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Na cidade de São Paulo, as mortes por COVID-19 são 168% maiores do que os números oficiais, sugere especialista


No Brasil, já temos acumulado um total de 71886 casos de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) - patógeno responsável pela doença COVID-19 - e 5017 mortes. A tendência de aumento no número de mortes - em um mesmo período comparável - está mais alto do que nos EUA, país que hoje enfrenta uma grave crise de saúde e econômica decorrente da pandemia (1). Só de ontem para hoje foram 224 mortes no estado de São Paulo, epicentro da doença no Brasil. No total, são 2049 mortes e 24041 casos confirmados no estado. No Amazonas, o sistema de saúde já vem testemunhando colapsos, e os caixões estão sendo, literalmente, empilhados em Manaus.

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(1) Para mais informações, acesse: O quão rápido o novo coronavírus se espalha e por que freá-lo?

No entanto, esses números provavelmente estão muito subestimados e a situação pode estar bem mais grave no território Brasileiro. Até poucos dias atrás, nosso país fazia apenas 296 testes para cada milhão de habitantes, uma taxa risível em comparação com outros países com grande número de casos - na Alemanha, hoje, são feitos quase 30000 testes/milhão. Hoje essa taxa aumentou consideravelmente, mas ainda continuamos fazendo menos de 1600 testes/milhão, quase 20 vezes menos do que os Alemães. Isso, obviamente, gera um preocupante problema de sub-notificação.

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Corroborando esse cenário, uma análise do epidemiologista Paulo Lotufo, da USP, com base em dados exclusivos fornecidos ao G1 pelo Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade (PRO-AIM), da Secretaria Municipal da Saúde, As mortes provocadas pela pandemia de Covid-19 no município de São Paulo estão na realidade 168% acima do número atribuído oficialmente ao SARS-CoV-2.

Levando em conta apenas as mortes por causas naturais (excluindo homicídios e acidentes em geral), praticamente não houve diferença nos números de janeiro e fevereiro em relação à média dos cinco anos anteriores, como mostra o gráfico. Em março, contudo, houve 743 mortes a mais, ou 12,5% acima da média registrada no mesmo mês entre 2015 e 2019. Dessas, apenas 277 foram atribuídas oficialmente ao novo coronavírus, a primeira delas no dia 17 daquele mês.



Mesmo que nem todas tenham sido provocadas diretamente pelo vírus ou que muitas até tenham, mas tenham ficado escamoteadas pela falta de testes, é o total que representa o efeito mais relevante da pandemia nas estatísticas paulistanas. Não apenas as 277 comprovadamente resultantes de infecções ou as demais 258 suspeitas, casos de síndromes respiratórias. O total – as 743 – é o que os epidemiologistas costumam chamar de “excesso de mortalidade por todas as causas”, número que traduz não apenas a sub-notificação nos casos oficiais, mas o impacto verdadeiro da COVID-19 na cidade.

“Quando você tem uma pandemia, há uma alteração total dos relacionamentos de saúde e doença”, disse Lotufo em entrevista ao G1. “Uma característica especial deste vírus é um quadro mais grave para quem já tem, por exemplo, doença cardíaca. Essas pessoas iam viver por mais quatro, cinco, dez anos e acabam morrendo. Começa a haver competição pela atenção médica com outras doenças.”

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Nesse sentido, pouco importa se alguém morre de COVID-19 oficialmente, se seu caso é registrado apenas como pneumonia ou se bate o carro, sofre traumatismo craniano e não encontra vaga na UTI. “Mesmo que a razão imediata da morte seja outra, a causa de tudo não deixa de ser a COVID-19”, afirmou Lotufo. Enquanto a atenção se volta para o combate ao vírus, cirurgias deixam de ser feitas, tumores deixam de ser extraídos, há queda na vacinação infantil, em programas de combate a tuberculose ou hanseníase e vários outros.

Em março, somando as 6.668 mortes por causas naturais às demais, a cidade registrou ao todo 7.007, ou 9% acima da média dos cinco anos anteriores (4355 mortes registradas no sistema e 2.652 ainda não processadas). É um número chocante se lembrarmos que a primeira morte oficial por COVID-19 ocorreu apenas no dia 17 e que a quarentena reduziu a circulação na cidade, provocando uma queda de 58% nas mortes por acidentes e outras causas externas.

Até domingo passado, o abril paulistano já somava 5612 mortes, 867 oficialmente atribuídas ao coronavírus e outras 1277 a síndromes respiratórias. Só o número confirmado já faz da COVID-19, de longe, a principal causa de mortalidade na cidade, respondendo por 39% das declarações de óbito registradas ou 15% do total.

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Outro problema é que o PRO-AIM envolve o processamento manual de todas as certidões de óbito. Só no início do mês seguinte o total passa a refletir a realidade. Portanto, mesmo casos de óbito já confirmados de abril, por exemplo, só estarão completamente disponíveis até 10 maio. Para a COVID-19, foi montado um esquema de emergência, em que hospitais e outras fontes enviam as informações digitalmente por e-mail. Esses dados precisam estar disponíveis em 24 horas, no máximo 48 horas. Mas esse sistema ainda é deficiente em várias cidades Brasileiras, o que compromete os estudos de comportamento da pandemia no Brasil.


(2) Referência: G1/Site da Globo

> Site da PRO-AIM: Secretária de Saúde de SP

Na cidade de São Paulo, as mortes por COVID-19 são 168% maiores do que os números oficiais, sugere especialista Na cidade de São Paulo, as mortes por COVID-19 são 168% maiores do que os números oficiais, sugere especialista Reviewed by Saber Atualizado on abril 28, 2020 Rating: 5

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