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Molécula criada em laboratório apresenta resultados positivos no tratamento da artrite


José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – A artrite afeta quase 2% da população mundial – cerca de 150 milhões de pessoas. E ainda não existe um tratamento eficaz consolidado para isso. Uma nova molécula, desenvolvida em laboratório, apresentou um potencial efeito terapêutico. Testada em ratos com artrite geneticamente induzida, ela suprimiu o processo inflamatório, diminuiu a inflamação e reduziu a degradação do tecido articular. Os animais tratados com a substância apresentaram menos dor, menor edema e diminuição do escore clínico (isto é, da extensão do quadro inflamatório) em comparação com os animais que não receberam o tratamento.


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Os resultados estão no artigo “Soluble epoxide hydrolase inhibitor, TPPU, increases regulatory T cells pathway in an arthritis model”, publicado no Faseb Journal, da Federation of American Societies for Experimental Biology (Faseb).


A pesquisa recebeu apoio da FAPESP por meio do Projeto Temático “Uso de sistemas de liberação de fármacos para o desenvolvimento e aplicabilidade de agentes anti-inflamatórios com potencial efeito imunomodulador e neuroprotetor”.


“O estudo demonstrou que essa nova molécula é capaz de controlar as manifestações mais graves da doença”, diz à Agência FAPESP o pesquisador Marcelo Henrique Napimoga, diretor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Faculdade São Leopoldo Mandic e coordenador da pesquisa no Brasil.


A nova molécula é chamada abreviadamente de TPPU, sigla derivada da denominação em inglês 1-Trifluoromethoxyphenyl-3-(1-propionylpiperidin-4-yl) urea. E sua função de interesse é a de inibir a enzima epóxi-hidrolase solúvel (sEH), que desempenha um papel-chave no desencadeamento do processo inflamatório, podendo levar, eventualmente, à inflamação crônica.


“Nosso organismo produz uma substância protetora natural contra a inflamação: o ácido epoxieicosatrienoico (EET). No entanto, a enzima epóxi-hidrolase solúvel (sEH) converte o EET no ácido 1,2-dihidroxieicosatrienoico (DHET), que, além de não ser capaz de controlar a inflamação, pode inclusive apresentar efeitos pró-inflamatórios. A inibição da sEH é, portanto, decisiva no tratamento de doenças inflamatórias, como a artrite reumatoide. É isso que a TPPU faz”, explica Napimoga.


A ilustração nesta página apresenta as fotos das patas de dois camundongos com artrite geneticamente induzida: um tratado com TPPU e o outro não. A imagem mostra que, no animal tratado, houve uma importante diminuição do edema (inchaço) e do escore clínico (o número de dedos afetados). Além disso, segundo Napimoga, o tratamento produziu também a diminuição da dor associada ao quadro inflamatório.


“Isso ocorreu porque o controle do processo inflamatório fez com que a migração de leucócitos para a região afetada pudesse diminuir, não apenas melhorando o quadro como também poupando as cartilagens da degradação”, comenta o pesquisador.


“Além disso, o grupo tratado apresentou um aumento do número de linfócitos T regulatórios, que são células importantes para inibir a inflamação, e uma diminuição dos linfócitos Th17, que são altamente inflamatórios”, acrescenta.


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A TPPU foi desenhada de forma a poder ser bem tolerada e absorvida por meio de administração por via oral. “O que ela faz é favorecer um processo natural de defesa, aumentando o número de metabólitos que nosso próprio organismo produz. Isso é uma grande vantagem em comparação com os tratamentos convencionais, que se baseiam no uso de grandes doses de corticoides, com indesejáveis efeitos colaterais”, pontua Napimoga.


“Além do excelente efeito anti-inflamatório, a TPPU demonstrou potente efeito analgésico”, prossegue.


O pesquisador Bruce Hammock, professor da University of California Davis, que desenvolveu a TPPU e foi coautor do artigo publicado no Faseb Journal, recebeu recentemente do National Institute on Drug Abuse (NIDA) uma verba de US$ 15 milhões para fazer o ensaio clínico em humanos de uma terapia não opiácea para o tratamento da dor.


O artigo Soluble epoxide hydrolase inhibitor, TPPU, increases regulatory T cells pathway in an arthritis model pode ser acessado em https://faseb.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1096/fj.202000415R.


> Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Molécula criada em laboratório apresenta resultados positivos no tratamento da artrite Molécula criada em laboratório apresenta resultados positivos no tratamento da artrite Reviewed by Saber Atualizado on julho 26, 2020 Rating: 5

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