Neandertais parecem ter tido uma infância prolongada como a da nossa espécie!

A ideia de que os Neandertais atingiam rapidamente a fase adulta, assim como outros primatas, pode acabar de ser enterrada com a publicação de um novo estudo na Science desta semana.

Os humanos modernos, Homo sapiens, geralmente eram tidos como primatas únicos em relação ao tempo de desenvolvimento. Chimpanzés, por exemplo, levam quase duas vezes menos tempo do que os indivíduos da nossa espécie para atingirem a fase adulta. Nossa infância e consequente atraso para a idade reprodutiva são muito longos, e mesmo nossos ancestrais mais recentes do gênero Homo, como o Homo erectus, cresciam bem mais rápido do que nós. Cientistas, então, começaram a debater quando tal característica de prolongada infância evoluiu até chegar à nossa espécie.

Agora, analisando o fóssil de um Homo neanderthalensis criança, os pesquisadores descobriram que nossos primos parecem que também possuíam uma infância prolongada e demoravam para chegar à fase adulta. As análises mostraram que o crescimento dos membros dessa criança eram similares ao padrão de crescimento das crianças humanas hoje. E o estudo vem para reforçar um estudo do ano passado, o qual mostrou que diferentes partes do desenvolvimento do cérebro dos neandertais após o nascimento eram similares ao padrão encontrado em humanos modernos, após a análise de 15 crânios de neandertais, incluindo de um recém-nascido e um par de crianças com idade inferior a 2 anos.

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Há cerca de 300 mil anos, nossa espécie já estava rondando por aí, e nessa época nosso desenvolvimento já era bem lento. A principal teoria que explica essa necessidade de uma infância demorada afirma que ter grandes cérebros como o nosso é tão metabolicamente custoso que os humanos precisam atrasar a idade reprodutiva - e, portanto, mais longas infâncias - para que primeiro as mães estejam mais velhas e fortes/maiores o suficiente para terem energia para alimentar os bebês e seus cérebros famintos e em explosivo crescimento.

Apesar dos recentes achados sugerirem que essa teoria possa também ser aplicada aos neandertais, outros pesquisadores alertam que as evidências ainda são insuficientes, especialmente porque esse novo estudo teve foco em apenas um fóssil de criança dessa espécie. Outros mais precisam ser analisados para que melhores conclusões sejam alcançadas. De qualquer forma, é mais um indício mostrando o quão parecido conosco os neandertais eram.

Referências:
1.http://www.sciencemag.org/news/2017/09/neandertals-humans-may-have-had-long-childhoods
2.http://www.sciencemag.org/news/2016/07/neandertal-baby-brains-may-have-grown-ours