Potencial de vida apontado em Titã, um dos satélites de Saturno
Além da Terra, Marte e o satélite natural de Saturno Encélado (1) são considerados os corpos no Sistema Solar com maior potencial para a vida. Outro satélite Saturniano com potencial de vida é Titã, o qual, além de ser geologicamente ativo, é coberto por uma superfície cheia de compostos orgânicos (hidrocarbonetos no caso) e por uma grossa camada de água congelada cobrindo um potencial oceano de água líquida.
Nesta semana, durante a Conferência de Ciência Lunar e Planetária (2), pesquisadores apresentaram um modelo de impacto associado à cratera Menrva, no satélite natural de Saturno. A cratera é estimada de ter sido formada há cerca de 1 bilhão de anos, a partir do choque de um asteroide de 34 km de extensão atingindo a superfície a 7 km/s. Segundo o modelo de impacto, o evento teria potencialmente criado um grande lago na região, ligando a superfície com o oceano subsuperficial, e misturando água derretida da crosta congelada e água rica em sais minerais do oceano com os compostos orgânicos da superfície e da atmosfera. Além disso, a energia térmica associada com o impacto e transferido para a crosta teria sido suficiente para elevar as temperaturas na região para cerca de 280 K (próximo de 9°C).
Esse lago com temperaturas favoráveis à vida teria persistido por cerca de 1 milhão de anos antes de ser congelado. Esse tempo pode ter sido suficiente para vida simples ter emergido na sopa temporária de nutrientes pré-bióticos. A região da cratera Menrva, nesse sentido, se torna uma ótima área para a busca de bioassinaturas em missões espaciais futuras.
(1) Para mais informações, acesse: Encélado: O satélite em Saturno capaz de sustentar a vida
(2) Referência (paper): https://www.hou.usra.edu/meetings/lpsc2021/pdf/2309.pdf