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Últimas sobre a pandemia: 75% das cepas virais no Brasil vieram da Europa entre fevereiro e março



Últimas atualizações - estudos revisados por pares e preprints de maior destaque - sobre a pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e sua doença associada (COVID-19). No momento, já são mais de 650 mil mortes confirmadas e mais de 16 milhões de casos registrados, números provavelmente muito subestimados. Nas últimas semanas, recordes e mais recordes de casos diários registrados continuam sendo divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).


> Taxas de infecção são similares entre cães, gatos e humanos. Em um estudo publicado como preprint (ainda não revisado por pares) no periódico bioRxiv (Ref.1), pesquisadores da Universidade de Bari resolveram analisar 540 cães e 277 gatos no norte da Itália entre março e maio deste ano, vivendo em casas com pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2 e em regiões severamente afetadas pela COVID-19. Testes com anticorpos acusaram uma infecção prévia pelo vírus em 3% dos cães e 4% dos gatos analisados. Essas taxas de infecção nesses animais são comparáveis com aquelas vistas em pessoas na Europa na época da testagem. Porém, é importante reforçar que não existem evidências de que cães e gatos possam transmitir o vírus para humanos. Para mais informações, sobre a infecção de animais não-humanos pelo novo coronavírus, acesse: Gatos e outros animais não-humanos podem ser infectados pelo novo coronavírus?

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> Corrida armamentista entre o SARS-CoV-2 e humanos. Em um estudo publicado no periódico Molecular Biology and Evolution (Ref.2), pesquisadores concluíram que proteínas humanas estão degradando a estrutura viral do SARS-CoV-2 com mutações e o vírus está respondendo a esse ataque. Analisando comparativamente mais de 15 mil genomas virais de amostras coletadas ao redor do mundo, eles encontraram mais de 6 mil mutações nas cepas do novo coronavírus. O material genético do SARS-CoV-2 é formado por RNA, o qual contém as bases nucleotídicas (letras) adenina (A), guanina (G), uracila (U) e citosina (C). Os pesquisadores mostraram que o vírus possui uma alta taxa de mutações gerando resíduos de uracila. Isso indica a ação da proteína humana chamada de APOBEC, a qual pode fomentar mutações em vírus. Investigando mais a fundo os processos evolutivos consequentes, os pesquisadores encontraram forte evidência de seleção natural como resposta do vírus ao ataque proteico. Pares de UU e resíduos de U mostraram muito menos prevalentes nos vírus do que o previsto, ou seja, uma provável forma de compensar os ataques proteicos e aumentar o número de partículas virais viáveis nos hospedeiros. O conteúdo de pares de UU mostrou ser 1/4 do predito. O achado possui implicações importantes para o desenvolvimento de vacinas.


> Perda de olfato e danos não-neuronais. A perda de olfato (anosmia), junto com a perda de paladar, é um dos principais sintomas neurológicos da COVID-19, mas o mecanismo por trás desse fenômeno não está bem esclarecido. Em um estudo publicado no periódico Science Advances (Ref.3), pesquisadores mostraram que o SARS-CoV-2 parece causar esse sintoma ao atacar células não-neuronais de suporte no nariz e na parte dianteira do cérebro. Isso fortemente sugere que os neurônios sensoriais olfatórios não são vulneráveis ao vírus, especialmente porque estes não expressam o receptor ACE2, uma proteína na superfície celular crucial para a infecção do SARS-CoV-2. Isso também indica que as perdas de olfato não são permanentes, como vêm sendo observado entre vários pacientes com COVID-19 que eventualmente recuperaram esse sentido - apesar dessa recuperação variar muito entre os pacientes (Para mais informações, acesse: Quais os sintomas da COVID-19?)
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> Vacina de mRNA ARCoV. Em um estudo publicado no periódico Cell (Ref.4), pesquisadores reportaram os resultados de testes clínicos em animais não-humanos de mais uma promissora vacina candidata contra o novo coronavírus, chamada de ARCoV. A ARCoV é uma vacina lipídio-nanopartícula-encapsulada de mRNA codificante do domínio de ligação do receptor (RBD) da proteína Spike do SARS-CoV-2. Imunização intramuscular dessa vacina em ratos e em primatas não-humanos produziram robustos anticorpos neutralizantes e resposta de células-T (do tipo Th1). A vacina conferiu completa proteção a ratos. Além disso, a ARCoV - na forma líquida - se mostrou capaz de se manter estável a temperatura ambiente por pelo menos 1 semana. Atualmente, se encontra na Fase I de testes clínicos em humanos.


> Fatores genéticos de risco para a COVID-19. Em um estudo publicado no periódico JAMA (Ref.5), pesquisadores reportaram que raras mutações no gene TLR7 do cromossomo X parecem tornar o indivíduo mais suscetível às formas mais graves da COVID-19. A conclusão veio após análise de 4 jovens pacientes (<35 anos) do sexo masculino provenientes de 2 famílias, e que apresentaram uma forma mais severa da COVID-19. As mutações (deleções ou substituições) tornam o gene TLR7 - associado a importantes funções no sistema imune - desfuncional. Isso pode ajudar a explicar também o porquê das mulheres serem mais resistentes à COVID-19, já que como possuem dois cromossomos X, caso genes em um cromossomo se tornem desfuncionais por causa de mutações, cópias desses genes no outro cromossomo podem compensar essas perdas. Fica aqui também a sugestão de leitura: Genes e grupos sanguíneos estão associados com a severidade da COVID-19, confirma estudo


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> Decifrada proteína de evasão imune do SARS-CoV-2. Para incorporar seu RNA mensageiro (mRNA) no maquinário genético sem sofrer retaliação do nosso sistema imune, o SARS-CoV-2 - e o coronavírus do SARS - expressa uma enzima chamada de nsp16 que, em conjunto com a proteína nsp10, 'camufla' esse mRNA ao metilar sua porção final 5'. Essa camuflagem torna o mRNA viral similar ao mRNA celular. Disrupções nessa enzima no SARS-CoV (responsável pela SARS) reduzem a síntese de RNA viral em 10 vezes. Em um estudo publicado no periódico Nature Communications (Ref.6), pesquisadores reportaram a elucidação da estrutura tridimensional das proteínas nsp16 e nsp10 específicas do SARS-CoV-2. O feito pode abrir caminho para o desenvolvimento ou procura de fármacos que possam inutilizar essas enzimas.


> Origem do SARS-CoV-2 no Brasil. Em um estudo publicado na Science (Ref.7), pesquisadores analisaram 427 genomas do novo coronavírus coletados de indivíduos infectados em São Paulo e no Rio de Janeiro, e os dados de deslocamento da população no Brasil. As análises revelaram mais de 100 fontes internacionais de entrada do SARS-CoV-2 no Brasil, e que 75% das cepas circulando no país vieram de três clados introduzidos a partir da Europa entre 22 de fevereiro e 11 de março deste ano. Como logo após esse período houve um aumento de 25% dos voos internos no Brasil antes de ser decretada mais restrições no transporte aéreo, é provável que o vírus se dispersou inclusive para as partes mais remotas do país. Isso indica que o Brasil precisa de intervenções mais extensivas para frear o avanço da epidemia do SARS-CoV-2, porque o potencial de surtos provavelmente está em quase todas as regiões. Os pesquisadores também encontraram que o número de reprodução (R, número de pessoas infectadas para cada indivíduo infectado) no início da epidemia nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro era acima de 3, diminuindo para próximo de 1 com as medidas não-farmacológicas de controle epidêmico, em especial o isolamento social (fechamento de escolas e do comércio, banimento de grandes aglomerações públicas, etc.).

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> Óxido nítrico e COVID-19. Em um estudo de revisão publicado no periódico Nitric Oxide (Ref.8), pesquisadores sugeriram que a inalação do gás óxido nítrico (NO) por pacientes com COVID-19 pode ajudar a frear a progressão da doença para casos mais graves. O NO é uma conhecida molécula antimicrobiana e anti-inflamatória e com substancial efeito nas funções vasculares do pulmão no contexto de infecções virais e outras doenças pulmonares. Em estudos prévios, o NO mostrou inibir a replicação viral do SARS-CoV (responsável pela SARS) através de reações citotóxicas mediadas por moléculas como o peróxinitrito. No novo estudo, os pesquisadores revisaram essas e outras evidências científicas acumuladas entre os anos de 1993 e 2020, encontrando forte suporte para o uso desse gás na luta contra a COVID-19.


Últimas sobre a pandemia: 75% das cepas virais no Brasil vieram da Europa entre fevereiro e março Últimas sobre a pandemia: 75% das cepas virais no Brasil vieram da Europa entre fevereiro e março Reviewed by Saber Atualizado on julho 26, 2020 Rating: 5

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