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Não é preciso cortar o consumo de carne vermelha ou processada


Segundo uma robusta série de estudos de revisão sistemática e de meta-análises publicada ontem no periódico Annals of Internal Medicine (1), a maioria dos adultos pode continuar comendo carne processada e vermelha no atual nível de consumo. No total, foram 5 estudos de revisão sistemática (incluindo também 3 meta-análises in situ), conduzidos por um painel internacional de cientistas liderado por pesquisadores das Universidades de Dalhousie e de McMaster, Canadá, o qual analisou sistematicamente as evidências acumuladas em testes clínicos randomizados e estudos observacionais das últimas décadas que investigaram o impacto do consumo desses alimentos no sistema cardiometabólico e no risco de cânceres.

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Em uma revisão de 12 testes clínicos envolvendo 54 mil pessoas, os pesquisadores não encontraram associação significativa ou importante entre o consumo de carne e o risco de doenças cardíacas, diabetes ou câncer. Em três revisões sistemáticas e de meta-análise de estudos cohorts seguindo milhões de pessoas, uma redução muito pequena no risco dessas doenças foi observada entre aqueles que consumiam três ou menos porções de carne vermelha ou processada por semana, mas a associação foi incerta. As quatro revisões sistemáticas foram realizadas de forma paralela, e, em uníssono, não encontraram mínimas evidências de que o atual consumo de carnes vermelhas e processadas traz prejuízos para a população adulta a nível populacional.

Os autores também realizaram uma quinta revisão sistemática sobre as atitudes e valores relacionados à saúde de pessoas que comiam carnes vermelhas ou processadas. Eles encontraram que as pessoas comiam carne porque as viam como saudáveis, gostavam do gosto e eram relutantes a abandonarem a dieta. Carnes vermelhas possuem alta densidade de nutrientes, especialmente proteínas e vitamina B12, apesar de um excesso ser potencialmente prejudicial devido à presença de gorduras saturadas.

Os achados vão contra as atuais recomendações de saúde promovidas pelas agências internacionais de saúde (limitar ao máximo o consumo desses dois tipos de carnes), as quais são baseadas em grande parte em estudos observacionais (os quais não determinam causalidade, apenas associação) (2). Por exemplo, as recomendações das agências de saúde dos EUA recomendam limitar o consumo de carne vermelha, incluindo carne processada, a aproximadamente 1 porção semanal. No Reino Unido, recomenda-se que o consumo de carne vermelha e processada não ultrapasse 70 g/dia. Centros de pesquisa internacionais para o câncer recomendam consumir de forma moderada carne vermelha e consumir muito pouco de carne processada (sugerida ser carcinogênica).

"Este não é apenas outro estudo sobre carne vermelha e processada, mas uma série de revisões sistemáticas de alta qualidade resultando em recomendações que nós pensamos serem muito transparentes, robustas e confiáveis", disse Bradley Johnston, professor PhD da Universidade de Dallhousie, um dos autores do estudo, em entrevista para o jornal da universidade (3).

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No entanto, os pesquisadores reforçaram que o foco do estudo era apenas nos impactos que o consumo de carne vermelha e/ou processada tinham sobre a saúde humana, e não nos impactos ambientais e no bem-estar dos animais. Nesse sentido, eles defendem uma redução geral no consumo de carne - especialmente vermelha - em defesa dos direitos dos animais e para a promoção de um mundo mais sustentável. Um consumo moderado, não excessivo.

A nova série de estudos, realizada por 14 cientistas de sete países (consórcio NutriRECS), obviamente será revisado por cientistas do mundo inteiro, e novos estudos ainda mais robustos serão realizados para confirmarem ou refutarem os achados.

Não houve conflito de interesses declarado ou fontes primárias externas de financiamento. A realização do estudo foi independente.


(1) Estudos:
I. Annals
II. Annals
III. Annals
IV. Annals
V. Annals


(2) Aliás, temos o mesmo problema com as bebidas alcoólicas, onde no passado estudos observacionais sugeriam que o consumo alcoólico moderado era benéfico à saúde. Co-fatores nesse tipo de estudo estão em alto risco de serem ignorados ou subestimados. De fato, estudos de melhor qualidade nos últimos anos não encontram benefícios em qualquer nível de consumo alcoólico, apenas prejuízos. Para saber mais, acesse: A verdade sobre os benefícios à saúde do consumo alcoólico

(3) Referência adicional: McMaster University

Não é preciso cortar o consumo de carne vermelha ou processada Não é preciso cortar o consumo de carne vermelha ou processada Reviewed by Saber Atualizado on outubro 01, 2019 Rating: 5

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