Nas últimas quatro décadas, perdemos uma média de 69% das populações de animais vertebrados selvagens, segundo relatório da WWF
[14 de outubro de 2022] - Segundo novo e preocupante Relatório Planeta Vivo, da World Wildlife Fund (WWF), as populações selvagens de vertebrados - mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes - tiveram uma queda de 69% em média desde 1970. Entre 1970 e 2018, as populações monitoradas na região da América Latina e do Caribe encolheram 94% em média.
No Brasil, o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis), nativo da Amazônia, foi um dos destaques dessa trágica situação, incluindo uma queda populacional de 65% entre 1994 e 2016 na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no estado do Amazonas. Além da contaminação por mercúrio, esses animais estão sofrendo com a captura não intencional em redes, com ataques em represália pela danificação de equipamentos de pesca e pela captura para o uso como isca na pesca da Piracatinga.
Foram analisados 32 mil populações de 5230 espécies de todo o planeta. Ao lado das mais de mil espécies brasileiras que compõem o relatório, figuram populações do gorila da planície oriental, que tiveram um declínio estimado de 80% no Parque Nacional Kahuzi-Biega da República Democrática do Congo entre 1994 e 2019. No caso das populações do leão-marinho australiano, a queda foi de 64% entre 1977 e 2019.
Nas populações de água doce, em menos de uma geração houve uma queda média de 83%, o maior declínio entre os grupos de espécies avaliadas.
O relatório indicou que os principais fatores do declínio das populações de vertebrados em todo o mundo são a degradação e perda de habitat, exploração, introdução de espécies invasoras, poluição, mudanças climáticas e doenças.
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