Últimas Notícias

[5]

Pacientes com COVID-19 enfrentam um risco de morte 60% maior após a recuperação

 
Nem sempre a alta hospitalar é o fim dos problemas causados pela COVID-19. À medida que a pandemia avança, acumulando mais de 146 milhões de casos registrados e quase 3,1 milhões de óbitos confirmados, está ficando cada vez mais claro que mesmo aqueles que tiveram uma COVID-19 leve continuam sofrendo uma variedade de problemas de saúde bem depois da infecção inicial. No mundo todo, profissionais de saúde observam uma série de complicações decorrentes da doença, que vão de manifestações dermatológicas a distúrbios cardíacos e podem surgir meses após resolvido o quadro agudo da infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).


- Continua após o anúncio -


Agora, em um estudo publicado no periódico Nature (1), pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington, EUA, mostraram que os sobrevivente da COVID-19 - incluindo aqueles que não ficaram doentes o suficiente para serem hospitalizados - possuem um risco aumentado de morte em até quase 60% nos próximos seis meses pós-recuperação quando comparados com a população geral.


O estudo, conduzido sobre a população Norte-Americana, englobou dados clínicos de mais de 87 mil pacientes com COVID-19 e de quase 5 milhões de pacientes recuperados de doenças diversas (bancos de dados federais) incluídos como controle. Os dados foram então sistematicamente e compreensivamente analisados para identificar sequelas pós-COVID-19 afetando o sistema respiratório e vários outros danos a nível sistêmico, incluindo sistema nervoso e transtornos neurocognitivos e mentais, desordens metabólicas, desordens cardiovasculares, desordens gastrointestinais, mal-estar, fatiga, dores musculoesqueléticas e anemia. Essas sequelas foram identificadas e caracterizadas de forma direta e indireta, através de diagnósticos médicos/laboratoriais, variações no uso de medicamentos diversos e mesmo a partir de relatos anedóticos.


Os resultados mostraram que após a recuperação dos pacientes com COVID-19 - hospitalizados ou não - o risco de morte nos sobreviventes (além dos primeiros 30 dias da doença) era aumentado em mais de 59% em relação à população em geral, com o risco aumentando de forma proporcional à severidade da COVID-19. Na marca de 6 meses, o excesso de mortes entre todos os sobreviventes da COVID-19 foi estimado em 8 para cada 1000 pacientes. Entre os pacientes que necessitaram de hospitalização, o excesso era de 29 mortes para cada 1000 pacientes ao longo dos 6 meses, e um aumento de 50% em relação aos sobreviventes hospitalizados infectados pelo Influenza (gripe).


- Continua após o anúncio -


Esses preocupantes achados reforçam também o caráter multissistêmico da COVID-19, a qual pode afetar quase todos os órgãos do nosso corpo, diretamente (infecção viral em tecidos com receptores ACE2) e/ou indiretamente (danos colaterais da resposta imune, como excesso de inflamação). Entre os maiores problemas de saúde pós-COVID-19 persistindo ao longo dos 6 meses de acompanhamento - incluindo múltiplos problemas em pacientes individuais -, os pesquisadores encontraram:


- Sistema respiratório: tosse persistente, dificuldade respiratória e problemas com sentidos de paladar e de olfato.

- Saúde mental: ansiedade, depressão, problemas de sono e abuso de substância.

- Metabolismo: emergência de diabetes, obesidade e colesterol alto.

- Sistema cardiovascular: doença coronária aguda, falha cardíaca, palpitações cardíacas e ritmos cardíacos irregulares.

- Sistema gastrointestinal: constipação, diarreia e refluxo ácido.

- Rins: lesão renal aguda e doença renal crônica que podem, em casos severos, requerer diálise.

- Regulação coagulatória: perigosos coágulos sanguíneos nos pulmões e pernas.

- Pele: vermelhidão e perda capilar.

- Sistema musculoesquelético: dores nas articulações e fraqueza muscular.

- Saúde geral: mal-estar, fatiga e anemia.


Isso fortemente sugere que as mortes por COVID-19 oficialmente registradas podem estar dramaticamente subestimando o real impacto da doença nas taxas de mortalidade, e representando apenas a ponta do iceberg. É preciso maior investimento de saúde pública no sentido de acompanhar e assistir de forma mais adequada os pacientes recuperados da COVID-19, e alertá-los sobre a maior fragilidade do corpo.

-------------

ATUALIZAÇÃO (13/05/21): Estudo publicado no periódico JACC Cardiovascular Imaging trouxe evidência clínica sugerindo que indivíduos com COVID-19 leve provavelmente não terão danos à estrutura e à função cardíacas persistentes (de longo prazo), pelo menos até 6 meses após a recuperação.

------------

(1) Publicação do estudo: https://www.nature.com/articles/s41586-021-03553-9

Pacientes com COVID-19 enfrentam um risco de morte 60% maior após a recuperação Pacientes com COVID-19 enfrentam um risco de morte 60% maior após a recuperação Reviewed by Saber Atualizado on abril 23, 2021 Rating: 5

Sora Templates

Image Link [https://2.bp.blogspot.com/-XZnet68NDWE/VzpxIDzPwtI/AAAAAAAAXH0/SpZV7JIXvM8planS-seiOY55OwQO_tyJQCLcB/s320/globo2preto%2Bfundo%2Bbranco%2Balmost%2B4.png] Author Name [Saber Atualizado] Author Description [Porque o mundo só segue em frente se estiver atualizado!] Twitter Username [JeanRealizes] Facebook Username [saberatualizado] GPlus Username [+jeanjuan] Pinterest Username [You username Here] Instagram Username [jeanoliveirafit]