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Padrão de sono e ciclo menstrual nos humanos estão ligados aos ciclos lunares, apontam estudos


Apesar de existirem muitas alegações sobre a influência da Lua sobre o comportamento humano e mesmo sobre processos fisiológicos do nosso corpo, evidências científicas de suporte são elusivas, controversas ou simplesmente refletem crenças populares. Por exemplo, a tão famosa relação entre a maior incidência de partos com a Lua Cheia é considerado um mito na medicina. Agora, dois estudos publicados na Science Advances trouxeram importante evidência de que os humanos modernos (Homo sapiens) estão de fato naturalmente ligados com o movimento do nosso satélite natural. E apesar dos achados não estabelecerem causalidade e efeito, os pesquisadores concluíram que seria muito difícil explicá-los como resultado de puro acaso.


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A Lua exibe três diferentes ciclos que afetam a intensidade de luminosidade lunar - luz refletida do Sol - e efeitos gravitacionais sobre a Terra. O ciclo de iluminação da Lua Cheia/Nova (mês sinódico) se repete, na média, a cada 29,53 dias, à medida que a Lua se move através dos seus dois pontos de alinhamento (sizigiais) com a Terra e o Sol. Como a Lua e a Terra não se movem a uma velocidade constante durante suas órbitas elípticas, o período sinódico varia entre 29,27 e 29,83 dias. O ciclo lunar de paralisação (mês tropical) dura 27,32 dias e emergem a partir da declinação da órbita da Lua relativa ao plano equatorial da Terra, a qual faz com que a Lua se mova para frente e para trás entre suas posições mais ao norte e mais ao sul no céu. O ciclo perigeu-apogeu (mês anomalístico) dura, na média, 27,55 dias e recorre à medida que a Lua se move para frente e para trás entre os extremos mais próximo (perigeu) - quando a massa lunar exerce máxima força gravitacional sobre a Terra - e mais longe (apogeu) - quando a massa lunar exerce mínima força gravitacional sobre a Terra - da órbita elíptica. O mês anomalístico traz ainda mais variações no período do que o mês sinódico: varia entre 24,5 e 28,8 dias.



O mês sinódico claramente afeta a intensidade da luz lunar e a gravidade (visível nas marés), enquanto os meses anomalísticos e tropicais afetam principalmente a gravidade e, em menor grau, a intensidade de luz. A Lua também afeta a cauda magnética da Terra, criando, portanto, campos de oscilação eletromagnética sobre a superfície terrestre durante seus ciclos que podem ser sentidos inclusive pelos animais. Além disso, os três ciclos lunares interagem uns com os outros. Por exemplo, a cada 206 dias, quando a Lua está no seu perigeu e, simultaneamente, na Lua Nova ou Cheia, as forças gravitacionais sobre a Terra são muito altas. 


MENSTRUAÇÃO E CICLO LUNAR


Em várias espécies marinhas e algumas espécies terrestres, o comportamento reprodutivo é sincronizado com uma fase particular do ciclo lunar (frequentemente Lua Cheia ou Nova). Esse padrão comportamental aumenta a chance de sucesso reprodutivo ao sincronizar o comportamento reprodutivo dos membros individuais de uma espécie. O ciclo menstrual das mulheres, apesar de variar muito (!), tende a ser próximo ou ao redor de 28 dias na média. Mulheres cujos ciclos se aproximam do período de ~29,5 dias da Lua têm sido reportadas de possuírem a maior probabilidade de se tornarem grávidas

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(!Leitura recomendadaTrês mitos esclarecidos: Ciclo menstrual de 28 dias, corrida dos espermatozoides e exclusividade masculina da próstata 

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Estudos prévios - mas limitados - nesse sentido encontram que cerca de 28% das mulheres reprodutivamente maduras mostram um ciclo menstrual de 29.5 ± 1, e entre essas mulheres, menstruação tende a se manifestar quando a Lua cheia emerge..


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Para melhor esclarecer essa questão, o primeiro estudo publicado no periódico Science Advances (1) investigou em detalhes o ciclo menstrual de 22 mulheres, as quais mantiveram registro de cada início de menstruação por um período médio de 15 anos. Desse total, 10 mantiveram registro englobando tanto idades mais jovens (<35 anos) quanto idades mais velhas (>35 anos). Do restante, os registros englobavam apenas idades mais jovens ou apenas idades mais velhas.


Os pesquisadores hipotetizaram que o comportamento reprodutivo humano pode ter sido síncrono com a Lua na antiguidade, mas que o estilo de vida mais moderno emergiu e humanos cada vez mais ficaram expostos à luz artificial durante a noite.


Para testar a hipótese, os pesquisadores analisaram estatisticamente os dados de longo prazo das 22 mulheres, precisamente alinhando-os com as flutuações dos ciclos lunares. Os resultados mostraram que a maior parte dos ciclos menstruais se alinhavam com o mês sinódico em certos intervalos. Os ciclos menstruais também se alinharam com o mês tropical em 13,1% das vezes em mulheres com 35 anos ou menos e 17,7% das vezes em mulheres com mais de 35 anos, sugerindo que a menstruação também é afetada pelas mudanças nas forças gravimétricas associadas com a Lua. Além disso, os pesquisadores observaram uma maior sincronização entre os ciclos menstruais e lunares durante as longas noites de inverno, quando as mulheres experienciaram prolongada exposição à luz lunar.


Enquanto que no estudo os ciclos luminescentes e gravimétricos da Lua pareceram afetar individualmente apenas de forma fraca os ciclos menstruais, os achados do estudo sugeriram que esses ciclos exibem um mais forte efeito juntos, com os ciclos menstruais em maior sincronia com ritmos lunares quando a Lua está mais próxima da Terra.


SONO E CICLO LUNAR


O tempo e a duração do sono têm mudado drasticamente ao longo da história e evolução humana seguindo mudanças na organização social e subsistência. Seres humanos, com reduzida capacidade de visão em ambientes com baixa luminosidade, são em sua maior parte diurnos, e acredita-se que grupos nômades sincronizam o início do sono com o anoitecer quando se torna muito escuro para caçar ou se reunir em segurança. O estabelecimento das sociedades industriais, com a ampla disponibilidade de fontes artificiais de luz, permitiram que os humanos acomodassem os padrões de sono e de despertar com as demandas da sociedade moderna ao criar ambientes bem iluminados - ou escurecidos - que os isolaram de forma considerável dos ciclos naturais, afetando também o relógio interno do corpo.


Enquanto o Sol é a mais importante fonte de luz e sincronizador dos ritmos circadianos para quase todas as espécies, a luz lunar também modula a atividade noturna em organismos que vão desde larvas de invertebrados até primatas. A luz da Lua é tão intensa para os olhos humanos, que fica inteiramente razoável imaginar que, na ausência de outras fontes de luz, essa fonte de luz noturna pode ter tido um papel em modular a atividade noturna e de sono da nossa espécie. De fato, estudos mais recentes têm reportado que o sono humano e a atividade cortical, sob condições laboratoriais estritamente controladas, estão sincronizados com as fases lunares.


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Nesse sentido, no segundo estudo (2), cientistas da Universidade de Washington, da Universidade de Quilmes na Argentina e da Universidade de Yale, EUA, reportaram que os ciclos de sono nas pessoas oscilam de forma consistente durante o ciclo lunar de 29,5 dias: nos dias levando à Lua Cheia, as pessoas tendem a ir dormir mais tarde na noite e por mais curtos períodos. Os pesquisadores observaram essas variações temporais no sono tanto em áreas rurais quanto em áreas urbanas - desde comunidades indígenas no norte da Argentina até estudantes universitários em Seattle. E essas oscilações foram observadas independente do acesso à eletricidade, apesar das variações terem sido menos pronunciadas em indivíduos vivendo em ambientes urbanos.


Para essa conclusão, os pesquisadores primeiro rastrearam os padrões de sono de 98 indivíduos vivendo em três comunidades indígenas Toba-Qom, na província Argentina de Formosa, através de monitores de pulso. Todas as três comunidades mostraram as mesmas oscilações de sono à medida que a Lua progredia ao longo do seu ciclo de 29,5 dias. Dependendo da comunidade, o total de sono variou entre os ciclos lunares por uma média de 46 a 58 minutos, e o tempo para ir dormir variou em cerca de 30 minutos. Na média, as pessoas nessas comunidades possuíam os horários mais tardios de sono e os mais curtos períodos de sono nas noites de três a cinco dias levando até a Lua Cheia.


Seguindo esse achado, os pesquisadores então analisaram dados de monitores de pulso de 464 estudantes universitários que tinham sido coletados para um estudo separado. Eles encontraram as mesmas oscilações. As noites levando à Lua Cheia - quando os participantes dormiam de menos e mais tardiamente - tinham mais luz natural disponível após o escurecer, com essa luminosidade lunar aumentando progressivamente e se originando de um ponto mais alto no céu; na outra metade posterior da fase de Lua Cheia, existe também uma significativa luminosidade lunar, mas no meio da noite.


Os pesquisadores hipotetizaram que os padrões observados são uma adaptação inata que permitiram que nossos ancestrais há milhares de anos ganhassem significativa vantagem da intensa luminosidade lunar que ocorre em períodos específicos durante o ciclo da Lua. Ou seja, maior resistência ao sono para aproveitar ao máximo o dia mais iluminado: no período diurno pelo Sol, e de noite pela Lua.


No caso de duas das três comunidades indígenas, os pesquisadores também encontraram uma oscilação "semilunar" nos padrões de sono, o qual pareceu modular o principal ritmo lunar com um ciclo de 15 dias ao redor das fases de Lua Cheia e Nova. Esse efeito semilunar pode estar associado com o máximo puxo gravitacional da Lua sobre a Terra.



REFERÊNCIAS

Padrão de sono e ciclo menstrual nos humanos estão ligados aos ciclos lunares, apontam estudos Padrão de sono e ciclo menstrual nos humanos estão ligados aos ciclos lunares, apontam estudos Reviewed by Saber Atualizado on fevereiro 01, 2021 Rating: 5

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