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Em apenas 2 dias, cientistas Brasileiros sequenciam o genoma do novo coronavírus


A partir do material genético do novo coronavírus extraído do primeiro caso confirmado de Codvid-19 no Brasil - um homem de 61 anos em São Paulo - pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL) e do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP), ambas instituições públicas sediadas em São Paulo, correram contra o tempo para preparar equipamentos e laboratório com o objetivo de sequenciar o genoma do vírus coletado em paciente internado na capital paulista.

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Em apenas dois dias após o diagnóstico do paciente - o primeiro na América Latina - , os pesquisadores Brasileiros, em colaboração com a Universidade de Oxford (Reino Unido), reportaram a sequência completa do genoma viral. O coronavírus sequenciado aqui no Brasil - oficialmente chamado de SARS-CoV-2 - mostrou bem similar ao vírus primeiro identificado no epicentro original do surto, na região de Wuhan, China. No total, foram descobertas três novas mutações, indicando que o processo evolutivo do novo vírus é lento (talvez em parte por causa do número não tão alto de infecções até o momento - menos de 100 mil oficialmente reportadas).

"Em média, os países estão conseguindo fazer o sequenciamento em 15 dias. Queríamos fazer em 24 horas, bater o recorde, mas não funcionou tudo (no processo). Fizemos em 48 horas, como o Instituto Pasteur (na França)", disse Ester Sabino,  pesquisadora e professora do IMT-USP, em entrevista para o G1 (1).

Os resultados divulgados pela equipe brasileira ontem (sexta-feira) no site Virological.org (2), um fórum de discussão e compartilhamento de dados entre virologistas, epidemiologistas e especialistas em saúde pública, indicam que, das dezenas de amostras do novo tipo de coronavírus já analisadas em todo o mundo, a maior compatibilidade do material genético do vírus encontrado no paciente internado em São Paulo foi com um vírus sequenciado na Bavária, Alemanha. Isto é um indicativo, mas ainda não a confirmação, de que a cepa do vírus em questão teve origem na China, passou pela Alemanha, Itália, até chegar ao Brasil. A possível transmissão da Alemanha para a Itália é um hipótese nova trazida pela equipe Brasileira.

Em específico, duas das mutações reportadas eram compartilhadas com uma cepa (Germany/BavPat1/2020) recuperada de um paciente do sexo masculino em Munique, Bavária, na Alemanha.

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Além de ajudar a entender como o vírus está se dispersando pelo mundo, essas informações obtidas pelo sequenciamento genômico completo são úteis para o desenvolvimento de vacinas e testes diagnósticos.

“Ao sequenciar o genoma do vírus, ficamos mais perto de saber a origem da epidemia. Sabemos que o único caso confirmado no Brasil veio da Itália, contudo, os italianos ainda não sabem a origem do surto na região da Lombardia, pois ainda não fizeram o sequenciamento de suas amostras. Não têm ideia de quem é o paciente zero e não sabem se ele veio diretamente da China ou passou por outro país antes”, disse Sabino, em entrevista para a Agência FAPESP (3). “Esse é um vírus que sofre poucas mutações, em média uma por mês. Por esse motivo não adianta sequenciar trechos pequenos do genoma. Para entender como está ocorrendo a disseminação e como o vírus está evoluindo é preciso mapear o genoma completo".

Ao lado de Nuno Faria, da Universidade de Oxford, Sabino coordena o Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE). O projeto, apoiado por FAPESP, Medical Research Council e Fundo Newton (os dois últimos do Reino Unido), tem como objetivo estudar em tempo real epidemias de arboviroses, como dengue e zika, através de uma tecnologia de sequenciamento conhecida como MinION, a qual é portátil e barata.

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> O primeiro caso de COVID-19 no Brasil (BR1) teve diagnóstico molecular confirmado no dia 26 de fevereiro pela equipe do Instituto Adolfo Lutz. O paciente foi infectado no norte da Itália, na região de Lombardia, possivelmente entre os dias 9 e 21 deste mês. Ao retornar para o país, expressou sintomas como febre, tosse seca, infecção de garganta e nariz escorrendo.

> Para mais informações sobre o novo coronavírus, acesse: O que se sabe até o momento sobre o vírus da China?
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Referências:

(1) G1 (Site de notícias da Globo)

(2) Virological.org

(3) Agência FAPESP

Em apenas 2 dias, cientistas Brasileiros sequenciam o genoma do novo coronavírus Em apenas 2 dias, cientistas Brasileiros sequenciam o genoma do novo coronavírus Reviewed by Saber Atualizado on fevereiro 29, 2020 Rating: 5

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