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Cigarros eletrônicos dobram o risco de ataques cardíacos e podem gerar sérios danos no DNA



Os cigarros eletrônicos estão ficando cada vez mais populares, com a venda desses produtos sendo fomentada pela pesada propaganda de que eles são seguros. A indústria do tabaco, já em poder de grande parte das vendas dos assim também chamados e-cigarros, está tentando a todo custo empurrar essa nova forma de consumo de nicotina (e de outras drogas) para criar novos usuários viciados e fiéis, e, assim, recuperar seus clientes perdidos com a substancial queda na venda de cigarros. A promoção de e-cigarros, de forma implícita, está visando também os adolescentes e até mesmo crianças (1). Porém, assim como ocorreu décadas atrás, quando não conhecíamos o efeito crônico do fumo na saúde das pessoas, hoje também não sabemos qual é o resultado a longo prazo da inalação diária dos vapores do cigarro eletrônico (compostos por uma mistura de solventes orgânicos aquecidos). Esses produtos foram introduzidos no mercado em 2004.

Cada vez mais estudos estão sendo acumulados (1) mostrando que os cigarros eletrônicos causam substanciais danos no corpo a curto prazo e potencialmente a longo prazo, especialmente nas vias aéreas. Chamá-los de seguros hoje já não é mais uma possibilidade com base nas evidências científicas acumuladas até o momento. Tudo o que talvez podemos afirmar por enquanto é que eles PARECEM ser menos prejudiciais do que o fumo de cigarro e outros produtos de tabaco. E, agora, mais dois estudos recentemente publicados trouxeram mais evidências mostrando que os e-cigarros podem causar sérios danos a longo prazo.


O primeiro estudo, apresentado na 256° National Meeting & Exposition of the American Chemical Society (ACS), e realizado por pesquisadores da Universidade de Minesota, EUA, analisou os subprodutos tóxicos ao DNA absorvidos pelo corpo após o uso de e-cigarros. Para isso, foram recrutados 5 usuários de e-cigarros, e coletados destes amostras de saliva antes e depois de 15 minutos de uma sessão de inalação dos vapores gerados pelo dispositivo. Somando-se a isso, os pesquisadores utilizaram uma técnica baseada em espectrometria de massa para avaliar o nível de danos encontrados na boca desses usuários.

Os resultados das análises mostraram níveis elevados de formaldeído, acroleína e metilglioxal nas amostras de saliva, todos compostos que causam danos no DNA. E, comparado com pessoas que não inalam o vapor dos e-cigarros, quatro dos cinco usuários analisados mostraram ter um maior nível de danos no DNA relacionado com a exposição de acroleína (via reação dessa substância com as moléculas de DNA no núcleo celular). Caso as células não consigam reparar esses danos, replicações do DNA afetado podem levar a cânceres.

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O segundo estudo, publicado na American Journal of Preventive Medicine,  e realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, mostrou que o uso diário do cigarro eletrônico dobra as chances de um indivíduo ter um infarto do miocárdio. Além disso, quando esse uso diário é combinado com o uso de cigarros convencionais - o padrão mais comum entre os usuários de e-cigarros - os riscos de um ataque cardíaco aumentam em 4,6 vezes quando comparado com pessoas que não utilizam o e-cigarro e não fumam. O efeito prejudicial combinado mostrou ser significativamente maior do que o uso isolado de qualquer um dos dois produtos.

Essa conclusão veio após a análise de 69452 pessoas que tinham sido entrevistadas através do National Health Interview Surveys em 2014 e 2016, e foi também apresentada na reunião anual da Sociedade para a Pesquisa sobre Nicotina e Tabaco, realizada em Baltimore.

Tanto o fumo de tabaco quando o uso diário de e-cigarro contribuíram com riscos similares para o desenvolvimento de um ataque cardíaco. E, ao contrário do pregado, a substituição de parte do fumo de tabaco com a inalação dos vapores de e-cigarro parece ter potencializado os danos cardíacos.

Além disso, os pesquisadores mostraram que, após largar o fumo de tabaco ou o uso de e-cigarros, os riscos de um ataque cardíaco começam a cair pouco tempo depois.

Apesar dos cigarros eletrônicos entregarem uma menor quantidade de carcinogênicos do que os cigarros tradicionais, eles geram substanciais quantidades de partículas ultrafinas e outras toxinas ligadas a um maior riscos de doenças cardiovasculares e doenças pulmonares não-cancerígenas.

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Referências:
1. https://www.eurekalert.org/pub_releases/2018-08/acs-ecd071918.php
2. https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0749379718318713

Cigarros eletrônicos dobram o risco de ataques cardíacos e podem gerar sérios danos no DNA Cigarros eletrônicos dobram o risco de ataques cardíacos e podem gerar sérios danos no DNA Reviewed by Saber Atualizado on agosto 27, 2018 Rating: 5

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