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Paleontólogos revelam o lugar "mais perigoso na história da Terra"


- Atualizado no dia 24 de março de 2024 -

Em um robusto estudo de revisão publicado no periódico ZooKeys (Ref.1), pesquisadores liderados pelo Dr. Nizar Ibrahim, um professor assistente de Biologia na Universidade de Detroit Mercy e Pesquisador Visitante da Universidade de Portsmouth, EUA, revelaram que há cerca de 100 milhões de anos, o Saara representava o mais perigoso lugar na história conhecida da Terra, um lugar dominado por um enorme e incomparável número de grandes predadores. O achado foi feito após a análise do registro fóssil acumulado referente a uma área de formações rochosas do Cretáceo localizada ao sudeste do Marrocos, e conhecida como Grupo Kem Kem.

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Há cerca de 100 milhões de anos, as regiões do Grupo Kem Kem eram constituídas por um vasto sistema de rios em meio a Era dos Dinossauros na África, e abrigavam várias e diferentes espécies de animais aquáticos e terrestres. Fósseis dessa área incluem três dos maiores dinossauros carnívoros até o momento conhecidos, incluindo o Carcarodontossauro (com um comprimento acima de 8 metros, gigantescas mandíbulas e dentes serrilhados com até 20 cm de comprimento) e o Deltadromeus (com cerca de 8 metros de comprimento, e um membro da família de raptores com longos e atipicamente finos membros traseiros em comparação com o tamanho do corpo) - e ambos os gêneros com espécies que podiam superar os 12 metros -, assim como vários répteis voadores (pterossauros) (!) de grande porte - extensão de asas de 4-6 m -, tartarugas e predadores similares a crocodilos (Crocodyliformes). Alguns desses crocodilianos possuem crânios fossilizados de quase 2 metros.

(!) Sugestão de leitura: 

"Este sem sombra de dúvidas era o mais perigoso lugar na história do planeta Terra, um lugar onde um humano viajante do tempo não duraria muito tempo," disse o Dr. Ibrahim em entrevista para o jornal da Universidade de Portsmouth (Ref.2).



Os fósseis revelados na área eram dominados por vertebrados e invertebrados aquáticos, quase todos predadores. Aproximadamente 85% dos vertebrados descritos eram aquáticos ou subaquáticos, e, com exceção de alguns pterossauros e dinossauros, a maioria vivia exclusivamente ou predominantemente dentro de um ambiente com abundância de água, incluindo poças, rios, deltas ou habitats próximos de margens.

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Muitos dos predadores descritos dependiam de um grande suprimento de peixes, estes os quais atingiam grandes dimensões e incluíam, por exemplo, peixes-pulmonares (Lepidosireniformes) e celacantos (Coelacanthiformes). Os celacantos dessa época eram provavelmente quatro ou mesmo cinco vezes maiores do que os atuais celacantos, considerando crânios encontrados de até 30 cm de comprimento. Essa dieta piscívora é acusada pela dentição e forma dos crânios de grande parte dos predadores vertebrados do Grupo Kem Kem. Entre os mais notáveis predadores nessa categoria, temos o famoso dinossauro terópode Espinossauro (Spinosaurus).



Curiosamente, os pesquisadores não encontraram registros de fósseis pertencentes a aves/dinossauros-aviários ou a mamíferos, dois clados geralmente bem representados na fauna do Cretáceo. Uma variedade de pequenos crocodilianos - como a espécie Hamadasuchus rebouli, e os gêneros Araripesuchus e o Lavocatchampsa -, alguns dos quais podem ter sido insetívoros ou herbívoros, talvez possam ter substituído os mamíferos como herbívoros dominantes de pequeno porte, mas isso não explica a ausência das aves. Trabalhos futuros são necessários para esclarecer a questão.


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ATUALIZAÇÃO: Um estudo publicado no periódico Journal of Vertebrate Paleontology (Ref.3) encontrou uma diversidade ainda maior de carnívoros terópodes no Grupo Kem Kem, representada por pelo menos quatro clados (famílias Spinosauridae, Carcharodontosauridae, Abelisauridae e Noasauridae) e provavelmente sete táxons: Deltadromeus agilis, Spinosaurus aegyptiacus, Sigilmassasaurus brevicollis, Carcharodontosaurus saharicus, Sauroniops pachytholus,um pequeno noassaurídeo e um abelissaurídeo indeterminado próximo relacionado ao gênero Rugops.




Os quatro táxons de carnívoros terópodes revelados no novo estudo a partir de reanálise de dentes fossilizados. Ref.3


Leitura recomenda:

REFERÊNCIA
  1. Ibrahim et al. (2020). Geology and paleontology of the Upper Cretaceous Kem Kem Group of eastern Morocco. ZooKeys 928: 1-216. https://doi.org/10.3897/zookeys.928.47517
  2. https://www.port.ac.uk/news-events-and-blogs/news/palaeontologists-reveal-the-most-dangerous-place-in-the-history-of-planet-earth
  3. Hendrickx et al. (2024). A combined approach to identify isolated theropod teeth from the Cenomanian Kem Kem group of Morocco: cladistic, discriminant, and machine learning analyses. Journal of Vertebrate Paleontology, e2311791. https://doi.org/10.1080/02724634.2024.2311791
Paleontólogos revelam o lugar "mais perigoso na história da Terra" Paleontólogos revelam o lugar "mais perigoso na história da Terra" Reviewed by Saber Atualizado on abril 26, 2020 Rating: 5

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