tag:blogger.com,1999:blog-81833667836410288152024-03-18T01:31:12.968-07:00SAtualizadoNewsSaber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comBlogger2041125tag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-41955174721945819192024-03-14T17:07:00.000-07:002024-03-14T17:07:29.513-07:00Musculação melhora sintomas de depressão e ansiedade em idosos, confirma estudo
<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLEtEPeTxR-C9SbBJBgQjGxmWfnMsQva9unuwh9eB0cRqUaS4kA8JsbnyQcipJhJykapxzyFXtFutMNWBaEcQUd9fa0FND9pEBbRo6paB9CCxUmmcfWBMSyY5o-94zE6m_keeAoxFKO88ItywnWJ_jvQWOs98E5sYiEakadfXEehez4To3kEL-g4WsTgs/s620/old-man-weights-fb.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="368" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLEtEPeTxR-C9SbBJBgQjGxmWfnMsQva9unuwh9eB0cRqUaS4kA8JsbnyQcipJhJykapxzyFXtFutMNWBaEcQUd9fa0FND9pEBbRo6paB9CCxUmmcfWBMSyY5o-94zE6m_keeAoxFKO88ItywnWJ_jvQWOs98E5sYiEakadfXEehez4To3kEL-g4WsTgs/s16000/old-man-weights-fb.jpg" /></a></div><p></p><p><strong><br /></strong></p><p><strong>Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP</strong> – A prática da musculação por idosos pode promover a diminuição da gordura corporal e o ganho de força e massa muscular, contribuindo para a autonomia funcional e a redução do número de quedas, lesões e fraturas. Além disso, estudos recentes têm demonstrado que o treino de força pode beneficiar também a saúde mental da população idosa, sobretudo no caso de indivíduos que já apresentam transtornos de ansiedade e depressão.</p><p><br /></p>
<p>Esses benefícios foram confirmados por um estudo <a href="https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0165178124000337?via%3Dihub" target="_blank">publicado</a> na revista <em>Psychiatry Research</em>, no qual foram revisados sistematicamente mais de 200 artigos sobre o tema. A análise foi conduzida por <a href="https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/717125/paolo-marcello-da-cunha-fabro/" target="_blank">Paolo Cunha</a>, <a href="https://bv.fapesp.br/pt/bolsas/200456/efeitos-agudos-de-breaks-do-comportamento-sedentario-com-exercicio-isometrico-sobre-indicadores-de-s/" target="_blank">bolsista</a> FAPESP de pós-doutorado no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (Iiepae).</p><p><br /></p>
<p>“O exercício resistido tem se mostrado uma das melhores estratégias não farmacológicas para um envelhecimento saudável, promovendo inúmeros benefícios à saúde de uma forma geral, incluindo a melhoria da saúde mental”, afirma Cunha (<b>!</b>).</p><p><br /></p><p>-------------</p><p>(<b>!</b>) Sugestão de leitura: <a href="https://www.saberatualizadonews.com/2023/06/exercicio-fisico-resistido-como.html">Exercício físico resistido, como musculação, pode prevenir sintomas de Alzheimer, aponta estudo</a></p><p>-----------</p><p><br /></p>
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<p>Segundo o pesquisador, os resultados encontrados são bastante promissores. Além de melhorar os sintomas de depressão e ansiedade na população em geral, a musculação parece ter um efeito maior nas pessoas que apresentam diagnóstico confirmado de transtornos de ansiedade e depressão.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>
<p>“Estudos epidemiológicos têm revelado que a redução da força e da massa muscular, eventos naturais associados ao envelhecimento, pode estar associada ao aumento de problemas de saúde mental, visto que existem diversos mecanismos fisiológicos que provocam mudanças funcionais e estruturais e que são comandados pelo cérebro”, aponta Cunha.</p><p><br /></p>
<p>O pesquisador destaca ainda outro benefício importante para a saúde mental: quando realizada em grupo, a musculação permite maior interação social entre os praticantes.</p><p><br /></p>
<p><strong><span style="font-size: medium;">Treino indicado</span></strong></p><p><strong><span style="font-size: medium;"><br /></span></strong></p>
<p>A investigação também revelou quais seriam as melhores formas de estruturar o treinamento para a melhora da saúde mental. “O modo como o treino é realizado parece influenciar os resultados alcançados. As informações produzidas até o momento sugerem que o ideal para esse público e essa finalidade é praticar musculação três vezes por semana, com três séries de cada exercício e sessões não muito longas – seis exercícios aparentemente são o suficiente. Faça menos, mas faça bem-feito: uma série curta traz mais resultados. Essas informações são bastante relevantes, uma vez que ainda não existe uma diretriz com recomendações específicas de treino resistido com foco em parâmetros de saúde mental”, conta Cunha.</p><p><br /></p>
<p>Embora haja muitas possibilidades de variação na forma de prescrever programas de treinamento resistido para a saúde, autonomia e qualidade de vida do idoso, a maior parte desses programas resulta em melhoria dos sintomas de ansiedade e depressão, de forma direta ou indireta, independentemente da intensidade e do volume aplicado ao treinamento, sublinha Edilson Cyrino, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), pesquisador responsável pelo estudo e coordenador do Active Aging Longitudinal Study, um projeto iniciado em 2012 com o intuito de analisar o impacto do treinamento resistido sobre parâmetros relacionados à saúde de mulheres idosas.</p><p><br /></p>
<p>Outro ponto observado pelos pesquisadores foi que o uso de equipamentos de musculação parece ser mais benéfico para a saúde mental do que métodos de exercício resistido que envolvem o uso de faixas elásticas ou do peso do próprio corpo, por exemplo. “Embora não haja dados estatísticos comparando os dois tipos de treinamento, a prescrição do exercício resistido com o uso de equipamentos se mostrou mais indicada, conferindo um melhor resultado sobre a saúde mental dos idosos, tendo em vista que é possível controlar melhor a intensidade e o volume do exercício”, afirma Cunha.</p><p><br /></p>
<p>No artigo, os pesquisadores ressaltam que, a despeito da incontestável relação entre musculação e saúde mental, existem ainda importantes lacunas a serem preenchidas. "No geral, a maioria dos estudos tem sido feita com poucos voluntários, o que dificulta a compreensão de como ocorre esse fenômeno e quais seriam os principais mecanismos envolvidos. Portanto, essa é uma área de pesquisa que vem ganhando espaço nos últimos anos e que tem muito a avançar ainda", conclui Cunha.</p><p><br /></p>
<p>O pesquisador está, atualmente, conduzindo um projeto em parceria com o Grupo de Pesquisa em Intervenções Clínicas e Doenças Cardiovasculares (Gepicardio) do Hospital Israelita Albert Einstein com o propósito de analisar o impacto de longos períodos de sedentarismo sobre a disfunção vascular e a redução da função cognitiva em idosos.</p><p><br /></p>
<p><b><span style="font-size: large;">></span></b> O artigo <em>Can resistance training improve mental health outcomes in older adults? A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials</em> pode ser lido em: <a href="https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0165178124000337?via%3Dihub" target="_blank">www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0165178124000337</a></p>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-46081956251169635842024-03-12T19:50:00.000-07:002024-03-12T19:50:56.869-07:00Nanoemulsão de curcumina é testada no tratamento de inflamação intestinal, e resultados são promissores<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMybTSKZr1joT3Ak9HHZBrqdf-kmNG_lbRdRy3cGOn84UhmgCtSk1D8daSJsdE5ajZOUGlOZ0lSSW3ovidxCPd7C5VMbLnB_fFT8mCZdymJHyPaupdWb7tWjHK-lIMT_pr_V_NGtpYQUsI9yYPsi2NsXsyC4dkW6DgSA_w7oKmYiKTmwlxSsQVD3ElBl4/s620/Foto.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="353" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMybTSKZr1joT3Ak9HHZBrqdf-kmNG_lbRdRy3cGOn84UhmgCtSk1D8daSJsdE5ajZOUGlOZ0lSSW3ovidxCPd7C5VMbLnB_fFT8mCZdymJHyPaupdWb7tWjHK-lIMT_pr_V_NGtpYQUsI9yYPsi2NsXsyC4dkW6DgSA_w7oKmYiKTmwlxSsQVD3ElBl4/s16000/Foto.png" /></a></div><br /><p></p><p><strong>Thais Szegö | Agência FAPESP</strong> – Uma nanoemulsão contendo partículas de curcumina – substância conhecida por sua ação antioxidante e anti-inflamatória – se mostrou capaz de modular a microbiota intestinal em camundongos que sofriam de inflamação nesse órgão. Os experimentos foram conduzidos por pesquisadores da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).</p><p><br /></p>
<p>Resultados da investigação, apoiada pela FAPESP (projetos <a href="https://bv.fapesp.br/pt/bolsas/207635/aplicacao-de-nanosubstancias-carreadoras-de-curcumina-em-modelo-animal-de-dano-intestinal-causado-po/?q=22/12823-0" target="_blank">22/12823-0</a>,<b> </b><a href="https://bv.fapesp.br/pt/bolsas/200006/nanoparticulas-lipidicas-para-encapsulacao-e-carreamento-de-produtos-naturais-metodos-de-preparo-com/?q=20/15185-0" target="_blank">20/15185-0</a> e <a href="https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/96753/emu-concedido-no-projeto-tematico-201314262-7-dls/?q=17/03879-4" target="_blank">17/03879-4</a>), foram <a href="https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378517323011055" target="_blank">divulgados</a> no <em>International Journal of Pharmaceutics</em>.</p><p><br /></p>
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<p>A curcumina é um polifenol encontrado no açafrão-da-índia (<em>Curcuma longa</em>) e que faz parte de um grupo de componentes bioativos denominados curcuminoides. O composto tem ganhado destaque no combate a doenças inflamatórias intestinais. Contudo, há um desafio a ser superado: a biodisponibilidade da curcumina é baixa quando administrada por via oral (<b>!</b>). E esse problema é ainda maior em pessoas com doença de Crohn, colite ulcerativa e outras condições associadas à inflamação no intestino e a alterações na microbiota.</p><p><br /></p><p>------------</p><p>(<b>!</b>) A grande fama da curcumina veio justamente de estudos pré-clínicos, mas em humanos essa substância mostrou ter uma biodisponibilidade extremamente baixa, frustrando a comunidade científica. Para mais informações sobre essa questão e os potenciais benefícios da curcumina: <a href="http://www.saberatualizado.com.br/2016/04/a-curcumina-possui-poder-medicinal.html">Curcumina possui poder medicinal?</a></p><p>-----------</p><p><br /></p>
<p>Com o objetivo de melhorar a eficácia da curcumina nesses casos, os cientistas desenvolveram uma emulsão com partículas nanométricas da substância, invisíveis a olho nu. “O trabalho foi realizado em duas etapas. Na primeira foi feita a nanoemulsão carreadora da substância e avaliadas a estabilidade e as características morfológicas e físico-químicas”, conta <a href="https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/692547/lizziane-kretli-winkelstroter-eller/" target="_blank">Lizziane Eller</a>, professora nos cursos de farmácia e nutrição da Unoeste que participou da pesquisa.</p>
<p><br /></p><p>O passo seguinte foi testar a ação da nanoemulsão em camundongos. Para isso, os pesquisadores induziram nos animais um quadro de inflamação intestinal utilizando um fármaco chamado indometacina. Em seguida, os animais receberam a nanoemulsão por via oral durante 14 dias. Após esse período, o impacto da substância foi avaliado por análises macroscópica, histopatologia (técnica que consiste em analisar, em microscópio, o tecido fixado em parafina) e metagenômica (sequenciamento de toda a comunidade de microrganismos do intestino).</p>
<p><br /></p><p>De acordo com a pesquisadora, foi possível observar que a nanoemulsão de curcumina pode ser uma boa estratégia para melhorar a biodisponibilidade da substância e que ela foi capaz de modular a microbiota intestinal dos roedores após o dano causado pela indometacina, aumentando a presença de bactérias benéficas no órgão. “A nanoemulsão não levou a uma melhora significativa da inflamação dos camundongos tratados em relação ao grupo controle. Entretanto, quantidade relativa do gênero <em>Lactobacillus</em> foi maior no grupo que recebeu a nanoemulsão de curcumina em cerca de 25%.”</p>
<p><br /></p><p>Este foi o primeiro estudo sobre a avaliação do efeito da utilização da substância dessa forma e ressaltou a importância do desenvolvimento de novas formulações a fim de aprimorar o uso da curcumina na prevenção e no tratamento da doença inflamatória intestinal, já que ela tem se mostrado uma boa opção aos tratamentos já utilizados contra a enfermidade, que têm custo elevado e envolvem efeitos colaterais significativos.</p>
<p><br /></p><p>O grupo continua trabalhando com a avaliação do potencial de outros nutracêuticos na forma de nanoformulações. “Para a nanoemulsão de curcumina, em específico, estamos ajustando a formulação no intuito de aumentar a biodisponibilidade da substância ativa e, em breve, aplicaremos em outros protocolos de dano intestinal”, conta Eller.</p>
<p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> O artigo <em> Evaluation of curcumin nanoemulsion effect to prevent intestinal damage<em> </em></em>pode ser lido em:<em><em> </em></em><a href="https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378517323011055" target="_blank">www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378517323011055</a><em><em>.</em></em><br />
</p>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-35885505682487743252024-03-02T14:55:00.000-08:002024-03-03T11:02:16.528-08:00Como humanos e outros primatas hominoides perderam a cauda durante a evolução? Estudo trouxe uma resposta<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUaaAxORAq4oKJAdOWsHSIt2Ick5Bq9atG-Z847NtxiEaHiFznruaejLt9a0aIRc6U8WDH066RUy4rWH6rhUObwtCsVVdbjdsXH7JkjFHJP-PSHhDJO6yvxNIJ74jCArZCIjkF1_My53cBD9dwbD3wCwoXdXmz7hMQuhoY_dO0FwWG1eUH00X0EzF1TQs/s620/chimp.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="418" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUaaAxORAq4oKJAdOWsHSIt2Ick5Bq9atG-Z847NtxiEaHiFznruaejLt9a0aIRc6U8WDH066RUy4rWH6rhUObwtCsVVdbjdsXH7JkjFHJP-PSHhDJO6yvxNIJ74jCArZCIjkF1_My53cBD9dwbD3wCwoXdXmz7hMQuhoY_dO0FwWG1eUH00X0EzF1TQs/s16000/chimp.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Figura 1</b>. Chimpanzé comum (<i>Pan troglodytes</i>).</td></tr></tbody></table> <p></p><p>A perda da cauda está entre as mudanças anatômica mais notáveis que ocorreram ao longo da linhagem evolucionária levando aos humanos e aos primatas hominídeos, com um papel proposto de contribuir para o bipedalismo humano. Porém, os mecanismos genéticos que levaram ou facilitaram a perda de causa na evolução dos hominídeos e ancestrais próximos têm sido pouco esclarecidos. Agora, em um robusto estudo genômico publicado na <i>Nature</i> (<b>Ref.1</b>), pesquisadores identificaram uma mudança genética compartilhada por humanos e outros hominídeos que parece ter contribuído de forma crucial para a perda de cauda nos nossos ancestrais, há cerca de 25 milhões de anos. Em testes <i>in vivo</i> com múltiplas linhagens de ratos geneticamente modificados, roedores carregando alteração genética similar no genoma também mostraram exibir caudas curtas ou ausentes. Além disso, os pesquisadores encontraram evidência de que a evolução da perda de cauda contribuiu para uma maior prevalência em humanos de uma condição conhecida como espinha bífida.</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>O apêndice caudal varia amplamente em sua morfologia e função ao longo das espécies de vertebrados. Para primatas em particular, a cauda é adaptada para uma gama de ambientes, com implicações para o estilo de locomoção do animal. Por exemplo, os bugios (primatas do novo mundo do gênero <i>Alouatta</i>) evoluíram uma cauda preênsil que ajuda a agarrar ou segurar objetos enquanto ocupam habitats arborícolas. Hominoides - incluindo humanos e outros hominídeos ainda vivos como chimpanzés, gorilas e orangotangos -, no entanto, perderam a cauda externa durante o percurso evolucionário (<b>Fig.2</b>). A perda da cauda é inferida de ter ocorrido há cerca de 25 milhões de anos quando a linhagem hominoide divergiu de macacos do Velho Mundo, deixando como vestígio evolucionário apenas 3-5 vértebras caudais formando o cóccix nos humanos modernos (<i>Homo sapiens</i>). Uma hipótese sugere que a perda da cauda nos hominoides contribuiu para a locomoção ortógrada e bípede.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdeN2kGFzSA1CqbgeBzLUkwnUSzOqX5KEqaloD0KlXbiYfLISVn2AolnASN_91MR_iCjkQTFrDLhr0MgcAinWzV0y-S91Jbx8eovYlVEWoEEwBMW0lOLPWvGifdIfRuYym6o4XFERlfrUcjjpQDSarr2gMuLJoDUYYKQnFH9mTUVda9iYZFcrH5m5LTEw/s620/primatas.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="594" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdeN2kGFzSA1CqbgeBzLUkwnUSzOqX5KEqaloD0KlXbiYfLISVn2AolnASN_91MR_iCjkQTFrDLhr0MgcAinWzV0y-S91Jbx8eovYlVEWoEEwBMW0lOLPWvGifdIfRuYym6o4XFERlfrUcjjpQDSarr2gMuLJoDUYYKQnFH9mTUVda9iYZFcrH5m5LTEw/s16000/primatas.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 2</b>. Fenótipos de cauda ao longo da árvore filogenética dos primatas (Ma = milhões de anos atrás). É ainda incerto se a perda da cauda nos primatas hominoides foi dirigida pela evolução da bipedalidade, especialmente considerando que os primeiros hominídeos [evidências fósseis] se moviam sobre quatro membros como macacos arborícolas e que a bipedalidade emergiu milhões de anos mais tarde. Além disso, hominídeos não são os únicos primatas atualmente sem cauda: lóris (Lorinae), mandril (<i>Mandrillus</i>) e alguns macacos (<i>Macaca</i>) também não possuem cauda, apontando que esse fenótipo evoluiu múltiplas vezes e por razões distintas. <b>Ref.1</b></span></td></tr></tbody></table><br /><p> Para mais informações:</p><p></p><ul style="text-align: left;"><li>(<b>1</b>) <a href="http://www.saberatualizado.com.br/2019/12/quais-as-evidencias-da-evolucao.html">Quais as evidências da evolução biológica?</a></li></ul><p></p><p><br /></p><p>Avanços no campo da genética e construção de bancos de dados genômicos cada vez mais robustos e completos têm permitido análises comparativas entre espécies diversas de seres vivos no sentido de apontar diferenças genéticas e caminhos moleculares envolvidos em processos evolutivos que ocorreram ao longo de milhões ou mesmo bilhões de anos. No caso da perda ou redução da cauda entre mamíferos, esse fenótipo têm sido ligado a mais de 100 genes identificados a partir de mutações naturais e mutagênese induzida em laboratório. Expressão desses genes, incluindo os fatores centrais indutores de mesoderma e endoderma definitivo como o <i>TBXT</i> (também chamado de <i>T</i> ou <i>Brachyury</i>), <i>Wnt3a</i> e <i>Msg1</i>, está enriquecida no desenvolvimento da parte posterior do corpo. Apesar de perturbação desses genes levarem ao encurtamento ou completa ausência de cauda, as mudanças genéticas causais que levaram à evolução da perda de cauda nos hominoides permanecem desconhecidas.</p><p><br /></p><p>Em particular, o gene <i>TBXT</i> é famoso pelo seu papel no desenvolvimento de cauda. Em 1927, a cientista Ucraniana Nadine Dobrovolskaya-Zavadskaya descreveu uma linhagem de ratos de cauda curta que aparentemente carregavam uma mutação no gene <i>T</i>, equivalente ao gene humano <i>TBXT</i>.</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>No novo estudo, os pesquisadores primeiro buscaram identificar variantes genéticas associadas com a perda da cauda em hominoides e ausentes em linhagens de primatas com cauda. Entre variantes não-codificantes associadas com genes ligados ao desenvolvimento de cauda, um elemento Alu (<b>!</b>) de grande interesse foi identificado no sexto íntron do gene hominoide <i>TBXT</i>. Esse elemento - pertencente à subfamília AluY - tinha as seguintes combinações notáveis de características:</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> distribuição filogenética hominoide-específica;</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> presença em um gene conhecido por seu envolvimento na formação de cauda;</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> proximidade e orientação relativa ao elemento Alu vizinho;</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> tempo de inserção - com base em distribuição filogenética - coincidente com o período evolucionário quando antigos hominoides perderam suas caudas.</p><p><br /></p><p>-----------</p><p>(<b>!</b>) Elementos Alu são porções curtas, repetidas e móveis de DNA que compreendem 11% do genoma humano (excesso de 1 milhão de cópias). Abundantes no genoma de primatas, possuem uma ampla influência na expressão de genes. <b>Ref.3</b></p><p>-------------</p><p><br /></p><p>O gene <i>TBXT</i> codifica um fator de transcrição altamente conservado e crucial para a formação do mesoderma e endoderma definitivo durante o desenvolvimento embrionário. Mutações heterozigóticas nas regiões codificantes de ortólogos [genes de espécies diferentes com um ancestral comum e funções similares] do <i>TBXT</i> em animais com cauda, como camundongos, gatos Manx, cães e peixes-zebras causam ausência ou redução da cauda, enquanto mutações homozigóticas são tipicamente não-viáveis.</p><p><br /></p><p>Com a ajuda de experimentos <i>in vitro</i>, os pesquisadores mostraram que a inserção AluY identificada interage com outro elemento Alu (AluSx1) para produzir uma proteína modificada e reduzida - chamada de TBXT(Δexon6) - após a transcrição do gene <i>TBXT</i> em RNA mensageiro (os dois elementos Alu formam uma espécie de "laço" nas sequências codificantes do gene, escondendo parte da informação genética a ser transcrita e, consequentemente, produzindo uma isoforma proteica). Nesse ponto, eles propuseram que essa proteína causa disrupção no processo de alongamento da cauda durante o desenvolvimento embrionário, contribuindo para a redução ou perda da cauda externa.</p><p><br /></p><p>Para demonstrar esse efeito proposto, os pesquisadores produziram várias linhagens de ratos geneticamente modificados, buscando simular os efeitos da inserção do par AluY-AluSx1 observados no genoma humano. Roedores com uma inserção parecida no gene <i>TBXT</i>, produzindo interferência similar na codificação proteica desse gene, de fato nasciam com caudas curtas ou completamente ausentes (<b>Fig.3</b>).</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidcvvFwuKlSsiLxTaRF2GX5p5ptY8VqTX2A_bSf60iGdkjxPtMXghQjW9mF2Cqt8O289S0E8uzUKvFAVJYpIivKgUoynGfJ46QEa_OZBwFvvNVOQELaWlKwUzxQIVX3OrTXo59P_csTLKfR4LVaaVHKGn34IioJ1mZ-7xuff2BEeHz0M-2YPp9Xu8ccnY/s600/rats.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="395" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidcvvFwuKlSsiLxTaRF2GX5p5ptY8VqTX2A_bSf60iGdkjxPtMXghQjW9mF2Cqt8O289S0E8uzUKvFAVJYpIivKgUoynGfJ46QEa_OZBwFvvNVOQELaWlKwUzxQIVX3OrTXo59P_csTLKfR4LVaaVHKGn34IioJ1mZ-7xuff2BEeHz0M-2YPp9Xu8ccnY/s16000/rats.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 3</b><span style="text-align: left;">. Ratos geneticamente modificados com diferentes inserções de elementos no gene </span><i style="text-align: left;">TBXT</i><span style="text-align: left;"> comparados com uma linhagem selvagem com cauda normal (<i>TBXT</i><sup>+/+</sup>). As inserções produziam ratos com caudas reduzidas ou ausentes. (M = macho, F = fêmea). </span><b style="text-align: left;">Ref.1</b></td></tr></tbody></table><p><br /></p><p>Os pesquisadores também mostraram que ratos geneticamente modificados homozigóticos para a proteína TBXT(Δexon6) falhavam em vingar ou desenvolviam malformações na medula espinhal que consequentemente levavam à morte no nascimento. Notavelmente, essas mortes neonatais exibiam defeitos de fechamento do tubo neural similares à condição conhecida como espinha bífida em humanos. E não apenas as linhagens homozigóticas: filhotes de ratos que morriam após o nascimento que eram heterozigóticos para a proteína TBXT(Δexon6) - no caso, uma variante normal e uma variante modificada do gene <i>TBXT</i> no genoma desses roedores - também exibiam defeitos no fechamento do tubo neural. Esses resultados apontam que a expressão da proteína TBXT(Δexon6) induz defeitos nessa estrutura neural.</p><p><br /></p><p>----------</p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> <b>Espinha bífida</b> é uma malformação congênita decorrente de defeito de fechamento do tubo neural (DFTN), que envolve tecidos sobrejacentes à medula espinhal, arco vertebral, músculos dorsais e pele e representa 75% das malformações do tubo neural. O defeito ocorre no primeiro mês de gravidez e engloba uma série de malformações. O não fechamento do tubo neural produz defeitos de graus variáveis, podendo afetar todo o comprimento do tubo neural - e resultando em abertura ao longo da coluna espinha que pode causar danos na medula espinhal e nervos - ou limitar-se a uma pequena área e não causa problemas para o indivíduo afetado. A espinha bífida é classificada em espinha bífida oculta [não-patológica] e espinha bífida cística, sendo as duas formas principais a meningocele e a mielomeningocele. A mais comumente observada e o quadro patológico mais sério é a mielomeningocele, na qual há uma protusão cística contendo tecido nervoso exposto não coberto por pele.</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> As causas que levam aos DFTN ainda não são totalmente entendidas e estão associadas à interação de fatores genéticos e ambientais. Ácido fólico insuficiente (deficiência nutricional) durante a gravidez é um fator de risco bem estabelecido para o desenvolvimento de espinha bífida.</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> As crianças portadoras de espinha bífida patológica apresentam complicações crônicas que transformam a doença em um sério problema de saúde pública, com repercussão na vida do indivíduo, família e sociedade. As possíveis complicações presentes em recém-nascidos portadores dessa malformação são distúrbios neuromotores, como hidrocefalia, malformação de Arnold Chiari, bexiga neurogênica, intestino neurogênico e paralisia de membros inferiores; e distúrbios ortopédicos, tais como pés tortos congênitos, luxação coxofemural, fraturas, escoliose e distúrbios renais, mormente hidronefrose e refluxo vesicouretral.</p><p>----------</p><p><br /></p><p>Nesse último ponto, os pesquisadores sugeriram que a perda da cauda e os benefícios desse fenótipo para os hominoides teve como efeito colateral adverso um risco significativamente maior para o desenvolvimento de espinha bífida - afetando a saúde dos humanos modernos até hoje. E, de fato, mutações levando a defeitos no tubo neural e/ou agênese sacral têm sido apontadas em regiões codificantes e não-codificantes do gene <i>TBXT</i> na literatura médica. </p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>Somados os achados, os autores do estudo argumentaram que a inserção de um elemento AluY em um íntron do gene <i>TBXT</i> é um plausível e crítico caminho evolucionário responsável pela perda de cauda nos hominoides (<b>Fig.4</b>). Porém, essa mudança genética não parece ter sido a única associada à ausência de cauda nos humanos e outros ancestrais hominídeos: os pesquisadores também encontraram milhares de mudanças genéticas únicas aos hominídeos que podem ter atuado em parte na perda definitiva da cauda. Esclarecimento também é necessário para a evolução convergente de perda de cauda em primatas fora da família Hominidae, algo que pode potencialmente jogar luz em outros mecanismos moleculares ainda obscuros associados à ausência de cauda nos humanos.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfdC2NgvVF5P4GU34m2RVCyoUc1wf-Ai44WmLlWtfbGUoehR9kH7usZdSpb7WOD47ZceELYP8HMKMRlh0XSDaK3WJWLNEX9Dzg63BZscR_OnYZZZkyonPxmVY3IkE_k61TMYvQ3gBJrXOvmJGacOdRs4_1O3jD97AqepRqLAOFxe3ZlhcZL0P-8pRl8yw/s600/figure-03-genetic-basis.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="189" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfdC2NgvVF5P4GU34m2RVCyoUc1wf-Ai44WmLlWtfbGUoehR9kH7usZdSpb7WOD47ZceELYP8HMKMRlh0XSDaK3WJWLNEX9Dzg63BZscR_OnYZZZkyonPxmVY3IkE_k61TMYvQ3gBJrXOvmJGacOdRs4_1O3jD97AqepRqLAOFxe3ZlhcZL0P-8pRl8yw/s16000/figure-03-genetic-basis.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 4</b><span style="text-align: left;">. Esquema proposto para a evolução da perda de cauda nos hominoides. Inserção do elemento AluY no gene <i>TBXT</i> produzindo indivíduos com diferentes fenótipos de cauda reduzida ou ausente e, subsequentemente, mutações adicionais e selecionadas fixando o fenótipo de cauda ausente. </span><b style="text-align: left;">Ref.1</b></td></tr></tbody></table><br /><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Xia et al. (2024). On the genetic basis of tail-loss evolution in humans and apes. Nature 626, 1042–1048. <a href="https://doi.org/10.1038/s41586-024-07095-8">https://doi.org/10.1038/s41586-024-07095-8</a></li><li><a href="https://www.nature.com/articles/d41586-024-00610-x">https://www.nature.com/articles/d41586-024-00610-x</a></li><li><a href="https://genomebiology.biomedcentral.com/articles/10.1186/gb-2011-12-12-236">https://genomebiology.biomedcentral.com/articles/10.1186/gb-2011-12-12-236</a></li><li>Gaiva et al. (2009). O cuidado da criança com espinha bífida pela família no domicílio. Escola Anna Nery, 13(4). <a href="https://doi.org/10.1590/S1414-81452009000400005">https://doi.org/10.1590/S1414-81452009000400005</a></li><li><a href="https://www.cdc.gov/ncbddd/spinabifida/facts.html">https://www.cdc.gov/ncbddd/spinabifida/facts.html</a></li><li><a href="https://www.ninds.nih.gov/health-information/disorders/spina-bifida">https://www.ninds.nih.gov/health-information/disorders/spina-bifida</a></li><li><a href="https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK559265/">https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK559265/</a></li></ol><p></p>
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<br /><p>Os cetáceos são os mamíferos mais adaptados ao ambiente aquático, vivendo nos mares, oceanos, e até mesmo nos ambientes de água doce de todo o planeta. Esses animais são divididos em dois grupos (subordens): Mysticeti e Odontoceti. Os Mysticeti (sem dentes) são as “baleias propriamente ditas”, todas marinhas. São exemplos a Jubarte, a Franca e a Baleia Azul. Os Odontoceti (com dentes) reúnem animais como os golfinhos, os botos, as orcas e os cachalotes, e nesse grupo temos representantes de água doce (ex.: rios). Em cetáceos, o pênis fica normalmente escondido dentro da fenda genital - provavelmente para tornar o corpo mais hidrodinâmico - e é externamente extrudado [exposto] para atividades sexuais. Extrusão do pênis de jubartes parece ser rara e geralmente não ocorre na superfície marinha.</p><p><br /></p><p>No registro inédito, feito próximo da Ilha de Maui, no Havaí, em 19 de janeiro de 2022, dois machos de jubarte foram acompanhados e fotografados por integrantes de uma embarcação privada. Ambos os machos se aproximaram lentamente da embarcação e estavam ~3-5 metros abaixo da superfície marinha. Um dos machos estava coberto por "piolhos de baleia" (<i>Cyamus boopis</i>) - uma espécie de ectoparasita que vive na pele de jubartes e pode proliferar em animais que estão feridos e com mobilidade reduzida -, e exibia uma ferida na mandíbula que provavelmente dificultava a alimentação (<b>Fig.2</b>). Esse macho debilitado (A) estava sendo perseguido pelo outro macho (B) que exibia o pênis extrudado, mantido assim durante todo o encontro.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTadelmkyrAX8ymrqMlyCWxDOhxAY1OsGJBjkECnwf5QPc8dw2LFUMOIRgEoI4cYjErrCgMRZm7xlws8OMNhPomg_MAVpnTAKxZBz9fWnGr0QfY_uwwuoPfFCKzLLD8EkqCKSbreB09IsNUOORkp62Z_vRfGidwkomqfkbRWSGXRJBM83YYpgc6GqBj70/s693/whale%203.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="693" data-original-width="491" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTadelmkyrAX8ymrqMlyCWxDOhxAY1OsGJBjkECnwf5QPc8dw2LFUMOIRgEoI4cYjErrCgMRZm7xlws8OMNhPomg_MAVpnTAKxZBz9fWnGr0QfY_uwwuoPfFCKzLLD8EkqCKSbreB09IsNUOORkp62Z_vRfGidwkomqfkbRWSGXRJBM83YYpgc6GqBj70/s16000/whale%203.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 2</b><span style="text-align: left;">. Fotos com visão detalhada da jubarte A (indivíduo abaixo), onde podemos ver uma notável descoloração do corpo causada pelos piolhos de baleia. A lesão na mandíbula [macho A] é visível à esquerda. Enquanto isso, o macho B aparenta ter grande saúde, força e vigor físico e sexual. </span><b style="text-align: left;">Ref.1</b></td></tr></tbody></table><br /><p>O macho B repetidamente se aproximava pela parte de trás do macho A e penetrava esse último, parecendo segurá-lo com suas nadadeiras peitorais. As penetrações penianas foram rasas (alguns centímetros de profundidade na fenda genital do macho A), e cada uma durando menos de 2 minutos (<b>Fig.1</b>, <b>3</b>). O aperto feito com as nadadeiras peitorais durante as penetrações parece ser um comportamento importante de cópula para as jubartes, algo reforçado pela novo registro e por evidências prévias.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKXhwZUz1JHvs_kI6v8YMutKr1-s1HuTm-70kkJsmth81rLW8YDQm9fnDn8vniGhyphenhyphenY0kdKhpONzoJ4WgXj7UAUsf_tYJUBtdyEaqiCtv4Wr9yUOPextIEJDsA7sTo2BQ2gCIQAK4eqsMb2nyp7DYnlD9IyYx4FoWyn5DWjuA3zp198sUbfePHQ34oAc4s/s500/whale.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="338" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKXhwZUz1JHvs_kI6v8YMutKr1-s1HuTm-70kkJsmth81rLW8YDQm9fnDn8vniGhyphenhyphenY0kdKhpONzoJ4WgXj7UAUsf_tYJUBtdyEaqiCtv4Wr9yUOPextIEJDsA7sTo2BQ2gCIQAK4eqsMb2nyp7DYnlD9IyYx4FoWyn5DWjuA3zp198sUbfePHQ34oAc4s/s16000/whale.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 3</b><span style="text-align: left;">. Macho B com seu pênis inserido na fenda genital do macho A. </span><b style="text-align: left;">Ref.1</b></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuoCXnXa7ogk7kkNhGzTWIzDWYcQIhEje2MB-W-hE7holxprQKcmCE0dQA_hbUjM9qh8drtw5WjEC2QAt2HH8oEGiA1dU1M87MAXocaFOQZr_2776Yg1UKB-hErJBd7rIhRAefk4EmIa2yYUl2hTYu5_UJ9unkNsivowd8mS56iy1h95q_m-unudph3so/s500/whale%201.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="260" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuoCXnXa7ogk7kkNhGzTWIzDWYcQIhEje2MB-W-hE7holxprQKcmCE0dQA_hbUjM9qh8drtw5WjEC2QAt2HH8oEGiA1dU1M87MAXocaFOQZr_2776Yg1UKB-hErJBd7rIhRAefk4EmIa2yYUl2hTYu5_UJ9unkNsivowd8mS56iy1h95q_m-unudph3so/s16000/whale%201.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 4</b>. Imagem ampliada da região genital da jubarte A, onde o macho B estava penetrando com seu pênis. <b>Ref.1</b></span></td></tr></tbody></table><br /><p>Comportamento homossexual tem sido amplamente registrado em animais diversos. Entre mamíferos marinhos, observações desse comportamento vão desde morsas e focas até golfinhos e baleias verdadeiras (<b>2</b>). Em cetáceos machos, atividade homossexual pode envolver a inserção do pênis na fenda genital ou no ânus de outro macho. Funções propostas para o comportamento homossexual e não-reprodutivo são diversas, e incluem aprendizado de comportamentos reprodutivos, estabelecimento de dominância, formação de alianças e redução de tensão social (<b>3</b>).</p><p><br /></p><p>Para mais informações</p><p></p><ul style="text-align: left;"><li>(<b>2</b>) <a href="https://www.saberatualizadonews.com/2023/10/comportamento-homossexual-e-comum-e.html">Comportamento homossexual é comum e está associado a benefícios adaptativos em mamíferos, aponta estudo</a></li><li>(<b>3</b>) <a href="http://www.saberatualizado.com.br/2016/06/o-homossexualismo-e-biologico-ou-social.html">Homossexualidade é biológica ou social?</a></li></ul><p><br /></p><p>A saúde da jubarte macho A relativa ao macho B pode ser relevante para o comportamento homossexual reportado. Enquanto é incerta a causa da lesão na mandíbula do macho A - talvez choque com uma grande embarcação -, esse tipo de lesão pode causar sofrimento e enfraquecimento do cetáceo ao longo de semanas ou meses. A condição corporal do macho A e sua carga parasítica sugerem que esse indivíduo estava com saúde frágil, provavelmente declinante há algum tempo, e podia estar em processo de morte.</p><p><br /></p><p>Nesse contexto, algumas possíveis explicações para o comportamento homossexual:</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> o macho B confundiu o macho A com uma fêmea;</p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> o macho B estava reforçando uma relação social com um indivíduo doente;</p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> o macho B estava expressando dominância sobre um competidor fraco e lesionado.</p><p><br /></p><p>Comportamento agonístico inclui exibição de força para fazer o animal parecer maior e/ou mais fisicamente apto do que seus competidores, permitindo acesso a recursos valiosos, como alimento ou parceiro sexual. É possível que a extrusão do pênis e/ou penetração de jubartes machos contra outras jubartes machos seja uma forma de comportamento agonístico. Aliás, o macho A exibia uma postura em forma de S durante o evento que sugeria incômodo com as investidas do macho B, mas com escape prejudicado pelo estado debilitado do corpo.</p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Stack et al. (2024). An observation of sexual behavior between two male humpback whales. Marine Mammal Science, e13119. <a href="https://doi.org/10.1111/mms.13119">https://doi.org/10.1111/mms.13119</a></li><li><a href="https://www.pacificwhale.org/pwf-researcher-documents-first-ever-humpback-whale-copulation/">https://www.pacificwhale.org/pwf-researcher-documents-first-ever-humpback-whale-copulation/</a></li><li><a href="https://museunacional.ufrj.br/expobaleia/cetaceos.html">https://museunacional.ufrj.br/expobaleia/cetaceos.html</a></li></ol><p></p>
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</script>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-38787073619736481032024-02-25T16:02:00.000-08:002024-02-26T10:11:22.359-08:00Cientistas descobrem "super anticorpo" humano efetivo em neutralizar a peçonha de três cobras distintas e perigosas<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtW40toh1L1v_S46EWGModxQn9Q86isn9VdX8UxMjPt22M82c40isvaJTTTYfNTUA3mblLVlPNsRGGM1MRaMwRoBmeltDExoikP4ZjQ-YEQNLCxNE-_4q-Agu1ttNL8XpyF0Wiq3VDQCs1jzb6sgE7oMJJAilFKI8n9ZgB6oZnWXb1RCG4T8O8YYrAhC8/s620/Dendroaspis_polylepis_(14).jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="436" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtW40toh1L1v_S46EWGModxQn9Q86isn9VdX8UxMjPt22M82c40isvaJTTTYfNTUA3mblLVlPNsRGGM1MRaMwRoBmeltDExoikP4ZjQ-YEQNLCxNE-_4q-Agu1ttNL8XpyF0Wiq3VDQCs1jzb6sgE7oMJJAilFKI8n9ZgB6oZnWXb1RCG4T8O8YYrAhC8/s16000/Dendroaspis_polylepis_(14).jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 1</b>. Mamba Negra, uma das mais perigosas cobras conhecidas.</span></td></tr></tbody></table><br /><p></p><p>Em um avanço potencialmente revolucionário na área, cientistas descobriram um potente anticorpo que pode neutralizar uma crítica neurotoxina produzida por quatro diferentes espécies muito perigosas de cobra do Sudeste Asiático, Sul Asiático e África! O anticorpo protegeu completamente, em testes <i>in vivo</i>, contra doses letais de três dessas espécies.</p><p><br /></p><p>É um passo muito promissor no sentido de desenvolver um soro antiofídico universal que possa ser usado para qualquer uma das ~200 espécies perigosas de cobras peçonhentas.</p><p><br /></p><p>A descoberta foi reportada no periódico <i>Science Translational Medicine</i> (<b>Ref.1</b>).</p><p><br /></p><p>A peçonha de cobras é uma mistura de dezenas ou mesmo centenas de compostos proteicos que afetam células nervosas, coagulação sanguínea ou tecidos, matando até 138 mil pessoas anualmente - além de deixar ~400 mil outras pessoas debilitadas. O impacto é particularmente severo em países de renda baixa e média na África Subsaariana e na Ásia, devido ao alarmante grande número de picadas de cobras e limitado acesso a recursos médicos adequados.</p><p><br /></p><p><b>Sugestão de leitura</b>:</p><p></p><ul style="text-align: left;"><li><a href="Khalek et al. (2024). Synthetic development of a broadly neutralizing antibody against snake venom long-chain α-neurotoxins. Science Translational Medicine, Vol.16, No. 735. https://doi.org/10.1126/scitranslmed.adk1867">Picada de Cobra: Descaso de Saúde Pública</a></li></ul><p></p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>O soro antiofídico (anticorpos policlonais derivados de animais) - um coquetel de anticorpos coletadas de cavalos ou ovelhas expostos a doses não-letais de peçonha ofídica - é o único tratamento efetivo contra picadas de cobras peçonhentas, mas possui atualmente várias limitações (segurança, eficácia, potência, custo e distribuição). A principal é a grande variação de peçonha entre as espécies de cobras - e até mesmo entre populações de uma mesma espécie -, tornando necessários vários tipos de soro antiofídico visando múltiplos táxons.</p><p><br /></p><p>Existem também antídotos de espectro mais amplo para várias espécies de cobras de uma região, mas possuem baixa-moderada eficácia (altas taxas de mortalidade associadas).</p><p><br /></p><p>No novo estudo, os pesquisadores analisaram ~100 bilhões de anticorpos humanos artificiais em um massivo banco de dados buscando aqueles que melhor se ligariam a um grupo de neurotoxinas (3FTx-L) comum no veneno de várias cobras da família Elapidae. Um dos candidatos - anticorpo <b>95Mat5</b> - exibiu o melhor desempenho <i>in vitro, </i>imitando efetivamente a ligação entre as toxinas e seus receptores. Em testes <i>in vivo</i> com roedores, os pesquisadores mostraram que o 95Mat5 era efetivo em neutralizar completamente o veneno de três notáveis e distintas cobras peçonhentas: <i>Bungarus multicinctus</i>, <i>Naja kaouthia</i> e <i>Dendroaspis polylepis</i> (mamba-negra). Além disso, aumentou significativamente o tempo de sobrevivência contra envenenamento pela <i>Ophiophagus hannah</i> (cobra-rei).</p><p><br /></p><p>E como o anticorpo é derivado de células humanas, o risco de efeitos adversos em humanos é esperado de ser reduzido substancialmente em relação a anticorpos tradicionais em soros antiofídicos, aumentando a segurança e eficácia do tratamento. Soros antiofídicos tradicionais (ex.: derivados de cavalos) podem resultar em doença do complexo imune e severa anafilaxia devido à reação imune do corpo humano às proteínas séricas ou soro estranho. Após hiperimunização de grandes animais, como equinos e ovinos, e produção robusta de anticorpos, imunoglobulinas policlonais (IgGs) são purificadas, às vezes processadas em fragmentos de anticorpos, e formuladas para administração intravenosa em vítimas de picadas de cobras. Porém, imunogenicidade de proteínas heterólogas e impurezas diversas presentes nos soros antiofídicos podem provocar sérias reações no corpo humano - algo amplificado pelo fato de que apenas uma fração dos anticorpos no soro atua de forma terapeuticamente efetiva contra as toxinas.</p><p><br /></p><p>O próximo passo dos pesquisadores é investigar novos anticorpos artificiais humanos para outros componentes críticos de peçonhas pertencentes a cobras diversas, no sentido de criar no futuro um coquetel de anticorpos efetivo para qualquer cobra peçonhenta.</p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Khalek et al. (2024). Synthetic development of a broadly neutralizing antibody against snake venom long-chain α-neurotoxins. Science Translational Medicine, Vol.16, No. 735. <a href="https://doi.org/10.1126/scitranslmed.adk1867">https://doi.org/10.1126/scitranslmed.adk1867</a></li><li><a href="https://www.science.org/content/article/powerful-new-antivenom-raises-hopes-universal-solution-lethal-snakebites">https://www.science.org/content/article/powerful-new-antivenom-raises-hopes-universal-solution-lethal-snakebites</a></li></ol><p></p>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-41051911966470716012024-02-16T16:09:00.000-08:002024-02-16T16:11:47.049-08:00Petúnias geneticamente modificadas que brilham no escuro já estão disponíveis para venda nos EUA<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEis84gum5MNqvKtTttBhjAog1FAvO01dCI9cy7f1ihQcACUIZT-yyLMXzfNWqe83YeGkxpjDv_DxYa2MTHs4S6t0wcILJG9NIRmFCKgL9oAZRvXQsztEa_qCU2GHSlfVD6yz-KwV9BGx9KVLEW5Wp8ejSlVUn5MCO-NcCj7w7kWUHRfjCav3G0WzgnH1J8/s620/pet.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="398" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEis84gum5MNqvKtTttBhjAog1FAvO01dCI9cy7f1ihQcACUIZT-yyLMXzfNWqe83YeGkxpjDv_DxYa2MTHs4S6t0wcILJG9NIRmFCKgL9oAZRvXQsztEa_qCU2GHSlfVD6yz-KwV9BGx9KVLEW5Wp8ejSlVUn5MCO-NcCj7w7kWUHRfjCav3G0WzgnH1J8/s16000/pet.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Figura 1</b>. Bioluminescência de uma petúnia vaga-lume em um ambiente escuro.</td></tr></tbody></table><p> <br />Pessoas nos EUA podem agora encomendar uma petúnia (<i>Petunia hybrida</i>) geneticamente modificada que emite um brilho suave e contínuo, via bioluminescência. Chamada de <b>Petúnia Vaga-Lume</b> (Firefly Petunia) As flores são brancas durante o dia, mas, à noite, a planta produz um notável e visível brilho verde, similar ao brilho lunar. Com um custo de US$29,90, a planta geneticamente modificada foi desenvolvimento pela empresa de biotecnologia Light Bio, em Sun Valley, Idaho. Serão 50 mil petúnias bioluminescentes disponíveis para entrega em abril deste ano. </p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>O desenvolvimento das petúnias bioluminescentes foi baseado em pesquisas iniciadas na década de 1980, com destaque para a primeira planta do tipo criada em 1986: uma variação de tabaco (<i>Nicotiana tabacum</i>) na qual pesquisadores inseriram o gene <b>luciferase</b> de vaga-lumes da espécie <i>Photinus pyralis</i> (<b>Fig.2</b>). Nessa época, o objetivo era aprender conhecimentos básicos sobre expressão genética (ativação e desativação de genes), mas empresas interessadas em plantas bioluminescentes com fins de ornamentação começaram também a explorar esse campo. Porém, as primeiras plantas bioluminescentes produzidas para propósitos decorativos emitiam apenas um fraco brilho e precisavam de nutrientes especiais para alimentar a reação química responsável pela emissão de luz.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWyukmm1QVsAgzkq8LRcDemE8Eq8pF9avbb_NkOFA8BPBb5OWB49qosjvM1FMn3dxotQRHhmhQoG9AlNTqiBIz9lf05WGjjRzQvzfrtqEd8sdWsM-HU9jpGY69iQ5a8Pgo0_JzvdajPEl4979BdUfKRQ2xaUOTdl9x8JAOu-MvwBZgbo-U0ifCAV0KgAw/s507/inseto.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="321" data-original-width="507" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWyukmm1QVsAgzkq8LRcDemE8Eq8pF9avbb_NkOFA8BPBb5OWB49qosjvM1FMn3dxotQRHhmhQoG9AlNTqiBIz9lf05WGjjRzQvzfrtqEd8sdWsM-HU9jpGY69iQ5a8Pgo0_JzvdajPEl4979BdUfKRQ2xaUOTdl9x8JAOu-MvwBZgbo-U0ifCAV0KgAw/s16000/inseto.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 2</b><span style="text-align: left;">. Reação de bioluminescência mediada pela enzina luciferase. Em (</span><b style="text-align: left;">A</b><span style="text-align: left;">), esquema da reação envolvendo a oxidação da d-<b>luciferina</b> (L) catalisada pela luciferase (E) e com energia fornecida pela adenosina trifosfato (ATP). AMP é adenosina monofosfato, PP é pirofosfato, e L=O é oxiluciferina. Inicialmente, a d-luciferina é ativada via interação com íon magnésio acoplado com ATP (Mg-ATP) para permitir a ligação enzimática entre adenilato de d-luciferina e pirofosfato. O segundo passo é uma de-carboxilação oxidativa que produz <b>oxiluciferina</b> em um estado eletronicamente excitado. A oxiluciferina excitada retorna ao estado fundamental via emissão de um fóton (λem = 565 nm), produzindo o brilho verde característico dos vaga-lumes com alto rendimento quântico de ~0,9 (a 25°C e pH 7,8). Em (</span><b style="text-align: left;">B</b><span style="text-align: left;">), estrutura molecular da luciferina envolvida e, em (</span><b style="text-align: left;">C</b><span style="text-align: left;">), estrutura molecular da oxiluciferina. A reação proposta é baseada na espécie de vaga-lume </span><i style="text-align: left;">Photinus pyralis</i><span style="text-align: left;"> (</span><b style="text-align: left;">D</b><span style="text-align: left;">). </span><b style="text-align: left;">Ref.2</b></td></tr></tbody></table><br /><p>A petúnia vaga-lume sendo agora comercializada não precisa do fornecimento de nutrientes especiais graças a um grupo de genes do cogumelo bioluminescente<b> <i>Neonothopanus nambi</i></b> (<b>Fig.3</b>). O fungo alimenta sua reação de emissão de luz com a molécula de ácido cafeico, esta a qual também é produzida por plantas terrestres (<b>Ref.3</b>). Ao inserir genes desse cogumelo na petúnia, pesquisadores tornaram possível para a planta produzir enzimas que podem converter ácido cafeico na molécula emissora de luz luciferina e então reciclá-la de volta em ácido cafeico - permitindo bioluminescência sustentada. </p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwePVgy8wixvcp5eUTi1tdIyq7qv2f2SNEs4YD9SymOURVH1af6GuEC78pRW8reoTM17dqRNlVehPhwPpH5iJf4ii34j62I_XgvmzNp0hRJqKdsGEi7i9aN9K-U7sH9_Z906MYpceeLxVao9i2xIN0SsCVSu5Ow4zH4yPLHvRNHGl7i-vof1oMf05Zj5k/s627/Figures-1-6-Neonothopanus-nambi-BIN-2379-Figure-1-Basidiome-in-natural-light-and-in.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="627" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwePVgy8wixvcp5eUTi1tdIyq7qv2f2SNEs4YD9SymOURVH1af6GuEC78pRW8reoTM17dqRNlVehPhwPpH5iJf4ii34j62I_XgvmzNp0hRJqKdsGEi7i9aN9K-U7sH9_Z906MYpceeLxVao9i2xIN0SsCVSu5Ow4zH4yPLHvRNHGl7i-vof1oMf05Zj5k/s16000/Figures-1-6-Neonothopanus-nambi-BIN-2379-Figure-1-Basidiome-in-natural-light-and-in.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 3</b><span style="text-align: left;">. Fungo </span><i style="text-align: left;">Neonothopanus nambi</i><span style="text-align: left;"> sob luz natural e no escuro, onde podemos ver o brilho verde resultante de bioluminescência. Assim como em vaga-lumes, a reação bioluminescente nessa espécie de fungo envolve oxidação de uma luciferina por oxigênio molecular (O<span style="font-size: x-small;">2</span>) catalisada pela enzima luciferase; pH ótimo para a reação de bioluminescência é 8,0 na <i>N. nambi</i>. <br /><br /></span></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVuMrJ6xiQ3_pl3MfNZizOlwePbh4lYiqazF8tqtU0uuoggptM0W7-DJhBx9VwZNA109o9No3qyLsqXkc1inE3985AGPeULViNasBjrn3Ax81Jm_OwXm6XtS3yIRf_OPD1i39GlMgoWmwF-YgzpvRACzZYxpFhtfgGRv2GH8O5IyMTQIEKk9Tyusak-Q4/s641/187139_web.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="641" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVuMrJ6xiQ3_pl3MfNZizOlwePbh4lYiqazF8tqtU0uuoggptM0W7-DJhBx9VwZNA109o9No3qyLsqXkc1inE3985AGPeULViNasBjrn3Ax81Jm_OwXm6XtS3yIRf_OPD1i39GlMgoWmwF-YgzpvRACzZYxpFhtfgGRv2GH8O5IyMTQIEKk9Tyusak-Q4/s16000/187139_web.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 4</b><span style="text-align: left;">. Fungo <i>N. nambi</i> no ambiente natural, onde podemos ver sua notável bioluminescência.</span></td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi16utN1xBUgt5XZ-hOMNBe5LceZAkEx1xApE88SGNwZJWKP_0nGqra1NlXGDw0ry3lxxyRpZLzu4yDZB6KGN47VarJeC_PrpbOKXfQO7fAsf0anWjDVYqb-L8UXCVgeUdX2RfBC9VyxGWevLURJSao7t3ZHy5WM485lEVLODO9ND04zw7ssdiev4-8Qp4/s600/Pet%C3%BAnia.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="346" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi16utN1xBUgt5XZ-hOMNBe5LceZAkEx1xApE88SGNwZJWKP_0nGqra1NlXGDw0ry3lxxyRpZLzu4yDZB6KGN47VarJeC_PrpbOKXfQO7fAsf0anWjDVYqb-L8UXCVgeUdX2RfBC9VyxGWevLURJSao7t3ZHy5WM485lEVLODO9ND04zw7ssdiev4-8Qp4/s16000/Pet%C3%BAnia.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 5</b>. A petúnia vaga-lume brilha de forma contínua, emitindo um brilho verde bem visível no escuro, com a ajuda de um conjunto de genes do fungo </span><i style="text-align: left;">N. nambi</i><span style="text-align: left;">.</span></td></tr></tbody></table><br /><p>-----------</p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> Importante apontar que existem diferentes luciferinas, moléculas que emitem luz quando enzimaticamente oxidadas. Um total de 9 e de 7 famílias de genes para luciferinas e luciferases, respectivamente, têm sido descritas, entre pelo menos 40 sistemas bioluminescentes pensados de existir na natureza. Aproximadamente 100 espécies fúngicas da ordem Agaricales emitem luz utilizando a mesma reação bioquímica do fungo <i>N. nambi</i>. É incerto o porquê desses fungos emitirem luz, mas suspeita-se que seja para atrair insetos que atuam como dispersadores de esporos fúngicos. <b>Ref.5</b></p><p><b><br /></b></p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b><b> Vídeo </b>da Light Bio mostrando as petúnias vaga-lumes: <a href="https://light.bio/">acesse aqui</a>.</p><p>-----------</p><p><br /></p><p>Para manter a bioluminscência da petúnia vaga-lume sempre viva e com o máximo de brilho, basta cuidar bem da planta como feito para uma petúnia tradicional, fornecendo luz solar suficiente, água e terra adubada. À medida que as folhas envelhecem, o brilho é gradualmente reduzido. Partes de rápido crescimento da planta, como brotos de flores e folhas, são as que mais brilham. A petúnia floresce sob longos dias de verão, preferindo pelo menos 6 horas de exposição direta à luz solar. Promoção de um crescimento vigoroso irá produzir um brilho mais forte.</p><div><br /></div><p>A petúnia geneticamente modificada foi aprovada pelo Departamento de Agricultura dos EUA em setembro do ano passado (<b>Ref.6</b>). A escolha da petúnia em particular para a modificação genética e comercialização foi primariamente baseada no fato de que essa é uma planta ornamental amplamente usada nos EUA e de fácil cuidado. Além disso, a petúnia <i>P. hybrida</i> não é nativa da América do Norte e não é considerada uma espécie invasiva, reduzindo o risco de disseminar os genes modificados para plantas nativas.</p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li><a href="https://www.nature.com/articles/d41586-024-00383-3">https://www.nature.com/articles/d41586-024-00383-3</a></li><li>Adcock et al. (2019). Luminescence | Overview. Encyclopedia of Analytical Science (Third Edition), Pages 270-280. <a href="https://doi.org/10.1016/B978-0-12-409547-2.11027-3">https://doi.org/10.1016/B978-0-12-409547-2.11027-3</a></li><li>Mitiouchkina et al. (2020). Plants with genetically encoded autoluminescence. Nature Biotechnology, 38(8), 944–946. <a href="https://doi.org/10.1038/s41587-020-0500-9">https://doi.org/10.1038/s41587-020-0500-9</a></li><li><a href="https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7946651/">https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7946651/</a></li><li>Sarkisyan et al. (2018). Genetically encodable bioluminescent system from fungi. PNAS, 115 (50) 12728-12732. <a href="https://doi.org/10.1073/pnas.18036151">https://doi.org/10.1073/pnas.18036151</a></li><li><a href="https://www.aphis.usda.gov/aphis/newsroom/stakeholder-info/sa_by_date/sa-2023/rsr-light-bio-petunia">https://www.aphis.usda.gov/aphis/newsroom/stakeholder-info/sa_by_date/sa-2023/rsr-light-bio-petunia</a></li></ol><p></p>
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</script>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-43346680396096860172024-02-15T23:36:00.000-08:002024-02-15T23:36:03.337-08:00Cientistas criaram um arroz de carne bovina<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB23W9EkPkYQdSrrQzLETJ_5Z1t_GOQQDosvX0It_JdRI7QGtdIxCisb_rEbLjCv-d60DozvtUEABrs9TWNiM4vP2BRPOrismEK7SWS_Z4gh8e40DHAjUt0iyGN0TWDvbO8s2wAJKNpY-BG22egql4mZKTAY_IxoVO051ilNTC_p_EQXiFEQTbOcuIDPs/s620/arroz1.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="356" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB23W9EkPkYQdSrrQzLETJ_5Z1t_GOQQDosvX0It_JdRI7QGtdIxCisb_rEbLjCv-d60DozvtUEABrs9TWNiM4vP2BRPOrismEK7SWS_Z4gh8e40DHAjUt0iyGN0TWDvbO8s2wAJKNpY-BG22egql4mZKTAY_IxoVO051ilNTC_p_EQXiFEQTbOcuIDPs/s16000/arroz1.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 1</b><span style="text-align: left;">. O arroz-bife é rosa porque o meio de cultura contém vermelho fenol, um monitor ácido.</span></td></tr></tbody></table><p> <br />Desde carne produzida em laboratório (<b>1</b>) até proteína derivada de insetos (<b>2</b>), pesquisadores vêm desenvolvendo metodologias para a produção proteica que representem uma alternativa ambientalmente mais amigável (<b>3</b>) e que ajudem a resolver os impactos éticos da indústria agropecuária. Nesse sentido, cientistas Coreanos trouxeram mais uma inovação alimentar - cultura de "bife de arroz" - ao crescer células musculares e adiposas de animais dentro de grãos de arroz. O método, descrito e reportado no periódico <i>Matter</i> (<b>Ref.1</b>), resultou em um alimento híbrido nutritivo e de aspecto rosa que, uma vez comercializado, pode oferecer mais uma alternativa proteica associada com menor emissão de gases estufas. </p><p> </p><p>Sugestão de leitura:</p><p></p><ul style="text-align: left;"><li>(<b>1</b>) <a href="https://www.saberatualizadonews.com/2021/01/cientistas-criam-carne-em-laboratorio.html">Cientistas criam carne em laboratório extremamente similar à carne natural</a></li><li>(<b>2</b>) <a href="http://www.saberatualizado.com.br/2022/03/insetos-comestiveis-solucao-para-um.html">Insetos Comestíveis: Solução para um mundo mais sustentável?</a></li><li>(<b>3</b>) <a href="https://www.saberatualizadonews.com/2022/06/substituir-20-do-consumo-de-carne.html">Substituir 20% do consumo de carne bovina por micoproteína pode reduzir pela metade o desmatamento e emissões de gases estufas</a></li></ul><p></p><p><br /></p><p>"Imagine obter todos os nutrientes que nós precisamos de culturas celulares com arroz," disse em entrevista um dos autores principais do novo estudo, Dr. Sohyeon Park, da Universidade de Yonsei, Coreia do Sul (<b>Ref.3</b>). "Arroz já possui um alto nível nutricional, mas adicionar células de animais pode melhorar ainda mais seu valor nutritivo."</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>Em animais, andaimes biológicos ajudam a guiar e a suportar o crescimento tridimensional (3D) de células para formar tecidos e órgãos. Para cultivar carne em laboratório (cultura celular), os pesquisadores no novo estudo imitaram esse ambiente celular usando arroz. Grãos de arroz são porosos e possuem estruturas organizadas, fornecendo um andaime sólido para abrigar células derivadas de animais nos cantos e nos espaços de 'rachaduras'. Certas moléculas encontradas no arroz podem também nutrir e promover o crescimento dessas células, tornando o arroz uma plataforma ideal - somando-se ao fato do arroz estar associado a uma baixa incidência de alergia alimentar.</p><p><br /></p><p>Os pesquisadores primeiro revestiram grãos de arroz com gelatina de peixe, um ingrediente seguro e comestível que ajuda as células a aderir melhor no arroz. Células-tronco bovinas de músculos e gordura foram então germinadas nos grãos de arroz e deixadas em cultura em placas de Petri por 9 a 11 dias. O produto final colhido é um "arroz de bife" com ingredientes principais que atendem requerimentos de segurança alimentar e que possuem um baixo risco para engatilhar alergias alimentares. </p><p><br /></p><p>Para caracterizar o arroz híbrido, os pesquisadores conduziram várias análises típicas da indústria alimentar, incluindo valor nutricional (<b>Fig.3</b>), odor e textura. Os achados revelaram que o arroz híbrido possuía 8% mais proteína e 7% mais gordura do que o arroz regular, além de ser mais firme e quebradiço. Amostras com um maior conteúdo de músculos tinham compostos odoríferos associados a carnes bovinas e amêndoas, enquanto aquelas com maior conteúdo adiposo tinham compostos correspondentes a creme, manteiga e óleo de coco.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2vBmXGIYPjBgRfu7PLQiCoRsO6oHuNyV4l4bmhvcP7iDuEESdFkrCkTMYDLSNUuzufmK_mmHzSs3iIICUaNfCmQZots8fwQkDgYLdLGM6na-NXpdWqkU0DTLwcSiikYw0sOOKFRkD9s9SQATrRGV0X46g9K7pISgHwswhcN1CJUiwMcqWC6F1Y6cEngU/s600/arroz.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="497" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2vBmXGIYPjBgRfu7PLQiCoRsO6oHuNyV4l4bmhvcP7iDuEESdFkrCkTMYDLSNUuzufmK_mmHzSs3iIICUaNfCmQZots8fwQkDgYLdLGM6na-NXpdWqkU0DTLwcSiikYw0sOOKFRkD9s9SQATrRGV0X46g9K7pISgHwswhcN1CJUiwMcqWC6F1Y6cEngU/s16000/arroz.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 2</b>. Grãos de arroz, germinados com células bovinas, em um meio de crescimento (cultura). Além da gelatina de peixe, </span>transglutaminase microbiana (aditivo alimentar comum) foi usada para melhorar a aderência e o crescimento das células musculares e adiposas no arroz.<br /><br /></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqjZ5Ipim6-Mst44QVPKxNnTjha2ykBHIVxF4RgunCmFko1TXOkkNURroXUxPUl591vBJZ5WtpQvQLj6aq7xrOP98ijyltvlDlEUBjzxN_NhxhpmcS-ttvd5JBy3HN5eVM2P8_TAxhARKb2nV7l9Lmtq8z-zwdd-d_mHm3plEFcw9Ky4G2YxFiAdgEbHQ/s600/fx1_lrg.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="215" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqjZ5Ipim6-Mst44QVPKxNnTjha2ykBHIVxF4RgunCmFko1TXOkkNURroXUxPUl591vBJZ5WtpQvQLj6aq7xrOP98ijyltvlDlEUBjzxN_NhxhpmcS-ttvd5JBy3HN5eVM2P8_TAxhARKb2nV7l9Lmtq8z-zwdd-d_mHm3plEFcw9Ky4G2YxFiAdgEbHQ/s16000/fx1_lrg.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 3</b><span style="text-align: left;">. Perfil quantitativo de macronutrientes do arroz híbrido. </span><b style="text-align: left;">Ref.1</b></td></tr></tbody></table></div><br /><p>Para cada 100 g de proteína produzida, o arroz híbrido é estimado de liberar menos do que 6,27 kg de CO<span style="font-size: x-small;">2</span>, enquanto carne bovina libera 49,89 kg. E se comercializada, o arroz híbrido custaria US$2,23 por kg, enquanto carne bovina custa US$14,88.</p><p><br /></p><p>Considerando que o "arroz de bife" contém baixos riscos de segurança alimentar e é de produção relativamente fácil, os cientistas responsáveis pelo novo alimento híbrido estão otimistas com a comercialização do produto em um futuro próximo. Mas ainda esperam também otimizar as condições de crescimento da cultura celular, algo que pode melhorar o valor nutricional do arroz híbrido, aumentando em especial o conteúdo proteico.</p><p><br /></p><p><span style="font-size: large;"><b>></b></span> Sugestão de leitura: <a href="http://www.saberatualizado.com.br/2015/07/arroz-venenoso.html">Qual é a relação entre o arroz e o tóxico arsênio?</a></p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Hong et al. (2024). Rice grains integrated with animal cells: A shortcut to a sustainable food system. <a href="https://doi.org/10.1016/j.matt.2024.01.015">https://doi.org/10.1016/j.matt.2024.01.015</a></li><li><a href="https://www.nature.com/articles/d41586-024-00398-w">https://www.nature.com/articles/d41586-024-00398-w</a></li><li><a href="https://www.eurekalert.org/news-releases/1033922">https://www.eurekalert.org/news-releases/1033922</a></li></ol><p></p>
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<br />
<p>A leishmaniose visceral é a forma clínica da doença infecciosa tropical que oferece alto risco de vida: a taxa de mortalidade chega a 95% se não tratada, segundo a OMS (<b>!</b>). E mesmo quando os protocolos recomendados são seguidos, o índice de mortalidade é de até 10%.</p><p><br /></p><p>----------</p><p>(<b>!</b>) A doença é causada por múltiplas espécies de protozoários, estes os quais são transmitidos através da picada de mosquitos, principalmente aqueles conhecidos como "mosquitos-palha". Para mais informações: <a href="http://www.saberatualizado.com.br/2020/01/homem-de-19-anos-com-leishmaniose.html">Qual é a diferença entre as leishmanioses cutânea (tegumentar) e visceral?</a></p><p>-----------</p><p> </p>
<p>Para piorar o quadro, os tratamentos atualmente disponíveis – baseados principalmente no uso de antimoniais pentavalentes ou anfotericina B – causam efeitos colaterais severos no coração, fígado e nos rins dos pacientes. Além disso, alguns fármacos têm custo extremamente elevado, especialmente para os sistemas públicos de saúde, e, se ministrados de forma inadequada, podem gerar parasitas resistentes. Daí a importância de se encontrar novos compostos ativos e os cientistas têm centrado esforços nos produtos naturais, identificados em plantas.</p><p><br /></p>
<p>Neste estudo financiado pela FAPESP (projetos <a href="https://bv.fapesp.br/pt/bolsas/168092/nanoparticulas-lipidicas-como-carreadores-de-triterpenos-para-o-tratamento-da-leishmaniose-visceral/?q=16/10324-6" target="_blank">16/10324-6</a>, <a href="https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/100951/biomoleculas-oriundas-de-especies-vegetais-de-areas-remanescentes-da-mata-atlantica-e-do-cerrado-par/?q=18/07885-1" target="_blank">18/07885-1</a>, <a href="https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/106924/estudos-pre-clinicos-de-tratamentos-nao-invasivos-nas-leishmanioses/?q=18/24077-6" target="_blank">18/24077-6</a> e <a href="https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/113620/buscando-novas-alternativas-terapeuticas-para-a-leishmaniose/?q=23/01641-1" target="_blank">23/01641-1</a>), pesquisadores do Instituto de Biociências da Unesp, campus do Litoral Paulista (IB-CLP), criaram uma nova abordagem: ministrar o lupeol – composto químico da classe dos triterpenos, produzido e acumulado por certas espécies de plantas – encapsulado em nanopartículas lipídicas.</p><p><br /></p>
<p>“O lupeol já apresentou, em estudos <em>in vitro</em>, capacidade de eliminar diversas formas de <em>Leishmania</em>, mas apresenta baixa solubilidade em diluentes fisiológicos, o que limita sua biodisponibilidade <em>in vivo</em>”, explica <a href="https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/101972/jessica-adriana-de-jesus" target="_blank">Jéssica Adriana de Jesus</a>, pós-doutoranda no IB-CLP e primeira autora do estudo.</p><p><br /></p>
<p>“Colocá-lo dentro de nanopartículas lipídicas soluciona esse problema, pois permite superar barreiras biológicas, maximizar o efeito terapêutico e liberar o fármaco em um local específico – no caso da leishmaniose visceral, no baço, no fígado e na medula óssea”, completa. “Esses nanocarreadores nada mais são do que um veículo que leva o composto até o local necessário. Ali, com o pH adequado, eles se abrem, liberando o fármaco.”</p><p><br /></p>
<p><strong><span style="font-size: medium;">Resultados inéditos</span></strong></p>
<p><br /></p><p>O experimento feito na Unesp envolveu quatro grupos de animais infectados com a espécie <em>Leishmania infantum</em> e tratados durante dez dias: o primeiro recebeu apenas lupeol; o segundo foi tratado com nanopartículas contendo o composto; o terceiro recebeu apenas o veículo (nanopartículas sem o princípio ativo); e, o quarto, recebeu placebo. Após esse período, foram coletados baço, fígado, sangue e plasma, que passaram por análises bioquímicas, fisiopatológicas e de carga parasitária.</p>
<p><br /></p><p>Como esperado, os carreadores lipídicos nanoestruturados contendo lupeol apresentam eficácia superior à do fármaco sozinho na eliminação de parasitas no baço e fígado de hamsters com leishmaniose visceral: sua administração durante dez dias consecutivos reduziu em 99,9% o número de parasitas.</p>
<p><br /></p><p>“Além disso, os animais tratados dessa forma apresentaram apenas alterações histopatológicas mínimas no baço e no fígado”, conta a pesquisadora. “Pela primeira vez, comprovamos que essa combinação é altamente eficaz no tratamento da doença e deve ser considerada como uma formulação significativa a ser utilizada.”</p>
<p><br /></p><p>No estudo recém-publicado, as nanopartículas contendo lupeol foram administradas por meio de uma injeção intraperitoneal (na cavidade abdominal dos animais). Os próximos passos do grupo incluem desenvolver um nanocarregador para uso oral, o que permitiria ao paciente se tratar em casa, e também versões para aplicação tópica, voltadas ao tratamento da leishmaniose cutânea.</p>
<p><br /></p><p>O estudo conduzido durante o pós-doutoramento de Jesus foi supervisionado por <a href="https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/60688/luiz-felipe-domingues-passero/" target="_blank">Luiz Felipe D. Passero</a>, professor do IB-CLP e do Instituto de Estudos Avançados do Mar (Ieamar-Unesp).</p>
<p><br /></p><p>Também participaram do trabalho os pesquisadores Domingos C. Ferreira e Paulo C. Costa, do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica da Universidade do Porto (Portugal); Ilza Maria O. Sousa, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); <a href="https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/669277/thays-nicolli-fragoso-da-silva" target="_blank">Thays Nicolli</a>, <a href="https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/8022/marcia-dalastra-laurenti/" target="_blank">Aurea F. Ferreira e Marcia D. Laurenti</a>, do Laboratório de Patologia de Moléstias Infecciosas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).</p>
<p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> O artigo <em>Nanostructured Lipid Carriers as Robust Systems for Lupeol Delivery in the Treatment of Experimental Visceral Leishmaniasis</em> pode ser lido em: <a href="https://www.mdpi.com/1424-8247/16/12/1646" target="_blank">www.mdpi.com/1424-8247/16/12/1646</a>.<br />
</p>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-56968362342871751372024-02-02T00:08:00.000-08:002024-02-02T00:08:05.735-08:00Vacina contra a dengue do Butantan protege 79,6% dos imunizados, atesta estudo<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL3TdK4vpuLGpbVzF5SvYTf30dtXUI-XoFtP838BnsVIWMhnfuzBd8ispVBhSaEmduL_OgnjuvQB9byAoHzzPcAE73UgrTuOKIhJclQAmD3_eWjY-6Nhuawtrxt5arhmlzkSeL-Pzke9OFhLeCLin_qSfD7ZBttFxr_M6Xhi-V15J4_clxNGzbXEmqSy0/s620/50763.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="423" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL3TdK4vpuLGpbVzF5SvYTf30dtXUI-XoFtP838BnsVIWMhnfuzBd8ispVBhSaEmduL_OgnjuvQB9byAoHzzPcAE73UgrTuOKIhJclQAmD3_eWjY-6Nhuawtrxt5arhmlzkSeL-Pzke9OFhLeCLin_qSfD7ZBttFxr_M6Xhi-V15J4_clxNGzbXEmqSy0/s16000/50763.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lote usado para validar o processo de produção da vacina no Instituto Butantan.</td></tr></tbody></table><br /><p></p><p><strong>Karina Toledo | Agência FAPESP</strong> – Uma única dose da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan é capaz de evitar o adoecimento em quase 80% dos vacinados (79,6%), aponta estudo no <em>The New England Journal of Medicine</em>. Denominado Butantan-DV, o imunizante contém versões atenuadas dos quatro sorotipos do vírus. Mostrou-se seguro e eficaz para uma ampla faixa etária estudada – de 2 a 59 anos –, tanto entre os voluntários com histórico de infecção prévia quanto entre aqueles nunca antes infectados.</p>
<p><br /></p><p>“A publicação deste artigo na principal revista médica do mundo atesta o rigor e a qualidade do trabalho desenvolvido por pesquisadores de 16 centros brasileiros, localizados nas cinco regiões do país, sob a coordenação do Instituto Butantan”, diz à <strong>Agência FAPESP</strong> o infectologista <strong><a href="https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/6909/esper-georges-kallas" target="_blank">Esper Kallás</a></strong>, primeiro autor do estudo. “Em junho devemos concluir os cinco anos de seguimento dos voluntários. Quando esses dados estiverem consolidados, saberemos qual é a longevidade da proteção induzida pela vacina.”</p>
<p><br /></p><p>Ainda segundo Kallás, que dirige o Instituto Butantan, a expectativa do grupo é apresentar um relatório à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no segundo semestre deste ano para pedir o registro do produto. “Se tudo correr bem, devemos conseguir a aprovação definitiva em 2025. Já temos infraestrutura para produzir o imunizante no Butantan, embora ela ainda possa ser aprimorada, afinal, são quatro vacinas em uma”, ressalta.</p><p><br /></p>
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<br />
<p>O artigo publicado traz resultados dos primeiros dois anos do ensaio clínico de fase 3, que teve início em fevereiro de 2016 e envolveu 16.235 participantes de 13 Estados. Dados preliminares divulgados pelo Butantan em dezembro de 2022 já indicavam uma eficácia global de 79,6%. Agora, foram detalhados os resultados para cada subgrupo avaliado.</p>
<p><br /></p><p>Foi observada eficácia de 80,1% para a faixa etária de 2 a 6 anos; de 77,8% entre participantes de 7 a 17 anos; e de 90% entre 18 e 59 anos. A estratificação de acordo com o status sorológico mostra uma proteção de 73,6% entre os voluntários sem evidência de infecção prévia, enquanto entre os já expostos o número foi de 89,2%. Contra o sorotipo 1 da dengue (DENV-1) a eficácia foi de 89,5% e, contra o sorotipo 2 (DENV-2), de 69,6%. Não foi possível avaliar o desempenho contra os sorotipos 3 e 4 porque não houve circulação do vírus durante a realização do estudo. A maioria das reações adversas foi classificada como leve ou moderada, sendo as principais dor e vermelhidão no local da injeção, dor de cabeça e fadiga. Eventos adversos sérios relacionados à vacina foram registrados em menos de 0,1% dos vacinados e todos se recuperaram.</p><p><br /></p>
<p>“Dados da fase 2 [do estudo clínico] indicam que os quatro sorotipos virais atenuados que compõem a Butantan-DV se multiplicam no organismo humano e induzem uma resposta equilibrada em termos de produção de anticorpos. Isso nos leva a crer que a eficácia contra o DENV-3 e o DENV-4 também será boa”, afirma o virologista <strong><a href="https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/2733/mauricio-lacerda-nogueira" target="_blank">Maurício Lacerda Nogueira</a></strong>, um dos coordenadores da pesquisa. “Importante ressaltar que a vacina do Butantan se mostrou extremamente segura também para pessoas que nunca tiveram dengue, o que é uma vantagem em relação aos imunizantes já disponíveis no mercado. Além disso, ela abrange uma faixa etária mais ampla e é uma vacina monodose”, destaca Nogueira, que é professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), um dos centros que integraram a pesquisa.</p><p><br /></p>
<p>Até o momento, há duas vacinas contra a dengue já aprovadas pela Anvisa. A Dengvaxia, da farmacêutica Sanofi Pasteur, requer três aplicações e é indicada para pessoas de 9 a 45 anos que já tiveram dengue. E a Qdenga, do laboratório Takeda, cuja aplicação no Brasil deve começar agora em fevereiro para pessoas entre 4 e 60 anos (independentemente do status sorológico). Neste caso, serão necessárias duas doses para completar a imunização.</p><p><br /></p>
<p>O esquema de dose única da Butantan-DV traz vantagens logísticas e econômicas, afirmam os autores no artigo. Confere proteção rápida para a população em caso de surto epidêmico ou para pessoas sem imunidade que precisam viajar a locais onde a doença é endêmica.</p><p><br /></p>
<p>No Brasil, o vírus da dengue é considerado hiperendêmico, ou seja, sua alta prevalência se mantém constante no país ano após ano. Segundo o Ministério da Saúde, em 2023 foram registrados até novembro 1,6 milhão de casos prováveis. Dados divulgados na última terça-feira (30/01) apontam em 2024 um acumulado de 217.841 casos prováveis. Há ainda 15 mortes confirmadas este ano e outras 149 em investigação. Com base nos números, a incidência calculada no país atualmente é de 107,1 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto a taxa de letalidade da doença está em 0,9%.</p><p><br /></p>
<p><strong><span style="font-size: medium;">Benefícios secundários</span></strong></p>
<p><br /></p><p>A vacina tetravalente contra a dengue começou a ser desenvolvida no Instituto Butantan em 2010 com <strong><a href="https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/29495/dengue-producao-de-lotes-experimentais-de-uma-vacina-tetravalente-candidata-contra-dengue/" target="_blank">apoio</a></strong> da FAPESP, a partir de uma formulação criada por pesquisadores vinculados ao National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos. Os ensaios clínicos começaram no Brasil em 2013, com apoio da Fundação Butantan e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no âmbito do projeto "Desenvolvimento de uma vacina tetravalente contra a dengue", coordenado por Neuza Frazatti Gallina, que recebeu em 2023 o Prêmio Péter Murányi (<em>leia mais em: <strong><a href="https://agencia.fapesp.br/40817" target="_blank">agencia.fapesp.br/40817</a></strong></em>). Esta terceira fase da pesquisa, que deve ser concluída em junho, é possivelmente o maior ensaio clínico de uma vacina já feito exclusivamente no país.</p>
<p><br /></p><p>“O custo da dengue é absurdo no Brasil e a expectativa é que a vacina reduza a mortalidade e as hospitalizações pela doença. Então, o investimento feito pelo governo brasileiro no desenvolvimento do imunizante nacional, na casa das centenas de milhões de reais, terá um impacto enorme em termos de saúde pública”, avalia Nogueira. “Além disso, há benefícios secundários que já podemos observar. Esse mesmo grupo que fez o estudo agora publicado fez o ensaio clínico da CoronaVac durante a pandemia de COVID-19. A gente já estava preparado. A formação dessa rede de pesquisa em vacinas é um patrimônio que o governo brasileiro tem de manter, porque isso permite responder muito rapidamente a outras necessidades que venham a surgir no futuro.</p>
<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">></span> O artigo <em>Live, Attenuated, Tetravalent Butantan-Dengue Vaccine in Children and Adults</em> pode ser lido em: <a href="https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2301790?query=featured_home" target="_blank">www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2301790</a><br />
</p>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-24703828020302242092024-02-01T19:19:00.000-08:002024-02-01T19:19:17.700-08:00Por que insetos voadores ficam voando ao redor de lâmpadas acesas? Cientistas trouxeram uma resposta!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6DyPBqa3aGXxYPVOEU_fCIT3rUlq9lJE8l5DRSNj9bAhKA30qeEMv_nAhp9tqVNHzWARRwnbdsbSX9rakGYmjRh9Fgn7AwLYXSIKeicJLypsBbXj3kKk2UDbnkX6rw4r2mORXRj2fJt97U1gp-GVxa1f5RjqiSUYgygWjHVCvPeAhM34olMKueTacQ-Q/s620/light.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="429" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6DyPBqa3aGXxYPVOEU_fCIT3rUlq9lJE8l5DRSNj9bAhKA30qeEMv_nAhp9tqVNHzWARRwnbdsbSX9rakGYmjRh9Fgn7AwLYXSIKeicJLypsBbXj3kKk2UDbnkX6rw4r2mORXRj2fJt97U1gp-GVxa1f5RjqiSUYgygWjHVCvPeAhM34olMKueTacQ-Q/s16000/light.png" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p>À noite, esse é um fenômeno comumente observado: insetos noturnos, como mariposas, que ficam voando em torno de fontes artificiais de luz. Comumente, as pessoas explicam esse comportamento como uma forma de atração desses animais pela luz, e sugerindo confusão com a luminosidade da Lua. Outros sugerem que esses insetos são atraídos pelo calor gerado por lâmpadas incandescentes. Porém, no meio acadêmico, essa questão tem permanecido em aberto, e duas hipóteses principais têm sido exploradas para explicar esses voos erráticos: "navegação lunar" e "escape da luz". Agora, em um estudo publicado no periódico <i>Nature Communications</i> (<b>Ref.1</b>), pesquisadores usaram avançada tecnologia de câmera para investigar o comportamento de voo de insetos noturnos em torno de lâmpadas acesas e revelaram uma inesperada solução geral para o mistério. </p><p><br /></p><p>Os insetos não são atraídos pela luz artificial; ao invés disso, tentam manter suas cosas viradas para a luz artificial (resposta dorsal à luz) como ajuda de voo e manutenção de altitude. Como a luz artificial não é um ponto luminoso fixo no céu como a Lua e muito menos inalcançável, esses insetos acabam ficando presos em um movimento de <i>loop</i> ao redor dos objetos luminosos devido ao reflexo dorsal. Isso cria uma ilusão de que estão sendo atraídos no sentido da luz, enquanto na realidade estão presos em um movimento automático e circular que tenta manter o dorso virado para a fonte luminosa.</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>A interação entre insetos voadores e luz artificial é uma ocorrência tão comum que inclusive inspirou o famoso e antigo dizer popular "atraído como uma mariposa pela chama". Luz artificial é um método antigo de prender insetos, com os registros escritos mais antigos desse método datando do Império Romano ao redor do ano 1 d.C. Esforços para melhorar a eficiência dessas armadilhas têm fomentando hipóteses diversas para explicar o porquê desses insetos se reunirem para ficar girando em torno de lâmpadas acesas e afins. Além de uma simples curiosidade científica, entendimento de como os insetos interagem com luz artificial é particularmente importante no contexto moderno de crescente uso noturno de dispositivos luminosos e associada poluição luminosa (<b>!</b>), incluindo efeitos deletério na saúde humana.</p><p><br /></p><p>-----------</p><p>(<b>!</b>) Todas as noites, inúmeros insetos voadores morrem de forme e desgaste ao interagirem com as luzes artificiais das cidades (lâmpadas, neons, etc.), contribuindo para os sérios declínios populacionais observados para espécies diversas de insetos ao redor do mundo. Existe inclusive evidência de que mariposas urbanas estão evoluindo comportamentos no sentido de evitar as fontes artificiais de luz. Ambos os cenários podem trazer consequências deletérias para plantas dependentes de polinização por esses insetos e de predadores desses insetos que habitam áreas com iluminação artificial. <b>Ref.3</b></p><p>------------</p><p><br /></p><p>Várias hipóteses têm sido propostas para explicar a estranha interação entre insetos voadores noturnos e luzes artificiais. Entre as mais populares podemos citar:</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> insetos são atraídos à luz através de um mecanismo de escape, direcionando o voo para a fonte luminosa ao confundi-la com uma abertura entre as folhagens;</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> insetos usam a Lua como uma bússola celestial para navegar durante o voo, e acabam confundindo as fontes de luz artificial com a fonte lunar;</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> radiação térmica das fontes de luz (calor gerado nos dispositivos luminosos) é atrativa para os insetos voadores;</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> os olhos sensitivos dos insetos noturnos, adaptados ao ambiente escuro, são cegados pelas fontes artificiais de luz, provocando os voos erráticos ou choque, consequentemente aprisionando-os próximos dessas fontes de luz.</p><p><br /></p><p>Apesar das limitações tecnológicas ao longo da história para testar esses modelos teóricos, a hipótese da "atração térmica" já foi conclusivamente derrubada. </p><p><br /></p><p>Animais voadores precisam de um modo confiável para determinar a orientação em relação ao mundo externo, especialmente com referência à direção da gravidade. Ao longo da história evolucionária dos insetos voadores, a parte mais brilhante do campo visual desses animais têm sido o céu, e portanto é um robusto indicador de qual sentido é 'para cima'. Isso é verdade mesmo à noite, especialmente a comprimentos de onda curtos de luz (<450 nm, em especial o ultravioleta, UV). Nesse caminho, a maioria dos insetos voadores exibem alguma forma de <b>resposta dorsal à luz</b>, um comportamento que mantêm o lado dorsal [parte de cima] do corpo virado para a região visual com maior luminosidade.</p><p><br /></p><p>Insetos também possuem outros meios de corrigir a altitude aérea (orientação em relação à gravidade). Os insetos voadores de maior porte, como libélulas e borboletas, conseguem explorar estabilidade passiva para ajudar na orientação 'para cima'. No entanto, o pequeno porte da maioria dos insetos significa que esses animais voam com uma menor razão entre forças inercial e viscosa (número de Reynolds) comparado com voadores de maior porte. Consequentemente, insetos de menor porte, como moscas, não conseguem planar ou usar estabilidade passiva, e mesmo assim conseguem manter uma altitude apropriada de voo e rapidamente corrigir para rotações indesejadas. </p><p><br /></p><p>Múltiplos mecanismos visuais e mecânico-sensoriais contribuem para medidas e correções de rotações indesejadas de insetos voadores. Em especial, nos ambientes sem luz artificial, a porção mais luminosa do campo visual oferece uma pista confiável para a atual altitude de um inseto voador.</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>No novo estudo, os pesquisadores buscaram entender os efeitos da luz artificial sobre o voo de insetos à noite. Para isso, avançadas câmeras foram usadas para capturar em alta resolução e de forma tridimensional (3D) as trajetórias de voo ao longo de 10 diferentes ordens de insetos na presença de diferentes fontes de luz artificial, tanto em ambiente natural quanto em ambiente laboratorial. Os insetos também foram rastreados com pequenos dispositivos no corpo para acurada determinação espacial durante os voos. </p><p><br /></p><p>As análises dos dados acumulados mostraram que os insetos voadores, a curtas distâncias, não voam diretamente no sentido da luz artificial, mas ortogonalmente, levando a comportamentos anômalos na trajetória de voo, como orbitação, protelação e mesmo inversões (<b>Fig.1</b>). O que mostrou ser orientado no sentido da luz artificial é o eixo dorsal do corpo desses insetos, plausivelmente produzindo as trajetórias anômalas circulares e, consequentemente, as persistentes agregações em torno da fonte de luz (ex.: lâmpada).</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1oDBrFUDwZLGHa0cRPpC4cgvtE6e2qq1mJiiAo66R1jvNvztfy3WJYfVadoEEN3DJMELmyrpyBUUaQOaxbUDiZOESgm381jOOvhdABjI5iFM6XcQVLyS7BaNSCekWeXsuFGdjE0GFRzZdKHgAoI5gM9GypCO7XBzj8XAe4yTEx8uGtuBP2kxT3O3iNfI/s634/mari.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="634" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1oDBrFUDwZLGHa0cRPpC4cgvtE6e2qq1mJiiAo66R1jvNvztfy3WJYfVadoEEN3DJMELmyrpyBUUaQOaxbUDiZOESgm381jOOvhdABjI5iFM6XcQVLyS7BaNSCekWeXsuFGdjE0GFRzZdKHgAoI5gM9GypCO7XBzj8XAe4yTEx8uGtuBP2kxT3O3iNfI/s16000/mari.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 1</b><span style="text-align: left;">. Insetos voando ao redor de uma fonte de luz artificial em ambiente natural exibem 3 principais comportamentos não observados sob voo normal: (</span><b style="text-align: left;">a</b><span style="text-align: left;">) orbitação (</span><i style="text-align: left;">Orbiting</i><span style="text-align: left;">), onde o eixo dorsal (DA) é girado a partir da vertical (V); (</span><b style="text-align: left;">b</b><span style="text-align: left;">) protelação (</span><i style="text-align: left;">Stalling</i><span style="text-align: left;">), onde o eixo dorsal é inclinado a partir da vertical; e (</span><b style="text-align: left;">c</b><span style="text-align: left;">) inversão (</span><i style="text-align: left;">Inversion</i><span style="text-align: left;">), com total inversão do eixo dorsal a partir da vertical. Na fileira de cima, ilustrações diagramáticas dos três comportamentos. Na fileira de baixo, frames sobrepostos das trajetórias dos insetos realizando esses padrões comportamentais de voo ao redor das fontes de luz UV. Os frames de voo, para fins estéticos, foram separados por intervalos fixos de 52 ms (à esquerda), 20 ms (meio) e 24 ms (à direita). </span><b style="text-align: left;">Ref.1</b></td></tr></tbody></table><br /><p>Os resultados do estudo suportaram que o reflexo dorsal à luz, ao responder às fontes artificiais de luz em escala local, desorienta os sensos de orientação vertical e de altitude do inseto, causando disrupção da sua habilidade de manter um sentido reto e para frente de voo. Ou seja, contrário à hipótese mais popular, os insetos voadores noturnos não usam as luzes artificiais como pista de navegação; são na verdade desorientados por essas fontes luminosas devido a um reflexo de navegação aérea - esse o qual, aliás, é um mecanismo sensorial basal nos insetos voadores, e portanto explica plausivelmente a alta prevalência de "atração" à luz observada em um amplo espectro de insetos, tanto diurnos quanto noturnos. Essa proposta teórica - apesar de limitações - também explica por que insetos podem colidir com o solo quando a fonte de luz está abaixo desses animais (durante a inversão, onde o corpo do inseto é virado para baixo no voo).</p><p><br /></p><p>As observações experimentais do estudo derrubaram a hipótese da "resposta de escape", porque os insetos não voavam diretamente no sentido da luz artificial e, sim, ortogonalmente. Derrubaram também a hipótese da "navegação lunar", primeiro porque os insetos prontamente se voltavam para a fonte de luz com um dos lados do corpo, e não com a cabeça, e, em segundo lugar, porque essa hipótese não explica os anômalos movimentos de protelação e inversão observados. Por fim, simulações prevendo trajetórias cêntricas ao redor das fontes de luz rejeitaram a hipótese de "cegueira pela luz".</p><p><br /></p><p>Os pesquisadores também refutaram mais uma vez a hipótese da "radiação térmica" porque usaram uma fonte de luz LED, com insignificante emissão de radiação infravermelha, e, mesmo assim, vários insetos voadores continuavam se agregando e presos ao redor da fonte de luz artificial.</p><p><br /></p><p>Porém, os pesquisadores encontraram que dois insetos testados não eram desorientados pelas fontes de luz testadas: moscas <i>Drosophila</i> e mariposas da espécie <i>Daphnis nerii</i>. O motivo é incerto, e aponta para outros mecanismos de orientação de voo que são pouco dependentes do reflexo dorsal à luz (ex.: respostas gravitacionais), ausência do reflexo dorsal ou mesmo que os picos de emissão UV nas lâmpadas usadas nos experimentos não interagiam bem com esses táxons de insetos.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Fabian et al. (2024). Why flying insects gather at artificial light. Nature Communications, 15:689. <a href="https://doi.org/10.1038/s41467-024-44785-3">https://doi.org/10.1038/s41467-024-44785-3</a></li><li><a href="https://www.nature.com/articles/d41586-024-00261-y">https://www.nature.com/articles/d41586-024-00261-y</a></li><li>Altermatt & Ebert (2016). Reduced flight-to-light behaviour of moth populations exposed to long-term urban light pollution. Biology Letters, Volume 12, Issue 4. <a href="https://doi.org/10.1098/rsbl.2016.0111">https://doi.org/10.1098/rsbl.2016.0111</a></li></ol><p></p>
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</script>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-68071844233072504852024-02-01T00:54:00.000-08:002024-02-01T00:54:34.122-08:00Cientistas criam materiais que podem rivalizar em dureza com o diamante<p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwlUKASfEwl33etqqRgBslKRMmY3RYV9S3FxPj_9P-lDnDHGY7xOsDDmEUKrpm3QtSziIpd9qz2FfCUK2snMv74AcfVpERfHg1_Q6T2_eG14oSFtw8TK-ecxyUUyvu0pj_TxGSXSGvyO-rNhqEfiyI9Se55TDV8ZfzDlYT5uqEFZIwzQIoM1wVuPM0wc4/s620/adma202308030-fig-0003-m.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="393" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwlUKASfEwl33etqqRgBslKRMmY3RYV9S3FxPj_9P-lDnDHGY7xOsDDmEUKrpm3QtSziIpd9qz2FfCUK2snMv74AcfVpERfHg1_Q6T2_eG14oSFtw8TK-ecxyUUyvu0pj_TxGSXSGvyO-rNhqEfiyI9Se55TDV8ZfzDlYT5uqEFZIwzQIoM1wVuPM0wc4/s16000/adma202308030-fig-0003-m.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 1</b>. (<b>a</b>) Unidade celular da estrutura química do tI14-C3N4 (c = bolas azuis, N = bolas brancas). (<b>b</b>) Visão do modelo poliédrico da estrutura do tI14-C3N4 ao longo da direção [110].</span></td></tr></tbody></table><br /></p><p>Cientistas produziram um grupo de materiais quase inquebráveis que podem rivalizar em dureza e em aplicações tecnológicas com os diamantes! Esses materiais foram recentemente descritos e reportados no periódico <i>Advanced Materials</i> (<b>1</b>).</p><p><br /></p><p>Quando carbono (C) e nitrogênio (N) são submetidos a extremas pressão (>100 GPa) e temperatura (>1500°C), o tipo de material resultante (nitretos de carbono) mostrou ter uma dureza maior do que o nitreto de boro, o segundo material mais duro após o diamante.</p><p><br /></p><p>Com geometria tetaédrica e ligações covalentes entre seus átomos constituintes (<b>Fig.1</b>), os nitretos de carbono super-duros e ultra-incompressíveis (tI14-C3N4, hP126-C3N4 e CN2) mostraram ter também alta densidade energética e propriedades piezoelétricas e fotoluminescentes. E, mais importante: mostraram-se estáveis em condições ambientes.</p><p><br /></p><p>Os nitretos de nitrogênios ultra-duros foram teoricamente previstos em 1989.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIA</b></p><p></p><ul style="text-align: left;"><li>Laniel et al. (2023). Synthesis of Ultra-Incompressible and Recoverable Carbon Nitrides Featuring CN4 Tetrahedra. Advanced Materials, Volume 36, Issue 3. <a href="https://doi.org/10.1002/adma.202308030">https://doi.org/10.1002/adma.202308030</a></li></ul><p></p>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-2844713713994349862024-02-01T00:46:00.000-08:002024-02-01T00:46:12.597-08:00Estudo identifica alterações moleculares no cérebro e no sangue de indivíduos que cometeram suicídio<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCIxOLNuECQZ2libg3uqPooPbXuxF3os0pTf0tTVufqX__zPK06sStyG0NLVQIsLg06PkbMSMgMHTlqJsyqRo6fUnltxTcfUnfPrJr24QddP8aAaXYWfD3Ly2LM3snZf4UCWNyOH2iC8QO8mVjCzL-ayORGDKKFUscotBG3A09kE8b98bQGT15cgDBtkg/s620/blood-test-1516366003.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="370" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCIxOLNuECQZ2libg3uqPooPbXuxF3os0pTf0tTVufqX__zPK06sStyG0NLVQIsLg06PkbMSMgMHTlqJsyqRo6fUnltxTcfUnfPrJr24QddP8aAaXYWfD3Ly2LM3snZf4UCWNyOH2iC8QO8mVjCzL-ayORGDKKFUscotBG3A09kE8b98bQGT15cgDBtkg/s16000/blood-test-1516366003.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><p><strong>José Tadeu Arantes | Agência FAPESP</strong> – Em artigo <a href="https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0165178123006327?via%3Dihub" target="_blank">publicado</a> na revista <em>Psychiatry Research</em>, pesquisadores brasileiros descrevem um conjunto de alterações moleculares presentes no cérebro e no sangue de indivíduos que cometeram suicídio. Segundo os autores, o objetivo foi identificar fatores de suscetibilidade e potenciais alvos terapêuticos.</p>
<p><br /></p><p>De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo. Entre os jovens, termo que designa a faixa etária dos 15 aos 29 anos, o impacto do suicídio é particularmente alarmante, representando a quarta principal causa de morte. Os dados, de 2019, foram obtidos na última edição do Global Burden of Disease (<a href="https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(20)30752-2/fulltext" target="_blank">GBD</a>), estudo epidemiológico que reúne mais de 200 países e fornece um quadro abrangente das principais causas de mortalidade e incapacidade global.</p><p><br /></p>
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<br />
<p>Diversos fatores de risco estão associados ao suicídio, incluindo histórico familiar, traços de personalidade, condições socioeconômicas, exposição a ideias nocivas nas mídias sociais e presença de transtornos psiquiátricos, especialmente depressão e transtorno bipolar (<b>!</b>). “Contudo, apesar do enorme impacto psicológico, social e econômico gerado pelas mortes por suicídio, a identificação do risco é feita apenas com base em entrevistas clínicas. Os mecanismos neurobiológicos associados às alterações comportamentais ainda são pouco elucidados. E esse foi o foco de nosso estudo”, conta a neurocientista <a href="https://ppgbqa.ufsc.br/o-programa/corpo-docente/manuella-pinto-kaster/" target="_blank">Manuella Kaster</a>, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e coordenadora da pesquisa ao lado de <a href="https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/56072/daniel-martins-de-souza/" target="_blank">Daniel Martins-de-Souza</a>, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).</p><p><br /></p><p>-----------</p><p>(<b>!</b>) Para mais informações: <a href="http://www.saberatualizado.com.br/2017/04/mitos-e-esclarecimentos-sobre-o-suicidio.html">Quais os mitos e verdades sobre o suicídio?</a></p><p>-----------</p><p><br /></p>
<p>Segundo Kaster, o grupo revisou e reanalisou uma grande quantidade de dados, disponíveis na literatura, sobre alterações moleculares encontradas no cérebro e no sangue de indivíduos que cometeram suicídio. “O uso de ferramentas como a transcriptômica, a proteômica e a metabolômica permitiu a avaliação simultânea e comparativa de genes, proteínas e metabólitos presentes nas amostras. E verificamos que, em condições complexas como o suicídio, essas análises apresentam um grande potencial, uma vez que podem fornecer a base para a identificação de fatores de suscetibilidade, além de potenciais alvos terapêuticos”, acrescenta Martins-de-Souza.</p><p><br /></p>
<p>Dito de forma simplificada, as alterações moleculares podem ser interpretadas como “marcadores de risco” e fornecer novas pistas em neurobiologia, constituindo um importante auxílio às informações levantadas nas entrevistas clínicas. “Um dado notável observado em diferentes estudos é que muitos indivíduos procuram serviços de saúde no ano anterior à tentativa de suicídio ou ao suicídio. Mas, devido às dificuldades na identificação do risco, não recebem a atenção que poderia evitar o desfecho”, afirma Kaster.</p><p><br /></p>
<p>Caibe Alves Pereira, doutorando da UFSC orientado por Kaster e primeiro autor do artigo, recolheu 17 estudos que traziam informações sobre alterações cerebrais na expressão de genes e proteínas de indivíduos que cometeram suicídio, em comparação com dados de indivíduos acometidos por outras causas de morte. O córtex pré-frontal foi a região cerebral mais avaliada.</p><p><br /></p>
<p>“Essa região do cérebro apresenta uma grande conexão com os centros de controle emocional e de controle de impulsos. É fundamental em processos de flexibilidade comportamental e de tomada de decisão. Alterações em sua estrutura ou função podem ser extremamente relevantes no contexto do comportamento suicida”, sublinha Kaster.</p><p><br /></p>
<p>Tal informação é especialmente relevante no caso dos jovens, porque o córtex pré-frontal é uma das últimas regiões do cérebro a ficar maturada. Alterações em mecanismos de plasticidade no córtex pré-frontal, afetadas pelos diferentes fatores de risco (sociais, culturais, psicológicos etc.), podem ter um impacto significativo no controle emocional e comportamental em indivíduos jovens.</p><p><br /></p>
<p>No estudo em pauta, os dados dos diferentes trabalhos foram combinados. E, por meio de algoritmo desenvolvido por <a href="https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/690949/guilherme-reis-de-oliveira/" target="_blank">Guilherme Reis de Oliveira</a>, doutorando da Unicamp orientado por Martins-de-Souza e participante do artigo, foi possível identificar alguns mecanismos biológicos e vias comuns associados ao suicídio. Alterações em sistemas de neurotransmissores, em especial de neurotransmissores inibitórios, apareceram como as principais modificações observadas. “As alterações moleculares foram principalmente associadas com células gliais, como astrócitos e micróglia, que apresentam interação próxima e dinâmica com os neurônios e são fundamentais no controle da comunicação celular, metabolismo e plasticidade”, conta Martins-de-Souza.</p><p><br /></p>
<p>Segundo o pesquisador, a análise dos dados apontou ainda para alterações em alguns fatores de transcrição: moléculas responsáveis pela regulação da expressão de diversos genes. “Entre eles, o fator de transcrição <em>CREB1</em> já foi amplamente explorado por seus efeitos na neuroplasticidade e por ser um alvo importante no efeito de fármacos antidepressivos. Contudo, os fatores de transcrição <em>MBNL1</em>, <em>U2AF</em> e <em>ZEB2</em>, associados ao processamento de moléculas de RNA, formação de conexões corticais e gliogênese, nunca foram estudados no contexto da depressão e suicídio”, detalha.</p><p><br /></p>
<p>E Kaster conclui: “Desde a ideação até a execução, o suicídio deve ser levado a sério. Sabemos que as mortes por suicídio são mais prevalentes em pessoas do sexo masculino, enquanto as tentativas são mais prevalentes em pessoas do sexo feminino. Mas isso se deve ao potencial de letalidade e agressividade dos meios utilizados e diferenças em aspectos comportamentais. O suicídio é uma causa de morte evitável com intervenções oportunas. E esta é a principal motivação de nosso estudo. É preciso reduzir o estigma e compreender, de forma ampla e profunda, os diferentes aspectos biológicos, sociais e culturais envolvidos nas alterações de comportamento”.</p><p><br /></p>
<p>A investigação recebeu apoio da FAPESP por meio de três projetos (<a href="https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/102687/da-compreensao-basica-a-biomarcadores-clinicos-para-a-esquizofrenia-um-estudo-multidisciplinar-centr/?q=17/25588-1" target="_blank">17/25588-1</a>, <a href="https://bv.fapesp.br/pt/bolsas/178047/avaliacao-dos-efeitos-da-clozapina-em-celulas-do-sistema-imune/?q=18/01410-1" target="_blank">18/01410-1</a> e <a href="https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/107211/caracterizacao-da-funcao-das-vesiculas-sinapticas-e-liberacao-de-neurotransmissores-durante-o-neurod/?q=19/25957-2" target="_blank">19/25957-2</a>).</p><p><br /></p>
<p><b><span style="font-size: large;">></span></b> O artigo <em>Depicting the molecular features of suicidal behavior: a review from an ‘omics’ perspective</em> pode ser acessado em: <a href="https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0165178123006327?via%3Dihub" target="_blank">www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0165178123006327</a><br />
</p>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-9410786469213861542024-01-28T10:17:00.000-08:002024-01-28T11:50:03.167-08:00Bernardos-eremitas estão usando nosso lixo plástico como concha, e o fenômeno é global<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheRcff8bjjEFlTXWRnjI0XRiZO3VuqX2uRBCXQYgLTqGkzcN2BGoSe1CjS1rux64487iasSgycnkMeZ88uuoUiJnIVQgMhE7uxwiDoLkFOYCs1t02GUtYzsyX_7dsaUJZH3FSBqWD6jgGVF_zcE2VzbyalbmJqB1PPaDj5Ae4p8oUP8cQRqjKmw603mns/s620/1-s2.0-S0048969723075885-ga1_lrg.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="481" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheRcff8bjjEFlTXWRnjI0XRiZO3VuqX2uRBCXQYgLTqGkzcN2BGoSe1CjS1rux64487iasSgycnkMeZ88uuoUiJnIVQgMhE7uxwiDoLkFOYCs1t02GUtYzsyX_7dsaUJZH3FSBqWD6jgGVF_zcE2VzbyalbmJqB1PPaDj5Ae4p8oUP8cQRqjKmw603mns/s16000/1-s2.0-S0048969723075885-ga1_lrg.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Figura 1</b>. Bernardo-eremita terrestre usando uma tampa de plástico como concha. <b>Ref.1<br /><br /></b></td></tr></tbody></table><p>Poluição plástica é um problema cada vez crescente e ganhando dimensões dramáticas nos oceanos ao redor do mundo. Artefatos e particulados plásticos de múltiplas dimensões estão colocando em perigo e alterando o comportamento de múltiplas espécies marinhas. Nesse último caso, um estudo publicado esta semana no periódico <i>Science of The Total Environment</i> (<b>Ref.1</b>), analisando centenas de fotos online tiradas por entusiastas da vida selvagem, concluiu que os bernardos-eremitas da família Coenobitidae - crustáceos marinhos conhecidos pelos hábitos terrestres - estão usando lixo plástico ou outros materiais antropogênicos como "conchas" protetoras, ao invés de conchas naturais vazias. Os principais materiais usados como concha por esses animais (85%) eram tampas de plástico, e o novo comportamento foi observado em todas as costas tropicais do planeta. É ainda incerto o motivo para essa mudança de comportamento, mas seleção sexual e camuflagem são fatores suspeitos.</p><p><br /></p><p>"Quando eu primeiro vi as fotos, eu fiquei muito triste," comentou em entrevista uma das autoras do estudo, Dra. Marta Szulkin, uma ecóloga urbana da Universidade de Warsaw, Polônia (<b>Ref.2</b>). "Ao mesmo tempo, eu acho que nós realmente precisamos entender o fato de que nós estamos vivendo em uma época diferente e animais estão fazendo uso do que está disponível para eles." </p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>A poluição plástica é um sério problema ao redor do mundo e um crucial indicador geológico do Antropoceno (<b>1</b>). A produção global de produtos plásticos está sistematicamente aumentando, e passou de 2 a 380 milhões de toneladas entre 1950 e 2015 (representando um aumento de 190x) (<b>Ref.3</b>). O aumento do uso de produtos plásticos, deslocado para itens de uso único (descartáveis) (<b>2</b>), e descarte inapropriado de resíduos plásticos levaram ao acúmulo excessivo de lixo plástico em diversos ambientes naturais (ex.: oceanos) e têm causado extensivo dano ambiental (<b>3</b>-<b>4</b>). Em especial, particulados produzidos pela degradação de produtos plásticos em dimensões micro e nano têm levantado preocupação inclusive de saúde pública (humanos) além dos efeitos deletérios indiretos na população humana resultantes do desequilíbrio ambiental (<b>5</b>). Produtos plásticos podem levar de 20 a 500 anos para se decompor sob condições bióticas, facilitando um robusto acúmulo desses materiais no ambiente.</p><p><br /></p><p><b>Para mais informações</b>: </p><p></p><ul style="text-align: left;"><li>(<b>1</b>) <a href="https://www.saberatualizadonews.com/2020/12/cientistas-encontram-que-massa-de.html">Cientistas encontram que a massa de materiais humanos ultrapassou a biomassa da Terra</a></li><li>(<b>2</b>) <a href="https://www.saberatualizadonews.com/2023/10/produtos-feitos-de-falso-plastico.html">Produtos feitos de falso plástico biodegradável estão sendo vendidos em supermercados do país</a></li><li>(<b>3</b>) <a href="https://www.saberatualizadonews.com/2018/11/cachalote-encontrada-morta-na-indonesia.html">Cachalote encontrada morta na Indonésia tinha ingerido quase 6 kg de plástico</a></li><li>(<b>4</b>) <a href="https://www.saberatualizadonews.com/2021/01/varios-camelos-estao-morrendo-devido.html">Vários camelos estão morrendo devido à ingestão excessiva de plásticos</a></li><li>(<b>5</b>) <a href="https://www.saberatualizadonews.com/2019/10/seu-cha-pode-conter-bilhoes-de.html">Seu chá e garrafa d'água podem conter centenas de milhares a bilhões de partículas de plástico</a></li></ul><p></p><p><br /></p><p>Estimativas [período de 2016 como referência] de emissões globais de resíduos plásticos introduzidos em rios, lagos e oceanos variam de 9 a 23 milhões de toneladas por ano, com taxas esperadas de aproximadamente dobrarem até 2025 considerando a atual tendência comercial (<b>Ref.4</b>). Piora o fato de que boa parte dos resíduos plásticos afundam no oceano, onde baixas temperaturas, condições calmas e, em particular, falta de radiação ultravioleta tornam o processo de decomposição ainda mais difícil. E, de fato, o solo oceânico é uma das principais zonas de acúmulo para a poluição plástica, possuindo uma das maiores concentrações de partículas microplásticas no ambiente. Em recifes de corais, macroplásticos (partículas com >5 mm ou objetos de plástico) chegam a representar quase 90% dos detritos antropogênicos (<b>Ref.5</b>). No geral, os plásticos respondem por 85% da poluição marinha global.</p><p><br /></p><p>Globalmente, a fauna marinha é o grupo mais impactado pela poluição plástica, à medida que os resíduos plásticos afetam os indivíduos fisicamente, fisiologicamente e comportamentalmente. Portanto, macroplásticos podem ser ingeridos, causar congestão ou aprisionamento, e levar a lesões ou morte. Nas redes sociais, os efeitos da poluição plástica na vida selvagem têm sido cada vez mais expostos, especialmente com fotos e vídeos de interações deletérias ou perigosas entre animais e objetos plásticos (ex.: canudinhos de plástico aspirados por tartarugas e cetáceos brincando com objetos plásticos diversos) (<b>Fig.2</b>). E o uso de dados digitais de plataformas da mídia social por ecólogos têm aumentado de forma dramática nos últimos anos, levando à criação de um novo campo científico: <b>iEcology</b>. </p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpR6-Yp8GrGf_UHDlUnyf55Ex2Q2_DWnr8S0_Yb4gWsvPvngWeub323xN5hhpumFMH72fbsX9CQ2kO9Jha1Sc1C8UxLFNnC-9xBIBPw1FqgRyIEY9UvfnbB0POA-FPqfqDyb9OX7TgL46bMCUacDa1_UFiBH6K0fyTV-yo8yaQKGaXlbuuWcXKIVY7fFM/s603/1-s2.0-S0025326X23008627-gr2_lrg.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="603" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpR6-Yp8GrGf_UHDlUnyf55Ex2Q2_DWnr8S0_Yb4gWsvPvngWeub323xN5hhpumFMH72fbsX9CQ2kO9Jha1Sc1C8UxLFNnC-9xBIBPw1FqgRyIEY9UvfnbB0POA-FPqfqDyb9OX7TgL46bMCUacDa1_UFiBH6K0fyTV-yo8yaQKGaXlbuuWcXKIVY7fFM/s16000/1-s2.0-S0025326X23008627-gr2_lrg.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 2</b><span style="text-align: left;">. Exemplos de cetáceos brincando e interagindo com lixo plástico. Em (</span><b style="text-align: left;">A</b><span style="text-align: left;">-</span><b style="text-align: left;">C</b><span style="text-align: left;">, </span><b style="text-align: left;">D</b><span style="text-align: left;"> e </span><b style="text-align: left;">F</b><span style="text-align: left;">), golfinhos e, em (</span><b style="text-align: left;">E</b><span style="text-align: left;">), cachalotes carregando ou jogando objetos plásticos (ex.: sacolas) com a cabeça ou nadadeiras. Essas interações são perigosas por aumentar o risco de ingestão e emaranhamento envolvendo os objetos plásticos. </span><b style="text-align: left;">Ref.6</b></td></tr></tbody></table><br /><p>A iEcology ("ecologia de internet") é um caminho na pesquisa ecológica que permite explorar fontes digitais, como o Google, Facebook, Flickre e novas matérias jornalísticas para coletar dados: textos, vídeos, imagens, sons e atividade online de usuários para estudar padrões e processos ecológicos. </p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>No novo estudo, pesquisadores analisaram várias fotos postadas online envolvendo bernardos-eremitas da família Coenobitidae, com foco em registros de interações desses crustáceos com lixo plástico. Foram coletados e filtrados registros fotográficos em seis plataformas das redes sociais: Flickr, iNaturalist, Google Images, YouTube e Alamy. No caso do iNaturalist, foram investigadas virtualmente todas as postagens sobre bernardos-eremitas (~29 mil registros para 281 espécies), com busca específica para espécimes usando conchas artificiais. As coletas de dados foram realizadas em setembro e outubro de 2021 e em junho de 2022. Além disso, em paralelo, os pesquisadores conduziram uma revisão da literatura acadêmica sobre a interação entre bernardos-eremitas e resíduos antropogênicos. Foi excluída das análises apenas uma espécie de bernardo-eremita terrestre: o caranguejo-dos-coqueiros (<i>Birgus latro</i>), o maior crustáceo terrestre conhecido, pelo fato desse táxon não usar conchas de gastrópodes para se abrigar.</p><p><br /></p><p>Os bernardos-eremitas terrestres são um grupo de crustáceos ocorrendo amplamente em todas as regiões costeiras tropicais. Geralmente, os bernardos-eremitas habitam a concha vazia de gastrópodes, essas as quais protegem o abdômen não-calcificado desses animais. As conchas "emprestadas" ou invadidas também fornecem proteção contra dessecação [desidratação] e predadores, portanto afetando de forma crucial as taxas de reprodução e de sobrevivência desses crustáceos. Consequentemente, a qualidade e a disponibilidade das conchas vazias é fundamental para a adaptabilidade dos indivíduos. Fatores como experiência prévia, sinalizações químicas [derivadas das conchas], presença de predadores, qualidade estrutural e taxa de crescimento individual parecem influenciar na escolha das conchas que serão usadas como abrigo pelos bernardos-eremitas.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL4KZYgmtjFcZJEZS7i8mkKqe0_uuFfaKKa90hdy9-nXvS9JsE6_Km-frHt6ABVWXEgehej_aJWyZIMO3z4O-jnhwjD86uwtVaSKnxvO5hUBjHCUK-EhF3fJj9mJIfMon6_a3xsdNN2-1Uhp6fDI2CYJbK2LTx8pSZVR3_8-u5siuGPDHFWBMZtUo9hz4/s609/The-two-co-occurring-hermit-crab-species-and-the-four-most-commonly-utilized-gastropod.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="609" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL4KZYgmtjFcZJEZS7i8mkKqe0_uuFfaKKa90hdy9-nXvS9JsE6_Km-frHt6ABVWXEgehej_aJWyZIMO3z4O-jnhwjD86uwtVaSKnxvO5hUBjHCUK-EhF3fJj9mJIfMon6_a3xsdNN2-1Uhp6fDI2CYJbK2LTx8pSZVR3_8-u5siuGPDHFWBMZtUo9hz4/s16000/The-two-co-occurring-hermit-crab-species-and-the-four-most-commonly-utilized-gastropod.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 3</b><span style="text-align: left;">. Bernados-eremitas terrestres das espécies </span><i style="text-align: left;">Coenobita rugosus</i><span style="text-align: left;"> (</span><b style="text-align: left;">a</b><span style="text-align: left;">) e </span><i style="text-align: left;">C. perlatus</i><span style="text-align: left;"> (</span><b style="text-align: left;">b</b><span style="text-align: left;">) abrigados em conchas vazias de gastrópodes marinhos. Em (</span><b style="text-align: left;">c</b><span style="text-align: left;">-</span><b style="text-align: left;">f</b><span style="text-align: left;">), os tipos de conchas mais comumente usadas por essas espécies.</span></td></tr></tbody></table><br /><p>Relevante, as conchas escolhidas pelos bernardos-eremitas também podem ser vistas como um fenótipo estendido e uma importante sinalização sexual refletindo a qualidade do macho, à medida que as fêmeas escolhem seus parceiros dependendo das características das conchas dos machos como tamanho ou condição física.</p><p><br /></p><p>As análises dos pesquisadores no novo estudo identificaram 386 espécimes de bernardos-eremitas terrestres usando conchas artificiais (derivadas de lixo humano) e apontaram para um novo e cada vez crescente comportamento ocorrendo em escala global: esses crustáceos estão usando estruturas metálicas e plásticas como abrigo, preferindo em especial tampas de plástico (85%) (<b>Fig.1</b>). Os autores do estudo estimaram que 10 em cada 16 bernardos-eremitas terrestres estão atualmente exibindo esse comportamento ao redor do mundo.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJmuh863gjhdP5elnh-dN7NFcxtVpytnS972ppyCOrfULO93ozMfkItfD5X6pb7fWv6e5Mrk8VpaodskmJbhH4BH63c0PRsGFc5UX4NQjSP066Rse6q_UMpXAyXoptLEYLBOc_FutlCYb7Vm0jqXwCnn1jGb9NWehF1Mk6vyqDyLVmipHEEraO9fs55vA/s828/1-s2.0-S0048969723075885-gr1_lrg.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="828" data-original-width="589" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJmuh863gjhdP5elnh-dN7NFcxtVpytnS972ppyCOrfULO93ozMfkItfD5X6pb7fWv6e5Mrk8VpaodskmJbhH4BH63c0PRsGFc5UX4NQjSP066Rse6q_UMpXAyXoptLEYLBOc_FutlCYb7Vm0jqXwCnn1jGb9NWehF1Mk6vyqDyLVmipHEEraO9fs55vA/s16000/1-s2.0-S0048969723075885-gr1_lrg.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><p><b>Figura 4</b>. Bernardos-eremitas da espécie Coenobita purpureus usando conchas artificiais: (<b>A</b>) fragmento de lâmpada e (<b>B</b>) tampa metálica com parte da boca de uma garrafa de vidro. <b>Ref.1</b></p></td></tr></tbody></table> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEp-O8F1bvKHUPXZXP6l2fE_XhSfykju5tdch_nshhp2njl8Iflhb3roeZ5hHNhgdlU5zoBPWTT3xHS4eBrW_ihbby2K4q7D4saRA0_Emt0jy2vbx766EQ9-2AcgLE5DGt2f6N5kivuQDBg5nbS1BJBQkqQjITOqLH53fRUWcZbI05vrL1f10wTOQTyoA/s600/1-s2.0-S0048969723075885-gr3_lrg.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="510" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEp-O8F1bvKHUPXZXP6l2fE_XhSfykju5tdch_nshhp2njl8Iflhb3roeZ5hHNhgdlU5zoBPWTT3xHS4eBrW_ihbby2K4q7D4saRA0_Emt0jy2vbx766EQ9-2AcgLE5DGt2f6N5kivuQDBg5nbS1BJBQkqQjITOqLH53fRUWcZbI05vrL1f10wTOQTyoA/s16000/1-s2.0-S0048969723075885-gr3_lrg.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 5</b><span style="text-align: left;">. Porcentagem de materiais antropogênicos usados como conchas artificiais pelos bernardos-eremitas terrestres. Objetos e estruturas plásticas diversas são os mais comumente observados para essa finalidade. </span><b style="text-align: left;">Ref.1</b></td></tr></tbody></table><br /><p>É ainda incerto se as conchas artificiais são realmente perigosas ou mesmo benéficas para os bernardos-eremitas, mas como o fenômeno é global e aparentemente cada vez mais comum, os pesquisadores propuseram quatro mecanismos não-exclusivos que podem fortalecer a preferência individual por materiais antropogênicos como abrigo e influenciar trajetórias evolucionárias a longo prazo nesses animais:</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> conchas artificiais estranhas ao ambiente (novidade) podem ser atrativos para as fêmeas, à medida que novidade por si só é geralmente favorecida na seleção sexual;</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> conchas artificiais podem ser vantajosas em relação às conchas naturais por serem resistentes e menos densas ("mais leves"), como no caso de tampas de plástico, reduzindo gastos energéticos durante locomoção;</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> bernardos-eremitas usam pistas odoríferas emitidas por gastrópodes mortos para localizar conchas vazias, e um dos compostos químicos nesse sentido é o sulfeto de dimetila (DMS), o qual também é emitido por plásticos marinhos... portanto, bernardos-eretimas podem estar sendo guiados por pistas olfativas para preferencialmente se abrigar nas "conchas" de plástico;</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> dado o alto nível de poluição antrópica nos mares, conchas artificiais podem servir como efetivas camuflagens e, de fato, bernardos-eremitas tendem a preferir conchas naturais que combinam com o ambiente de fundo... predadores também são prováveis de não estarem acostumados a caçar bernardos-eremitas equipados com uma concha artificial (fator novidade como mecanismo antipredatório).</p><p><br /></p><p>Essas quatro hipóteses ainda precisam ser testadas em laboratório e no ambiente natural desses crustáceos.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Jagiello et al. (2024). The plastic homes of hermit crabs in the Anthropocene. Science of The Total Environment, Volume 913, 25, 168959. <a href="https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2023.168959">https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2023.168959</a></li><li><a href="https://www.bbc.com/news/science-environment-68071695">https://www.bbc.com/news/science-environment-68071695</a></li><li>Yan et al. (2024). Future Projections of Global Plastic Pollution: Scenario Analyses and Policy Implications. Sustainability 16(2), 643. <a href="https://doi.org/10.3390/su16020643">https://doi.org/10.3390/su16020643</a></li><li>Macleod et al. (2021). The global threat from plastic pollution. Science, Vol. 373, Issue 6550, pp. 61-65. <a href="https://doi.org/10.1126/science.abg5433">https://doi.org/10.1126/science.abg5433</a></li><li>Pinheiro et al. (2023). Plastic pollution on the world’s coral reefs. Nature 619, 311–316. <a href="https://doi.org/10.1038/s41586-023-06113-5">https://doi.org/10.1038/s41586-023-06113-5</a></li><li>Rodríguez et al. (2023). Cetaceans playing with single-use plastics (SUPs): A widespread interaction with likely severe impacts. Marine Pollution Bulletin, Volume 194, Part A, 115428. <a href="https://doi.org/10.1016/j.marpolbul.2023.115428">https://doi.org/10.1016/j.marpolbul.2023.115428</a></li></ol><p></p><p><br /></p>
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<br /><p>Mutilações pós-morte (<i>post mortem</i>) por cães e gatos no ambiente doméstico são raramente reportadas na literatura científica mas são regularmente observadas na prática forense. O isolamento social das vítimas (ex.: idosos deixados sozinhos em casas), mascaramento de lesões com feridas <i>ante-mortem</i> (feitas pouco antes da morte) e alterações da cena por animais domésticos podem ser elementos de grande complexidade diagnóstica para a investigação criminal. Cães são bem conhecidos pelas atividades envolvendo alimentação necrófaga, e essas ações resultam em sérios danos aos corpos de vítimas e podem contribuir para diagnósticos forenses incorretos e dificuldade de identificação. O principal sinal desse tipo de atividade pós-morte é a grande destruição dos tecidos do rosto, particularmente extensiva perda de pele e carne e remoção de olhos, lábios, orelhas ou nariz. </p><p><br /></p><p>A síndrome de Diógenes ou Havisham possui uma associação bem conhecida com predação animal pós-morte. É uma síndrome mais frequentemente encontrada em idosos que é caracterizada por isolamento social, acumulação, dramática falta de higiene doméstica e frequentemente um grande número de pets. Se morte do morador ou moradora ocorre, animais dentro da casa, a qual geralmente inclui tanto pets quanto roedores, acabam explorando o corpo para alimentação, em especial na falta de outras fontes alimentares. Esse cenário patológico também implica em sérios prejuízos para o bem-estar e saúde de cães e/ou gatos coabitando o mesmo ambiente.</p><p><br /></p><p>A maior parte dos casos [consumo de cadáveres humanos por pets] descritos na literatura científica envolve cães, mas existem alguns poucos casos reportados envolvendo gatos e um caso envolvendo um roedor (hamster) (<b>1</b>). Apesar de gatos serem animais hipercarnívoros e representarem pets extremamente comuns nos lares ao redor do mundo, esses felinos são mais hesitantes em explorar cadáveres comparado com cães. Nos casos envolvendo gatos, estes preferem consumir tecido mole e pele - primariamente no rosto, cabeça, pescoço, membros superiores e a região do peitoral -, e não exibem interesse pelos ossos. Órgãos internos do pescoço e tórax, como coração, pulmões, laringe, esôfago e fígado parecem ser consumidos regularmente por gatos.</p><p><br /></p><p>Na maioria dos casos reportados na literatura científica envolvendo cães, a causa de morte das pessoas consumidas por esses animais é por fatores naturais (ex.: avanço da idade e doenças associadas), e vários <i>papers</i> explicitamente mencionam que recursos alimentares além do cadáver humano estavam disponíveis. Isso contradiz a ideia comum de que fome é a única razão para cães iniciarem o consumo necrófago. Alguns autores mencionam que cães podem lamber os companheiros humanos mortos em uma tentativa de acordá-los, começando a agir empaticamente pela falta de reação e, finalmente, passar a morder o corpo antes de devorá-los. Enquanto o alvo primário é a cabeça, cães comumente exploram várias partes do corpo humano, incluindo ossos, às vezes com amputações completas das mãos e pés.</p><p><br /></p><p>Quando cães e gatos devoram cadáveres humanos, isso acaba trazendo vários problemas para a investigação forense. A remoção de tecido mole e pele tipicamente acelera processos de decomposição; a remoção de órgãos torna difícil investigar potenciais envenenamentos; e, se a genitália é atacada, isso pode dificultar a determinação de potenciais crimes sexuais. Lesões, mordidas e perfurações por dentes desferidos por pets podem também acobertar danos feitos por criminosos (agressão física, facadas, etc.) ou mesmo levantar erroneamente a suspeita de um crime violento. Nesse último ponto, desconhecimento do hábito comum de consumo de cadáveres por cães pode levantar errônea suspeita de que esses animais foram a causa da morte como agressores.</p><p><br /></p><p>Por exemplo, em um caso recente no Chile (<b>Ref.3</b>), uma mulher idosa que aparentemente tinha morrido por causas naturais foi encontrada com o rosto devorado por seu cão. Apenas após a realização de uma tomografia computacional (CT), os investigadores descobriram que ela havia recebido uma porretada no rosto durante um roubo, com as mordidas caninas escondendo as lesões do golpe.</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>No novo estudo, antropólogos da Universidade de Berna, Suíça, coletaram dezenas de relatos de caso reportados na literatura forense de consumo de cadáveres humanos por pets, além de sete casos recentes no território suíço nos quais a intervenção de pets causou problemas para os investigadores [polícia forense]. Com base na análise desses casos e da literatura, os autores do estudo sugeriram que os investigadores forenses sempre notem o tamanho, linhagem e número de animais encontrados na cena do crime, mesmo se isso não pareça importante para o caso.</p><p><br /></p><p>Os pesquisadores também desenvolveram um fluxograma (<a href="http://www.saberatualizado.com.br/p/fluxograma-para-investigadores-forenses.html">acesse aqui</a> a versão em inglês) para a análise inicial de uma cena de crime no ambiente doméstico. Se o corpo parece ter sido explorado por animais e existem animais com acesso ao corpo no local, o diagrama sugere que os investigadores procurem por amostras de pelos e fezes. Os investigadores deveriam considerar essa evidência quando estiverem determinando se o consumo do corpo por animais (ex.: pets) pode ter mascarado a causa da morte. O fluxograma também lembra investigadores de considerarem se mastigação pós-morte pode ter afetado fatores que podem ajudar a determinar o tempo de morte, como o tipo de insetos que colonizam as feridas.</p><p><br /></p><p>Em entrevista para a <i>Science</i> (<b>Ref.3</b>), a antropóloga forense Carolyn Rando, da University College London, comentou sobre a questão e o novo estudo: "Eu acho que nós temos que chegar à conclusão que nossos pets irão nos comer. É um fato da vida". Rando acrescentou, lembrando que grande parte dos casos envolvem pessoas vivendo sozinhas há muito tempo: "Se você está preocupado sobre a possibilidade do seu pet comê-lo [pós-morte], tenha alguém regularmente visitando você e seus animais."</p><p><br /></p><p>Alguns donos de pet, por outro lado, podem se sentir confortáveis de saber que seus corpos ajudarão na sobrevivência dos seus amados companheiros caninos ou felinos. Comentando também na <i>Science</i>, o patologista forense Roger Byard, da Universidade de Adelaide, disse: "Se isso sustentar meu velho golden retriever após eu morrer, eu ficaria feliz."</p><p><br /></p><p>-----------</p><p><b><span style="color: #660000; font-size: medium;">Importante</span></b>: Raramente predação de animais sobre corpos humanos pode ser intencional em tentativas para disfarçar um homicídio, ou como parte de um ritual religioso como "túmulos no céu" no Tibete onde corpos são deliberadamente deixados em ambiente aberto e expostos para que abutres da espécie <i>Gyps himalayensis</i> se alimentem deles. Foto de exemplo desse ritual: <a href="http://www.saberatualizado.com.br/p/tradicao-cultural-envolvendo-predacao.html">acesse aqui</a>. </p><p>-----------</p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Lösch et al. (2023). Cat and dog scavenging at indoor forensic scenes: strategies for documentation and detection. Forensic Science, Medicine and Pathology. <a href="https://doi.org/10.1007/s12024-023-00762-8">https://doi.org/10.1007/s12024-023-00762-8</a></li><li>Byard, R. (2021). Major organ loss from post-mortem animal predation: Issues arising from emptied body cavities. Medicine, Science and the Law, Volume 62, Issue 1. <a href="https://doi.org/10.1177/00258024211020280">https://doi.org/10.1177/00258024211020280</a></li><li><a href="https://www.science.org/content/article/yes-your-pet-might-eat-your-corpse-s-problem-investigators">https://www.science.org/content/article/yes-your-pet-might-eat-your-corpse-s-problem-investigators</a></li></ol><p></p>
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</script>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-85587214543331954652024-01-15T18:56:00.000-08:002024-01-15T18:56:34.578-08:00Nova espécie de Tiranossauro é descrita<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOla-nAVkyGBtqK-xBiLgtkox9sqkyj1OXHTeE1KE4G0ehKNfz_7LBRJQyBJ0NUj3VoL5xg8f8egTMNaifQ1CKfFTt4dI_gzmIPVDPBZcYokq-65m7s47taYaOP4Po00kGCIXBCVbKfgE9hP9cA28j81GCpETf-mpTa_3RBG5BISUP9Yz7XhjVUhNOHN8/s633/ti.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="633" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOla-nAVkyGBtqK-xBiLgtkox9sqkyj1OXHTeE1KE4G0ehKNfz_7LBRJQyBJ0NUj3VoL5xg8f8egTMNaifQ1CKfFTt4dI_gzmIPVDPBZcYokq-65m7s47taYaOP4Po00kGCIXBCVbKfgE9hP9cA28j81GCpETf-mpTa_3RBG5BISUP9Yz7XhjVUhNOHN8/s16000/ti.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;">Em (<b>a</b>), reconstrução artística do novo Tiranossauro. Paleoarte: Sergei Krasinski. (<b>b</b>) Parte da mandíbula fossilizada, e exibindo alguns dentes preservados, do <i>T. mcraeensis</i>.</span></td></tr></tbody></table><br /><p>O famoso Tiranossauro rex ganhou um companheiro de gênero.</p><p><br /></p><p>Em um estudo publicado na <i>Scientific Reports</i> (<b>1</b>) pesquisadores descreveram uma nova espécie de Tiranossauro: o <i><b>Tyrannosaurus mcraeensis</b></i>. Os fósseis foram encontrados na formação Hall Lake do Novo México, na região sul da América do Norte.</p><p><br /></p><p>Com um comprimento estimado de 12 metros (adulto), esse novo Tiranossauro rivaliza com o <i>T. rex</i> em tamanho, mas é ~6-7 milhões de anos mais antigo do que esse último, vivendo entre 71 e 73 milhões de anos atrás! </p><p><br /></p><p>Diferenças morfológicas parecem ser pequenas mas múltiplas e significativas entre o <i>T. rex</i> e o <i>T. mcraeensis</i>. Mas evidências sugerem que o <i>T. mcraensis</i> não foi um ancestral direto do T. rex (era um táxon irmão).</p><p><br /></p><p>Os achados sugerem que a linhagem dos Tiranossauros (Tyrannosaurini) pode ter se originado no sul da Laramidia, um continente insular que existiu entre 100 e 66 milhões de anos atrás e que se estendia do atual Alasca até o México. Os autores do novo estudo também propuseram que gigantismo evoluiu no grupo Tyrannosaurini há aproximadamente 72 milhões de anos, junto com outros dinossauros gigantes na parte sul da Laramidia, como ceratopsianos, hadrossauros e titanossauros.</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> <b>Leitura recomendada</b>: <a href="http://www.saberatualizado.com.br/2018/03/tiranossauro-rex.html">Por que o Tiranossauro rex tinha braços tão pequenos?</a> </p><p><br /></p><p>(<b>1</b>) <b>REFERÊNCIA</b></p><p></p><ul style="text-align: left;"><li>Dalman et al. (2024). A giant tyrannosaur from the Campanian–Maastrichtian of southern North America and the evolution of tyrannosaurid gigantism. Scientific Reports 13, 22124. <a href="https://doi.org/10.1038/s41598-023-47011-0">https://doi.org/10.1038/s41598-023-47011-0</a></li></ul><p></p>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-65224677179287111772024-01-14T13:50:00.000-08:002024-01-14T18:19:21.520-08:00Cientistas esclarecem como o maior primata conhecido foi extinto<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwSzwQL1M76Oe6q7mFNw9tubZ-9rXTeOuNOYp9KVOvg121ZtYIR00hBW5sBm-HgISi6gzxjS8DsXKP0IChGi7y4cftuT_mjmCwIBMuPpNBv_U_aPlu1Ok4gTxPNksV0C44fGbF1KUlhmhcck_zfpiy25nhQq4e5EW8SC0c6qitNROltQyAgcjTpegcLr0/s822/gorila.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="822" data-original-width="635" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwSzwQL1M76Oe6q7mFNw9tubZ-9rXTeOuNOYp9KVOvg121ZtYIR00hBW5sBm-HgISi6gzxjS8DsXKP0IChGi7y4cftuT_mjmCwIBMuPpNBv_U_aPlu1Ok4gTxPNksV0C44fGbF1KUlhmhcck_zfpiy25nhQq4e5EW8SC0c6qitNROltQyAgcjTpegcLr0/s16000/gorila.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 1</b><span style="text-align: left;">. Reconstrução artística do </span><i style="text-align: left;">Gigantopithecus blacki</i><span style="text-align: left;">, o maior primata conhecido. </span></td></tr></tbody></table><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><p>No sul da China pré-histórica, viveu o maior primata conhecido: um parente próximo dos orangotangos de 3 metros de comprimento e massa corporal de até 300 kg, pertencente à espécie <i>Gigantopithecus blacki</i>. Persistindo desde ~2 milhões de anos até o Pleistoceno Médio tardio, as causas para a extinção dessa espécie são enigmáticas, em especial considerando que foi uma das poucas espécies de hominídeos ["primatas superiores"] Asiáticos a serem extintas nos últimos 2,6 milhões de anos, enquanto outras, incluindo os orangotangos (gênero <i>Pongo</i>), persistem até hoje. Aliás, foram extintos antes mesmo de humanos arcaicos e modernos alcançarem a região onde habitavam. Um estudo publicado esta semana no periódico <i>Nature</i> (<b>Ref.1</b>) trouxe robusta evidência que pode ter solucionado o mistério: o <i>G. blacki</i> foi extinto porque passou a não ser mais capaz de alcançar frutas e outros alimentos mais nutritivos, em um contexto de mudanças ambientais.</p><p><br /></p><p>"A história do <i>G. blacki</i> é um enigma na paleontologia - como uma criatura tão poderosa acabou extinta em uma época quando outros primatas estavam se adaptando e sobrevivendo? A causa não resolvida do seu desaparecimento se tornou o Santo Graal nessa disciplina," disse em entrevista o paleontólogo e coautor do novo estudo, Dr. Yingqi Zhang, do Instituto de Paleontologia Vertebrada e Paleoantropologia da Academia Chinesa de Ciência (<b>Ref.2</b>). "O <i>G. blacki</i> foi o último especialista, comparado aos primatas que mais rapidamente se adaptaram, como orangotangos, e isso ultimamente levou à sua extinção."</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>Existem aproximadamente 2 mil dentes fossilizados e 4 mandíbulas como únicos sinais da existência do <i>G. blacki</i>, coletados de depósitos em cavernas entre o Rio Yangtze e o Mar do Sul da China. Fósseis de partes do esqueleto pós-craniano não são conhecidos. Essa espécie é considerada um membro crucial das zonas de fana da Ásia Oriental subtropical no período compreendendo entre 2 milhões de anos até 330 mil anos atrás, e é caracterizada pelos seus anormalmente grandes molares, atípica espessura no esmalte dentário, altura estimada de ~3 metros e uma massa corporal na faixa de 200-300 kg, tornando-o maior primata conhecido que já existiu na Terra. </p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn8-Km9OTinYMyZfvsp-Ts7ZcQIT_chH-VGKgBM2hwo_ioXQm6AfK3d-qg7N6C-QZg_WCpsr_n_kU9fyZRW9daLD4945n7mmhRHQFtQLY0wmpd63UwRtTJW4IOhoWiUEgMrZojh_tV9lcowGl8m0LtvqJKYhzv-M5kUCp8AYZrCCgM_wNwioJVnl-t_dI/s629/216693_web.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="629" data-original-width="595" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn8-Km9OTinYMyZfvsp-Ts7ZcQIT_chH-VGKgBM2hwo_ioXQm6AfK3d-qg7N6C-QZg_WCpsr_n_kU9fyZRW9daLD4945n7mmhRHQFtQLY0wmpd63UwRtTJW4IOhoWiUEgMrZojh_tV9lcowGl8m0LtvqJKYhzv-M5kUCp8AYZrCCgM_wNwioJVnl-t_dI/s16000/216693_web.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><p><b>Figura 2</b>. Mandíbula fossilizada de um <i>Gigantopithecus blacki</i> (P1-M2=74mm). O primeiro fóssil da espécie foi identificado pela comunidade científica quando o antropólogo Gustav von Koenigswald viu um dente de <i>G. blacki</i> sendo vendido como um "dente de dragão" em uma loja de medicina tradicional, em Hong Kong. <b>Ref.3</b></p><p><br style="text-align: left;" /></p></td></tr></tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHPnvVOrW0w47636CPmfdaqDhp_hobpF8vuXYpxYR3KzslXEU97LjnAznEkpaYWxZf9EFXu99GoyPeQUl3XNCXr91OkW7pC_5LTFLwFH_8hkJt5Twwp6cVTRChe27ZCZeAVw9hcaNIXkjHuelD6gc6s9IiCr4-T5_-WMl8hZmEbMNBbPpdmUXdjfUomhU/s600/_20240110_on_great_ape_representation_rev.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="422" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHPnvVOrW0w47636CPmfdaqDhp_hobpF8vuXYpxYR3KzslXEU97LjnAznEkpaYWxZf9EFXu99GoyPeQUl3XNCXr91OkW7pC_5LTFLwFH_8hkJt5Twwp6cVTRChe27ZCZeAVw9hcaNIXkjHuelD6gc6s9IiCr4-T5_-WMl8hZmEbMNBbPpdmUXdjfUomhU/s16000/_20240110_on_great_ape_representation_rev.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 3</b><span style="text-align: left;">. Interpretação artística do <i>Gigantopithecus blacki</i> adulto. Inicialmente era pensado que esse primata gigante era similar a um gorila, mas análise proteômica de amostras dentárias mostrou que o <i>G. blacki</i> era mais próximo relacionado aos orangotangos, especificamente um clado irmão do gênero <i>Pongo</i>. É estimado que as linhagens dos orangotangos e do <i>G. blacki</i> se separaram no percurso evolucionário entre 10 milhões e 12 milhões de anos atrás. </span><b style="text-align: left;">Ref.4</b></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZoUVpaiEDGfbjbCEa6fwYpExwp_hrExuvzqcpjBY_BFqnzyxXVvygruJfhErnLcCUM6BctZ38osR01LYtLbG3uWpMhFjuZj70p0dpvse-yzjWqR9l-0vlWCWvm1Rz83Azh2mPjYF08MEp4hG9mkNWnNlgnk643z0y90-9ZacHhA_BG-5BKB1Sjplr0t8/s600/ape-tile700x400.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="366" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZoUVpaiEDGfbjbCEa6fwYpExwp_hrExuvzqcpjBY_BFqnzyxXVvygruJfhErnLcCUM6BctZ38osR01LYtLbG3uWpMhFjuZj70p0dpvse-yzjWqR9l-0vlWCWvm1Rz83Azh2mPjYF08MEp4hG9mkNWnNlgnk643z0y90-9ZacHhA_BG-5BKB1Sjplr0t8/s16000/ape-tile700x400.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 4</b><span style="text-align: left;">. Comparação dimensional entre o <i>Gigantopithecus blacki</i> e diferentes primatas hominídeos modernos. </span><b style="text-align: left;">Ref.2</b></td></tr></tbody></table><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZoUVpaiEDGfbjbCEa6fwYpExwp_hrExuvzqcpjBY_BFqnzyxXVvygruJfhErnLcCUM6BctZ38osR01LYtLbG3uWpMhFjuZj70p0dpvse-yzjWqR9l-0vlWCWvm1Rz83Azh2mPjYF08MEp4hG9mkNWnNlgnk643z0y90-9ZacHhA_BG-5BKB1Sjplr0t8/s600/ape-tile700x400.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><p>A atual linha do tempo de existência do <i>G. blacki</i> é de 2,2 milhões de anos atrás (Caverna de Baikong) até 420-330 mil anos atrás (Caverna de Hejiang). Durante esse período, o <i>G. blacki</i> passou por significativas mudanças morfológicas, incluindo um aumento no tamanho dos dentes e da complexidade dentária, e indicando uma mudança na dieta em resposta a pressões ecológicas. Reconstruções da dieta dessa espécie com base na anatomia dentária indicam um herbívoro especializado com adaptações para o consumo de alimento abrasivo (itens muito duros e fibrosos), pesada mastigação de alimento fibroso e uma dieta rica em frutas. </p><p><br /></p><p>O ecossistema florestal diverso na época de "Baikong" tinha a capacidade para suportar a biomassa de várias comunidades de primatas ao longo de uma ampla área das Províncias de Guangxi, Guizhou, Hainan e Hubei. No entanto, na época de "Hejiang", o <i>G. blacki</i> exibiu uma dramática redução de ocupação geográfica, se limitando apenas à região de Guangxi. As razões para essa dramática redução e eventual extinção têm permanecido pouco esclarecidas e muito disputadas no meio acadêmico devido a dados limitados sobre a espécie e o período exato de extinção.</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>No novo estudo, os pesquisadores usaram seis diferentes técnicas de datação que foram aplicadas em sedimentos de cavernas e fósseis, produzindo 157 idades radiométricas. Essas idades foram combinadas com oito fontes de evidências ambientais e comportamentais, e aplicadas a 11 cavernas contendo evidência do <i>G. blacki</i> e também a 11 cavernas de uma faixa similar de idade onde nenhum evidência da espécie foi encontrada. Datação óptica foi a técnica primária utilizada, suportada por série de urânio (datação radioativa) e ressonância de spin eletrônico (<b>!</b>).</p><p><br /></p><p>(<b>!</b>) Para mais informações sobre essas técnicas: </p><p></p><ul style="text-align: left;"><li><a href="http://www.saberatualizado.com.br/2016/06/como-calcular-idade-da-terra.html">Como calcular a idade dos fósseis e da Terra?</a></li></ul><p></p><p><br /></p><p>Usando detalhada análise de pólen, reconstruções de fauna, análise de isótopos estáveis dos dentes e uma análise micro-detalhada dos sedimentos das cavernas, os pesquisadores estabeleceram as condições ambientais associadas ao período de extinção do <i>G. blacki</i>. Então, usando elementos traços e análise textural de micro-abrasões (DMTA) dos dentes dessa espécie, eles modelaram o comportamento do primata gigante enquanto estava no auge populacional comparado ao período de desaparecimento do táxon.</p><p><br /></p><p>Os resultados das análises mostraram que <b>o <i>G. blacki</i> foi extinto entre 295 mil e 215 mil anos atrás</b>, muito mais cedo do que antes assumido. Antes desse período de dramático declínio populacional, o <i>G. blacki</i> floresceu em uma floresta rica e diversa, coabitada por uma ampla variedade de outras espécies, incluindo o <i>Pongo weidenreichi</i> - um ancestral dos atuais orangotangos. </p><p><br /></p><p>De 700 mil até 600 mil anos atrás, o ambiente associado ao habitat do <i>G. blacki</i> se tornou mais variável devido ao aumento na força das estações, causando uma mudança na estrutura das comunidades florestais. Densas florestas se transformaram em florestas com samambaias e savanas abertas suscetíveis a incêndios. Orangotangos (gênero <i>Pongo</i>) adaptaram o tamanho corporal, comportamento e preferência de habitat à medida que as condições mudaram, e passaram a sobreviver nas coberturas das árvores onde existiam mais opções de alimentos. Em comparação, o <i>G. blacki</i> acabou ficando dependente de recursos alimentares menos nutritivos quando seus alimentos preferenciais se tornaram indisponíveis, reduzindo a diversidade da sua dieta. Ao invés de reduzir o tamanho corporal, o <i>G. blacki</i> ficou ainda maior, e confinado ao chão florestal, comendo cascas de árvores e outros alimentos pouco nutritivos em estações menos favoráveis. </p><p><br /></p><p>Nesse contexto de dramática mudança ambiental e adaptabilidade muito limitada, o <i>G. blacki</i> se tornou menos móvel, teve seu alcance geográfico para a busca de alimento reduzido, e passou a enfrentar estresse crônico e número populacional cada vez menor. Era o fim de um gigante.</p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Zhang et al. (2024). The demise of the giant ape Gigantopithecus blacki. Nature. <a href="https://doi.org/10.1038/s41586-023-06900-0">https://doi.org/10.1038/s41586-023-06900-0</a></li><li><a href="https://lighthouse.mq.edu.au/article/january-2024/dating-dirt-unearths-the-truth-about-why-the-worlds-biggest-ape-disappeared">https://lighthouse.mq.edu.au/article/january-2024/dating-dirt-unearths-the-truth-about-why-the-worlds-biggest-ape-disappeared</a></li><li><a href="https://www.science.org/content/article/we-may-finally-know-why-world-s-largest-primate-went-extinct">https://www.science.org/content/article/we-may-finally-know-why-world-s-largest-primate-went-extinct</a></li><li>Welker et al. (2019). Enamel proteome shows that Gigantopithecus was an early diverging pongine. Nature 576, 262–265. <a href="https://doi.org/10.1038/s41586-019-1728-8">https://doi.org/10.1038/s41586-019-1728-8</a></li></ol><p></p>
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</script>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-72676498664171957312024-01-12T11:34:00.000-08:002024-01-12T12:23:58.461-08:00Mais de 80% das espécies de árvores endêmicas da Mata Atlântica estão ameaçadas de extinção, revelou estudo<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGF6N-j6GAAPbVdFa6vROjlW14sxe7sQqI5LeTmQZZRYn03_NjmiXdabEVn5oPS1U9GSn5ven1Jq0GESjPepw0wL2gXmiwYB2wxHvS3dPujre3M7i6sv6q8OeVuS2un-3p9L-ROYq367z3qbgwylP-HjG_GIlOPzsqfDEHckWx7sI1m3AjDHqKRYFhHrI/s620/mudas-de-araucarias-araucaria-angustifolia-D_NQ_NP_649006-MLB31019219644_062019-F.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="451" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGF6N-j6GAAPbVdFa6vROjlW14sxe7sQqI5LeTmQZZRYn03_NjmiXdabEVn5oPS1U9GSn5ven1Jq0GESjPepw0wL2gXmiwYB2wxHvS3dPujre3M7i6sv6q8OeVuS2un-3p9L-ROYq367z3qbgwylP-HjG_GIlOPzsqfDEHckWx7sI1m3AjDHqKRYFhHrI/s16000/mudas-de-araucarias-araucaria-angustifolia-D_NQ_NP_649006-MLB31019219644_062019-F.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Araucária adulta, espécie em perigo de extinção. Foto: <a href="https://sites.unipampa.edu.br/programaarborizacao/araucaria-angustifolia/">Unipampa</a></td></tr></tbody></table><br /><p></p><p><strong>André Julião | Agência FAPESP</strong> – Um estudo liderado por pesquisadores brasileiros e <a href="https://www.science.org/doi/10.1126/science.abq5099" target="_blank">publicado</a> na <em>Science</em> (<b>1</b>) aponta que 82% das mais de 2 mil espécies de árvores exclusivas da Mata Atlântica sofrem algum grau de ameaça de extinção. Do total de 4950 espécies arbóreas presentes no bioma (incluindo as que ocorrem também em outros domínios), 65% estão com suas populações ameaçadas.</p><p><br /></p>
<p>É a primeira vez que todas as populações das quase 5 mil espécies arbóreas da Mata Atlântica têm seu grau de ameaça avaliado segundo os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), maior referência global em espécies ameaçadas (<b>2</b>).</p><p><br /></p><p>-----------</p><p>(<b>1</b>) Referência acadêmica:</p><p><br /></p><p>Lima et al. (2024). Comprehensive conservation assessments reveal high extinction risks across Atlantic Forest trees. Science, Vol. 383, Issue 6679, pp. 219-225. <a href="https://doi.org/10.1126/science.abq5099">https://doi.org/10.1126/science.abq5099</a></p><p><br /></p><p>(<b>2</b>) Aliás, quando se fala sobre extinção, geralmente o público só lembra dos animais e a flora acaba esquecida. É estimado que 30% das árvores ao redor do mundo estão em risco de extinção. Fica a sugestão de leitura complementar: Relatório devastador: <a href="https://www.saberatualizadonews.com/2022/12/relatorio-devastador-quase-1-em-cada-3.html">Relatório devastador: Quase 1 em cada 3 espécies de árvores no mundo estão em risco de extinção</a></p><p>-----------</p>
<p><br /></p><p>“O número [de 82% de espécies endêmicas ameaçadas] foi um susto para nós, porque usamos uma abordagem conservadora. Levamos em conta se as espécies tinham ou não floresta disponível, independentemente de ser ou não uma floresta saudável, por exemplo. Mas nem todas as espécies conseguem se manter em fragmentos degradados. É possível, portanto, que a realidade seja ainda mais preocupante”, conta <a href="https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/668300/" target="_blank">Renato Lima</a>, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), em Piracicaba, e coordenador do estudo.</p>
<p><br /></p><p>Parte do trabalho é fruto do pós-doutorado do pesquisador no Instituto de Biociências da USP, financiado com <a href="https://bv.fapesp.br/pt/bolsas/145695/" target="_blank">bolsa</a> da FAPESP.</p><p><br /></p>
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<br />
<p>O levantamento foi realizado em mais de 3 milhões de registros de herbários e inventários florestais. Os pesquisadores adicionaram ainda o maior número possível de informações, como usos comerciais das espécies e séries temporais de perdas de hábitat, entre outros. Os dados dos inventários florestais foram armazenados no repositório <a href="http://labtrop.ib.usp.br/doku.php?id=projetos:treeco:start" target="_blank">TreeCo</a>, administrado por Lima.</p>
<p><br /></p><p>Outro dado preocupante encontrado é que apenas 7% das espécies endêmicas tiveram declínio populacional abaixo de 30% nas últimas três gerações. A IUCN considera que, acima desse patamar, a espécie já pode ser considerada “Vulnerável”, a primeira categoria de ameaça de extinção. Acima dessa estão “Em Perigo” e “Criticamente em Perigo”.</p>
<p><br /></p><p>Entre as ameaçadas, 75% estão na categoria “Em Perigo”. Já o emblemático pau-brasil (<em>Paubrasilia echinata</em>) foi listado como “Criticamente em Perigo”, dada a redução estimada de 84% das suas populações selvagens.</p><p><br /></p>
<p>Árvores antes comuns, como a araucária (<em>Araucaria angustifolia</em>), o palmito-juçara (<em>Euterpe edulis</em>) e a erva-mate (<em>Ilex paraguariensis</em>), tiveram declínios de pelo menos 50% e por isso foram classificadas como “Em Perigo”.</p><p><br /></p>
<p>Espécies exclusivas da Mata Atlântica, entre elas a canela (espécies como <em>Ocotea odorifera</em> e <em>O. porosa</em>), sofreram reduções de 53% a 89%, sendo classificadas como “Em Perigo” ou “Criticamente em Perigo”.</p><p><br /></p>
<p style="text-align: center;"><img alt="" src="https://agencia.fapesp.br/files/upload/50617/ocotea-porosa.jpg" style="height: 533px; width: 400px;" /><br />
<span>A <em>Ocotea porosa</em> foi uma das espécies de canela listada no levantamento (<em>foto: Anderson Kassner-Filho/Floresta SC</em>)</span></p>
<p><strong><br /></strong></p><p><strong><span style="font-size: medium;">Levantamento inédito</span></strong></p>
<p><br /></p><p>A IUCN conta com uma série de critérios para definir o grau de ameaça de uma espécie, seja animal ou vegetal, divididos entre A, B, C e D. No estudo atual, os pesquisadores observaram que, quanto mais dados eram inseridos, o grau de ameaça aumentava.</p><p><br /></p>
<p>Em linhas gerais, o critério A avalia o declínio da população nas últimas três gerações; o critério B, o tamanho da área ocupada pela espécie; e os C e D se a população é pequena e em declínio ou muito pequena, com menos de 10 mil indivíduos adultos.</p><p><br /></p>
<p>“Quando preenchemos menos critérios da IUCN nas avaliações, o que geralmente tem sido feito até então, temos seis vezes menos espécies ameaçadas. O uso de critérios que incorporam os impactos do desmatamento aumenta drasticamente o nosso entendimento sobre o grau de ameaça das espécies da Mata Atlântica, que é bem maior do que pensávamos anteriormente”, explica Lima.</p><p><br /></p>
<p>Para ilustrar a diferença, o grupo separou um conjunto de espécies que possuía dados para todos os critérios e avaliou o grau de ameaça. Levando em conta todas as espécies desse subgrupo, se considerado apenas o critério A, 91,4% do total de espécies estariam ameaçadas e 90,3% das exclusivas da Mata Atlântica.</p><p><br /></p>
<p>Ao utilizar apenas o critério B, muitas vezes o único usado em levantamentos do tipo, só 10,7% das espécies ou 16,6% das endêmicas estariam ameaçadas. Tendo os critérios C e D como referência, então, 3,2% das endêmicas seriam consideradas ameaçadas e, no máximo, 2,5% do total.</p><p><br /></p>
<p>O método inovador será utilizado a partir de 2024 para avaliar o grau de ameaça das cerca de 12 mil espécies vegetais presentes exclusivamente no Brasil e que ainda não passaram por esse tipo de avaliação. O trabalho é realizado pelo Centro Nacional de Conservação da Flora, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde atuam alguns dos coautores do estudo.</p><p><br /></p>
<p>Os autores propõem ainda que o método possa ser utilizado em escala global. Em uma simulação usando dados de outras florestas tropicais, os pesquisadores atestaram que 30% a 35% das espécies de árvores do planeta podem estar ameaçadas apenas pelo desmatamento.</p><p><br /></p>
<p>“Informações desse tipo são primordiais para a criação de políticas públicas de conservação e reflorestamento. Pode-se priorizar áreas mais degradadas e espécies mais ameaçadas, sem deixar de considerar locais em que há florestas que podem não ser mais viáveis no longo prazo se algo não for feito agora”, comenta o pesquisador.</p><p><br /></p>
<p>A boa notícia é que cinco espécies consideradas extintas na natureza foram redescobertas no estudo. Por outro lado, 13 espécies de árvores exclusivas da Mata Atlântica foram reclassificadas como possivelmente extintas.</p><p><br /></p>
<p><span style="font-size: large;"><b>></b></span> O artigo <em>Comprehensive conservation assessments reveal high extinction risks across Atlantic Forest trees</em> pode ser lido por assinantes em: <a href="https://www.science.org/doi/10.1126/science.abq5099" target="_blank">www.science.org/doi/10.1126/science.abq5099</a>.</p>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-13781873881545870982024-01-11T10:28:00.000-08:002024-01-11T10:29:35.422-08:00Por que a maioria dos cães possuem olhos escuros? Aparência menos ameaçadora pode ser a resposta<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq-sh3HfpzZIK2pIdhqSVST6p-0y6KjUqZMqHodLXOtJLcpGQpeQQ8iokFYvI1F-r7pBwZW9aavDZ_4pMe_tk9JW2WZ4uE7AJLaqTU8QnC4gF3kX6fEQoeqrZq4JrPDMiPCk-KiWTc-62NglFiecu3YZ8rbZ1V2SztnkesqODK-FoQfek_gsopW9vymeI/s620/15063824714_7f460b67e9_b.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq-sh3HfpzZIK2pIdhqSVST6p-0y6KjUqZMqHodLXOtJLcpGQpeQQ8iokFYvI1F-r7pBwZW9aavDZ_4pMe_tk9JW2WZ4uE7AJLaqTU8QnC4gF3kX6fEQoeqrZq4JrPDMiPCk-KiWTc-62NglFiecu3YZ8rbZ1V2SztnkesqODK-FoQfek_gsopW9vymeI/s16000/15063824714_7f460b67e9_b.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 1</b>. Olhos de um cão da linhagem Akita Inu.</span></td></tr></tbody></table><p><br /></p><p>Todo mundo que é afeiçoado por cães já deve ter reparado que a maioria desses animais possuem olhos bem escuros, com coloração tipicamente variando de marrom escuro a preto. Isso entra em contraste com seus ancestrais diretos, os lobos-cinzentos, canídeos selvagens e temidos predadores que exibem olhos tipicamente claros e de coloração amarela. Um recente estudo publicado no periódico <i>Royal Society Open Science</i> (<b>Ref.1</b>) resolveu explorar essa questão e concluiu que essa traço diferencial dos cães é resultado de seleção artificial feita por humanos ao longo de milhares de anos no sentido de favorecer uma aparência menos ameaçadora e mais amigável.</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>Os olhos servem tanto para o recebimento quanto para o fornecimento de informações visuais. Por exemplo, os olhos humanos são notavelmente distintos de outros primatas em particular devido ao fato da nossa esclera ("branco do olho") ser mais amplamente exposta e horizontalmente alongada, possivelmente aumentando a visibilidade da direção do olhar. Além disso, nossa esclera é uniformemente branca, realçando as delimitações da região circular da íris. Em experimentos, tanto humanos quanto chimpanzés conseguem discriminar mais facilmente as direções do olhar de humanos do que de chimpanzés. Essas evidências suportam a ideia de que a esclera branca mais exposta de humanos, junto com olhos mais comumente escuros, otimizam as interações comunicativas com sinais de olhar e contribuem com relações cooperativas na nossa espécie (<i>Homo sapiens</i>).</p><p><br /></p><p>Nesse caminho, características oculares como cor da íris e visibilidade da esclera podem ter funções de comunicação além dos primatas e também impactar nossa interação com outros animais.</p><p><br /></p><p>A maioria dos canídeos similares a lobos (ex.: lobos-cinzentos, lobos-vermelhos, coiotes, lobos-etíopes, cães-selvagens-Asiáticos e certas espécies de chacais) possuem uma distinta coloração ocular com íris de cor clara e tendem a ter etilos de vida em grupos familiares e engajando em caças grupais. É especulado, nesse sentido, que essa coloração clara das íris possui função comunicativa nesses canídeos.</p><p><br /></p><p>Cães (<i>Canis familiaris</i>) foram domesticados a partir dos lobos-cinzentos (<i>Canis lupus</i>) há pelo menos 15-50 mil anos (<b>1</b>), através tanto de seleção natural quanto de seleção artificial. Considerando que lobos são grandes predadores que potencialmente podem causar danos às pessoas, antigos cães podem ter evoluído traços de personalidade que são mais aceitáveis à sociedade humana. Além disso, cães podem ser mais adaptáveis caso traços infantis e elicitando cuidado de humanos sejam selecionados, e existem múltiplos traços anatômicos e comportamentais apontados nesse sentido (<b>2</b>). Por exemplo, em comparação com lobos, cães possuem traços morfológicos mais juvenis (ex.: focinhos mais curtos, olhos maiores e caninos menores) e comportamentos sociais (ex.: tendem a brincar mais e a serem menos agressivos), os quais são mais amigáveis e atrativos aos humanos.</p><p><br /></p><p><b>Leitura complementar</b>:</p><p></p><ul style="text-align: left;"><li>(<b>1</b>) <a href="https://www.saberatualizadonews.com/2020/11/cientistas-encontram-que-caes-ja.html">Cientistas concluíram que cães já existiam desde a última Era do Gelo</a></li><li>(<b>2</b>) <a href="https://www.saberatualizadonews.com/2019/06/caes-evoluiram-olhos-de-tadinho-para.html">"Olhos de tadinho" evoluíram nos cães como armas de afeto humano</a></li></ul><p></p><p><br /></p><p>A cor dos olhos dos cães é tipicamente bem mais escura do que aquela de lobos-cinzentos. A cor dos olhos de ambos esses canídeos é determinada principalmente pela cor da íris porque a maior parte da esclera não é exposta externamente e as pupilas são comumente escuras. A cor da íris nos lobos é tipicamente classificada como amarela, enquanto que nos cães pode ser descrita como marrom escuro ou preta (<b>Fig.2-3</b>). A cor clara da íris dos lobos parece ser útil para comunicação no meio selvagem porque faz o tamanho e a direção das pupilas mais visíveis (similar à relação entre íris e esclera nos humanos), permitindo que esses animais transmitam melhor mensagens para outros membros do grupo como direção do olhar e dominância (<b>Ref.3</b>). Por outro lado, mais de 92% das linhagens caninas reconhecidas pela American Kennel Club possuem íris escura.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilsRC_HTgtz7yoMFlXuGNbrG0LOBsgt-qAadWUXH2OB9l4hsP_U2ZlHaQUpavFRdD7ttWgryvHMABf1G2MOin01pG6JjtUbXo_up8eBJssPiuNlzt_suCandfGZFiKBEzczWNS6YvjUBwepebTw0mB8o3Ny6MUkd5KP9gfRuj7Cu1myvAWzQY4iT94K1A/s600/dogs.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilsRC_HTgtz7yoMFlXuGNbrG0LOBsgt-qAadWUXH2OB9l4hsP_U2ZlHaQUpavFRdD7ttWgryvHMABf1G2MOin01pG6JjtUbXo_up8eBJssPiuNlzt_suCandfGZFiKBEzczWNS6YvjUBwepebTw0mB8o3Ny6MUkd5KP9gfRuj7Cu1myvAWzQY4iT94K1A/s16000/dogs.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 2</b>. Exemplos de morfologia facial [olhos] em lobos e cães. Os olhos [íris] de cães tipicamente são bem mais escuros do que nos lobos-cinzentos. <b>Ref.1<br /><br /></b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBX9Y8hyphenhyphenR4l797Vfu6KCA-CW2fmcJuc9bdRlIG3VbtpW3I8xwafOzLjaJyOAgsQoX0my21lTqj-x5ATcgBLUCyNcIUSu8vyAlQTG_tAvD0vU41EZ-W0qFtO1zYVWPONOc426pYVf97Bs3FuG9auZxK89Z6nWVkONZn0V1MqwWZW3It7g6dDhNMXiyj_GQ/s600/istockphoto-588348958-612x612.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="353" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBX9Y8hyphenhyphenR4l797Vfu6KCA-CW2fmcJuc9bdRlIG3VbtpW3I8xwafOzLjaJyOAgsQoX0my21lTqj-x5ATcgBLUCyNcIUSu8vyAlQTG_tAvD0vU41EZ-W0qFtO1zYVWPONOc426pYVf97Bs3FuG9auZxK89Z6nWVkONZn0V1MqwWZW3It7g6dDhNMXiyj_GQ/s16000/istockphoto-588348958-612x612.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 3</b>. Típica coloração da íris de um lobo-cinzento. </span></td></tr></tbody></table><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBX9Y8hyphenhyphenR4l797Vfu6KCA-CW2fmcJuc9bdRlIG3VbtpW3I8xwafOzLjaJyOAgsQoX0my21lTqj-x5ATcgBLUCyNcIUSu8vyAlQTG_tAvD0vU41EZ-W0qFtO1zYVWPONOc426pYVf97Bs3FuG9auZxK89Z6nWVkONZn0V1MqwWZW3It7g6dDhNMXiyj_GQ/s600/istockphoto-588348958-612x612.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><p>Até mesmo antigas linhagens caninas mais próximas dos lobos (ex.: Akita, Galgo afegão e Malamute-do-Alaska) exibem tipicamente olhos escuros. Nesse sentido, teria sido a típica cor escura na íris dos cães resultado do processo evolutivo de domesticação?</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>Para esclarecer a questão, os pesquisadores no novo estudo, conduzido na Universidade de Ciência Teikyo, Japão, editaram fotos de vários cães pertencentes a 33 linhagens caninas no sentido de torná-los mais claros ou mais escuros. Eles mostraram seleções das fotos para 142 voluntários Japoneses, pedindo para que esses últimos classificassem os cães retratados em termos de traços como amigabilidade, agressividade, maturidade e inteligência. </p><p><br /></p><p>Os resultados mostraram que as pessoas eram significativamente mais prováveis de julgar um cão como amigável - avaliando-os com maior pontuação em traços como sociabilidade e não-agressividade - quando as fotos traziam olhos mais escuros. Os participantes também avaliaram esses cães como menos inteligentes e menos maduros, ou seja, mais similares a filhotes. Isso indica que cães provavelmente perderam vantagens comunicativas com outros membros da espécie mas ganharam benefícios ao estreitarem laços com humanos, tornando os olhos escuros um traço eventualmente dominante por transmitir um olhar mais amigável e menos ameaçador para humanos.</p><p><br /></p><p>Humanos também parecem preferir olhos [íris] escuros porque faz a pupila dos cães parecerem maiores: bebês humanos possuem pupilas maiores do que adultos e pupilas dilatadas são associadas com amigabilidade.</p><p><br /></p><p>Existem também relatos anedóticos que abrigos encontram maior dificuldade para a adoção de cães com olhos de cores mais raras. Por outro lado, olhos azuis são comuns entre huskies siberianos, tornando a anatomia e provavelmente a comunicação social mais próximas daquelas observadas nos lobos-cinzentos (<b>Fig.4</b>). Por que nessa linhagem em específico olhos claros são prevalentes?</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAraU5DeZzO0GRsFo14XZv2yvtLI0eOfJnhR-558k6Dud1eBiZ-zIvUk4ZFkUOgD0wlDJqDGCLbIgLMHPOQtOt2KDkHBshCtNdbTTMksG1CL5FZQCjBRjeZmPBG2vfzP7lUDI-qHUl76YOZU9oBvgyDxr6e8xy1fOp1ZNa25OJ1bFwrXaG2jw0ixdbDVU/s763/husky-siberiano-raca.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="763" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAraU5DeZzO0GRsFo14XZv2yvtLI0eOfJnhR-558k6Dud1eBiZ-zIvUk4ZFkUOgD0wlDJqDGCLbIgLMHPOQtOt2KDkHBshCtNdbTTMksG1CL5FZQCjBRjeZmPBG2vfzP7lUDI-qHUl76YOZU9oBvgyDxr6e8xy1fOp1ZNa25OJ1bFwrXaG2jw0ixdbDVU/s16000/husky-siberiano-raca.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 4</b>. Husky Siberiano de íris azul, um traço comum nessa linhagem canina.</span></td></tr></tbody></table><p><br /></p><p>Embora os resultados do estudo suportem a <b>hipótese da domesticação</b> para explicar a alta prevalência de olhos escuros nos cães em total contraste com seus ancestrais diretos, é ainda incerto se esse traço fenotípico diferencial emergiu já no início do processo de domesticação ou se pressão seletiva é mais recente (últimos séculos). A presença de olhos escuros em linhagens como Akitas favorece o primeiro cenário.</p><p><br /></p><p>Uma hipótese alternativa para a maior percepção de traços positivos de personalidade em cães de olhos escuros é o <b>efeito de familiaridade</b>. Esse efeito pode trabalhar em duas direções:</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> que humanos preferem cães de olhos escuros porque são mais frequentemente observados (mas não explica como esse traço primeiro se tornou altamente prevalente na espécie);</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> que humanos preferem cães com íris exibindo coloração similar àquela observada na maior parte dos membros da nossa própria espécie (ou seja, íris escura).</p><p><br /></p><p>No último caso, é válido apontar que o estudo envolveu voluntários Japoneses com íris marrom escuras ou quase pretas, e um traço altamente prevalente na população nativa do Japão. Portanto, resultados do estudo podem não ser espelhados em outras populações humanas.</p><p><br /></p><p>Sobre o primeiro caso, pode ser que a íris tenha se tornado mais escura à medida que os antigos cães em processo de domesticação começaram a migrar mais ao sul do planeta com humanos, onde existe maior incidência solar (e de radiação ultravioleta). Nesse cenário, olhos claros - típicos de lobos-cinzentos habitando regiões mais escuras no hemisfério Norte (altas latitudes na Eurásia e América do Norte) - seriam uma desvantagem, sendo selecionados contra. Esse traço teria eventualmente se disseminado para linhagens diversas de cães - processo que pode ter sido potencializado por fatores de domesticação e autodomesticação - e se tornando dominante.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Konno et al. (2023). Are dark-eyed dogs favoured by humans? Domestication as a potential driver of iris colour difference between dogs and wolves. Royal Society Open Science, Volume 10, Issue 12. <a href="https://doi.org/10.1098/rsos.230854">https://doi.org/10.1098/rsos.230854</a></li><li><a href="https://www.science.org/content/article/why-do-most-dogs-have-brown-eyes">https://www.science.org/content/article/why-do-most-dogs-have-brown-eyes</a></li><li><a href="https://www.kyoto-u.ac.jp/cutting-edge/cutting_edge/page03.html">https://www.kyoto-u.ac.jp/cutting-edge/cutting_edge/page03.html</a></li></ol><p></p>
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</script>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-76795977607718167252024-01-08T14:49:00.000-08:002024-01-08T14:49:12.039-08:00Cientistas conseguem transformar o grafeno em semicondutor, abrindo a porta para uma nova revolução eletrônica<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4fJEnoaSvdP-9ZL4wAdAbhckEPV6t4NayYceJF1cCffoBfvrPf6WqaC6iDCmgTYhK31SiU1d5ScoPM6n4-2wHz-QSdOymzVBXHXGGN6DL5v5GKERIuyK0fbMj9sO7GL_HDzKqUIUHkQLVY4fDG_NARo-8hD5e5doQvmwv0To8jS6Ig9Itx3s1j1Fyn4I/s620/Low-Res_Chip%20In%20Box.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="355" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4fJEnoaSvdP-9ZL4wAdAbhckEPV6t4NayYceJF1cCffoBfvrPf6WqaC6iDCmgTYhK31SiU1d5ScoPM6n4-2wHz-QSdOymzVBXHXGGN6DL5v5GKERIuyK0fbMj9sO7GL_HDzKqUIUHkQLVY4fDG_NARo-8hD5e5doQvmwv0To8jS6Ig9Itx3s1j1Fyn4I/s16000/Low-Res_Chip%20In%20Box.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 1</b>. Epigrafeno semicondutor (SEG) sobre um substrato de carbeto de silício.</span></td></tr></tbody></table><p> <br /></p><p>Pesquisadores no Instituto de Tecnologia da Georgia criaram o primeiro semicondutor funcional feito de <b>grafeno</b>! O enorme avanço - reportado e descrito em um estudo na <i>Nature</i> (<b>Ref.1</b>) e fruto de um trabalho de 10 anos - possibilita agora novas formas de desenvolver dispositivos eletrônicos. E vem em uma hora muito precisa: o material que atualmente constitui quase todos os eletrônicos modernos é baseado em<b> silício</b>, este o qual está alcançando seu limite de exploração tecnológica humana para dispositivos computacionais cada vez mais rápidos e menores. O novo semicondutor de grafeno é compatível com métodos convencionais de processamento microeletrônico - uma necessidade para qualquer alternativa viável ao silício. Além disso, possui até 10 vezes mais mobilidade do que o semicondutor a base de silício, e exibe propriedades únicas não possíveis com esse último.</p><p><br /></p><p>"Nós agora temos um robusto semicondutor de grafeno com 10 vezes mais mobilidade do que o silício, e o qual possui propriedades únicos não disponíveis para o silício," disse em entrevista Walter de Heer, professor de Física no Instituto de Tecnologia da Georgia (Georgia Thech), EUA, e um dos autores principais do novo estudo (<b>Ref.2</b>).</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>Grafeno é um alótropo do carbono constituído de uma única camada plana [espessura de um átomo] de átomos de carbono ligados entre si por ligações covalentes. Considerado um material promissor em diversas áreas tecnológicas, em especial em supercondutores (<b>1</b>), a revolução e a grande fama do grafeno foram originalmente alimentadas pela busca de novos materiais eletrônicos que poderiam suceder o silício como crítico semicondutor. Além de ser um material extremamente robusto e flexível, o grafeno pode lidar com correntes elétricas muito grandes sem se aquecer significativamente [reduzida dispersão térmica de energia elétrica] e ser degradado.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbfkpQDxe5TvrYvi-eVNcIlpQFY0444T1qfHlI2cEXSaVj6cTi-EgB9aakFcpHgRiWSFN9B34mG-eqK1P7H7bGXrLM8Up5tPG-EhuoQg4Ka5b8K8CoUDtCisJM_Xs5vAYwc2l7D5DaSmxrBKMujl_-_ODmyn3vfjUBZPHOfIHc51K3hZq7elMtohavxkw/s623/f1big.gif" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="445" data-original-width="623" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbfkpQDxe5TvrYvi-eVNcIlpQFY0444T1qfHlI2cEXSaVj6cTi-EgB9aakFcpHgRiWSFN9B34mG-eqK1P7H7bGXrLM8Up5tPG-EhuoQg4Ka5b8K8CoUDtCisJM_Xs5vAYwc2l7D5DaSmxrBKMujl_-_ODmyn3vfjUBZPHOfIHc51K3hZq7elMtohavxkw/s16000/f1big.gif" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 2</b><span style="text-align: left;">. Grafeno é um semimetal constituído por átomos de carbono e com uma estrutura bidimensional (2D) e com propriedade condutora.</span></td></tr></tbody></table><p><br /></p><p>(<b>1</b>) Para mais informações: <a href="http://www.saberatualizado.com.br/2018/03/supercondutividade-descoberta-no.html">Qual é a relação entre grafeno e supercondutividade?</a></p><p><br /></p><p>Porém, o grafeno enfrenta um sério problema: não possui um <i><b>band gap</b></i> intrínseco, impossibilitando inicialmente sua utilização como um semicondutor. O <i>band gap</i> permite que o material semicondutor em um dispositivo eletrônico seja rapidamente "ligado" (condutor) ou "desligado" (isolante) através de pulsos, similar aos interruptores mecânicos das lâmpadas de uma casa. Quando ligado, permite a passagem de eletricidade ("acende"); quando desligado, não é mais possível condução elétrica ("apaga"). Nas últimas duas décadas, esforços têm sido empregados para introduzir um <i>band gap</i> no grafeno ou através de confinamento quântico ou por funcionalização química, mas têm falhado em produzir um semicondutor viável com esse material. Nesse contexto, esses esforços foram gradualmente sendo desviados para outros promissores materiais 2D (ex.: TiS<span style="font-size: x-small;">3</span>, GaSe, MoS<span style="font-size: x-small;">2</span>, Ga<span style="font-size: x-small;">2</span>N<span style="font-size: x-small;">3</span>, Ti<span style="font-size: x-small;">3</span>C<span style="font-size: x-small;">2</span>) que são intrinsecamente semicondutores (<b>Ref.3</b>).</p><p><br /></p><p>----------</p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> A tecnologia dos semicondutores modernos pode ter sua origem traçada até a invenção do transistor de ponto de contato em 1947. Essa demonstração pavimentou o caminho para o desenvolvimento de dispositivos e circuitos semicondutores discretos e integrados que hoje permeiam basicamente todos os dispositivos eletrônicos usados no dia-a-dia.</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> Semicondutores são materiais que possuem uma condutividade elétrica entre condutores (geralmente metais) e não-condutores ou isolantes (como plásticos, madeira e a maioria das cerâmicas). A condutividade elétrica dos semicondutores, ao contrário dos condutores metálicos e devido ao significativo <i>band gap</i>, aumenta com a temperatura. Semicondutores podem ser elementos puros, como silício (Si) ou germânio (Ge), ou compostos, como arsenieto de gálio (GaAs) ou seleneto de cádmio (CdSe). Em um processo chamado de dopagem, pequenas quantidades de impurezas são adicionadas a semicondutores puros causando grandes mudanças na condutividade do material (alteração do número de transportadores de cargas). </p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> O <b><i>band gap</i></b> é um crítico fator que determina as propriedades elétricas e ópticas de um semicondutor. É essencialmente uma "catraca atômica" que só permite a passagem de elétrons para serem eletricamente conduzidos após o "pagamento" de um valor energético (medido em <b>elétron volt</b>, ou eV). Elétrons são partículas com carga negativa que ficam orbitando o núcleo de átomos; essas partículas se movimentam sob um campo elétrico para produzir eletricidade.</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> O <i>band gap</i> (ou banda proibida) representa a diferença de energia mínima entre a banda de condução (constituída de orbitais de mais alta energia) e a banda de valência (constituída de orbitais de menor energia e mais provável de estar ocupada por elétrons). Em sólidos, os elétrons apenas podem atuar como transportadores de carga - e, portanto, conduzir eletricidade - quando há estados eletrônicos vacantes na banda, uma circunstância plausível somente quando há promoção de parte dos elétrons da banda de valência para a banda de condução. Em metais, a diferença energética (<i>band gap</i>) é essencialmente nula, permitindo que elétrons sejam transportados facilmente para a banda de condução sob a ação de um campo elétrico. Em isolantes, como a madeira, o <i>band gap</i> é muito elevado, impossibilitando a condução elétrica. Em semicondutores, o <i>band gap</i> é pequeno (Band Gap < 4 eV).</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> Para mais informações sobre o <i>band gap</i> e a parte teórica dos semicondutores (incluindo a diferença entre semicondutores p e n), acesse a <b>Ref.6</b>.</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> Silício é o mais comum semicondutor, dominando o mercado de processamento de dados (ex.: chips de computadores) assim como a indústria de fotovoltaicos (paneis solares). O <i>band gap</i> do silício é de 1,12 eV (elétron volt). </p><p>-----------</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>No novo estudo, os pesquisadores exploraram e otimizaram as propriedades semicondutoras de uma forma de grafeno chamada de "grafeno epitaxial" (epigrafeno), caracterizada por uma única camada de grafeno que cresce sobre face cristalina do carbeto de silício (SiC) - um composto inorgânico formado por ligações covalentes entre átomos de silício e de carbono.</p><p><br /></p><p>O epigrafeno se forma espontaneamente sobre cristais de SiC quanto o silício sublima da superfície cristalina a altas temperaturas, resultando em uma superfície rica de carbono que se recristaliza em grafeno. A primeira camada de grafeno que se forma no processo acaba ligada à superfície de SiC e exibe potenciais propriedades semicondutoras. </p><p><br /></p><p>Os pesquisadores desenvolveram um método de produção que permitiu a criação de um epigrafeno de alta qualidade capaz de suportar dopagem [com oxigênio] e manter boa condutividade, integridade do material e as propriedades únicas do grafeno. Medidas físico-químicas diversas mostraram que domínios macroscópicos do material exibiam um <i>band gap</i> de 0,6 eV e mobilidades a temperatura ambiente de até µ=5500 cm2/V/s (um valor que é 3 vezes maior do que aquele do silício e um fator 20 vezes maior do que aquele teoricamente possível com qualquer outro semicondutor 2D sendo atualmente investigado). Essa ultra mobilidade significa que os elétrons no epigrafeno se movem com resistência muito baixa, reduzido aquecimento e aumentando a velocidade dessas partículas durante a condução; isso em eletrônicos diversos se traduz como computação de dados mais rápida.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFcnomQRJ_Ikkt2GDayv30oN1gO49W1e0eJlLHAWjIX5JUjw7hGUuj_FUhGX0J_bJIY1MFzzy0TtsBXL1EDbA40KDY1BviSDoT8jY9-TfrfQEaDA-sD6a5LZtjUOQLxNPf6MtNJDOrQbo5y01LgYM9j_i3JOvD8dFLydnxK_i1NxFHC38a8nR6Iz1ek0g/s1034/Low-Res_Walt%20With%20wafer%20(1).jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1034" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFcnomQRJ_Ikkt2GDayv30oN1gO49W1e0eJlLHAWjIX5JUjw7hGUuj_FUhGX0J_bJIY1MFzzy0TtsBXL1EDbA40KDY1BviSDoT8jY9-TfrfQEaDA-sD6a5LZtjUOQLxNPf6MtNJDOrQbo5y01LgYM9j_i3JOvD8dFLydnxK_i1NxFHC38a8nR6Iz1ek0g/s16000/Low-Res_Walt%20With%20wafer%20(1).jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><p><b>Figura 3</b>. Em (<b>A</b>), o Dr. Walter de Heer segura uma amostra de carbeto de silício (SiC). Em (<b>B</b>), um cristal único de SiC cortado em chips quadrados. Em (<b>C</b>), forno usado para a síntese de grafeno sobre a superfície do SiC. O epigrafeno semicondutor (SEG) é produzido via aquecimento de um chip de SiC ao redor de 1600°C a 1 bar de pressão em atmosfera de argônio [um gás inerte] ultrapuro. Suas propriedades eletrônicas são muito superiores do que qualquer outro semicondutor 2D em desenvolvimento. [Fotos: Georgia Institute of Technology]</p><p><br style="text-align: left;" /></p></td></tr></tbody></table><p>O epigrafeno semicondutor desenvolvido é compatível com métodos convencionais de processamento microeletrônico e pode ser também incorporado em tecnologias nanoeletrônicas. Além disso, o epigrafeno pode ser intercalado com um amplo espectro de átomos e moléculas para formar uma ampla variedade de materiais com novas e úteis propriedades magnéticas e eletrônicas. Nesse sentido, o novo semicondutor pode abrir as portas para uma revolução no campo eletrônico e permitir tecnologias completamente novas. Em especial, o material permite explorar as propriedades quânticas dos elétrons, um requerimento para a computação quântica.</p><p><br /></p><p>Existe significativo potencial para o epigrafeno semicondutor se tornar comercialmente viável em um futuro bem próximo. A corrida de desenvolvimento de semicondutores 2D parece que teve um campeão.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Zhao et al. (2024). Ultrahigh-mobility semiconducting epitaxial graphene on silicon carbide. Nature 625, 60–65. <a href="https://doi.org/10.1038/s41586-023-06811-0">https://doi.org/10.1038/s41586-023-06811-0</a></li><li><a href="https://www.gatech.edu/news/2024/01/03/researchers-create-first-functional-semiconductor-made-graphene">https://www.gatech.edu/news/2024/01/03/researchers-create-first-functional-semiconductor-made-graphene</a></li><li>Chaves et al. (2020). Bandgap engineering of two-dimensional semiconductor materials. npj 2D Mater Appl 4, 29. <a href="https://doi.org/10.1038/s41699-020-00162-4">https://doi.org/10.1038/s41699-020-00162-4</a></li><li><a href="https://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/semiconductors/direct.php">https://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/semiconductors/direct.php</a></li><li><a href="https://toshiba.semicon-storage.com/ap-en/semiconductor/knowledge/faq/diode_sic-sbd/sic-sbd001.html">https://toshiba.semicon-storage.com/ap-en/semiconductor/knowledge/faq/diode_sic-sbd/sic-sbd001.html</a></li><li>Baccaro & Gutz (2018). Fotoeletrocatálise em semicondutores: dos princípios básicos até sua conformação à nanoescala. Química Nova, 41(3). <a href="https://doi.org/10.21577/0100-4042.20170174">https://doi.org/10.21577/0100-4042.20170174</a></li></ol><p></p>
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<br /><p>Lesões cerebrais traumáticas (LCTs) são uma das principais causas de comorbidades relacionadas a lesões físicas ao redor do mundo. A LCT é também uma lesão característica de veteranos de guerra nos EUA que estiveram em conflitos militares recentes, mais frequentemente causada por exposição a explosões. Clinicamente, sequelas da LCT podem incluir transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), transtorno depressivo maior e transtornos de ansiedade, mas a eficácia de tratamentos para essas complicações é limitada. Ainda mais preocupante é o fato dos veteranos militares representarem 20% dos casos de suicídio nos EUA, apesar de constituírem apenas 6,4% da população em geral. </p><p><br /></p><p>Exposição a repetidas explosões podem resultar em mudanças no cérebro, incluindo estruturais, de conectividade funcional, no fluxo sanguíneo cerebral e na matéria branca (<b>3</b>). As sequelas de LCT podem também incluir tanto mudanças subjetivas quanto objetivas na memória, atenção, velocidade de processamento e funções executivas que podem substancialmente impactar na qualidade de vida. Desesperados por alívio, alguns veteranos começaram a procurar terapias cientificamente pouco exploradas ou validadas que atualmente não estão disponíveis nos EUA, como o alcaloide ibogaína. </p><p><br /></p><p>A<b> ibogaína</b> é um composto orgânico derivado da casca de raízes do arbusto <i>Tabernanthe iboga</i> (planta tropical nativa do oeste-Africano) (<b>Fig.2</b>) e de outras espécies de plantas relacionadas, sendo tradicionalmente usado em cerimônias Africanas religiosas, espirituais e medicinais (<b>!</b>). Doses terapêuticas de ibogaína levam a estados de consciência similares a sonhos que facilitam um período mais longo de autoreflexão e avaliação. Farmacologicamente, a ibogaína e seu principal metabólito, noribogaína (<b>Fig.3</b>), demonstram moderada-a-fraca afinidade por um número de receptores neurotransmissores incluindo N-meti-D-aspartato, κ e μ opioide, σ-1 e σ−2, acetilcolina nicotínico, transportador de serotonina, transportador de dopamina, entre outros. A ibogaína também parece aumentar os fatores neurotróficos de transcrição e a complexidade dendrítica de neurônios corticais. Essa farmacologia única resulta na classificação da ibogaína como um <b>psicodélico atípico</b>.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivXrafAocztFdsCESfcZNt4jtF9kCLT3TwtFzPYoiJ9yts8hf09Eob1TT-3YwFplxrflHLaZi5ObrL-9CT2DF9eLZOVYK1TAO5cq9YYJ7muVuIxOscqirFQXsZYGz6kmOj4SaVlR3QHmGkoKqGSaCcHHv4Q7LRyQF_VpY4CLtPRcg0x6Bx-HUOyd-UZkk/s600/CoverPIC.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivXrafAocztFdsCESfcZNt4jtF9kCLT3TwtFzPYoiJ9yts8hf09Eob1TT-3YwFplxrflHLaZi5ObrL-9CT2DF9eLZOVYK1TAO5cq9YYJ7muVuIxOscqirFQXsZYGz6kmOj4SaVlR3QHmGkoKqGSaCcHHv4Q7LRyQF_VpY4CLtPRcg0x6Bx-HUOyd-UZkk/s16000/CoverPIC.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 2</b>. Primeiro isolada em 1901, a estrutura química da bogaína (<b>A</b>) foi deduzida em 1958. Ibogaína é o principal alcaloide da planta <i>Tabernanthe iboga</i> (<b>B</b>) e produz efeitos alucinogênicos e psicostimulantes em humanos. A <i>T. iboga</i>, popularmente chamada de iboga ou <i>eboka</i>, é uma angiosperma da família Apocynaceae que cresce em algumas florestas tropicais Africanas, particularmente no Gabão. A planta cresce até uma altura de 1,5-2 metros, produzindo pequenas flores brancas ou rosas e frutos laranjas e adocicados. A raiz do iboga pode ser consumida crua, mas é geralmente seca e ingerida na forma de pó (triturada) ou de tiras (frequentemente misturada com bebidas ou água). <b>Ref.3-5</b></span></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIV_0BS5JJqrFBrtzgIFQ4sfstuAY-fnfeVokhuU0QaZ38Sto8fdZIYP_oRNfrVx5rcedAwNeWYOwhisLG8Xx38wq6Cy5DQbzRMDxhIYD99GUrIPGlVWfjttkLyM7iC0rShVwTPPcctx2MFltmt322qQVp3Cx6NZKkmgXRJNJc7EqVJ1RQbrsG2jKyVdM/s600/rea%C3%A7%C3%A3o.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="163" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIV_0BS5JJqrFBrtzgIFQ4sfstuAY-fnfeVokhuU0QaZ38Sto8fdZIYP_oRNfrVx5rcedAwNeWYOwhisLG8Xx38wq6Cy5DQbzRMDxhIYD99GUrIPGlVWfjttkLyM7iC0rShVwTPPcctx2MFltmt322qQVp3Cx6NZKkmgXRJNJc7EqVJ1RQbrsG2jKyVdM/s16000/rea%C3%A7%C3%A3o.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 3</b>. Após ser ingerida e absorvida pelo corpo, a ibogaína é gradualmente convertida para noribogaína [seu principal metabólito ativo] através da enzima CYP2D6. Em experimentos com ratos, a noribogaína exibe curta meia-vida (30 minutos) e atinge altas concentrações no cérebro, enquanto a ibogaína continua exibindo efeito psicoativo de forma significativa por até 3 horas. <b>Ref.6</b></span></td></tr></tbody></table><p><br /></p><p>----------</p><p>(<b>!</b>) Ingerida em pequenas doses (<50 mg), a ibogaína promove efeitos estimulantes, anorexigênicos e eufóricos. Seu uso como estimulante por caçadores Congoleses tem sido registrado desde o século XIX. Em doses moderadas (de 100 mg até 1 g), a ibogaína causa alucinações visuais e auditivas, percepção alterada do tempo, sinestesia gustatória, além de potencial diarreia e vômito. Historicamente, esse composto têm sido usado principalmente por certas povos tradicionais Africanos, em especial no culto <i>Bwiti</i>, no Gabão. Nesse culto, os iniciados (<i>banzi</i>) ingerem massivas quantidades de iboga [raiz] durante complexos ritos de iniciação na presença da tribo e do <i>nganga</i> (o curandeiro-chefe espiritual da comunidade), acompanhados por música e dança. O consumo do iboga nesse contexto é um meio dos indivíduos se conectarem com seus ancestrais no "mundo espiritual" e de "reconciliarem a si mesmos com a morte". <b>Ref.5</b></p><p>------------</p><p><br /></p><p>Um estudo de 2023, publicado na <i>Nature</i> (<b>Ref.7</b>) e baseado em experimentos com ratos, sugeriu que a ibogaína e outros psicodélicos (ex.: psilocibina, LSD, MDMA, PCP e mescalina) podem temporariamente reabrir um "período crítico" associado ao início do desenvolvimento quando o sistema nervoso está particularmente maleável, reinstalando uma importante aprendizagem social recompensatória. Durante esses períodos críticos, o sistema nervoso exibe uma maior sensibilidade a estímulos etologicamente relevantes, assim como uma maior maleabilidade para modificações sinápticas, de circuitos e comportamentais. A ibogaína parece ser especialmente eficaz nesse processo neurobiológico, mantendo o período crítico aberto por pelo menos 4 semanas, comparado com até 2 semanas para a psilocibina.</p><p><br /></p><p>Até o momento, estudos sobre a ibogaína têm focado predominantemente no seu potencial como tratamento para transtornos de uso de substâncias (ex.: dependência alcoólica, de opioides, de nicotina e de cocaína) (<b>Ref.8</b>). Efeitos adversos potencialmente fatais - especialmente associados a irregularidades de batimento cardíaco - têm reduzido o interesse desse composto em estudos clínicos. Eventos adversos associados ao uso de ibogaína em contextos variados incluem efeitos agudos (<24 horas), principalmente cardíacos (comumente prolongação de QTc), gastrointestinais, neurológicos e alterações clínicas, e efeitos de longa duração (>24 horas), principalmente alterações cardíacas, psiquiátricas e neurológicas persistentes (<b>Ref.9</b>). </p><p><br /></p><p>O número de clínicas e de praticantes ilegais que fornecem tratamento baseado em ibogaína tem aumentado ao redor do mundo. A falta de um mercado regulado resulta em uma falta de controle de qualidade e pacientes podem, portanto, estar consumindo ibogaína com concentrações desconhecidas do ingrediente ativo. Muitas vezes as administrações são feitas em quartos de hotéis e outros ambientes inadequados. Além disso, a pureza de extratos de ibogaína usados nos tratamentos ou autoadministradas por pacientes frequentemente é desconhecida, e muitas vezes o produto é fornecido em vendas na internet sem qualquer controle de qualidade, com risco de perigosos contaminantes. Nesse contexto, acidentes e mortes têm sido cada vez mais reportados. Até 2015, 22 mortes associadas à ibogaína foram reportadas e descritas na literatura (<b>Ref.10</b>). </p><p><br /></p><p>Por exemplo, em um relato de caso reportado em 2021 no periódico <i>Forensic Science, Medicine and Pathology</i> (<b>Ref.11</b>), um homem de 27 anos com histórico de dependência de heroína foi encontrado morto em um apartamento alugado, onde ele estava sendo submetido a um tratamento para se livrar da dependência química. De acordo com sua esposa, o homem havia passado três dias no apartamento com um alegado terapeuta que administrava um pó de iboga comprado online. O "terapeuta" disse que o homem morreu subitamente 5-12 horas após a ingestão oral do pó. O histórico médico do paciente não trazia nada de significativo, com exceção do problema de abuso de droga. Análise forense apontou que a morte provavelmente ocorreu devido aos efeitos cardiotóxicos da dose consumida de ibogaína.</p><p><br /></p><p>O uso recomendado e mais seguro de ibogaína com fins terapêuticos é aquele feito em ambiente controlado, suportado por profissionais treinados e com a presença de equipamentos permitindo rigoroso monitoramento médico, psiquiátrico e cardíaco (<b>Ref.12</b>).</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>No novo estudo, os pesquisadores buscaram investigar de forma sistemática o uso de ibogaína para o tratamento de sintomas de LCT. Nesse sentido, eles acompanharam 30 veteranos militares dos EUA considerados aptos para o teste clínico, todos do sexo masculino, com LCT e um histórico de repetida exposição a explosões ou combate. Quinze participantes exibiam transtorno depressivo maior, 14 tinam transtorno de ansiedade e 23 tinham TEPT. Todos os veteranos, por vontade própria, buscaram ibogaína em um local no México (Centro de Tratamento Ambio, em Tijuana), onde o uso da droga não é restrito. </p><p><br /></p><p>Os pesquisadores não tiveram qualquer envolvimento com a administração da ibogaína, mas forneceram aos participantes um suplemento de magnésio junto com a droga para reduzir o risco de efeitos cardiovasculares adversos. A dose oral de ibogaína foi de ~12 mg/kg para cada participante e na forma de <b>hidrocloreto de ibogaína</b> (>98% de pureza, sintetizada por um laboratório Sul-Africano a partir de extratos de árvores da espécie <i>Voacanga africana</i>)..</p><p><br /></p><p>Um mês após o tratamento, os participantes tiveram reduções de 88% nos sintomas de TEPT, 87% nos sintomas de depressão e 81% nos sintomas de ansiedade. Na média, os participantes exibiam leve-a-moderada incapacidade física antes do tratamento e nenhuma incapacidade após um mês de tratamento, algo indicado por análises de cognição, mobilidade e outras funções. </p><p><br /></p><p>E, talvez mais importante, nenhum dos participantes experienciou efeitos cardíacos adversos, incluindo braquicardia, taquicardia e clinicamente significativa prolongação de Q-T ou instabilidade hemodinâmica. Isso mostra que é possível administrar com segurança a ibogaína em doses terapêuticas após devidos cuidados (acompanhamento de profissionais, ambiente hospitalar, ingestão de magnésio, etc.) e rigorosa seleção dos pacientes.</p><p><br /></p><p>Isso abre o caminho para testes clínicos mais robustos, randomizados e acompanhados de grupo de controle com placebo. Pesquisadores também querem melhor esclarecer como a ibogaína atua no cérebro e conferir se os potenciais benefícios terapêuticos persistem a longo prazo.</p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Nardou et al. (2023). Psychedelics reopen the social reward learning critical period. Nature 618, 790–798. <a href="https://doi.org/10.1038/s41586-023-06204-3">https://doi.org/10.1038/s41586-023-06204-3</a></li><li><a href="https://www.nature.com/articles/s41586-023-06204-3">https://www.nature.com/articles/s41586-023-06204-3</a></li><li><a href="https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/Ibogaine">https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/Ibogaine</a></li><li>Iyer et al. (2020). The iboga enigma: the chemistry and neuropharmacology of iboga alkaloids and related analogs. Natural Product Reports. <a href="https://doi.org/10.1039/D0NP00033G">https://doi.org/10.1039/D0NP00033G</a></li><li>Mazoyer et al. (2013). Fatal Case of a 27-Year-Old Male After Taking Iboga in Withdrawal Treatment: GC-MS/MS Determination of Ibogaine and Ibogamine in Iboga Roots and Postmortem Biological Material. Journal of Forensic Sciences, 58(6), 1666–1672. <a href="https://doi.org/10.1111/1556-4029.12250">https://doi.org/10.1111/1556-4029.12250</a></li><li>Rodríguez et al. (2020). A Single Administration of the Atypical Psychedelic Ibogaine or its Metabolite Noribogaine Induces an Antidepressant-like Effect in Rats. ACS Chemical Neuroscience. <a href="https://doi.org/10.1021/acschemneuro.0c00152">https://doi.org/10.1021/acschemneuro.0c00152</a></li><li>Nardou et al. (2023). Psychedelics reopen the social reward learning critical period. Nature 618, 790–798. <a href="https://doi.org/10.1038/s41586-023-06204-3">https://doi.org/10.1038/s41586-023-06204-3</a></li><li>Fernandes-Nascimento et al. (2023). Three Decades of Research on the Development of Ibogaine Treatment of Substance Use Disorders: A Scientometric Analysis. Journal of Psychoative Drugs. <a href="https://doi.org/10.1080/02791072.2023.2276230">https://doi.org/10.1080/02791072.2023.2276230</a></li><li>Ona et al. (2022). The adverse events of ibogaine in humans: an updated systematic review of the literature (2015–2020). Psychopharmacology 239, 1977–1987. <a href="https://doi.org/10.1007/s00213-021-05964-y">https://doi.org/10.1007/s00213-021-05964-y</a></li><li>Bouso et al. (2020). An analytical study of iboga alkaloids contained in Tabernanthe iboga-derived products offered by ibogaine treatment providers. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), 47(2). <a href="https://doi.org/10.1590/0101-60830000000231">https://doi.org/10.1590/0101-60830000000231</a></li><li>Aćimović et al. (2021). Death due to consumption of ibogaine: case report. Forensic Science, Medicine and Pathology, 17(1), 126–129. <a href="https://doi.org/10.1007/s12024-020-00342-0">https://doi.org/10.1007/s12024-020-00342-0</a></li><li>Rocha et al. (2023). Identifying setting factors associated with improved ibogaine safety: a systematic review of clinical studies. Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci 273, 1527–1542. <a href="https://doi.org/10.1007/s00406-023-01590-1">https://doi.org/10.1007/s00406-023-01590-1</a></li></ol><p></p><p></p><p></p>
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<br /><p>"Apesar de mais trabalhos serem necessários para um completo entendimento da associação entre sinais de alerta e abuso, esses sinais podem eventualmente ser usados em intervenções para ajudar as pessoas a aprender como evitar relacionamentos abusivos ou dar suporte para pessoas amadas que possam estar sob risco de abuso," disse em entrevista a autora principal do estudo, Nicolyn Charlot, da Universidade de Western, Canadá (<b>Ref.2</b>).</p><p><br /></p><p><b>VIOLÊNCIA POR PARCEIRO ÍNTIMO</b></p><p><br /></p><p>Uma sociedade que funciona sob rígidas normas patriarcais influencia na perpetração da violência contra a mulher. Há uma padronização de papéis que tem de ser seguido, sugerindo que o homem é a voz máxima no lar, e, diante dessa autoridade que lhe foi conferida pela sociedade, acaba muitas vezes subjugando a mulher e entendendo que para que essa seja obediente, ela precisa ser tolhida e anulada. Estima-se que uma em cada três mulheres (30%) no mundo sofra alguma forma de violência por motivos e contextos diversos (<b>1</b>). E a violência por parceiro íntimo (VPI) é a mais comum forma de violência contra a mulher. Cerca de 80% das vítimas de homicídio por um parceiro íntimo (sexo feminino ou masculino) são mulheres (<b>Ref.3</b>).</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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</script><p><br /></p><p>(<b>1</b>)<b> Leitura recomendada</b>:</p><p></p><ul style="text-align: left;"><li><a href="http://www.saberatualizado.com.br/2022/04/toda-mulher-sangra-quando-perde.html">Toda mulher sangra quando "perde a virgindade"?</a></li><li><a href="Toda mulher sangra quando "perde a virgindade"?">O aborto precisa ser descriminalizado?</a></li></ul><p></p><p><br /></p><p>De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são fatores de risco para a ocorrência da VPI: juventude; baixo nível de escolaridade; ser separada ou divorciada; ter sido exposta a maus-tratos na infância; violência entre os pais; uso nocivo do álcool; uso ilícito de drogas de abuso em geral; e aceitação da violência. Disfunções sexuais nos homens estão também associadas com maior risco de VPI como resposta ao estresse e raiva (<b>Ref.10</b>). O pico de ocorrência da VPI ocorre durante os anos reprodutivos da mulher, tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. </p><p><br /></p><p>Dados sugerem que aproximadamente 18% das mulheres ao redor do mundo já sofreram violência física ou sexual pelo companheiro. Aqui no Brasil, entre 14 e 17% reportam ter sofrido VPI física e/ou sexual (<b>Ref.5</b>). Mas devido à própria natureza da violência sexual e da violência praticada por parceiro íntimo, a ocorrência e os impactos causados são subestimados.</p><p><br /></p><p>Em estudo observacional publicado em 2021, pesquisadores analisaram 343 mulheres atendidas no Sistema Único de Saúde na cidade de Cajazeiras (Paraíba), região no Nordeste do Brasil, todas vítimas de VPI (<b>Ref.6</b>). As vítimas tinham, em média, 20,3 anos de idade, e 53,2% eram casadas. Houve prevalência de 52,9% de violência psicológica, 30,5% de violência física e 12,3% de violência sexual. As participantes indicaram como disparadores de violência a bebida alcoólica (67%) e o ciúme (60,8%). Os principais abusos psicológicos foram insultos e humilhação; os físicos foram empurrões e tapas, e os sexuais foram relação sexual contra a vontade da mulher e por medo do parceiro. Uma parcela das participantes justificou a violência sofrida com a infidelidade da própria mulher, a recusa em manter relações sexuais e a desobediência ao marido.</p><p><br /></p><p>Ainda que a violência psicológica não deixe marcas físicas, ela é igualmente negativa e prejudicial para a saúde da mulher. Dentre os tipos de violência psicológica, o insulto e a intimidação são compreendidos como as formas de violência que mais causam prejuízo emocional e diminuição da autoestima, pois intencionam controlar as ações, os comportamentos, as crenças e as tomadas de decisões.</p><p><br /></p><p>Nesse mesmo caminho, a VPI está também associada com um significativo aumento no risco de transtorno depressivo maior e de aborto materno (espontâneo ou não) (<b>Ref.7</b>).</p><p><br /></p><p>Um estudo publicado no periódico <i>Injury Prevention</i> (<b>Ref.8</b>), analisando quase 23 mil casos de anoxia (privação de oxigênio) em ataques violentos reportados nos departamentos de emergência dos EUA (2005-2019), encontrou que >40% deles foram causados por VPI. Nos casos envolvendo lesões e contusões no pescoço, >21% e ~32% do total, respectivamente, haviam sido causadas por VPI. Em outras palavras, violência via estrangulação está fortemente associada com VPI e representa um sério risco de morte e de severas consequências psicológicas para as vítimas.</p><p><br /></p><p><b>FUGIR NÃO É FÁCIL</b></p><p><br /></p><p>"E por que você continuava com ele?" é uma questão frequentemente ouvida e reflete uma deletéria falta de compreensão do público em geral sobre vítimas de abuso (<b>2</b>). Especialistas já identificaram várias razões do porquê as pessoas não deixam seus abusadores, incluindo falta de meios econômicos de suporte, preocupação pelos filhos, e falta de suporte social. Crucialmente, sobreviventes estão frequentemente investidos em seus relacionamentos a partir do ponto que violência emerge. Mulheres são mais prováveis de retornar para seus abusadores caso estejam mais comprometidas no relacionamento.</p><p><br /></p><p>(<b>2</b>) Aliás, leitura complementar:</p><p></p><ul style="text-align: left;"><li><a href="http://www.saberatualizado.com.br/2023/11/sindrome-de-estocolmo-e-um-mito-ou-um.html">Síndrome de Estocolmo é um mito ou um real diagnóstico psiquiátrico?</a></li></ul><p></p><p><br /></p><p>Com base na teoria da interdependência, o modelo de investimento afirma que satisfação no relacionamento, qualidade de alternativas (ex.: outros parceiros, estado civil), e investimentos (ex.: crianças, memórias compartilhadas) contribuem para o comprometimento das pessoas às suas relações amorosas e afetivas. Esse modelo ajuda a explicar por que pessoas persistem em relacionamentos tóxicos: pode haver ausência de alternativas ou muitos recursos investidos. Apesar da VPI reduzir o nível de satisfação no relacionamento, várias das barreiras acima descritas podem ser consideradas investimentos (ex.: filhos) ou falta de alternativas (ex.: ausência de suporte social), forçando pessoas insatisfeitas ou violentadas a permanecerem com seus abusadores.</p><p><br /></p><p>Nesse sentido, se torna essencial ajudar as pessoas - especialmente mulheres - a evitarem investir em relacionamentos muito antes do ponto de início da violência. Isso pode ser feito através da identificação de sinais de alerta no início da relação.</p><p><br /></p><p><b>NOVO ESTUDO</b></p><p><br /></p><p>No novo estudo, pesquisadores da Universidade de Western, liderados pela Dra. Charlot, investigaram potenciais sinais de alerta apontando violência futura por parceiro íntimo. Para isso, eles apresentaram a 147 participantes uma lista com 200 pensamentos, sentimentos e comportamentos abusivos e não-abusivos baseados em uma revisão da literatura acadêmica. Participantes indicaram o quão frequentemente cada item tinha ocorrido desde que começaram a se relacionar com uma pessoa. Em uma segunda análise, com 355 participantes, os pesquisadores identificaram sinais de alerta que prospectivamente prediziam violência no relacionamento 6 meses depois.</p><p><br /></p><p>Somados os resultados das duas etapas do estudo, os pesquisadores identificaram 7 fortes sinais de alerta associados com futura VPI (particularmente de homens contra mulheres): </p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> "Meu parceiro agiu de forma arrogante ou superior."</p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> "Meu parceiro e eu discordamos sobre algo sexual."</p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> "Meu parceiro e eu tivemos sexo, apesar de eu não estar disposta a fazê-lo."</p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> "Meu parceiro criou uma situação desconfortável em público."</p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> "Meu parceiro ignorou meu raciocínio ou lógica porque tal ideia não concordava com as ideias dele."</p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> "Meu parceiro reagiu negativamente quando eu disse algo que ele não queria."</p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> "Meu parceiro se ofendeu ao ser questionado sobre como ele me tratava."</p><p><br /></p><p>-----------</p><p><b><span style="color: #990000; font-size: medium;">Importante</span></b>: Os sinais de alerta listados não estão em ordem de emergência e nem todos são necessários para indicar futura violência. Além disso, essa lista não é definitiva.</p><p>-----------</p><p><br /></p><p>Por exemplo, o sinal de alerta "Meu parceiro agiu de forma arrogante" é consistente com teorias de personalidade de violência argumentando que abusadores estão associados com certos traços de personalidade (ex.: narcisismo). Vários dos sinais de alerta identificados no estudo estavam associados com arrogância, controle [parceiro controlador] e imaturidade emocional. Entre outros sinais identificados no estudo, mas com menor força de preditibilidade para VPI, estavam "Meu parceiro tentou me mudar", "Meu parceiro não admitia quando estava errado", "Meu parceiro me evitava", "Meu parceiro ameaçava me abandonar", e "Meu parceiro me comparava a outras pessoas".</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>Segundo os pesquisadores, caso a pessoa note apenas alguns desses sinais de alerta no relacionamento, não é preciso automaticamente terminar a relação, exceto se ela queira terminá-la. Pode valer a pena desacelerar as coisas um pouco antes de fazer grandes investimentos no relacionamento. Talvez o parceiro possa também se beneficiar de terapia ou aconselhamento de casal. </p><p><br /></p><p>Em entrevista, Dra. Charlot também reforçou (<b>Ref.9</b>): "A vítima nunca deve ser culpada pelo abuso. Esses sinais de alerta servem para informar as pessoas e ajudá-las, mas não devem ser usados para alocar culpa. E ninguém deve ser responsabilizado por ser vítima de abuso, mesmo se a vítima tenha notado sinais de alerta e não feito nada."</p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Charlot et al. (2023). The Predictive Validity of Intimate Partner Violence Warning Signs. Social Psychological and Personality Science. <a href="https://doi.org/10.1177/19485506231209076">https://doi.org/10.1177/19485506231209076</a> </li><li><a href="https://www.eurekalert.org/news-releases/1010431">https://www.eurekalert.org/news-releases/1010431</a></li><li><a href="https://www.un.org/en/desa/world%E2%80%99s-women-2020-intimate-partner-violence-most-common-form-violence-against-women">https://www.un.org/en/desa/world%E2%80%99s-women-2020-intimate-partner-violence-most-common-form-violence-against-women</a></li><li>Rosa et al. (2018). Violência provocada pelo parceiro íntimo entre usuárias da Atenção Primária à Saúde: prevalência e fatores associados. Saúde em Debae, 42. <a href="https://doi.org/10.1590/0103-11042018S405">https://doi.org/10.1590/0103-11042018S405</a></li><li>Valenzuela et al. (2022). Violência por parceiro intimo e resiliência em mulheres da Amazônia ocidental brasileira. Acta Paulista de Enfermagem, 35. <a href="https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022AO0199345">https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022AO0199345</a></li><li>Formiga et al. (2021). Violência cometida pelo parceiro íntimo: estudo observacional com mulheres atendidas no Sistema Único de Saúde. Einstein (São Paulo), 19. <a href="https://doi.org/10.31744/einstein_journal/2021AO6584">https://doi.org/10.31744/einstein_journal/2021AO6584</a></li><li>Spencer et al. (2023). Health effects associated with exposure to intimate partner violence against women and childhood sexual abuse: a Burden of Proof study. Nature Medicine 29, 3243–3258. <a href="https://doi.org/10.1038/s41591-023-02629-5">https://doi.org/10.1038/s41591-023-02629-5</a></li><li>Khurana et al. (2023). Assault-related anoxia and neck injuries in US emergency departments. Injury Prevention. <a href="https://doi.org/10.1136/ip-2023-045107">https://doi.org/10.1136/ip-2023-045107</a></li><li><a href="https://edition.cnn.com/2023/12/12/health/early-signs-of-intimate-partner-violence-wellness/index.html">https://edition.cnn.com/2023/12/12/health/early-signs-of-intimate-partner-violence-wellness/index.html</a></li><li>Hill et al. (2023). Male Sexual Dysfunction and the Perpetration of Intimate Partner Violence. Violence Against Women. <a href="https://doi.org/10.1177/10778012231174348">https://doi.org/10.1177/10778012231174348</a></li></ol>
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<p>“Os venenos não cansam de nos surpreender. Mesmo com tantos dados já disponíveis, há outras possibilidades de descoberta, como fragmentos difíceis de se prever, que são parte de proteínas já conhecidas. Apesar de tanta tecnologia disponível, ainda há muito a ser estudado nessas toxinas”, conta <strong><a href="https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/42563/" target="_blank">Alexandre Tashima</a></strong>, professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) <strong><a href="https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/99668/" target="_blank">apoiado</a></strong> pela FAPESP, que coordenou os estudos.</p><p><br /></p>
<p>O pesquisador se refere ao novo peptídeo (fragmento de proteína) identificado no veneno da cotiara, batizado de Bc-7a. Apesar de fazer parte de uma proteína que causa hemorragia nas presas da serpente, sua função está mais próxima à de peptídeos como os que deram origem ao medicamento captopril, de inibir a enzima conversora da angiotensina (ACE) e, com isso, reduzir a pressão arterial.</p><p><br /></p>
<p>Os resultados foram <strong><a href="https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0300908423002730" target="_blank">publicados</a></strong> na revista <em>Biochimie</em>.</p><p><br /></p>
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<br />
<p>A busca por novas moléculas inibidoras da enzima conversora de angiotensina, por mais que já existam medicamentos que realizem essa função, se dá, em parte, pela demanda por reduzir os efeitos colaterais do tratamento, como tosse seca, tonturas e excesso de potássio no sangue.</p>
<p><br /></p><p>O peptídeo é um dos 197 revelados no estudo, 189 deles reportados pela primeira vez. Em um trabalho de 2012, o grupo havia encontrado 73 peptídeos no veneno da mesma espécie.</p>
<p><br /></p><p>Segundo os autores, a diferença se deu pelos equipamentos usados no trabalho atual, mais rápidos e sensíveis dos que os disponíveis mais de uma década atrás. Além disso, hoje há maior disponibilidade de sequências de peptídeos da espécie presentes em bancos de dados.</p>
<p><br /></p><p>Em outros trabalhos, o grupo de Tashima já havia encontrado moléculas com potencial biotecnológico nos venenos de outras serpentes e de aranhas (leia mais em: <a href="https://agencia.fapesp.br/34586/" target="_blank"><em><strong>https://agencia.fapesp.br/34586/</strong></em></a> e <a href="https://agencia.fapesp.br/40536/" target="_blank"><em><strong>https://agencia.fapesp.br/40536/</strong></em></a>).</p>
<p><strong><br /></strong></p><p><strong><span style="font-size: medium;">Surucucu</span></strong></p>
<p><br /></p><p>No estudo da peçonha da surucucu, <strong><a href="https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0006291X23011749" target="_blank">publicado</a></strong> na revista <em>Biochemical and Biophysical Research Communications</em>, 151 peptídeos foram identificados, 126 deles reportados pela primeira vez.</p>
<p><br /></p><p>O que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi o fragmento nomeado Lm-10a, também por conta de ser um fragmento de toxina hemorrágica, pelo potencial de inibir a enzima conversora de angiotensina e, consequentemente, ter um possível efeito anti-hipertensivo.</p>
<p><br /></p><p>A partir das análises, os pesquisadores sugerem que tanto Lm-10a, da surucucu, quanto Bc-7a, da cotiara, são frutos de processos de fragmentação que ocorrem durante a maturação do veneno, ainda nas glândulas de peçonha das serpentes. Por isso, as toxinas seguem sendo uma fonte quase inesgotável de novos peptídeos.</p>
<p><br /></p><p>“Nesse tipo de análise, a sequência de proteínas que se obtém é apenas um retrato daquele momento. Na verdade, o tempo todo ocorrem processos como clivagens, degradação por enzimas, entre outros, que geram novos peptídeos nem sempre detectados”, explica Tashima.</p>
<p><br /></p><p>Os pesquisadores ressaltam que são necessários outros estudos para verificar o real potencial dos peptídeos encontrados. Além disso, a natureza dinâmica da maturação das toxinas demonstra que as serpentes peçonhentas empregaram vários mecanismos biológicos ao longo da evolução para refinar seu veneno.</p>
<p><br /></p><p>“A despeito do avanço das tecnologias de sequenciamento e da geração de grandes quantidades de dados nos anos recentes, um vasto universo de peptídeos e seus papéis biológicos ainda estão para ser descobertos. Temos que aproveitar a sorte de poder estudar essas espécies, pois muitas devem ter sido extintas antes mesmo de serem conhecidas”, reflete o pesquisador.</p>
<p><br /></p><p>Os estudos estão disponíveis na íntegra apenas para assinantes (<i>paywall</i>). </p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: medium;">></span></b> O trabalho <em>A novel metalloproteinase-derived cryptide from</em> Bothrops cotiara <em>venom inhibits angiotensin-converting enzyme activity</em> está em: <a href="https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0300908423002730" target="_blank"><strong><em>https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0300908423002730</em></strong></a></p>
<p><br /></p><p><b><span style="font-size: medium;">></span></b> Já o artigo <em>Unveiling the peptidome diversity of <em>Lachesis muta</em> snake venom: Discovery of novel fragments of metalloproteinase, l-amino acid oxidase, and bradykinin potentiating peptides</em> pode ser lido em: <a href="https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0006291X23011749" target="_blank"><strong><em>https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0006291X23011749</em></strong></a>.</p>
<p> </p>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-49092867405277598812023-12-20T16:56:00.000-08:002023-12-20T16:56:38.353-08:00Única sessão de exercício aeróbico melhora a pressão arterial de pacientes com artrite reumatoide<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0PBZlWF_F6g5_-4XvPh1YdqzZI0xGPSS_DDn0OYC6EW5Nb3oqKRNYVmGDeS7WqaxISk7w2XadJ2M7FCtrL_D7w2kBXVP58VyP-W1EnfbvEPfNC39BESGBN08urJMIm2n56gKhOIbmqZ9Yiu-w2aybDiSLRPXv5cEKZ9LUXfntam_kfAFDfgttv-Q1Y0w/s620/50430.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="418" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0PBZlWF_F6g5_-4XvPh1YdqzZI0xGPSS_DDn0OYC6EW5Nb3oqKRNYVmGDeS7WqaxISk7w2XadJ2M7FCtrL_D7w2kBXVP58VyP-W1EnfbvEPfNC39BESGBN08urJMIm2n56gKhOIbmqZ9Yiu-w2aybDiSLRPXv5cEKZ9LUXfntam_kfAFDfgttv-Q1Y0w/s16000/50430.jpg" /></a></div><strong><br /></strong><p></p><p><strong>Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP</strong> – Uma caminhada de 30 minutos, em intensidade moderada, é capaz de reduzir temporariamente a pressão arterial de pacientes com artrite reumatoide. E mais: em testes realizados por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), mulheres com a doença autoimune e hipertensão apresentaram melhora após a prática de exercício físico não só quando estavam em repouso, mas também durante episódios estressantes – como testes cognitivos e físicos –, que tendem a elevar a pressão arterial desses pacientes.</p>
<p><br /></p><p>A artrite reumatoide é uma doença inflamatória autoimune, caracterizada sobretudo pela dor articular e incapacidade funcional, e pode apresentar como problema secundário a pressão alta. Tanto é que as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte de pessoas com artrite reumatoide. Estudos anteriores demonstraram que indivíduos com a doença autoimune apresentam risco de morte cardiovascular 50% maior que a população geral.</p><p><br /></p>
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<br />
<p>“A artrite reumatoide está intrinsecamente ligada a problemas de hipertensão tanto por causa da alta inflamação, quanto por alguns medicamentos (usados no tratamento da doença autoimune) que podem ter efeito deletério sobre a função e estrutura dos vasos sanguíneos. Dessa forma, o paciente pode estar com a artrite controlada e ter a pressão arterial piorada, variando mais que o normal ao longo do dia. Por isso, para esses casos, é preciso pensar em estratégias não farmacológicas que complementem o controle da pressão arterial”, explica <strong><a href="https://bv.fapesp.br/pt/bolsas/185863/?q=2019/07150-4 " target="_blank">Tiago Peçanha</a></strong>, pesquisador colaborador da Faculdade de Medicina da USP e professor no Department of Sport and Exercise Sciences da Manchester Metropolitan University (Reino Unido).</p>
<p><br /></p><p>O estudo foi <strong><a href="https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/103232/reduzindo-tempo-sedentario-em-populacoes-clinicas-o-estudo-take-a-stand-for-health/?q=2017/13552-2" target="_blank">apoiado pela FAPESP</a></strong> no âmbito de um projeto temático que estuda os efeitos da redução do sedentarismo em diferentes populações clínicas .</p>
<p><br /></p><p>Já é sabido que o exercício físico é uma das melhores maneiras não farmacológicas de se controlar a pressão arterial no geral. “Mas ainda não se sabia exatamente o que acontecia com pessoas que têm artrite reumatoide e a hipertensão como consequência da doença autoimune. Afinal, eventos estressantes, como estresse mental ou situações que causam dor, podem inclusive aumentar a pressão desses indivíduos. No entanto, os resultados do nosso estudo foram muito positivos e reforçam a importância do exercício físico no manejo cardiovascular e como uma forma complementar de controle da pressão arterial desses pacientes”, afirma <strong><a href="http://lattes.cnpq.br/8231821406326358" target="_blank">Tatiane Almeida de Luna</a></strong>, primeira autora do artigo que é fruto de sua dissertação de mestrado.</p>
<p><br /></p><p>Peçanha afirma que os resultados do estudo realizado com pacientes com artrite reumatoide podem ser extrapolados para outras doenças inflamatórias autoimunes, como lúpus, artrite psoriática, miopatias inflamatórias e lúpus juvenil. “Isso porque a artrite reumatoide é um modelo de doença inflamatória que se assemelha a estas outras doenças. Portanto, a inflamação e suas consequências, como o aumento da pressão arterial, também se dão de maneira similar nessas outras doenças”, explica.</p>
<p><strong><br /></strong></p><p><strong><span style="font-size: medium;">Pressão sanguínea nas artérias</span></strong></p>
<p><br /></p><p>Pacientes com artrite reumatoide tendem a apresentar alta pressão arterial sistólica (quando o coração se contrai para impulsionar o sangue para as artérias). Vale lembrar que a hipertensão arterial é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando os valores das pressões sistólica e diastólica são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9).</p><p><br /></p>
<p>Estudos anteriores mostram que cerca de 50% dos pacientes não atingem o valor considerado ideal para o controle da pressão arterial sistólica (menor que 140 mmHg), e isso parece ocorrer mesmo naqueles que aderem a tratamentos com anti-hipertensivos. Até mesmo durante o sono, quando o esperado é que a pressão arterial (sistólica e diastólica) seja levemente reduzida, os pacientes com artrite reumatoide costumam manter os valores mais elevados.</p><p><br /></p>
<p>Os pesquisadores explicam que, usualmente, esses pacientes também apresentam resposta aumentada da pressão arterial quando passam por situações de estresse, como durante o estresse mental, esforço físico ou em resposta a dor, o que pode contribuir para o alto risco cardiovascular nesta doença. Um estudo recente do mesmo grupo de pesquisadores observou que mulheres em período pós-menopausa e com artrite reumatoide apresentavam aumento da pressão arterial como resposta a um exercício de membros inferiores, e quanto mais grave era a inflamação, maior era o aumento da pressão arterial.</p><p><br /></p>
<p><strong><span style="font-size: medium;">Redução temporária</span></strong></p><p><strong><span style="font-size: medium;"><br /></span></strong></p>
<p>No trabalho, <strong><a href="https://www.nature.com/articles/s41371-023-00869-z" target="_blank">publicado</a></strong> no <em>Journal of Human Hypertension</em>, os pesquisadores analisaram 20 mulheres diagnosticadas com artrite reumatoide e hipertensão, entre 20 e 65 anos de idade. As voluntárias do estudo fazem parte do ambulatório de Artrite Reumatoide do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Vale destacar que as participantes em período fértil realizaram os testes para o estudo quando estavam na fase folicular inicial do ciclo menstrual (entre um e sete dias após o início da menstruação).</p>
<p><br /></p><p>O estudo com as voluntárias foi realizado em três encontros. Na primeira sessão, depois de selecionadas, os pesquisadores mediram a pressão arterial e realizaram um teste físico nas participantes. No segundo encontro, as voluntárias tiveram a pressão arterial medida antes e depois de realizar a caminhada de 30 minutos em uma esteira ergométrica. Na terceira sessão elas permaneceram em pé na esteira em repouso também por 30 minutos e mediram a pressão arterial antes e depois do período. Como se trata de um estudo randomizado, a ordem de realização do exercício ou repouso foi aleatória.</p>
<p><br /></p><p>Depois de realizarem o exercício físico ou permanecerem em repouso, as voluntárias foram submetidas a testes que simulam episódios de estímulos estressantes que podem impactar no aumento da pressão arterial desses pacientes. No teste de estresse cognitivo as participantes precisavam responder a um questionário de cores, enquanto recebiam cartões pintados de uma cor e com o nome de outra cor escrito. Já no teste de estresse físico de dor, elas colocaram a mão espalmada em uma bacia com água a 4 °C. Nas duas etapas do estudo, as voluntárias seguiram tendo a pressão arterial monitorada em tempo real por 24 horas e por meio de um monitor ambulatorial da pressão arterial.</p>
<p><br /></p><p>Com isso, os pesquisadores verificaram que, nas 20 mulheres, a pressão arterial sistólica permaneceu estável no período anterior e imediatamente posterior à caminhada. No entanto, ela aumentou na comparação realizada no dia em que elas ficaram em repouso. “Isso mostra que o exercício impediu que houvesse aumento da pressão arterial”, diz Peçanha.</p>
<p><br /></p><p>O monitoramento posterior aos testes revelou que o exercício reduziu 5 mmHG em média da pressão arterial sistólica. “O que está de acordo com o que mostra meta-análises com esse tipo de exercício na população em geral. Esse valor de redução é importante, pois ele está associado a um risco 14% menor de mortalidade por AVC, 9% menor por mortalidade por doença arterial coronariana e 7% menor por mortalidade em geral para indivíduos hipertensos”, completa.</p>
<p><br /></p><p>“O efeito temporário de uma única sessão de exercício aeróbico é muito importante, pois espera-se que as reduções agudas da pressão arterial ao longo de dias consecutivos de exercício se acumulem e levem a reduções sustentadas ao longo do tempo, o que pode contribuir para um melhor controle da hipertensão na artrite reumatoide”, diz Peçanha.</p>
<p><br /></p><p>Mas o pesquisador ressalta a importância do achado sobre o papel do exercício aeróbico na redução da pressão arterial mesmo nos testes que simulavam eventos estressantes.</p>
<p><br /></p><p>“O teste de estresse cognitivo, por exemplo, é muito usado em estudos que avaliam a resposta cardiovascular ao estresse mental. No geral para pacientes com artrite reumatoide o estresse mental ocasionado pelo teste de estresse cognitivo provoca um aumento em média da pressão arterial sistólica (para 16 mmHg), da pressão arterial diastólica (para 12 mmHg) e dos batimentos cardíacos (aumento de 8 bpm). No entanto, após o exercício, observamos que a pressão arterial sistólica das pacientes reduziu em média 6 mmHg, o que não aconteceu na sessão em que elas permaneceram em repouso”, conta.</p>
<p><br /></p><p>Já em relação aos testes que simulam o estresse decorrente da dor física é esperado um aumento em média da pressão arterial sistólica (para 18 mmHg), da pressão arterial diastólica (para 11 mmHg) e do batimento cardíaco (aumento de 1 bpm). No entanto, no estudo, seis pacientes apresentaram um aumento ainda maior da pressão arterial sistólica (para 25 mmHg). No dia que as voluntárias realizaram a caminhada de 30 minutos, a redução da pressão arterial sistólica foi de 1 mmHg, em média, enquanto aumentou 4 mmHg no dia que elas permaneceram em repouso.</p>
<p><br /></p><p>“Como essas situações estressantes são conhecidas por poderem aumentar o risco de eventos cardiovasculares, como acidente vascular cerebral e enfarte do miocárdio, o estudo mostra que a redução da pressão arterial sistólica provocada pelo exercício físico tem o potencial de reduzir problemas cardiovasculares em pessoas com artrite reumatoide”, afirma.</p>
<p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> O estudo <em>A single session of aerobic exercise reduces systolic blood pressure at rest and in response to stress in women with rheumatoid arthritis and hypertension</em> pode ser lido em: <strong><a href="https://www.nature.com/articles/s41371-023-00869-z" target="_blank">https://www.nature.com/articles/s41371-023-00869-z</a>.</strong></p>Saber Atualizadohttp://www.blogger.com/profile/12768666417314275982noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8183366783641028815.post-39048043119491590432023-12-17T23:45:00.000-08:002023-12-17T23:48:48.211-08:00Cientistas registram uma raríssima ave metade fêmea, metade macho<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih9bu9RLPXd9xMSEeaBFDlcCyP0YW_fZCbvKv03tdbd_FzRTbW2SsiIcyLroHLzkQujo48A2jLdjZVcm5WJb5fv984mUzI13VJDtHNT1Y8MIEclOJ5zOLDiBlrjmmAjprd4vFJOpJyG595AOe1zroSEDkiKK__GiZ6qEkvM5N4KkHVFzXnk0ZBSix-skk/s620/ave.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="456" data-original-width="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih9bu9RLPXd9xMSEeaBFDlcCyP0YW_fZCbvKv03tdbd_FzRTbW2SsiIcyLroHLzkQujo48A2jLdjZVcm5WJb5fv984mUzI13VJDtHNT1Y8MIEclOJ5zOLDiBlrjmmAjprd4vFJOpJyG595AOe1zroSEDkiKK__GiZ6qEkvM5N4KkHVFzXnk0ZBSix-skk/s16000/ave.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 1</b>. Saí-verde (<i>Chlorophanes spiza</i>, família Thraupidae) ginandromorfo. <b>Ref.1</b></span></td></tr></tbody></table> <p></p><p>Em um estudo publicado no periódico <i>Journal of Field Ornithology</i> (<b>Ref.1</b>), pesquisadores reportaram um raro caso de ave ginandromórfica bilateral da espécie <i>Chlorophanes spiza</i>, popularmente conhecida como saí-verde. A descoberta ocorreu na região de Villamaría, na Colômbia, e contou com a ajuda de um ornitólogo amador, John Murillo. O espécime em questão exibia uma distinta plumagem metade verde (fêmea) e metade azul (macho). O comportamento do espécime não mostrou diferir significativamente de outros membros selvagens da mesma espécie, pelo menos durante ~21 meses de observação. Uma potencial anomalia comportamental observada é que o espécime frequentemente esperava até que todos os outros saís-verdes fossem embora antes de se alimentar de frutos fornecidos pelos proprietários da região onde habitava.</p><p><br /></p><p>"Vários observadores de pássaros podem passar a vida inteira sem nunca verem um ginandromorfo bilateral em qualquer espécie de ave", disse em entrevista um dos autores do novo estudo, professor e zoólogo Hamish Spencer, da Universidade de Otago, Nova Zelândia (<b>Ref.2</b>). "O fenômeno é extremamente raro em aves, e eu não conheço nenhum exemplo na Nova Zelândia."</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>Ginandromorfismo faz referência a uma anomalia sexual onde indivíduos apresentam características simultâneas de machos e de fêmeas no corpo. É causada por uma distribuição desigual de cromossomos, especialmente os sexuais; esse fenômeno normalmente resulta da perda ou adição de um cromossomo sexual no início do desenvolvimento, na fertilização de um óvulo binucleado, ou em uma singamia [fusão dos gametas sexuais] atrasada (<b>Ref.3</b>). Gatilhos para a anomalia incluem temperaturas extremas, luz UV, infecções virais e translocações de partes dos cromossomos sexuais e/ou autossomos. </p><p><br /></p><p><b>Ginandromorfia bilateral</b> (<b>!</b>), em específico, é uma condição na qual o lado direito de um organismo exibe características masculinas e o lado esquerdo femininas. A condição é conhecida em um grande número de grupos de animais, incluindo aves, mais frequentemente naqueles que são sexualmente dimórficos (onde pode ser mais facilmente detectável devido a notáveis diferenças fenotípicas entre machos e fêmeas). É mais comum em invertebrados do que vertebrados. Mesmo em invertebrados, a ginandromorfia bilateral é considerada rara, mas relativamente comum entre abelhas.</p><p><br /></p><p>------------</p><p>(<b>!</b>) De acordo com a distribuição das características fenotípicas masculinas e femininas ao longo do corpo, a ginandromorfia é classificada como anteroposterior (lados anterior e posterior são de diferentes sexos), bilateral (lados direito e esquerdo são de diferentes sexos), transversal (distribuição assimétrica) ou distribuição mosaica (distribuição aleatória de fenótipos sexuais pelo corpo). </p><p>-----------</p><p><br /></p><p>Nas aves, o fenômeno é pensado de emergir como resultado de um erro durante a meiose do óvulo, com subsequente fertilização dupla por dois distintos espermatozoides. Como consequência, um lado da ave exibe células heterogaméticas femininas (ZW) e o outro lado exibe células masculinas homogaméticas (ZZ). Análises da estrutura interna cerebral e de outros órgãos de ginandromorfos têm sido importante no entendimento da determinação sexual e comportamento sexual em aves.</p><p><br /></p><p>O saí-verde é uma ave cujo habitat se estende do sul do México até o sudeste do Brasil. A espécie se alimenta primariamente de néctar, frutos e insetos. A plumagem é dramaticamente dimórfica, com as fêmeas exibindo uma coloração verde-grama, levemente pálida na parte debaixo, enquanto os machos são azuis com uma plumagem preta na cabeça (<b>Fig.2</b>). A cor do bico também é sexualmente dimórfica: machos possuem mandíbula e maxila inferior amarelo-brilhante, com um cúlmen preto; as fêmeas possuem uma mandíbula amarelo-embotada e uma maxila preta. Os indivíduos juvenis são bem parecidos com as fêmeas adultas. Para outras características físicas, como massa corporal, tamanho de asas e de cauda, não existem significativas diferenças dimórficas. Nos adultos, a íris é brilhante e marrom-avermelhada, enquanto os juvenis possuem uma íris mais embotada.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB5kQfDiW1Q5l8EwfWqlu__LusfP_Iq3DYtDUrc55LKHtNwxmmfFiMElALtmJa_DbhfHPJ2semUwUUss0ls1z-uSuiWTU-XkncCLYdSRsSaxw2tgOC0sg9w2J-eOwmrB4_sFh_YdfT0qnHepcCUDaZ4vYu2QAyNTVl1r6ml4dy9GFRouCtpXjzKgKzHpw/s547/550px-Green_Honeycreeper.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="357" data-original-width="547" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB5kQfDiW1Q5l8EwfWqlu__LusfP_Iq3DYtDUrc55LKHtNwxmmfFiMElALtmJa_DbhfHPJ2semUwUUss0ls1z-uSuiWTU-XkncCLYdSRsSaxw2tgOC0sg9w2J-eOwmrB4_sFh_YdfT0qnHepcCUDaZ4vYu2QAyNTVl1r6ml4dy9GFRouCtpXjzKgKzHpw/s16000/550px-Green_Honeycreeper.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 2</b>. Saí-verde macho (à esquerda) e fêmea (à direita). Fotos: © Dave B. Smith</span></td></tr></tbody></table><br /><p>O saí-verde adulto com ginandromorfia bilateral reportado no novo estudo foi fotografado (<b>Fig.3</b>) e filmado (vídeo abaixo) na Reserva Natural Demonstrativa Don Miguel, uma pequena fazenda com grandes trechos de floresta secundária, localizada a 10 km ao sudoeste da cidade de Manizales, na Colômbia. No geral, os pesquisadores observaram que o espécime evitava outros membros da mesma espécie, e os outros também o evitavam. Nesse sentido, parece improvável que o indivíduo ginandromorfo terá qualquer oportunidade de reprodução.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd1LTU-cnslNDf_2IIZ3y6GsxPmXStNXZ4w-f-DQ6CA6SUH1UPFws6Lg52Fy3YUPNIiK9yuwV2wu-2uRQQmmBAcDBtI0x2i6-Pu2UuhqYWq8heCPYkNsRw5wqZ4kEzfATwWrtROMzBSrlKk3t0YiKAupdpVlB2EnmxYbJSSrtYAPwOuJdRuTHSISIbnWo/s600/figure1.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd1LTU-cnslNDf_2IIZ3y6GsxPmXStNXZ4w-f-DQ6CA6SUH1UPFws6Lg52Fy3YUPNIiK9yuwV2wu-2uRQQmmBAcDBtI0x2i6-Pu2UuhqYWq8heCPYkNsRw5wqZ4kEzfATwWrtROMzBSrlKk3t0YiKAupdpVlB2EnmxYbJSSrtYAPwOuJdRuTHSISIbnWo/s16000/figure1.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><b>Figura 3</b>. Fotos de diferentes lados do saí-verde ginandromorfo. <b>Ref.1</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p> <iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/osukhoXpIjw?si=kHDHiGhCHYd2XGWk" title="YouTube video player" width="560"></iframe></p><p><br /></p><p>A observação parece ser o segundo registro de ginandromorfia bilateral nessa espécie de ave, e a primeira de um espécime ainda vivo. É incerto se os órgãos internos do novo espécime descrito eram também bilateralmente ginandromórficos, já que não houve captura e análises laboratoriais do espécime. De qualquer forma, dado que o desenvolvimento gonadal aviário possui autonomia celular, dependente da constituição cromossômica das células ao invés da difusão de hormônios ao longo do corpo, isso seria esperado. </p><p><br /></p><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ul style="text-align: left;"><li>Spencer et al. (2023). Report of bilateral gynandromorphy in a Green Honeycreeper (Chlorophanes spiza) from Colombia. Journal of Field Ornithology, Volume 94, Issue 4. <a href="https://doi.org/10.5751/JFO-00392-940412">https://doi.org/10.5751/JFO-00392-940412</a></li><li><a href="https://www.otago.ac.nz/news/news/releases/extremely-rare-bird-captured-on-film">https://www.otago.ac.nz/news/news/releases/extremely-rare-bird-captured-on-film</a></li><li>Ribas et al. (2021). Description of a bilateral gynandromorph in Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) from Brazil, 65(2). <a href="https://doi.org/10.1590/1806-9665-RBENT-2020-0116">https://doi.org/10.1590/1806-9665-RBENT-2020-0116</a></li></ul><p></p>
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<br /><p>O filo Echinodermata (equinodermos) contém cinco classes que representam grande parte da biomassa do ecossistema bêntico marinho (<b>Fig.2</b>), sendo importantes tanto nas cadeias alimentares quanto na determinação de habitat para outras espécies nos mares. Definidos por um endoesqueleto calcítico, sistema vascular hídrico único e, mais notavelmente, pelo plano corporal pentarradial, os equinodermos são um dos mais enigmáticos filos de animais. Considerando que os equinodermos são filogenicamente agrupados dentro do grupo dos deuterostômios - equinodermos, hemicordados e cordados (incluindo humanos) -, a organização pentarradial - simetria radial a base de múltiplos de 5 - evoluiu de um estado ancestral bilateral. E mesmo com um rico registro fóssil e várias análises genômicas comparativas, ainda permanece pouco esclarecido como um ancestral bilateral deu origem a uma linhagem específica de animais com um plano "penta-lateral" - com as estrelas-do-mar sendo os representantes mais notáveis e conhecidos nesse sentido (<b>Fig.3</b>).</p><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifedj5M8XswSorTLsYppdyYQLdWxpStJts3J3vZHvztbVPO__bBs2TfQUX4dFxv2M1i93jZ6qlDGMSjfost0cikgkJVwEwOe7MNMQ9_ETbwgUUVezSK52ch-_MRkppnmT5_Mk1akUkm9nC16Mj7GQpYGl99-C7hXrzCE57pFWp2g9o3BSBd-ckLRJcelk/s629/17-Figure1.1-1.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="340" data-original-width="629" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifedj5M8XswSorTLsYppdyYQLdWxpStJts3J3vZHvztbVPO__bBs2TfQUX4dFxv2M1i93jZ6qlDGMSjfost0cikgkJVwEwOe7MNMQ9_ETbwgUUVezSK52ch-_MRkppnmT5_Mk1akUkm9nC16Mj7GQpYGl99-C7hXrzCE57pFWp2g9o3BSBd-ckLRJcelk/s16000/17-Figure1.1-1.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 2</b><span style="text-align: left;">. Representativos das cinco classes de equinodermos: </span><b style="text-align: left;">A</b><span style="text-align: left;">: Crinoidea; </span><b style="text-align: left;">B</b><span style="text-align: left;">: Asteroidea; </span><b style="text-align: left;">C</b><span style="text-align: left;">: Echinoidea; </span><b style="text-align: left;">D</b><span style="text-align: left;">: Holothuroidea; </span><b style="text-align: left;">E</b><span style="text-align: left;">: Ophiuroidea. O sistema ambulacrário é exclusivo desse filo e atua em diversas funções, desde a locomoção até a respiração e na circulação. O último ancestral comum dos equinodermos, hemicordados e cordados era representado por um verme bilateralmente simétrico com aberturas faríngeas; essas características foram perdidas nos equinodermos. Ilustração: Rowe & Gates, 1995</span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgodYBHFO1VlDMln14UAqRd8r4NlKI-y7FcDAU5C6w6snSLFXz1qhvzZaQnen58t5rQ4lWx9NfU6f7Ffc-oalqSpbBuU3Al9iUUW5etjCoTiexRrGyEl668AZXDL_uuu1PSX5pEH9N_f-lDv05-x2Upp9SeojCVk7-ImoHdWD-jItyI-hzI3O9HO4FXbAM/s600/simetria.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="379" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgodYBHFO1VlDMln14UAqRd8r4NlKI-y7FcDAU5C6w6snSLFXz1qhvzZaQnen58t5rQ4lWx9NfU6f7Ffc-oalqSpbBuU3Al9iUUW5etjCoTiexRrGyEl668AZXDL_uuu1PSX5pEH9N_f-lDv05-x2Upp9SeojCVk7-ImoHdWD-jItyI-hzI3O9HO4FXbAM/s16000/simetria.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 5</b><span style="text-align: left;">.Apesar de ambos compartilharem um ancestral comum bilateral, equinodermos com as estrelas-do-mar possuem uma simetria corporal radial [pentarradial], enquanto animais do clado Bilateria, incluindo desde moscas até humanos, possuem uma simetria corporal bilateral. Nos animais com simetria bilateral, é possível traçar um plano dividindo o corpo em duas partes iguais, com a cabeça em uma ponta. </span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p>O corpo dos animais cordados podem ser divididos basicamente em quatro partes: cérebro anterior, cérebro intermediário, cérebro posterior e o tronco (<b>Fig.4B</b>), com um plano de simetria dividindo esse corpo em duas partes iguais. Padrão similar é observado nos hemicordados (um filo de pequenos animais marinhos similares a vermes), incluindo 'cabeça' (protossomo e mesossomo) em uma ponta seguida por um tronco (metassomo) na parte oposta (<b>Fig.4B</b>). É possível que os padrões de desenvolvimento bilateral conservados em hemicordados e cordados a partir do ancestral comum possam também existir nos equinodermos, porém rearranjados ou com homologias escondidas em uma anatomia muito divergente. Por exemplo, é notável que estrelas-do-mar no estágio larval exibem um plano corporal bilateral (<b>Fig.5</b>), com um juvenil radial crescendo dentro da larva e eventualmente migrando para fora (<b>Ref.3</b>). Nesse sentido, existem quatro principais hipóteses relacionando o plano corporal dos equinodermos àquele de animais com plano bilateral (<b>Fig.4C</b>): </p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> na hipótese da <b>bifurcação</b>, o "cérebro" anterior estaria todo em um dos braços e com o tronco nos dois braços opostos (e com o "cérebro" intermediário na parte medial do corpo e se estendendo até dois braços centrais); </p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> na hipótese da <b>circularização</b>, o "cérebro" anterior e posterior e o tronco - partindo do meio do corpo - estariam cada um em um braço diferente e com o "cérebro" intermediário - também partindo do meio - se estendendo para os outros dois braços restantes e consecutivos.</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> na hipótese da <b>duplicação</b>, cada braço traria uma cópia dos quatro segmentos, com o "cérebro" anterior partindo do meio do corpo e terminando com o tronco na parte final de cada braço.</p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">-</span></b> na hipótese do <b>empilhamento</b>, os segmentos estariam empilhadas começando da boca e terminando no ânus ("cérebro" anterior → "cérebro" intermediário → "cérebro" posterior → tronco) e com cada um desses segmentos se estendendo do centro para cada um dos braços.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmuzvn38RceVLRqrhmkyfVtgRDMn-uTtYpSqheiDuxoY16hDPrLUmNMH_Aiyong3G8u8fHnerh9XcA97v3rpAH9GHRSEQVKNjcLLSLzTHu0HwHAhqoBJ_iyADxLZZIwAw1op6JpJEOH-igUIWHDu3M8hHDvlswBpmMG7M_V2KHjN-UK-ja-dQklh7j_n8/s604/pattern.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="566" data-original-width="604" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmuzvn38RceVLRqrhmkyfVtgRDMn-uTtYpSqheiDuxoY16hDPrLUmNMH_Aiyong3G8u8fHnerh9XcA97v3rpAH9GHRSEQVKNjcLLSLzTHu0HwHAhqoBJ_iyADxLZZIwAw1op6JpJEOH-igUIWHDu3M8hHDvlswBpmMG7M_V2KHjN-UK-ja-dQklh7j_n8/s16000/pattern.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 4</b><span style="text-align: left;">. Em (</span><b style="text-align: left;">A</b><span style="text-align: left;">), mapa de expressão dos fatores de transcriação e ligantes de sinalização envolvidos nos padrões ectodérmicos ao longo do eixo AP (organização bilateral), onde inclui-se em especial os genes Hox. (</span><b style="text-align: left;">B</b><span style="text-align: left;">) Existe extensiva conservação regulatória desses fatores em cordados e hemicordados determinando um plano bilateral, mas esse sistema tem sido pouco esclarecido nos equinodermos. Fb = cérebro anterior; Mb = Cérebro intermediário; Hb = cérebro posterior; Medula espinhal (tronco) = Spinal cord; probóscide (protossomo) = Proboscis; colarinho (mesossomo) = Collar; tronco (metassomo) = Trunk. Em (</span><b style="text-align: left;">C</b><span style="text-align: left;">), ilustração das quatro hipóteses para o sistema ancestral de padrão AP no plano corporal dos equinodermos adultos. </span><b style="text-align: left;">Ref.1</b></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkP00DnMzcOBvlo5zRA3IszzxDXBBLP1comHjE-JMA1_Y3sGPpUxiyUiBumGSVuTLGNDgtcfsdZNa6YEFCbswqOTHQ_KMlvGi7V0i3A-gJD_ej78jdd7X_5sYw-dX7FcBQcBktrBC3HKfaxCAjgePi5xxoL-iTR7A_J2QxiGsIWk5Ta3CyxQks1Em3c8o/s609/General-anatomy-of-the-brachiolaria-larval-stage-of-A-planci-prior-to-settlement-and.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="361" data-original-width="609" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkP00DnMzcOBvlo5zRA3IszzxDXBBLP1comHjE-JMA1_Y3sGPpUxiyUiBumGSVuTLGNDgtcfsdZNa6YEFCbswqOTHQ_KMlvGi7V0i3A-gJD_ej78jdd7X_5sYw-dX7FcBQcBktrBC3HKfaxCAjgePi5xxoL-iTR7A_J2QxiGsIWk5Ta3CyxQks1Em3c8o/s16000/General-anatomy-of-the-brachiolaria-larval-stage-of-A-planci-prior-to-settlement-and.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 5</b><span style="text-align: left;">. Anatomia geral do estágio larval braquiolária da estrela do mar </span><i style="text-align: left;">Acanthaster planci</i><span style="text-align: left;">, exibindo um plano corporal bilateral. Ref.: </span><a href="https://doi.org/10.13140/RG.2.1.3719.5129" style="text-align: left;">DOI</a></td></tr></tbody></table></div><p><br /></p><p>As hipóteses da bifurcação e da circularização têm sido rejeitadas com base nos dados moleculares acumulados nos últimos anos sobre os equinodermos. Na hipótese da duplicação, cada um dos cinco planos radiais seria uma cópia do eixo bilateral do ancestral comum. Na hipótese do empilhamento o eixo boca-ânus dos equinodermos adultos seria homólogo ao eixo do ancestral bilateral. Uma dessas últimas duas hipóteses seria a correta?</p><p><br /></p><div style="text-align: center;">
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<br /><p>No novo estudo, pesquisadores resolveram testar essas hipóteses em um modelo de equinodermo representado pela estrela-do-mar da espécie <i>Patiria miniata </i>(<b>Fig.6</b>). Estrelas-do-mar - membros da classe Asteroidea - incluem cerca de 1900 espécies ainda vivas e ocorrem em todo o mundo em vários habitats marinhos desde zonas intertidais até zonas hadais (~10 mil metros de profundidade) (<b>!</b>). A manifestação da simetria pentarradial nas estrelas-do-mar é mais simples do que em outras classes de equinodermos, ficando mais fácil análises comparativas e de desenvolvimento do plano corporal.</p><p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfvOMSYJBqdq1jQeiZl3ye5QsGGYYPaStz4dKMWkm2N4ix-bwXo_Gy0mu_Nk3pe2rcsPFgwDab1G_mwT4fYBxtnGUIB49TqmUWH_4TSx62-QxuA8_wWjorVKDJIbtg2cmGvOQUs3vR0nNl-ASIPg1jKJM0qnnwhW6amou6HBeW6Ga13dvNgQ2mQPngxOs/s600/Estrela1.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="506" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfvOMSYJBqdq1jQeiZl3ye5QsGGYYPaStz4dKMWkm2N4ix-bwXo_Gy0mu_Nk3pe2rcsPFgwDab1G_mwT4fYBxtnGUIB49TqmUWH_4TSx62-QxuA8_wWjorVKDJIbtg2cmGvOQUs3vR0nNl-ASIPg1jKJM0qnnwhW6amou6HBeW6Ga13dvNgQ2mQPngxOs/s16000/Estrela1.png" /></a></td></tr></tbody></table><p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 6</b><span style="text-align: left;">. Em (</span><b style="text-align: left;">A</b><span style="text-align: left;">), Indivíduos adultos de </span><i style="text-align: left;">P. miniata</i><span style="text-align: left;"> exibem diferentes cores que variam do vermelho e roxo até o laranja e beje. (</span><b style="text-align: left;">B</b><span style="text-align: left;">) Ciclo de vida da </span><i style="text-align: left;">P. miniata</i><span style="text-align: left;">, desde a liberação de gametas reprodutivos até os estágios larvais que eventualmente passam por metamorfose e se transformam em minúsculas estrelas-do-mar juvenis. Ref.: </span><a href="https://doi.org/10.1016/bs.ctdb.2022.01.006" style="text-align: left;">DOI</a></td></tr></tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><p><br style="text-align: left;" /></p></td></tr></tbody></table><p>-----------</p><p>(<b>!</b>) De todas as famílias não-extintas de estrelas-do-mar descritas, aproximadamente metade ocorre exclusivamente no mar profundo (>200 metros de profundidade). <b>Ref.4</b></p><p><br /></p><p><b><span style="font-size: large;">></span></b> Leitura recomendada: <a href=" http://www.saberatualizado.com.br/2023/06/por-que-nao-existem-peixes-marinhos.html">Por que não existem peixes marinhos vivendo em profundidades abaixo de 8400 metros?</a></p><p>-----------</p><p><br /></p><p>Através de análise da expressão de genes - incluindo tomografia de RNA e um novo método chamado de sequenciamento HiFi - os pesquisadores conseguiram encontrar padrões moleculares de diferenciação e ordem ectodérmica similares entre estrelas-do-mar adultas e outros deuterostômios bilaterais, porém sem evidência de formação do tronco. Os pesquisadores propuseram o "modelo ambulacral-anterior" para explicar a evolução do plano corporal dos equinodermos. Segundo esse modelo - e tomando como referência os cordados -, o equivalente ao cérebro anterior nas estrelas-do-mar radia do centro do corpo para cada braço; o equivalente ao cérebro intermediário rodeia o "cérebro anterior"; e o equivalente ao cérebro intermediário é rodeado pelo "cérebro posterior", como mostrado na <b>Fig.6</b>. Essa organização é incompatível com todas as quatro hipóteses tradicionalmente propostas. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3MaKDJQdKFPjIvWxakj71_jEJZANCmH_1A3XR6Gxy6Npgosy8czBGqBoZc1i6GC6UMp_UGUemBsT8sOo14viGhcgVZeZN8B0SiphbsHJtFbKkXHhCHgSkhf-qbyvkxqDTY8ubUHpTCy86rnpgYfXhUBt-OGPN9Pf8CQzzYFV_DuMirJyIDVoh3himz3I/s597/estrela.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="457" data-original-width="597" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3MaKDJQdKFPjIvWxakj71_jEJZANCmH_1A3XR6Gxy6Npgosy8czBGqBoZc1i6GC6UMp_UGUemBsT8sOo14viGhcgVZeZN8B0SiphbsHJtFbKkXHhCHgSkhf-qbyvkxqDTY8ubUHpTCy86rnpgYfXhUBt-OGPN9Pf8CQzzYFV_DuMirJyIDVoh3himz3I/s16000/estrela.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 7</b><span style="text-align: left;">. Em (</span><b style="text-align: left;">a</b><span style="text-align: left;">), mapa de expressão de fatores de transcrição e ligantes de sinalização envolvidos no padrão ambulacral ectodérmico na espécie </span><i style="text-align: left;">P. miniata</i><span style="text-align: left;"> e organizado da linha mediana do ambulacrário (esquerda) até o inter-ambulacrário (direita). Apesar da presença de um agrupamento genômico</span><i style="text-align: left;"> Hox</i><span style="text-align: left;"> (expressos no endoderma e mesoderma), expressão genética </span><i style="text-align: left;">Hox</i><span style="text-align: left;"> ectodérmica é amplamente ausente (exceto para o <i>hox1</i>), sugerindo uma perda do programa regulatório ectodérmico ancestral do tronco. Em (</span><b style="text-align: left;">b</b><span style="text-align: left;">), diagrama do modelo ambulacral-anterior de uma estrela-do-mar genérica com uma secção transversal através de um dos braços. Apenas genes expressos no equinoderma são mostrados. </span><b style="text-align: left;">Ref.1</b></td></tr></tbody></table><br /><p>Em outras palavras, da perspectiva de um padrão ectodérmico de organização corporal e comparando em especial com os cordados, as estrelas-do-mar e provavelmente os equinodermos em geral são basicamente animais que exibem apenas cabeça. Estrelas-no-mar seriam cabeças com pés (<b>Fig.7</b>), com os adultos quase não expressando genes associados ao desenvolvimento de torso e de cauda. É provável que os outros equinodermos adultos, como ouriços-do-mar, também sejam apenas "cabeças".</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK7lPY-FpyjTrnN9yXNsDtpfO605jcdekgi99Oz-lDsoZqlWjmlDF6vOFstuCoXnt8Wr8wEULmYVpEQL9yG697nFpxwEVUPtXB357KSrR4ipU0L-wDdWB67RNrT1Qmy2qy9rpeay_e8QGqkbNBnDRqI0CqwWMtAci5fnjj00kxZ_AHS4bAwQ5BO8wjkFc/s600/rsif20190700f01.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="318" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK7lPY-FpyjTrnN9yXNsDtpfO605jcdekgi99Oz-lDsoZqlWjmlDF6vOFstuCoXnt8Wr8wEULmYVpEQL9yG697nFpxwEVUPtXB357KSrR4ipU0L-wDdWB67RNrT1Qmy2qy9rpeay_e8QGqkbNBnDRqI0CqwWMtAci5fnjj00kxZ_AHS4bAwQ5BO8wjkFc/s16000/rsif20190700f01.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Figura 8</b><span style="text-align: left;">. Em (</span><b style="text-align: left;">a</b><span style="text-align: left;">), estrela-do-mar da espécie </span><i style="text-align: left;">Asteria rubens</i><span style="text-align: left;">. Em (</span><b style="text-align: left;">b</b><span style="text-align: left;">), destaque dos pés ambulacrais revestindo a superfície ventral dessa espécie. A superfície oral das estrelas-do-mar é revestida com centenas de pés hidráulicos na forma de tubo usados primariamente para efetiva locomoção em terrenos variados. Cada pé ambulacral é equipado com um sistema sensorial e ligado ao sistema nervoso que se espalha ao longo do corpo desses animais, permitindo ordenamento produtivo do movimento conjunto dos pés. Estrelas-do-mar intercalam entre movimentos lentos (rastejantes) e mais rápidos (oscilatórios) dependendo da situação. </span><b style="text-align: left;">Ref.1</b></td></tr></tbody></table><br /><p>O modelo ambulacral-anterior prediz que os equinodermos são o primeiro exemplo de animais bilaterais nos quais a identidade "anterior" está localizada no centro de uma camada de tecido, ao invés de estar localizada em uma extremidade do corpo (ex.: cabeça nos cordados e prosbóscide nos hemicordados). Apesar dessa disparidade organizacional, características anatômicas da parte anterior do sistema nervoso, como condensações neurais e extensivo arranjo de estruturas sensoriais, compartilham similaridades ao longo de todo o filo dos deuterostômios, incluindo equinodermos.</p><p><br /></p><p>Evidências genéticas prévias suportam que o novo modelo proposto no estudo é aplicável a todos os equinodermos modernos, sugerindo que a perda do tronco ocorreu bem cedo na divergência dessa classe em relação aos cordados e hemicordados. Mais estudos comparativos serão necessários para comprovar essa hipótese. Os resultados do novo estudo também podem ajudar a melhor esclarecer fósseis de antigos equinodermos que não exibem simetrias radiais e que podem possivelmente representar modelos de transição entre simetrias bilaterais e radiais (<b>Fig.9-10</b>).</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvplxEtHJu2CYzGBhb7MnAS6EwERHVGt8Z6kOnzx0Q2bKh7RUvuzoNz2rcPmNgJsmvOcTmQ1xPuu0KHw5pSILON0ZWhHnP8Vpo2NbfuHUUa_qt20IPBZ2rEm645G-6mnka_d4LAwrvgyvCw-5wp0gzSMtNrWIOMi0akXA9yMhiwGfJMttYX-cXeoDwaa0/s600/4jCeoV8TvUMvrgR9LVzakH-970-80.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="498" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvplxEtHJu2CYzGBhb7MnAS6EwERHVGt8Z6kOnzx0Q2bKh7RUvuzoNz2rcPmNgJsmvOcTmQ1xPuu0KHw5pSILON0ZWhHnP8Vpo2NbfuHUUa_qt20IPBZ2rEm645G-6mnka_d4LAwrvgyvCw-5wp0gzSMtNrWIOMi0akXA9yMhiwGfJMttYX-cXeoDwaa0/s16000/4jCeoV8TvUMvrgR9LVzakH-970-80.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Figura 9</b>. Fóssil de <i>Thoralicystis</i> (clado extinto Stylophora), descoberto no Marrocos e datado em 480 milhões de anos. É um antigo equinodermo Paleozoico de corpo assimétrico. <b>Ref.7</b><br /><br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7DiE3njErps7sIelyHYehyZloBOw8HACiG7qYKo0_6_6TTi88gSM4MO06ZJ9W0n9llYnE7M9KjtHOdgTed4KDEHvoZaNok0XmkbWGDKKEwU1CeXBXF8H5iZYv9GQXNB0_IE_6FWVQNWUS-qi0WcCQBItri6DIJjB0obg1OjOMly3CWbkEB8_8elb-eiQ/s600/MP29fSFywcMP89otKe7g6o-970-80.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="344" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7DiE3njErps7sIelyHYehyZloBOw8HACiG7qYKo0_6_6TTi88gSM4MO06ZJ9W0n9llYnE7M9KjtHOdgTed4KDEHvoZaNok0XmkbWGDKKEwU1CeXBXF8H5iZYv9GQXNB0_IE_6FWVQNWUS-qi0WcCQBItri6DIJjB0obg1OjOMly3CWbkEB8_8elb-eiQ/s16000/MP29fSFywcMP89otKe7g6o-970-80.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Figura 10</b>. Ilustração do gênero <i>Thoralicystis</i>. Esses antigos equinodermos não possuem simetria radial, mas exibem uma característica única dos equinodermos: possuem um sistema vascular hídrico. Esse sistema hidráulico é um conjunto conspícuo de canais cheios de líquido (água do mar) que se manifesta à superfície sob a forma de pés ambulacrários, permitindo locomoção, alimentação e respiração O apêndice maior e articulado (aulacoforo) observado na ilustração, historicamente interpretado como um tronco primitivo ou uma cauda, é na verdade um braço. Arte: Rich Mooi/California Academy of Science. <b>Ref.7-8</b></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p><br /></p><p><b>REFERÊNCIAS</b></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Formery et al. (2023). Molecular evidence of anteroposterior patterning in adult echinoderms. Nature 623, 555–561. <a href="https://doi.org/10.1038/s41586-023-06669-2">https://doi.org/10.1038/s41586-023-06669-2</a></li><li><a href="https://www.nature.com/articles/d41586-023-03449-w">https://www.nature.com/articles/d41586-023-03449-w</a></li><li><a href="https://www.czbiohub.org/news/long-presumed-to-have-no-heads-at-all-sea-stars-may-be-nothing-but/">https://www.czbiohub.org/news/long-presumed-to-have-no-heads-at-all-sea-stars-may-be-nothing-but/</a></li><li><a href="https://wellcomeopenresearch.org/articles/8-380/v1">https://wellcomeopenresearch.org/articles/8-380/v1</a></li><li>Liu et al. (2023). A chromosome-level genome assembly of a deep-sea starfish (Zoroaster cf. ophiactis). Scientific Data 10, 506. <a href="https://doi.org/10.1038/s41597-023-02397-4">https://doi.org/10.1038/s41597-023-02397-4</a></li><li><a href="https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/rsif.2019.0700">https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/rsif.2019.0700</a></li><li>Lefebvre et al. (2018). Exceptionally preserved soft parts in fossils from the Lower Ordovician of Morocco clarify stylophoran affinities within basal deuterostomes. Geobios. <a href="https://doi.org/10.1016/j.geobios.2018.11.001">https://doi.org/10.1016/j.geobios.2018.11.001</a></li><li><a href="https://royalsocietypublishing.org/doi/full/10.1098/rspb.2022.0258">https://royalsocietypublishing.org/doi/full/10.1098/rspb.2022.0258</a></li></ol><p></p>
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