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ALERTA: Quase 40% das meninas e jovens mulheres estão com deficiência de ferro, aponta estudo


- Atualizado no dia 14 de setembro de 2023 - 


De acordo com um estudo publicado no periódico JAMA (Ref.1), 4 a cada 10 adolescentes e jovens adultos do sexo feminino podem ter níveis de ferro baixos o suficiente para causar sintomas como cansaço e tontura. Mas a maior parte da população feminina provavelmente não sabe disso, porque exames regulares de saúde para esse grupo de idade não inclui um teste sanguíneo que mede as reservas de ferro do sangue, chamado de 'teste de ferritina'. E ainda mais grave: o estudo encontrou que 1 em cada 17 pessoas do sexo feminino com idades de 12 a 21 anos possuem níveis de ferro baixos o suficiente para qualificá-las em um diagnóstico de anemia por deficiência por ferro, uma condição que pode causar sérios prejuízos para o corpo se o quadro não for tratado.


"Deficiência de ferro é um problema subdiagnosticado com impactos adversos, mas seus sintomas e mesmo aqueles de anemia são normalizados em jovens pessoas do sexo feminino," disse em entrevista a autora principal do estudo, Dra. Angela Weyand, uma professora associada de pediatria na Escola de Medicina da Universidade de Michigan (Ref.2). "Por que nós não estamos rastreando para uma condição que é altamente prevalente, facilmente diagnosticada, facilmente tratada e associada com sérios sintomas e risco aumentado de morte se não adereçada?"


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ATUALIZAÇÃO: Um estudo mais recente publicado no periódico PLOS One (Ref.5) encontrou que, na Índia, 6 em cada 10 adolescentes do sexo feminino (15-19 anos) estão anêmicas (hemoglobina: <12 g/dL), e com 21 de 28 estados no país reportando aumento de prevalência da condição desde 2015 - e a nível nacional um aumento de ~54% em 2015-2016 até ~59% em 2019-2021. Vários fatores foram encontrados associados com anemia nesse grupo, incluindo ter mais de um filho, falta de educação escolar, nível socioeconômico e peso abaixo do ideal. Adolescentes do sexo feminino constituem cerca de 17% da população feminina da Índia. na Índia, 6 em cada 10 adolescentes do sexo feminino (15-19 anos) estão anêmicas (hemoglobina: <12 g/dL), com 21 de 28 estados no país reportando aumento de prevalência da condição desde 2015 - e a nível nacional um aumento de ~54% em 2015-2016 até ~59% em 2019-2021. Vários fatores foram encontrados associados com anemia nesse grupo, incluindo ter mais de um filho, falta de educação escolar, nível socioeconômico e peso abaixo do ideal. Adolescentes do sexo feminino constituem cerca de 17% da população feminina da Índia. Em países em desenvolvimento como a Índia, pobreza - que limita acesso a alimentos nutritivos e a serviços de saúde - é um dos principais determinantes de anemia.


> É estimado que 1 em 4 pessoas no mundo está anêmica, com casos aumentando rapidamente para mulheres, grávidas, adolescentes e crianças com menos de 5 anos de idade. Em 2021, 1,92 bilhões de pessoas globalmente tinham anemia, a maioria na África Subsaariana e Sul da Ásia, com deficiência de ferro sendo a principal causa da condição (seguido por hemoglobinopatias, anemias hemolíticas e outras doenças tropicais negligenciadas). Ref.6

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Para o estudo no JAMA, os pesquisadores usaram dados de testes sanguíneos de ferritina e hemoglobina, e outras informações, de uma pesquisa nacional nos EUA chamada NHANES. Nesse sentido, eles analisaram dados de 3490 indivíduos do sexo feminino [generalizado aqui como meninas e mulheres] com idades de 12 a 21 anos que fizeram parte da pesquisa entre 2003 e 2020 exceto para vários anos quando níveis de ferritina não foram coletados. A análise excluiu mulheres jovens que estavam grávidas ou que tinham sinais de condições que podem interferir com os níveis de ferro, incluindo doenças que envolvem inflamação crônica, os rins ou o fígado.


O estudo focou nos níveis de ferritina, esta a qual é a forma do ferro proteína-revestida que é armazenada no fígado e recrutada na circulação sanguínea quando o corpo precisa de mais ferro para ajudar no transporte de oxigênio para tecidos e órgãos, ou para produzir hormônios e construir células, pele e unhas.


Os pesquisadores definiram um nível inferior a 25 microgramas por litro de sangue (μg/L) como a definição para deficiência de ferro. Mas como não existe um claro padrão internacional para qual nível de ferritina é muito baixo, eles também investigaram níveis inferiores a 15 μg/L e 50 μg/L. 


Os pesquisadores também investigaram os níveis de hemoglobina (proteína nas hemácias contendo ferro e responsável pelo transporte de oxigênio no sangue), e classificaram as participantes como tendo anemia se os níveis ficassem abaixo de 12 miligramas por decilitro (mg/dL) de hemoglobina e 25 μg/L de ferritina.


No geral, 39% das meninas e mulheres analisadas tinham níveis de ferritina abaixo de 25 μg/L, e 17% exibiam valores inferiores a 15 μg/L. Em relação a um quadro de anemia induzido por deficiência de ferro, 6% se qualificaram para esse diagnóstico usando uma combinação de níveis iguais ou inferiores a 12 mg/dL de hemoglobina e 25 μg/L de ferritina.


Entre mulheres pretas e Latinas, a taxa de deficiência de ferro mostrou-se ~30% maior quando comparado com mulheres brancas não-Hispânicas. Aquelas com renda familiar próxima ou abaixo da linha de pobreza tinham taxas 24% maiores de deficiência de ferro do que aquelas com maiores rendas. Aquelas com menor índice de massa corporal (IMC) também eram mais prováveis de exibir deficiência de ferro.


Apesar do estudo confirmar que a menstruação (1) em geral estava ligada a menores níveis de ferro, os pesquisadores também mostraram que 27% das meninas que não haviam ainda menstruado tinham também baixos níveis de ferro. Ao mesmo tempo, a taxa de deficiência de ferro no restante do grupo de estudo não mudou com o número de anos que as participantes vinham menstruando. Adolescentes são particularmente vulneráveis a quadros de anemia devido ao período de rápido crescimento e desenvolvimento [maiores requerimentos nutricionais, como vitamina B12, ferro e folato, todos importantes para a produção de células vermelhas] e início da menstruação.


Atuais recomendações médicas priorizam testes para níveis de ferro em bebês e pessoas grávidas ou que possuem um conjunto de sintomas sugestivos de anemia (2). Segundo os autores do novo estudo, exames de rotina para avaliar níveis de ferro deveriam começar a incluir adolescentes do sexo feminino e mulheres jovens - mesmo sem a manifestação de sintomas como fatiga, problemas cognitivos ou de saúde mental, dificuldade respiratória durante exercícios físicos, pele pálida, batidas cardíacas rápidas ou dor de cabeça. Além disso, seria importante que médicos orientassem um maior consumo de alimentos ricos em ferro para esse grupo, tanto de origem animal quanto de origem vegetal (3). Em casos mais sérios de deficiência, suplementos multivitamínicos ou de ferro seriam uma opção; para deficiências mais severas, ferro intravenoso é outra opção.


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(1) Em média, uma pessoa do sexo feminino perde cerca de 60 ml de sangue durante o período menstrual, mas essa quantidade pode ser maior ou menor dependendo do indivíduo, idade e até mesmo do mês da menstruação. Sangramento muito abundante, de longa duração (mais de oito dias) ou com coágulos muito grandes devem ser relatados ao médico/a. Em geral, uma perda sanguínea total ao longo de um período menstrual de 4 a 5 dias é considerada normal caso seja inferior a 60 ml, moderadamente pesada se fica entre 60 e 100 ml e excessiva se ultrapassa os 100 ml. Para mais informações, fica a sugestão de leitura: Os Copos Menstruais valem a pena?


(2) Deficiência de ferro é a mais comum deficiência nutricional no mundo, e os sintomas associados são sutis e não específicos e frequentemente só se tornam aparentes com anemia severa.


(3) As fontes mais ricas de ferro heme [forma mais biodisponível de ferro] na dieta incluem carnes diversas. Fontes de ferro não-heme incluem grãos de feijão, sementes como nozes, vegetais (ex.: couve, espinafre, etc.) e produtos fortificados. Para mais informações sobre deficiência de ferro e fatores que afetam sua assimilação pelo corpo a partir da dieta, fica a sugestão de leitura: Café e chá devem ser tomados antes ou depois das refeições?

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REFERÊNCIAS

  1. Weyand et al. (2023). Prevalence of Iron Deficiency and Iron-Deficiency Anemia in US Females Aged 12-21 Years, 2003-2020. JAMA, 329(24):2191-2193. https://doi.org/10.1001/jama.2023.8020
  2. https://www.michiganmedicine.org/health-lab/study-suggests-need-iron-tests-teen-girls-young-women
  3. https://ods.od.nih.gov/factsheets/Iron-HealthProfessional/
  4. https://www.redcrossblood.org/donate-blood/blood-donation-process/before-during-after/iron-blood-donation/iron-rich-foods.html
  5. Chakrabarty et al. (2023). Is the burden of anaemia among Indian adolescent women increasing? Evidence from Indian Demographic and Health Surveys (2015–21). PLOS Glob Public Health 3(9): e0002117. https://doi.org/10.1371/journal.pgph.0002117
  6. GBD 2021 Anaemia Collaborators (2023). Prevalence, years lived with disability, and trends in anaemia burden by severity and cause, 1990–2021: findings from the Global Burden of Disease Study 2021. The Lancet Haematology, Volume 10, Issue 9, E713-E734. https://doi.org/10.1016/S2352-3026(23)00160-6

ALERTA: Quase 40% das meninas e jovens mulheres estão com deficiência de ferro, aponta estudo ALERTA: Quase 40% das meninas e jovens mulheres estão com deficiência de ferro, aponta estudo Reviewed by Saber Atualizado on agosto 26, 2023 Rating: 5

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