TNT pode ser substituído após 116 anos dominando o mercado de explosivos

Cientistas no Alamos National Laboratory, em Aberdeen, Maryland, desenvolveram um novo explosivo que pode ser um potencial substituinte para o trinitrotolueno, o famoso TNT.

Há um bom tempo os pesquisadores vem tentando encontrar uma substância que possa ter a mesma ou maior qualidade e eficiência que o TNT (especialmente uma baixa sensibilidade - não detone fácil com fricção e impacto -, um relativo baixo ponto de fusão e uma alta estabilidade térmica) mas que seja menos ou não tóxico. Agora, uma nova molécula orgânica nitrogenada, chamada de 'bis-oxadiazola' (nomenclatura curta), pode ser a resposta.

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A nova molécula possui 24 átomos, entre carbono, nitrogênio, hidrogênio e oxigênio, e possui uma performance (pressão de detonação) 1,5 vezes maior do que o TNT. Além disso, pode ser aquecida para sua fusão - com o objetivo de manipulá-la - sem se decompor de forma significativa. Suas propriedades, em parte, parece ser devida às ligações intramoleculares de hidrogênio observadas na estrutura cristalina do composto.

O primeiro desafio após os cientistas terem sintetizado e aprovado a nova molécula, foi planejar um método de síntese otimizado que gerasse um bom rendimento, para que ela se tornasse comercialmente viável. No começo, a primeira rota de síntese resultou em um rendimento de apenas 4%. Após várias propostas e tentativas, uma nova rota conseguiu garantir 44% de rendimento. Agora, vários testes serão realizados para averiguar seus impactos ambientais e para a saúde humana, os quais são esperados que sejam ínfimos.

O TNT é listado pelas agências de saúde como um possível carcinogênico, e exposição ao material está associado com problemas no sangue - como anemia - e com funções hepáticas anormais. Foi sintetizado pela primeira vez em 1863, pelo químico Julius Wibrand, mas seu real potencial explosivo só foi descoberto em 1891. Desde então, vem sendo usado extensamente como explosivo em munições, minas e na indústria desde 1902.

Publicação do estudo descrevendo a substância: ACS Publications