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Estudo encontra mais casos e mortes de COVID-19 em áreas suportando o presidente Bolsonaro


Em um estudo a ser apresentado este ano no Congresso Europeu de Microbiologia & Doenças Infecciosas (ECCMID) em Lisboa, Portugal (23-26 de abril), pesquisadores da Sociedade Mineira de Infectologia e da Associação Mineira de Epidemiologia e Controle de Infecções demonstraram uma correlação entre a atitude negacionista do presidente Jair Bolsonaro relativa à COVID-19 (doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2) e uma maior incidência da doença e de mortalidade associada. 


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O estudo, envolvendo os 853 municípios de Minas Gerais (o segundo estado mais populoso localizado no sudeste Brasileiro), encontrou que, naqueles municípios que deram suporte eleitoral ao Bolsonaro, os casos de COVID-19 e mortes foram substancialmente mais altos do que em municípios onde o Bolsonaro perdeu o suporte eleitoral em 2018.


"O papel de políticos teve um impacto crítico sobre as respostas à COVID-19 na pandemia no Brasil desde o início", afirmou o Dr. Carlos Starling da Sociedade Mineira de Infectologia. "O presidente Jair Bolsonaro negou a severidade da COVID-19, promoveu tratamentos sem evidência de eficácia, e desencorajou o distanciamento social, o uso de máscaras, lockdowns locais e outras medidas protetoras, algo que provavelmente resultou em maiores taxas de infecções e mortes por COVID-19 entre seus apoiadores".


O total oficial de mortes aqui no Brasil ultrapassou 659 mil, o terceiro maior valor entre os países ao redor de todo o mundo. Existe ainda significativa subnotificação de mortes aqui no Brasil (2).


(2) Leitura recomendada: Até o final de 2021, a COVID-19 pode ter causado mais de 18 milhões de mortes no mundo


No estudo, os pesquisadores também  investigaram a efetividade das vacinas contra a COVID-19 em reduzir a transmissão do vírus e as mortes pela doença nos municípios de Minas Gerais. Usando dados dos casos confirmados de COVID-19 e mortes, taxas de vacinação e os resultados das eleições de 2018 a partir dos sites governamentais oficiais, eles calcularam a taxa de incidência da COVID-19 (novos casos para cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias) e taxa de mortalidade (mortes ara cada 1 milhão de habitantes nos últimos 14 dias) para cada município entre 21 de janeiro de 2021 (quando a vacinação teve início no Brasil) e 10 de novembro de 2021.


Os resultados mostraram que até 10 de novembro de 2021, mais da metade da população (mais de 55%) na maioria dos municípios estavam totalmente vacinados com Astrazeneca (41%), Pfizer (32%) ou Coronavac (28%). No geral, as análises encontraram que a taxa de vacinação entre janeiro e novembro foi similar entre os municípios, e, à medida que cada vez mais pessoas eram completamente vacinadas contra o SARS-CoV-2, menor era a incidência de COVID-19 e as taxas de mortalidade.


No entanto, em municípios onde o Bolsonaro ganhou o voto eleitoral, a taxa de incidência da COVID-19 era 30% maior (7,6%; 1284454 casos/16961800 habitantes de 445 municípios) do que em municípios onde o presidente perdeu o voto (5,6%; 249704 casos/4450502 habitantes de 408 municípios). Além disso, a taxa de morte por COVID-19 foi 60% maior em municípios com maior suporte eleitoral para o Bolsonaro comparado com aqueles com menor suporte eleitoral (212 mortes por COVID-19 para cada 100 mil habitantes vs. 132 mortes por COVID-19 para cada 100 mil habitantes).


Os pesquisadores também realizaram uma avaliação mais detalhada comparando o impacto da vacinação sobre a incidência de COVID-19 e as taxas de morte em 33 municípios com mais de 100 mil habitantes, e descobriram uma correlação negativa entre vacinação e casos de COVID-19 e mortes em todos os 33 municípios (municípios com taxas menores de vacinação tinham a maior incidência de casos e taxas de mortalidade), exceto para cinco cidades onde existia uma correlação negativa, mas não significativa, entre a taxa total de vacinação e a taxa de mortes. 


"É provável que milhares de vidas foram perdidas de forma desnecessária por causa do presidente Bolsonaro, este o qual caracterizou a COVID-19 como uma 'gripezinha' e promoveu campanhas contra lockdowns, fechamento de escolas e outras medidas de controle epidêmico", disse o Dr. Braulio Couto da Associação Mineira de Epidemiologia e Controle de Infecções. "No entanto, nossos resultados indicam que o povo Brasileiro possui grande confiança nas vacinas, e as falsas alegações e dúvidas levantadas pelo Bolsonaro sobre as vacinas da COVID-19 não preveniram vacinação em massa, com o aumento da taxa de vacinação ao longo do tempo consistentemente reduzindo os casos e as mortes por COVID-19."


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Os autores realçaram, por outro lado, que as análises fazem parte de um estudo ecológico observacional e não provam que o negacionismo do Bolsonaro causou um excesso de mortes ou de novos casos de COVID-19, apenas sugerem a possibilidade de tal efeito. Os autores apontaram várias limitações, incluindo a falácia ecológica - as relações válidas para um grupo que podem não ser válidas para indivíduos - e eles não descartam a possibilidade de que co-fatores não levados em conta, como níveis educacionais e renda familiar, tenham afetado os resultados.


REFERÊNCIA

  • (1) Brazilian study finds COVID-19 cases and deaths higher in areas with electoral support for President Bolsonaro. The European Congress of Clinical Microbiology & Infectious Diseases (ECCMID 2022). Link para mais informações: https://www.eurekalert.org/news-releases/949744


Estudo encontra mais casos e mortes de COVID-19 em áreas suportando o presidente Bolsonaro Estudo encontra mais casos e mortes de COVID-19 em áreas suportando o presidente Bolsonaro Reviewed by Saber Atualizado on abril 16, 2022 Rating: 5

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