Cães ajudando na luta pela conservação da espécie de besouro Osmoderma eremita!

Os besouros da espécie Osmoderma eremita - família Scarabaeidae e presentes em vários países europeus - estão próximos de entrar em estado de risco de extinção. Para melhor protegê-los, é necessário primeiro identificá-los e monitorá-los com precisão no meio ambiente. E isso é um grande desafio.

A espécie vive apenas brevemente na forma adulta, sendo bastante elusiva nessa fase. Já na forma de larva, vive por mais de 3 anos, porém fica sempre enterrada em troncos de árvores. O atual método padrão para detectar esse besouro envolve a coleta de amostras de troncos, algo que é bem questionável quanto à eficiência, consome bastante tempo e pode danificar seriamente tanto a comunidade da espécie quanto seu habitat.

Agora, cientistas italianos mostraram que o uso de cães treinados para encontrá-los é muito mais eficiente e não invasivo. Basicamente, os resultados, publicados na Nature Communication, mostraram que:

- Os cães conseguiam uma média de acerto de 73% na busca por troncos colonizados pelo besouro, contra algo entre 34 e 50% obtidos de dois especialistas analisando uma área

- Os cães eram bem mais ágeis nas buscas, gastando um média de 6 minutos e 50 segundos para analisar todas as árvores de uma dada área, enquanto a mesma tarefa por dois especialistas demoraria cerca de 80 minutos.

Como os cães são muito mais eficientes e partem em uma busca não invasiva (ou seja, não precisam ficar fazendo coletas e abrindo buracos nos troncos), os pesquisadores oferecem essa alternativa no monitoramento da espécie.

Além desses besouros, cães estão também sendo empregados para a busca científica de várias espécies, de anfíbios a mamíferos.

Publicação do estudo: Nature

Referência adicional: IUCN