Descoberto fóssil representando o mais antigo ancestral conhecido dos animais modernos
Em um estudo publicado esta semana no periódico Nature Ecology (1), pesquisadores reportaram a descoberta de um fóssil (Fig.a) datado entre 556 e 562 milhões de anos atrás (período Ediacarano), e que pode representar o mais antigo exemplo de um grupo evolucionário ainda vivo hoje. Encontrado na Floresta de Charnwood, Reino Unido, o fóssil foi nomeado (espécie Auroralumina attenboroughii) em homenagem ao famoso naturalista e apresentador David Attengorough, sendo descrito como ancestral de um grupo (medusozoano) de animais que inclui as águas-vivas, anêmonas-do-mar e os corais, e o mais antigo cnidariano conhecido.
O fóssil mostra dois pólipos bifurcantes fechados em um esqueleto rígido, poliédrico e orgânico com evidência de tentáculos simples e densamente empacotados (Fig.b-c).
O achado é também mais uma evidência contra a ideia tradicionalmente aceita de que a fixação de filos e de planos corporais observados nos animais modernos - e origem em geral desses últimos - ocorreu apenas no evento conhecido como Explosão Cambriana, há cerca de 539 milhões de anos atrás (dezenas de milhões de anos depois da emergência do A. attenboroughii e de outros fósseis do período Ediacarano descritos nos últimos anos).
REFERÊNCIA
- Dunn et al. (2022). A crown-group cnidarian from the Ediacaran of Charnwood Forest, UK. Nat Ecol Evol 6, 1095–1104. https://doi.org/10.1038/s41559-022-01807-x