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Provavelmente chove safira, rubi e metal líquido em um planeta gigante explorado pelo Hubble, aponta estudo

 

O planeta WASP-121b é um planeta gasoso ultraquente (>2273°C nas camadas superficiais) orbitando uma estrela F6V a cada 30,6 horas, e localizado a cerca de 850 anos-luz da Terra. O planeta - praticamente uma versão muito quente de Júpiter - está travado gravitacionalmente com a sua estrela (rotação sincronizada) (1), com um lado sempre voltado para a estrela (sempre iluminado) e o outro sempre escuro. No lado iluminado, as temperaturas excedem 3273°C, caindo para menos de 1773°C nas mais frias regiões do lado escuro. Além disso, no lado iluminado existe uma inversão térmica, com as temperaturas aumentando com a altitude ou, de forma equivalente, com a redução da pressão atmosférica. Essa inversão térmica é pensada ser causada por absorvedores ópticos capturando uma ampla fração da radiação estelar incidente nas altitudes mais elevadas, incluindo ferro (Fe), água (H2O), monóxido de carbono (CO), óxido de Titânio (TiO), íon hidreto (H-), magnésio (Mg), cromo (Cr), vanádio (V) e óxido de vanádio (VO) gasosos.


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(1) O mesmo efeito ocorre entre a Lua e a Terra. Para mais informações: Erros mais comuns sobre a Lua

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Agora, em um estudo publicado no periódico Nature Astronomy (Ref.1), pesquisadores modelaram a dinâmica físico-química na atmosfera do WASP-121b, e encontraram condições tão extremas que permitem a chuva de metal líquido, safira e rubi no lado escuro do planeta. Com temperaturas que podem alcançar quase 3800°C no lado iluminado, suficiente para vaporizar metais (como já apontado em análises espectrais prévias), ventos gerados na atmosfera de 18000 km/h podem carregar "nuvens de metais" para o lado escuro do planeta. No lado escuro, as temperaturas caem a um ponto suficiente (~1273°C) para alumínio e titânio gasosos precipitarem sobre as camadas mais profundas da atmosfera. Isso explica a ausência desses metais nas leituras espectrais feitas pela câmara espectroscópicas do Telescópio Espacial Hubble.


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O mais interessante nesse último ponto seria que o alumínio provavelmente condensaria na forma de coríndon, um mineral cristalino a base de óxido de alumínio (Al2O3). Quando traços de elementos como Cr, Fe e Ti são incluídos no coríndon, temos gemas de rubi (vermelho) e de safira (azul).


Essa mesma dinâmica pode também estar sustentando um violento ciclo de água no planeta, com moléculas de água circulando entre os lados iluminado e escuro e sendo continuamente dilaceradas no lado iluminado (quebra em átomos de hidrogênio e de oxigênio) e regeneradas no lado escuro.


REFERÊNCIA

  1. Mikal-Evans et al. (2022). Diurnal variations in the stratosphere of the ultrahot giant exoplanet WASP-121b. Nature Astronomy 6, 471–479. https://doi.org/10.1038/s41550-021-01592-w
  2. https://physicsworld.com/a/liquid-metal-ruby-and-sapphire-could-rain-down-on-huge-exoplanet/

Provavelmente chove safira, rubi e metal líquido em um planeta gigante explorado pelo Hubble, aponta estudo Provavelmente chove safira, rubi e metal líquido em um planeta gigante explorado pelo Hubble, aponta estudo Reviewed by Saber Atualizado on janeiro 01, 2023 Rating: 5

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