Otimizando a fotossíntese!

Uma pesquisa financiada pela ´Bill and Melinda Gates Foundation´ e realizada na Universidade de Illinois conseguiu aumentar a produtividade da planta de tabaco entre 14 e 20% ao modificar três proteínas na planta relacionadas com a fotossíntese! O estudo foi publicado na Science esta semana.

Normalmente, para não haver danos nas folhas, as plantas dissipam o excesso calor vindo da luz solar (energia luminosa absorvida mas não utilizada) através de um processo conhecido como ´nonphotochemical quenching´ (NPQ), este o qual é ativado e desativado por proteínas específicas dependendo das necessidades. Mas o intervalo de tempo para a ativação e desativação pode ir de 30 minutos até 1 hora. Modelos simulando esse processo, e o atraso de resposta envolvido, mostram que a eficiência das plantas pode diminuir, dependendo da espécie, entre 7,5 e 30% em situações em que o NPQ não é necessário, como quando a planta fica sobre a sombra de outra ou quando a luz solar é tapada por uma nuvem.

Quando os pesquisadores modificaram proteínas relacionadas com esse processo, para que elas fossem ativadas e desativadas mais rapidamente, houve um grande aumento de produtividade na planta do tabaco. Muitos cientistas acreditavam que isso não seria possível.

Agora, o objetivo é testar a estratégia em outras plantas (o tabaco foi alvo dos experimentos porque pode ser mais facilmente trabalhado em laboratório). Mas como o processo do NPQ é similar em praticamente todas as plantas, é grande as chances dos testes serem positivos. E pesquisas como essa são mais do que importantes, especialmente quando a ONU projetou que até 2050 o mundo vai precisar produzir 70% mais alimentos para sustentar a população em constante crescimento.

Referências:
1. http://science.sciencemag.org/content/354/6314/857
2. https://www.eurekalert.org/pub_releases/2016-11/uoia-stp111116.php