James Webb captura anéis de poeira que marcam encontros entre duas estrelas

 
Nova imagem liberada pela NASA, capturada pelo Telescópio Espacial James Webb, revelou um fantástico fenômeno cósmico: a formação de pelo menos 17 anéis concêntricos de poeira emanando de um par de estrelas. Localizado a "apenas" 5 mil anos-luz da Terra, o par estelar é coletivamente chamado de Wolf-Rayet 140.

Cada anel foi criado quando as duas estrelas se aproximaram uma da outra e seus ventos estelares (correntes de gás e partículas diversas - ionizadas ou não - que esses corpos expulsam para o espaço) se encontraram, comprimindo o gás e formando poeira (estruturas sólidas). As órbitas circulares dessas estrelas as juntam uma vez a cada oito anos; assim como os anéis de crescimento no tronco de árvores, os anéis de poeira marcam a passagem do tempo. Em outras palavras, a imagem do James Webb capturou o registro de pelo menos 136 anos de história dessas duas estrelas - com outros anéis provavelmente muito dispersos para detecção.

A imagem também reforça o quão sensitivas são as câmeras de infravermelho do James Webb. Antes do novo telescópio espacial entrar em operação, apenas dois anéis de poeira eram conhecidos do sistema Wolf-Rayet 140. 

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Uma estrela Wolf-Rayet é uma estrela tipo-O, formada com uma massa pelo menos 25 vezes maior que aquela do Sol, e, provavelmente, irá colapsar em um buraco negro no final da sua "vida". Muito quente, esse tipo de estrela gera poderosos ventos solares que empurram grande quantidade de gás para o espaço; acredita-se que a estrela no sistema Wolf-Rayet 140 expeliu mais da metade da sua massa original através desse processo. Devido ao enorme tamanho estelar, grande quantidade de outros elementos bem mais pesados do que o hidrogênio e o hélio são formados via fusão nuclear, como carbono (C) (1), fornecendo matéria-prima para a formação de poeira no momento de compressão.

> É estimado que existem, no mínimo, alguns poucos milhares de estrelas Wolf-Rayet na Via Láctea, mas apenas cerca de 600 são conhecidas.

(1) Aliás, você sabia que fusão nuclear NÃO é o único processo de síntese de elementos químicos nas estrelas, e que a fusão nuclear no Sol não deveria ocorrer mas ocorre em abundância? Entenda (um dos artigos mais completos e atualizados sobre o tema): Como são formados os elementos químicos? 

Referência: https://www.nasa.gov/feature/jpl/star-duo-forms-fingerprint-in-space-nasa-s-webb-finds