publicado no periódico PNAS (Ref.1), analisando dados a nível populacional de nascimentos nos EUA entre 2014 e 2023, encontrou que infecção materna com o SARS-CoV-2 durante a gravidez causalmente, e substancialmente, aumentou o risco de nascimento prematuro - uma condição com consequências vitalícias para a saúde e bem-estar socioeconômico. O estudo também encontrou que esse efeito desapareceu a partir de 2022 e que isso aconteceu quase 1 ano mais cedo em lugares com adoção precoce e mais ampla da vacinação contra a COVID-19. Os autores do estudo concluíram que a disponibilidade das vacinas e a decisão de usá-las podem ter reduzido um sério fardo de saúde pública para a próxima geração de crianças Norte-Americanas. 


"O efeito da COVID-19 materna a partir do início da pandemia até 2023 é grande, aumentando o risco de nascimentos prematuros nesse período por 1,2 pontos percentuais," disse em entrevista a Dra. Jenna Nobles, uma professora de sociologia da Universidade de Wisconsi-Madison e uma das autoras do novo estudo (Ref.2). "Para impactar as taxas de nascimento prematuro nesse nível é similar à exposição a um desastre natural, como semanas de respiração de intensa fumaça de incêndios florestais."


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Segundo o estudo, os dois primeiros anos da pandemia tiveram enorme impacto nas grávidas em termos de parto prematuro. À medida que o vírus se espalhou de julho até novembro de 2020, a probabilidade de uma grávida com COVID-19 dar a luz >3 semanas antes da data adequada mostrou-se ser 5,4 pontos percentuais acima do esperado - 12,3% ao invés de 6,9%. E o risco para gravidez muito prematura - ou seja, antes de 32 semanas de gestação e tipicamente requerendo cuidado intensivo neonatal - mostrou aumentar em cerca de 38% em grávidas com COVID-19 durante a pandemia.


O estudo analisou em específico dados de natalidade da Califórnia, um estado Norte-Americano muito diversificado, com 40 milhões de habitantes e que contribui com 12% de todos os nascimentos nos EUA. 


O vírus que causa a COVID-19 (SARS-CoV-2) causa sérios danos à gravidez ao elevar as respostas imunes e inflamatórias do corpo, e via deterioração direta e indireta da placenta. Uma consequência desse processo é a interrupção precoce da gravidez e parto muito adiantado em relação ao fim esperado de uma gestação humana (39 a 40 semanas). Nascimento prematuro está associado com vários problemas de curto e de longo prazo para o indivíduo, além de ser o principal contribuidor para mortalidade de bebês. A redução no tempo de desenvolvimento intrauterino pode requerer atenção médica que custa, na média, mais de US$80 mil por criança nos EUA. Nascimento prematuro mesmo que por algumas poucas semanas reduz o potencial educacional, de saúde e de ganhos financeiros na fase adulta.


Vacinação é eficaz em prevenir o desenvolvimento de infecção sintomática, doença severa e morte de grávidas por COVID-19, e pode conferir proteção no útero. As vacinas se tornaram disponíveis para todas as pessoas com 16 anos ou mais de idade no final da primavera de 2021 nos EUA, com significativa variação ao longo de comunidades e grupos sociais. Ao final de março de 2023, cerca de 70% das pessoas grávidas receberam duas doses da vacina contra a COVID-19.


No estudo, os pesquisadores encontraram que o risco para nascimentos prematuros em excesso caiu levemente no início de 2021 antes de cair de forma robusta em 2022, ponto em que COVID-19 materna não mais causava risco para partos prematuros em excesso. E os dados consistentemente mostraram que as vacinas contribuíram para essa queda - e de forma muito mais rápida em regiões na Califórnia com as maiores taxas de vacinação; nessas comunidades, já pelo verão de 2021, ter COVID-19 durante a gravidez não mais tinha efeito no risco de parto prematuro.


O estudo traz mais uma importante evidência realçando a importância da vacinação - e das doses de reforço - contra a COVID-19 e os efeitos deletérios da doença na população e próximas gerações.



REFERÊNCIA

  1. Torche & Nobles (2023). Vaccination, immunity, and the changing impact of COVID-19 on infant health. 120 (49) e2311573120. https://doi.org/10.1073/pnas.2311573120
  2. https://news.wisc.edu/study-spike-in-premature-births-caused-by-covid-halted-by-vaccines/

Alta de partos prematuros causada pela COVID-19 foi revertida com a ajuda da vacinação, aponta estudo Alta de partos prematuros causada pela COVID-19 foi revertida com a ajuda da vacinação, aponta estudo Reviewed by Saber Atualizado on novembro 28, 2023 Rating: 5

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