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Maconha causa sérios danos fetais e uso recreativo está ligado a derrames


Dois estudos recentes reforçaram a preocupação com o crescente uso recreativo de maconha pela população em geral, e o uso recreativo e de derivados medicinais pelas grávidas. Na Scientific Reports (1), pesquisadores reportaram a primeira forte evidência empírica de que o consumo de componentes da maconha (canabinoides THC e CBD) podem causar danos cerebrais e defeitos faciais em fetos durante o primeiro semestre de gravidez. Já um estudo publicado no periódico Stroke (2) encontrou que usuários frequentes de maconha entre adolescentes e jovens adultos estava ligado a um aumento mais do que significativo no risco de derrame e que pessoas diagnosticadas com o transtorno de uso do cannabis eram mais prováveis de serem hospitalizadas por causa de distúrbios do ritmo cardíaco (arritmias).

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GRAVIDEZ

No primeiro estudo, publicado em um periódico englobado pela Nature, os pesquisadores mostraram pela primeira vez em mamíferos que basta apenas uma exposição aos canabinoides - sintéticos ou naturais - da maconha para causar problemas no feto em desenvolvimento. O estudo foi realizado com ratos, os quais são muito acurados como modelos para o desenvolvimento fetal que ocorre na primeira fase da gravidez em humanos. O desenvolvimento embrionário ao longo de todos os vertebrados - devido à maior proximidade do ancestral comum - é bastante similar, especialmente dentro do mesmo grupo de vertebrados. Estudos prévios já haviam mostrado que a exposição a canabinoides sintéticos a peixes-zebras resultava em deformações no desenvolvimento embrionário assim como os canabinoides naturais. Ter o mesmo resultado ao longo de grupos distintos de vertebrados reforça o novo achado.

No novo estudo, os efeitos deletérios observados no desenvolvimento craniofacial e do cérebro causadas pela exposição única aos canabinoides THC (tetraidrocanabinol) e CBD (canabidiol) - principais compostos ativos da maconha - foram muito similares aos vistos na síndrome alcoólica fetal (FAS). Nesse sentido, os pesquisadores também encontraram que quando os canabinoides e o etanol das bebidas alcoólicas eram administrados juntos - mesmo baixas quantidades alcoólicas -, as chances de defeitos fetais mais do que dobravam. Segundo a conclusão do estudo, esses danos podem estar associados com a interação entre o organismo e essas drogas a nível celular, desregulando sinalizações importantes entre moléculas e células que controlam o crescimento e o desenvolvimento, em particular a sinalização Sonic Hedgehog (Shh) via reações iniciadas no receptor canabinoide CB1.



Os pesquisadores administraram variadas quantidades de canabinoides com etanol no dia 8 da gravidez dos roedores analisados, o que equivale à 3°-4° semana de gravidez nos humanos. Esse é um período quando a exposição alcoólica e aos canabinoides é especialmente danosa ao feto, e é quando frequentemente muitas mulheres nem sabem que estão grávidas. As quantidades de CBD administradas foram dentro da faixa considerada terapêutica para humanos, e os níveis de THC foram similares àqueles encontrados no fumo da maconha.

O uso de maconha está aumentando drasticamente, e cerca de 4% das gravidezes estão já sendo expostas a essa droga, através do uso recreativo ou como medicamentos anti-náuseas. No entanto, alguns subgrupos de grávidas trazem taxas de exposição muito maiores: na Califórnia, EUA, já foi reportado o uso de maconha por quase 20% das mulheres grávidas com idades de 18-24 anos. Além disso, estudos já reportaram um aumento na incidência de vários defeitos fetais durante o período de legalização da maconha no território Norte-Americano. Existem inclusive a hipótese de que o aumento nos casos de autismo e de TDAH podem estar relacionados com o aumento no consumo de maconha na gravidez (3). Para finalizar, muitos produtos hoje no mercado trazem concentrações cada vez maiores de THC

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(3) Para mais informações, acesse: Fumo e uso recreativo da maconha: Lobo sob pele de cordeiro

O achado reforça que mulheres grávidas ou tentando engravidar não devem consumir quaisquer quantidades de maconha ou de bebidas alcoólicas. Os canabinoides da maconha e o etanol conseguem facilmente atravessar a barreira placentária e serem metabolizados pelo feto.

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EFEITOS CEREBROVASCULARES

No segundo estudo, observacional, pesquisadores analisaram os dados de 43860 participantes, com idades de 18 a 44 anos e onde 13,6% reportaram uso recente de maconha (dentro dos últimos 30 dias). Esses dados foram coletados de uma pesquisa nacional representativa da população Norte-Americana - realizada de 2016 a 2017 - chamada Behavioral Risk Factor Surveillance System. A análise foi ajustada no sentido de levar em conta co-fatores de risco (uso de bebidas alcoólicas, hipertensão, fumo de tabaco, diabetes, entre outros), comorbidades relevantes e características demográficas.

Dos participantes com uso recente de maconha, 63,3% eram homens. Os adultos jovens dentro desse grupo expressaram um risco quase 2 vezes (1,82x) maior de derrame quando comparado com não-usuários de maconha, e cerca de 2,45x maior entre os usuários frequentes (>10 dias/mês). Entre os usuários frequentes, o risco de derrame era ainda maior quando existia o uso concomitante de cigarro (3,12x) e cigarro eletrônico (2,63x).

O achado, mesmo não comprovando causalidade, corrobora reportes não-conclusivos de estudos anteriores ligando uma maior taxa de eventos neurovasculares adversos - incluindo hipotensão sistêmica, funções vasomotoras alteradas, embolização e estenose intracraniana multi-focal - em usuários jovens de maconha. Além disso, o aumento da potência da maconha no mercado - maior concentração de THC - está associado a um maior risco de complicações neurológicas, principalmente derrames devido a efeitos pró-coagulantes sobre as plaquetas.



(1) Publicação do estudo: Nature

(2) Publicação do estudo: Stroke

Maconha causa sérios danos fetais e uso recreativo está ligado a derrames Maconha causa sérios danos fetais e uso recreativo está ligado a derrames Reviewed by Saber Atualizado on novembro 25, 2019 Rating: 5

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