Estudo mostra que cães criam uma expectativa do que estão farejando

Um estudo publicado no Journal of Comparative Psychology, pesquisadores do Instituto Max Planck e da Universidade de Jena, Alemanha, encontraram fortes evidências de que os cães (Canis familiaris) criam uma representação mental do que eles estão farejando, ou seja, eles parecem ter uma expectativa do que eles irão encontrar no final de uma trilha de cheiro.

Para chegarem nessa conclusão, os pesquisadores recrutaram 48 cães, 25 dos quais tiveram treinamento com a polícia ou com um time de busca e resgate, e 23 dos quais eram cães de família sem treinamento especial. Então, cada cão foi colocado para cumprir uma série de testes onde precisavam seguir uma trilha de cheiro associado com o seu brinquedo favorito e recuperarem o objeto no final dessa trilha. Porém, esse objeto poderia ser ou o próprio brinquedo favorito ou outro objeto qualquer. Aleatoriamente, metade dos cães foram escolhidos para encontrarem o seu brinquedo favorito no final da trilha (condição normal) e a outra metade para encontrarem outro objeto (condição surpresa).

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Na primeira série de testes - estes os quais foram filmados -, o que os pesquisadores notaram foi que, em geral, os cães que seguiram a trilha de cheiro mas encontraram um objeto diferente do seu brinquedo favorito demonstraram um um comportamento de surpresa, com boa parte deles, inclusive, continuando a busca pelo brinquedo favorito! Isso indica claramente que esses animais projetam previamente o que eles estão procurando. Porém, esse efeito não mais se tornou presente nos subsequentes testes, provavelmente porque os cães quando voltavam com o objeto no final da trilha eram recompensados com comida.

Além disso, o estudo também encontrou uma grande flexibilidade da capacidade de busca dos cães, independentemente da sua educação passada. Apesar dos cães treinados recuperarem os objetos mais rapidamente do que os cães sem treinamento nos primeiros testes, já pela quarta rodada de testes os cães sem treinamento estavam recuperando os objetos com a mesma velocidade.

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Publicação do estudo: Psycnet