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Dopamina e gradual evolução do formato globular do cérebro parecem ter sido cruciais na evolução humana


Dois novos estudos publicados esta semana forneceram evidências importantes sobre a evolução do cérebro humano tanto em termos estruturais quanto em termos bioquímicos.

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BIOQUÍMICA SOCIÁVEL

Na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) (1), pesquisadores publicaram um estudo sugerindo que a grande presença de dopamina no nosso cérebro foi um dos principais fatores que permitiram a ocorrência nossa grande sociabilidade, levando ao desenvolvimento da linguagem e até mesmo a interação amigável com estranhos - algo quase impossível entre os chimpanzés, por exemplo. Em outras palavras, a evolução da nossa inteligência social única pode ter sido iniciada como uma simples questão de química cerebral.

Por décadas cientistas tentam achar as diferenças chaves - além da óbvia diferença de tamanho cerebral - entre humanos modernos e os outros primatas. Essas mudanças chaves devem ter começado tão cedo quanto nossos primeiros ancestrais hominídeos começaram a andar de forma ereta, usar variadas ferramentas e desenvolver complexas redes socais em torno de 6 a 2 milhões de anos atrás - bem antes do cérebro começar a aumentar de tamanho há cerca de 1,8 milhões de anos - de acordo com uma hipótese proposta na década de 1960 pelo antropólogo Ralph Halloway da Universidade de Columbia, EUA.

Mas para analisar a evolução bioquímica do nosso cérebro, fica difícil fazê-lo apenas com os fósseis dos nossos ancestrais e parentes primatas já extintos. Uma possibilidade é realizar uma análise comparativa com outros primatas ainda existentes, sendo essa a estratégia utilizada no novo estudo na PNAS. Para isso, os pesquisadores coletaram amostras do tecido cerebral - do gânglio basal, o qual está interconectado com diferentes partes do cérebro para movimento, aprendizado e comportamento social - de 38 espécimes de primatas que morreram de causas naturais - humanos (Homo sapiens sapiens), gorilas (gênero Gorilla), chimpanzés (gênero Pan), Babuíno-anúbis (Papio anubis), Macaca nemestrina (Macaca nemestrina) e Cebus apella (uma espécie de macaco-prego).

O resultado foi que comparado com outros primatas, os humanos e primatas superiores (gorilas e chimpanzés) possuem elevados níveis de serotonina e do neuropeptídeo Y no gânglio basal. No entanto, corroborando outros recentes estudos associados à expressão genética, os humanos possuem dramaticamente mais dopamina nessa região do cérebro do que os grandes primatas. Além disso, temos menos acetilcolina, um neuroquímico ligado ao comportamento dominante e territorial - maior agressividade.

Segundo os pesquisadores, a combinação diferenciada dos níveis desses dois neurotransmissores pode ter sido fundamental para a evolução da nossa grande sociabilidade, linguagem e até mesmo nosso elevado grau de monogamia. Níveis cada vez mais ideais desses dois neurotransmissores podem ter selecionado hominídeos cada vez mais sociáveis e propensos a cooperarem nas atividades diárias e se comunicarem com uma cada vez mais complexa linguagem. E essas mudanças bioquímicas favoráveis parecem já estar em curso há 4,4 milhões de anos, com o Ardipithecus ramidus, um dos ancestrais do gênero Homo que viveu na Etiópia.

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FORMATO E TAMANHO CEREBRAL

Além da bioquímica, a morfologia cerebral também é essencial para o entendimento da evolução biológica dos humanos modernos (Homo sapiens). Nesse sentido, um estudo publicado na Science Advances (2), analisando diferentes fósseis cranianos de H. sapiens de diferentes períodos geológicos (300000-10000) - via medidas geométricas e morfométricas baseadas em análises por tomografia computadorizada - e comparando-os com os de outras espécies já extintas do gênero Homo (Neandertals, H. heidelbergensis e H. erectus), mostrou que a evolução do formato do cérebro mais globular dos humanos modernos foi caracterizado por uma mudança direcional e gradual, não algo brusco caracterizado por uma única variação genética.


Além disso, a gradual emergência da globularidade cerebral no H. sapiens e o comportamento dos humanos modernos nos registros arqueológicos, ambos ocorrendo de forma paralela, sugerem que a contínua mudança mínima no formato cerebral no sentido de uma estrutura geral cada vez mais globular foi crucial para o estabelecimento da atual sociedade humana. Já o nosso volume cerebral permaneceu quase o mesmo nos últimos 300 mil anos, algo que reforça a importância da globularidade para o desenvolvimento diferenciado da nossa conectividade neural e cognição.


Os achados corroboraram com mudanças genéticas encontradas na linhagem H. sapiens desde a origem da espécie e antes da transição da Idade da Pedra Tardia e o Paleolítico Superior que marcam o nosso completo conjunto comportamental moderno.

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EM RESUMO...

Maiores níveis de dopamina e uma gradual mudança globular no nosso cérebro parecem ter sido eventos cruciais para o surgimento evolucionário do H. sapiens. Cada vez mais estamos perto de desvendar em detalhes os passos evolutivos que marcaram nossa estadia na superfície terrestre.

Artigo sugerido: A Evolução Biológica é um FATO

Publicação do estudos:
  1. http://www.pnas.org/content/early/2018/01/12/1719666115
  2. http://advances.sciencemag.org/content/4/1/eaao5961
Dopamina e gradual evolução do formato globular do cérebro parecem ter sido cruciais na evolução humana Dopamina e gradual evolução do formato globular do cérebro parecem ter sido cruciais na evolução humana Reviewed by Saber Atualizado on janeiro 26, 2018 Rating: 5

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